por *Francisco José Barros de Araújo
O Credo Apostólico é uma das mais antigas e veneradas fórmulas da fé cristã. Recitado desde os primeiros séculos, ele expressa de forma sintética aquilo que é essencial ao cristianismo, servindo como base comum para catecúmenos, teólogos, missionários e fiéis ao longo da história. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC 144–1065), o Credo é, ao mesmo tempo, transmissão e profissão: transmite a fé recebida dos apóstolos e constitui o ato pelo qual cada cristão assume pessoalmente essa herança. Mais do que um conjunto de doutrinas, o Credo expressa a narrativa da salvação: o amor do Pai, a missão do Filho e a ação vivificadora do Espírito Santo na Igreja e no mundo. Sua estrutura trinitária revela a lógica profunda da fé cristã — crer não em ideias abstratas, mas no Deus vivo que age na história. Neste artigo, de forma simples, apresentamos os artigos do Credo à luz do magistério (CIC), da tradição e da teologia católica, buscando oferecer um panorama claro, seguro e acessível.
A fé da Igreja e a transmissão da Revelação:CIC 144–184
Antes de expor os artigos do Credo, o
Catecismo apresenta a natureza da fé como resposta do homem a Deus. Crer é
aderir pessoalmente à Verdade revelada e inserir-se na comunidade que a
transmite — a Igreja. A fé é um dom sobrenatural, uma virtude teologal, e exige
obediência, confiança e conversão contínua. O Credo, portanto, é expressão
comunitária dessa adesão:
os 12 ARTIGOS DO CREDO APOSTÓLICO (144-1065)
Artigo 1 — “Creio em Deus Pai
todo-poderoso, Criador do céu e da terra”
A fé começa com Deus Pai, fonte "incriada" da divindade (Aquele que É). O magistério ensina que Ele cria livremente do nada por amor, sustenta todas as coisas, e conduz a história com sua providência, a qual conforme a doutrina de São Tomás de Aquino (1225 – 1274), doutror da Igreja, Deus age como Causa Primeira sem eliminar a ação livre das causas segundas. Essa doutrina teológica, aparece especialmente na Suma Teológica I, q. 22, I, q. 103 e é afirmada explicitamente em I, q. 105, a. 5. - Para São Tomás de Aquino, a Providência Divina atua no mundo por meio de um princípio fundamental: "Deus é a Causa Primeira de todas as coisas, enquanto as criaturas são causas segundas que realmente atuam dentro da criação". Em termos simples, Deus não faz tudo no lugar das criaturas; Ele as cria com capacidades próprias e lhes dá participação real no seu plano. Como Causa Primeira, Deus sustenta, orienta e governa tudo, garantindo que a criação caminhe para o seu fim. Já as criaturas — sejam pessoas, processos naturais ou acontecimentos históricos — operam como causas segundas, exercendo suas ações de modo verdadeiro e eficaz. Assim, quando algo acontece no mundo, pode-se dizer que Deus age sem anular a liberdade humana ou o funcionamento natural das coisas. Ele age através das causas segundas, dando-lhes o ser, a ordem e a capacidade de agir, enquanto elas produzem efeitos concretos no tempo e no espaço (conforme João 11, 49-53).Dessa forma, a providência divina e a atuação das criaturas não se opõem, mas cooperam: Deus governa tudo sem eliminar a autonomia e liberdade das criaturas, e estas realizam livremente aquilo que Deus, como Causa Primeira, sustenta e dirige. A teologia afirma sua transcendência e sua proximidade paternal, fundamento da confiança cristã. A tradição conserva a visão bíblica de um Deus único, Onipotente, Onisciente, Onipresente, e pessoal.
Artigo 2 — “E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor” (CIC 422–455)
Jesus é o centro do Credo. O Catecismo apresenta sua identidade divina e filiação única. “Senhor” (Yahweh"), que conforme Filipenses 2, 9-11 é o nome que está acima de todos os nomes, e expressa sua soberania e sua divindade. O magistério ressalta que a fé cristã é essencialmente Cristológica: tudo converge para Cristo, Palavra eterna encarnada (conforme João 1,14).
