Os defensores da chamada “Missa Afro” dizem ser uma inculturação a fim de contemplar a cultura afro-brasileira, mas, e, nisso concordo com D. Estêvão Bettencourt, “o espetáculo daí resultante não atingiu a sua finalidade, que era elevar as mentes a Deus em atitude de oração; lembrou muito mais os festejos folclóricos do nosso povo, associados a Carnaval e a cultos não cristãos”.A inculturação tem como finalidade transmitir as verdades do evangelho, apresentando-as de forma que os destinatários as possam compreender e viver, aproveitando as expressões culturais de povos não-europeus, que guardam, assim, sua identidade.Não é tarefa das mais fáceis, podendo facilmente descambar para o abuso, como se pode verificar dos vídeos espalhados aos montes por ai afora nos You Tubes da vida. Inculturar é assumir, dentre os elementos da cultura (linguagem, gastos, símbolos…) de cada povo, aqueles que possam ser veículos fiéis e dignos da fé católica, não deteriorada nem adulterada. Quaisquer que sejam os gestos e sinais aplicados à Liturgia, deverão sempre contribuir para que se levem as mentes a Deus numa atitude de oração e adoração. Caso este objetivo não seja atingido, mas, ao contrário, se provoque dispersão e perplexidade entre os fiéis, os símbolos não podem ser considerados autênticos.*
Não! O Concílio Vaticano II não chancela
a (desculpem o termo, mas é o que cabe na minha indignação) "palhaçada" que são as Missas Afro!
Para preparar una inculturación de los ritos, las Conferencias episcopales deberán contar con personas expertas tanto en la tradición litúrgica del rito romano como en el conocimiento de los valores culturales locales.Hay que hacer estudios previos de carácter histórico, antropológico, exegético y teológico.Además, hay que confrontarlos con la experiencia pastoral del clero local, especialmente el autóctono .El criterio de los «sabios» del país cuya sabiduría se ha iluminado con la luz del Evangelio, se rá también muy valioso. Asimismo la inculturación tendrá que satisfacer las exigencias de la cultura tradicional aun teniendo en cuenta las poblaciones de cultura urbana e industrial.Las adaptaciones del rito romano, también en el campo de la inculturación, dependen únicamente de la autoridad de la Iglesia.Autoridad que reside en la Sede apostólica, la ejerce por me dio de la Congregación para el culto divino y la disciplina de los sacramentos (Somente a Santa Sé, pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos pode autorizar a inculturação) (78); y, en los límites fijados por el derecho, en las Conferencias episcopales (79) y el obispo diocesano (80).«Nadie, aunque sea sacerdote, añada, quite o cambie cosa alguna por iniciativa propia en la liturgia»** (81).La inculturación, por tanto, no queda a la iniciativa personal de los celebrantes, o a la iniciativa colectiva de la asamblea (82) (Ou seja, não é assim, à la vonté !).
As Missas Afro que se vêem aos montes por aí não cumprem nenhum
dos requisitos para a inculturação, não podendo ser consideradas como tal!
