As pessoas têm o direito de conhecer a Salvação e isso interessa a todos e tem consequências na sociedade!
Por Dom Orani João Tempesta
A exortação apostólica “Evangelii Nuntiandi” do Santo Padre Paulo VI, publicada na sequência do Sínodo sobre a Evangelização, é um documento indispensável para compreender e realizar uma autêntica evangelização do mundo atual. Neste sentido, em momentos em que querem calar a voz dos cristãos, tentando proibir cidadãos brasileiros de exercer o direito de expressar as suas convicções, que, além de atualizar os valores humanos, são inspirados no Evangelho que ilumina a Vida, também defendendo a vida desde o ventre materno até o seu termo natural, queremos reafirmar que a missão da Igreja é evangelizar, propondo a todos uma boa notícia, contando com a assistência do Espírito Santo de Deus, que é quem dirige a Igreja de Cristo.Nesse documento, destacam-se duas ideias basilares desta exortação, que são a relação íntima entre a evangelização e a vida do dia a dia, e os laços profundos entre a evangelização e a promoção humana que, para o Papa Paulo VI, são de três ordens:
1)-Antropológica (o homem que há de ser evangelizado não é um ser abstrato, mas é sim um ser condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e econômicos);
2)-Teológica (nunca se pode dissociar o plano da criação do plano da redenção; um e outro a abrangerem as situações bem concretas da injustiça que há de ser combatida e da justiça a ser restaurada)
3)-Evangélica (que é da ordem da caridade: como se poderia, realmente, proclamar o mandamento novo sem promover na justiça e na paz o verdadeiro e o autêntico progresso do homem?)
Pode-se dizer ainda que a evangelização implica em três aspectos essenciais:
1)- O primeiro é a renovação interior da humanidade: A finalidade da evangelização, portanto, é precisamente esta mudança interior; e se fosse necessário traduzir isso em breves termos, o mais exato seria dizer que a Igreja evangeliza quando unicamente firmada na potência divina da mensagem que proclama, ela procura propor a conversão ao mesmo tempo da consciência pessoal e coletiva dos homens, a atividade em que eles se aplicam e a vida e o meio concreto que lhes são próprios.
2)- Já o segundo aspecto fala sobre a transformação dos critérios e estilos de vida: para a Igreja não se trata apenas de pregar o Evangelho a espaços geográficos cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, mas de chegar a atingir e como que a modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação.
3)-Por fim, o terceiro aspecto nos fala de uma conversão radical: importa evangelizar, não de maneira decorativa, como que aplicando um verniz superficial, mas de maneira vital, em profundidade, e isto até às suas raízes, a civilização e as culturas do homem, numa verdadeira inculturação, pois o Evangelho e a evangelização, independentes em relação às culturas, não são necessariamente incompatíveis com elas, mas susceptíveis de impregná-las a todas, sem se escravizar a nenhuma delas.
Por isso, conclui Paulo VI: "a ruptura entre o Evangelho e a cultura é sem dúvida o drama da nossa época, como o foi também de outras épocas"
Isso foi muito bem apresentado no Documento de Aparecida, quando recorda que a mudança de época atual é cultural.O Papa Paulo VI apresenta nesse documento sobre a Evangelização os meios mais adequados ao apostolado: o testemunho de vida, o anúncio explícito feito de uma forma viva e atraente, e a adesão vital numa comunidade eclesial.Note-se a prioridade dada ao testemunho, principalmente para a nossa juventude, que procura a Igreja e o jeito de viver a fé particularmente a partir do testemunho de nossos evangelizadores.É famoso esse tema: os homens de hoje escutam muito mais as testemunhas que os mestres e, se escutam os mestres, é porque são testemunhas!Assim sendo, a evangelização é um processo complexo em que há variados elementos:renovação da humanidade, testemunho, anúncio explícito, adesão do coração, entrada na comunidade, aceitação dos sinais e iniciativas de apostolado.É, por isso, que as técnicas da evangelização são boas, obviamente, mas, ainda as mais aperfeiçoadas, não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo.A preparação mais apurada do evangelizador nada faz sem Ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem Ele permanece impotente em relação ao espírito dos homens.
E, ainda, os mais bem elaborados esquemas com base sociológica e psicológica, sem Ele em breve se demonstram desprovidos de valor, porque o Espírito Santo é o agente principal da evangelização! É Ele, efetivamente, que impele para anunciar o Evangelho, como é Ele que no mais íntimo das consciências leva a aceitar a Palavra da salvação.Mas pode dizer-se, igualmente, que Ele é o termo da evangelização – de fato, somente Ele suscita a nova criação, a humanidade nova que a evangelização há de ter como objetivo.