Artigo 3 — “Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria” (CIC 456–570)
A Encarnação revela o amor de Deus que assume nossa humanidade. A concepção virginal, obra do Espírito Santo, afirma a iniciativa divina; Maria, “cheia de graça”, coopera livremente (conforme Gálatas 4,4 - nascido de mulher). A tradição destaca sua maternidade divina e perpétua virgindade como sinais da nova criação inaugurada em Cristo. Maria é verdadeiramente a Teotokos, mãe do Deus encarnado.
Artigo 4 — “Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado” (CIC 571–630)
A morte de Cristo é evento histórico e salvífico. Quando o Credo afirma: “Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”, ele insere Jesus no tempo e na história, identificando um fato real ocorrido sob uma autoridade conhecida da época (Pilatos). Isso mostra que a fé cristã não se baseia em mitos ou narrativas simbólicas, mas em um evento histórico concreto, cuja centralidade — a paixão, morte e ressurreição de Cristo — fundamenta a salvação anunciada pela Igreja. O magistério ensina que Ele assumiu voluntariamente a Paixão (conforme João 10,18) para redimir a humanidade. A teologia vê na cruz a plena revelação do amor. A menção a Pilatos insere a salvação na história real, não em mitos.
Artigo 5 — “Desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia” (CIC 631–658)
A descida aos mortos (os justos) manifesta que Cristo alcança com sua Misericórdia Salvifica e redentora todos os tempos e lugares (passado, presente e futuro). A Ressurreição é o núcleo da fé — vitória sobre a morte e confirmação de sua divindade. A tradição vê nela o início da nova vida e fundamento da esperança cristã, e a Salvação Universal (pois, na mansão dos justos não estavam somente os Judeus, nem apenas a descendência de Abraão, mas almas de justos anterior a esse pai da fé judaica (conforme Tiago 2,21-26; 1 Pedro 3,19-20 e a iconografia da Igreja primitiva - imagem acima). Segundo a Bíblia, as figuras proeminentes consideradas justas antes do dilúvio, além de Noé, são Abel, Enoque e, em algumas passagens, Jó:
-Abel (anterior a Noé): É chamado de justo na Epístola aos Hebreus (Hebreus 11:4) e no Evangelho de Mateus (Mateus 23:35).
-Enoque (anterior a Noé): A Bíblia relata que Enoque "andou com Deus" e foi levado por Ele sem experimentar a morte (Gênesis 5:24), um sinal de sua retidão e fé.
-Jó (incircunciso): Embora o Livro de Jó não especifique exatamente a época em que ele viveu, ele é frequentemente considerado uma figura patriarcal antiga e é explicitamente agrupado com Noé e Daniel como um homem justo pelo profeta Ezequiel (Ezequiel 14, 14, 20), mesmo incircunciso.
Além desses, a Bíblia lista a genealogia de Adão até Noé em Gênesis, capítulo 5, que inclui outros patriarcas como: Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Matusalém e Lameque. Embora não sejam explicitamente chamados de "justos" em todas as traduções, viviam em uma época em que a maldade humana era grande e eles mantinham a linhagem da adoração a Deus. Quando Jesus desceu à mansão dos mortos, não poderia ter anunciado a salvação apenas aos justos circuncidados, pois a circuncisão só aparece com Abraão em Gênesis 17. Antes de Noé e Abraão já havia muitos justos — como Abel, Melquisedeque e Jó — que buscavam a Deus sem esse sinal da circuncisão. Por isso, a descida de Cristo alcança todos os justos de todas as épocas, e não apenas os circuncisos, manifestando a universalidade da redenção em Jesus. A dedução aqui é teologicamente lógica: se o evento salvífico de Cristo alcança passado, presente e futuro, e se não se limita a Judeus, Cristãos ou às religiões Monoteístas, mas a todos os que praticam a justiça (cf. Atos 10,35), então é razoável concluir que Jesus oferece essa mesma pregação salvífica também àqueles que, sem culpa, nunca receberam o anúncio do Evangelho, ou que, tendo-o recebido, acabaram se afastando por causa do contra-testemunho dos cristãos e sem pleno conhecimento da fé. Assim, a descida de Cristo manifesta a universalidade de sua redenção, destinada a todos os justos de todas as épocas e circunstâncias.