A Liturgia é o exercício continuado do sacerdócio de Jesus Cristo, que, com a sua Santa Igreja, adora, agradece, suplica e desagrava Deus Pai. Ora a Igreja é a hierarquia e o povo santo de Deus; em conseqüên¬cia, o povo católico toma parte nesse culto sagrado que a Igreja unida a Cristo presta ao Pai.E toma parte segundo os seus moldes próprios de expressão: língua, gestos, símbolos... aptos a significar o louvor a Deus e as preces do coração humano. Cada povo tem o direito de se exprimir diante de Deus segundo os seus canais típicos de manifestação ou, numa palavra, conforme a sua cultura¹.É por isto que na S. Igreja existem, desde épocas antigas, diversos ritos litúrgicos e, em particular, diversos ritos de celebração da Eucaris¬tia: além do romano, há os ritos orientais (o bizantino, o melquita, o maronita...) e os ritos ocidentais menos propagados (o ambrosiano, o visigótico, o lionês...).Acontece, porém, que, ao expandir-se para a Áfri¬ca, a Ásia e a América, os missionários levaram o rito latino romano, com seus símbolos e gestos..., assaz diversos do linguajar dos povos não europeus. Em conseqüência, o Cristianismo tomou, por vezes, a feição de uma religião de europeus para europeus ou ocidentais..., religião muito estranha aos povos da África, da Ásia e da América indígena. Para que um filho de qualquer desses povos se fizesse cristão, deveria deixar de se sentir africano, asiático, indígena? Haveria dilema entre as culturas não européias e a mensagem cristã, de modo que quem optasse por uma deveria renunciar a outra? Um africano que se faça cristão, deverá desintegrar-se de sua nação?- Está claro que não.O Cristianismo é essencialmente católico, universal, destinado a todos os povos; ele deve levar o ser humano à sua plena realização, adotando tudo o que haja de válido e sadio no expressionismo humano para louvar e suplicar a Deus.Eis por que nos últimos decênios a Igreja tem apregoado a inculturação da S. Liturgia.Donde se vê que inculturar é assumir, dentre os elementos da cultura (linguagem, gastos, símbolos...) de cada povo, aqueles que possam ser veículos fiéis e dignos da fé católica, não deteriorada nem adulterada.Pode acontecer que em certas regiões determinados símbolos sejam muito significativos de reverência e louvor, mas que em outras partes do mundo nada signifiquem ou até exprimam o contrário; basta lembrar o uso do chapéu por parte dos homens (o ocidental tira o chapéu em sinal de respeito, ao passo que o judeu o coloca sobre a cabeça para significar a mesma coisa).A inculturação assim concebida é tarefa muito delicada e difícil.Deve levar rigorosamente em conta a sensibilidade, a psicologia, os costumes dos povos mais diversos, a fim de não suscitar, por parte de quem a considera, interpretações indesejáveis ou falsas.Deve evitar todas as expressões populares já consagradas pelo folclore carnavalesco ou quase carnavalesco, como também todos os símbolos característicos de cultos não católicos.Eis o que a propósito dizia o Concílio do Vaticano II em 1963:“A Igreja não deseja impor na Liturgia uma forma rígida e única para aquelas coisas que não dizem respeito à fé ou ao bem de toda a comuni¬dade. Antes, cultiva e desenvolve os valores e os dotes de espírito das várias nações e povos.O que quer que nos costumes dos povos não esteja ligado indissoluvelmente a superstições e erros, Ela o examina com benevolência e, se pode, o conserva intato. Até, por vezes, admite-o na própria Liturgia, contanto que esteja de acordo com as normas do verdadeiro e autêntico espírito litúrgico” (Constituição Sacrosanctum Concilium n0 38). “Salva a unidade substancial do rito romano, dê-se lugar a legítimas variações e adaptações para os diversos grupos, regiões e povos, principalmente nos territórios de missão, também quando forem reformados os livros litúrgicos" (ibid. n0 38).“A competente autoridade eclesiástica.. considere acurada e prudentemente o que, das tradições e da índole de cada povo, se pode oportunamente admitir no culto divino. As adaptações que pareçam úteis ou necessárias sejam propostas á Sé Apostólica, para serem introduzidas com o seu consentimento” (ibid. nº 40, 1).Em 1975 o Santo Padre Pauto VI assim se exprimia, falando da pregação do Evangelho em geral:“0 Evangelho e, conseqüentemente, a evangelização não se identificam por certo com a cultura, e são independentes em relação a todas as culturas.E, no entanto, o Reino que o Evangelho anuncia, é vivido por homens profundamente ligados a uma determinada cultura, e a edificação do Reino não pode deixar de servir-se de elementos da cultura e das culturas humanas. O Evangelho e a evangelização independentes em relação ás culturas não são necessariamente incompatíveis com elas, mas suscetíveis de as impregnar a todas sem se escravizar a nenhuma delas” (Exortação Apostólica Evangelium Nuntiandi nº 20).O Papa João Paulo II tem presidido a celebrações que utilizam a simbologia de povos não europeus, todavia dentro dos parâmetros da reverência indispensável à Sagrada Liturgia. Quaisquer que sejam os gestos e sinais aplicados à Liturgia, deverão sempre contribuir para que se levem as mentes a Deus numa atitude de oração e adoração. Caso este objetivo não seja atingido, mas, ao contrário, se provoque dispersão e perplexidade entre os fiéis, os símbolos não podem ser considerados autênticos.É à luz de tais ponderações que se devem avaliar as tentativas de adotar elementos culturais novos para enriquecer sadiamente o ritual católico.