Nestes tempos atuais é muito bom recordar esse documento conclusivo do Sínodo sobre a Evangelização e, com as realidades atuais, vivermos com entusiasmo a nossa vida de discípulos missionários, para que, em Cristo, todos tenham vida e a tenham em abundância!É muito importante...termos bem claro essa nossa missão e a sua importância para o mundo atual, pois as pessoas têm o direito de conhecer a Salvação e isso interessa a todos e tem consequências na sociedade, levando à verdadeira justiça e construindo a paz!
A Diferença entre Querigma e Catequese?
Evangelização como um todo é rica e tem três aspectos:
1. Profética: Palavra proclamada. O Anúncio verbal da Boa Nova. Todo anúncio através da Palavra que faz a Igreja, entra na área de evangelização profética. Toda a Palavra proclamada, toda palestra que damos com o objetivo de que conheçam e aceitem Jesus é EVANGELIZAÇÃO PROFÉTICA.
2. Sacerdotal: Palavra celebrada. A forma mais bela que encontramos na evangelização sacerdotal está na Liturgia Eucarística, onde está presente dois tipos de evangelização: profética e sacerdotal Ela é profética na liturgia da Palavra, é a primeira parte da celebração eucarística. proclama-se a Palavra através do Evangelho, as cartas Paulinas, leituras do A.T. A segunda parte da Eucaristia, forma a liturgia celebrada, a liturgia da Palavra celebrada, vivida. Celebra-se a Palavra e realiza-se um memorial da Palavra. O memorial mais bonito por excelência que temos na Eucaristia, onde se apresenta e se faz presente Jesus, vivo no Sacramento da Eucaristia.
3. Régia: Palavra vivida. É a Palavra que se faz vida. É a palavra que eu vivo, é instaurar o Reino de Deus. Viver a Palavra de Deus, é instaurar o Reino, onde a Palavra de Deus transforma minha vida, minha sociedade, meu mundo econômico, político, social, financeiro, cultural, educacional etc. Na evangelização a Palavra é vivida, é a instauração do Reino em nós.
1. Evangelização Profética:
- Querigma
- Catequese
Este dois aspectos são interdependentes mas são diferentes. Ambas as formas constituem a evangelização profética. Não podemos ficar somente com a evangelização querigmática, nem dividir e só ficar com a catequese. Não podemos dividí-las, nem separá-las, uma pressupõe a outra, não podemos dar uma só coisa. A proclamação querigmática nos leva à catequese como conseqüência, e esta não pode ser dada em antes assentar a base da proclamação querigmática primeiramente. A proclamação querigmática é o primeiro anúncio de Jesus, é a primeira mensagem; a Boa Nova de Jesus. O querigma é o forte badalo do sino e, o ressoar que vem depois é a catequese.
A catequese é o ensino progressivo da fé. Deverá ser um ensino constante, seguindo uma seqüência progressiva.
-Querigma: primeiro anúncio da Boa Nova!
-Catequese: ensino sistemático e progressivo da fé!
Pelo querigma eu levo o evangelizado a nascer para a fé (Nicodemos). Pela catequese eu levo o evangelizado a crescer na fé! - “Irmãos, quero lembrar-vos o evangelho que vos anunciei e que recebestes, e no qual estais firmes. De fato, eu vos transmiti, antes de tudo, o que eu mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado, segundo as Escrituras.” (1Cor 15,1.3) A história da vida do Apóstolo Paulo pode nos ajudar a refletir sobre a nossa prática catequizadora, enquanto anunciadores da Boa Notícia sobre Jesus, nosso Senhor. Jesus, Paulo e Ananias Logo após ter se encontrado com Jesus a caminho de Damasco, Paulo começa a mudar o rumo de sua existência. Ananias é enviado pelo Senhor ao seu encontro e o batiza. Então Paulo é conduzido à comunidade cristã de Damasco e começa a testemunhar o que havia acontecido com ele (ver At 9,1-22). Podemos dizer que Ananias foi o primeiro catequista de Paulo, pois foi quem o introduziu na comunidade cristã de Damasco. Paulo não cai de paraquedas, passa antes pelo processo da catequese! Esta comunidade catequizadora acolheu seu novo membro e tornou-se para ele o primeiro lugar da experiência de vida comunitária no seguimento de Jesus Cristo. Foi em Damasco que Paulo aprendeu o que é ser cristão!
Conteúdo do Querigma - As oito metas do Querigma:
1° Experiência do amor misericordioso de Deus!
O Evangelizador deverá ter uma experiência do amor de Deus. Mais do que falar sobre a manifestação do amor de Deus ao povo de Israel ou ao homem através de Jesus, tenho que levá-lo a ter uma experiência do amor de Deus. Nós, os pregadores corremos um perigo - gostamos muito de falar e esse é um dos defeitos maiores do pregador. Geralmente o pregador gosta muito de falar do amor de Deus, isto é muito bom porque através da palavra, da palestra, da comunicação, estamos apresentando Jesus vivo que experimentei e experimento, mas se eu, como pregador, não levo você que está me escutando a ter sua própria experiência do amor de Deus, não estarei cumprindo minha meta e não estará completa a proclamação querigmática. Mais que falar do amor de Deus é levar o evangelizado a ter uma experiência, que se sinta amado e que o viva e o experimente.
2° Consciência do pecado perante Deus
É muito importante que o evangelizado reconheça-se pecador. Se a pessoa não se sente enferma, se não sente nenhuma dor, se está muito bem, para que lhe serve um médico? A pessoa necessita conscientizar-se que está enferma e que precisa de ajuda.
Muito mais importante é levar o evangelizado a sentir a necessidade de Deus do que lhe falar do pecado, que ele se conheça pecador, reconheça-se necessitado.
3° Encontro pessoal com Jesus
Muito mais que falar de Jesus, mais que explicar como foi e em que consistiu a morte de Jesus, mais que comprovar que Jesus ressuscitou, mais do que oferecer provas de que Jesus está vivo, mais do que explicar teologicamente nossa salvação por Jesus e em Jesus, o evangelizador deve levar o evangelizado a ter um encontro pessoal com Jesus. Assim aconteceu com Tomé. Os Apóstolos falaram que Jesus esteve com eles, que havia ressuscitado, mas Tomé não acreditou. E tudo que eles disseram não convenceu a Tomé de que Jesus esteve com eles, mas quando Tomé encontrou-se com Jesus e pode tocá-Lo, apalpá-Lo, quando ele experimentou, ele se convenceu!
4° Ato explícito de fé!
Levar o evangelizado a dar um passo de fé, um ato de que crê em Jesus, um ato que o leve a depender, de buscar, de confiar somente em Deus. Levá-lo a um momento de conversão, a um desejo profundo de mudança, a um desejo de trocar sua vida pela vida de Jesus.
5° Submeter-se ao Senhorio de Jesus, renunciando ao seu próprio senhorio, do mundo, e do demônio, que é o princípio e autor do mau!
"Eis que eu estou à porta e bato. Se alguém escuta minha voz e me abre eu entrarei e cearei com ele" (Ap 3, 20). A porta do nosso coração não tem fechadura por fora, o nosso coração abre-se por dentro. Uma das metas então, é levar o evangelizado a proclamar não somente com a boca, mas com o coração.
6° Pedir e receber o Espírito Santo (a promessa do Pai)!
Pedir uma unção do Espírito Santo no momento em que está evangelizando, lembrar que esse é o momento em que Deus sela com o Espírito Santo, manifestando seu amor, comprovando com a presença do Espírito Santo.
7° Integra-se à comunidade Cristã (no serviço da caridade, na intercessão, e na evangelização)!
Se ao evangelizá-lo não o levo à comunidade, todo o meu esforço, todo o meu trabalho foi inútil porque estou anunciando a vida nova e a vida nova tem que conseguir em plenitude; essa plenitude é a comunidade que pode ajudar a permanecer, a seguir amando a Jesus, a seguir deixando seduzir através de sua palavra, dos sacramentos, através de sua Igreja e através dos irmãos.
8° Transformação concreta de vida (testemunho de vida)!
É necessário que o evangelizado compreenda que a sua vida deve tomar outro rumo, deve ajustar-se a vida de Jesus. Ele deve ser estimulado, motivado a empreender um caminho de retorno. O conteúdo dos Apóstolos após receberem o Espírito Santo está em: Atos 2, 14-36; Atos 3; Atos 10; Atos 13. No querigma nós pregamos a pessoa de Jesus:
-Concreta
-Pessoal
-Que nós realmente conhecemos e experimentamos! Não uma teoria!
O efeito do querigma no evangelizado:
Lc 24, 13 - Os discípulos de Emaús caminharam muito tempo sem compreender as conseqüências do sacrifício de Jesus para suas vidas. Porém, quando Jesus se apresentou a eles, vivo, ressuscitado, seus corações arderam de felicidade, e eles desejaram estar com Jesus para sempre. E toda a sua vida e acontecimentos foram iluminados pela Ressurreição. Tudo tomou nova luz! E eles então não se contiveram tornaram-se anunciadores de Jesus! Pescadores de homens!
-Abrem-se os olhos!
-Arde-se o coração!
-Correm para anunciar Jesus aos outros! (ai de mim se não evangelizar!)
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