A devoção a “Escrava Anastácia” está baseada numa lenda, pois cultua uma personagem que "nunca existiu".2.1. COMO SURGIU A LENDA? Em 1971 houve uma solenidade, com toda razão, cara aos homens de cor: a trasladação para o mausoléu, na Catedral de Petrópolis, dos restos mortais da Princesa Isabel e de seu marido o Conde d’Eu. Antes de seguirem em 29/7/1971 para lá, ficaram, para uma vigília cívica, na igreja do Rosário. Para acentuar o merecimento da Princesa na questão da Abolição da Escravidão, organizou o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico do então Estado da Guanabara uma exposição iconográfica no museu desta igreja e, a pedido do diretor deste, Sr. Yolando Guerra (+ 30/11/83), ficou após o encerramento da exposição uma ampliação fotográfica, feita pelo Serviço do Patrimônio, da ilustração dum livro francês que apresentava, como diz o título do desenho, “châtiment des esclaves (Brésil)" - "Castigo dos escravos no Brasil”. O "poster" está ainda no Mu¬seu. O resto é totalmente inventado do Sr. Yolando Guerra. Condoído pela apresentação dos castigos e influenciado pelo interesse despertado entre os visitantes, começou a escrever sobre o assunto (ele já tinha escrito anteriormente artigos sobre a igreja do Rosário, a escravidão, a Princesa Isabel, a Umbanda) e avançou pouco a pouco: começou achando que se tratava de uma mulher escrava (se bem que inicialmente comentasse "que nada se sabia dela”); achou que "poderia ter sido" - e apresentou uma biografia completa com o nome Anastácia, princesa banto-Angola, ligada a Abaeté-Bahia e Rio. Até acrescentou uma “prece” de sua autoria, nesta "Oferta de Yolando Guerra". Tudo isso consta de documentos impressos ou mimeografados pelo Sr. Yolando Guerra.2.2. E A ORIGEM DO “POSTER”?Em 1817 visitou o Rio de Janeiro um escritor e desenhista francês, Jacques Étienne Victor Arago.Como outros dessa época, participou de uma expedição científica, encarregado da documentação iconográfica. Desenhou (pois não existia máquina fotográfica) e seus trabalhos foram, por técnicos especializados, transformados em litografias, algumas coloridas, outras em preto e bran¬co.Observou, com espírito crítico e bastante negativo, a sociedade brasileiro-portuguesa da época, ficando particularmente penalizado e escandalizado com o sofrimento dos escravos. No livro Viagem ao redor do mundo. Memória de um cego, conta muitos detalhes e a certa altura descreve dois dos castigos observados: "Olhe aquele homem que pas¬sa por lá, com um anel de ferro, ao qual é adaptada uma haste do mesmo metal, fortemente presa à nuca: é um escravo que tentou fugir"; "Eis um outro cujo rosto é totalmente coberto por uma máscara de flandres, na qual foram abertos dois furos para os olhos; o miserável comeu terra e capim para se suicidar... "Para mostrar isso, juntou os dois castigos numa só ilustração, aliás não com toda precisão. Pois a haste da "gargantilha" costumava ser mais alta, para cumprir a finalidade: dificultar a fuga pelo mato, embaraçando-se nos galhos.E, se bem que existisse também uma máscara em forma de bridão, era mais usada a máscara total. Temos gravuras de muitos outros visitantes do Brasil nessa época. Portanto:
1º - o sr. Arago reúne numa só figura o castigo que tinha observado em dois homens;
Em vista dos resultados atrás publicados, entende-se que a Cúria Arquidiocesana do Rio de Janeiro tenha publicado a seguinte nota:
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