Artigo 6 — “Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso” (CIC 659–667)
Esse artigo revela um aspecto central da fé cristã que muitas vezes passa despercebido na catequese: a missão de Jesus não se encerra com a Ressurreição, mas alcança sua plenitude na Ascensão e na glorificação junto ao Pai. A Ressurreição inaugura a vitória sobre a morte, mas é na Ascensão que Cristo leva essa vitória à sua consumação, elevando a nossa humanidade para dentro da própria vida de Deus. Ao afirmar que Cristo “subiu aos céus”, o Credo não descreve um movimento meramente espacial, mas a entrada definitiva de Jesus na glória do Pai, como Senhor da história e Rei do universo. Ele não abandona a humanidade; ao contrário, leva consigo a nossa natureza humana plenamente redimida. Estar “sentado à direita do Pai” significa que Jesus participa do mesmo poder e autoridade divinos, exercendo sua soberania com misericórdia e justiça. E aqui está o ponto muitas vezes esquecido: Cristo ascendido continua agindo em nosso favor. Segundo o Catecismo, Ele está diante do Pai como mediador e intercessor por excelência, apresentando continuamente sua oferta redentora em benefício da humanidade.
Como nos recorda Hebreus 4,15–16: "Pois não temos um sumo sacerdote incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, foi provado em tudo, à exceção do pecado. Aproximemo-nos, então, com plena confiança do trono da graça" - E ainda, como afirma 1 João 2,1-3: "Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo."
Essas passagens reforçam que a Ascensão não marca o fim da missão de Cristo, mas a continuidade de sua ação salvadora: Ele intercede, defende e acompanha a humanidade de modo pessoal e eficaz. Sua presença gloriosa no céu garante que a graça divina esteja sempre disponível, que possamos nos aproximar de Deus com confiança e que nossos pecados encontrem perdão por meio de seu interceder. Assim, o Artigo 6 nos lembra que Cristo vive para sempre diante do Pai, não apenas como Senhor glorificado, mas como Santo Mediador, cujo amor e intercessão alcançam cada um de nós. A Ascensão é a confirmação de que nossa humanidade, redimida em Cristo, já tem um lugar na glória de Deus, e que Ele, do alto, continua conduzindo a história da salvação até a sua plena consumação. A Ascensão introduz a humanidade de Cristo na glória divina. “Sentado à direita” simboliza sua participação no poder e juízo de Deus. A Igreja celebra Cristo como Rei e intercessor-mediador por excelência, permanente.
Artigo 7 — “Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos” (CIC 668–682)
Cristo é o Juiz Universal, e seu julgamento final será expressão perfeita de justiça e misericórdia, avaliando cada ação humana sem deixar de oferecer arrependimento e graça. A Tradição Cristã enfatiza a vigilância espiritual e a responsabilidade moral diante do fim último, lembrando que ninguém sabe o dia ou a hora de sua vinda e que podemos partir antes dela. Permanecer de pé exige fidelidade diária: oração, sacramentos, perdão e amor ao próximo. O Juízo Universal, portanto, não deve gerar medo paralisante, mas despertar consciência e compromisso, vivendo cada escolha com integridade, prontos para o encontro com Cristo, que julga com justiça perfeita e misericórdia infinita.
Artigo 8 — “Creio no Espírito Santo” (CIC 683–747)
O Espírito Santo é o amor eterno que procede do Pai e do Filho, e que une as Pessoas divinas em perfeita comunhão. Ele não é apenas um poder ou uma força abstrata, mas Pessoa da Santíssima Trindade, que age de modo pessoal e eficaz na história da salvação e na vida de cada cristão. A missão do Espírito é ampla e profunda: Ele santifica, guia a Igreja, inspira as Escrituras, concede dons espirituais e forma Cristo no coração dos fiéis, transformando nossa vida interior e capacitando-nos a viver conforme a vontade de Deus. A teologia cristã reconhece o Espírito Santo como protagonista da missão, atuando de maneira especial neste tempo da história, que é chamado o “tempo do Espírito”. Nesse período, a ação de Deus se manifesta de forma complementar às obras já realizadas pelo Pai e pelo Filho: Deus Criou, Jesus salvou, e o Espírito Santo santifica na verdade, conduzindo os fiéis à plena comunhão com Deus e moldando-os à imagem de Cristo. Como nos ensina João 16,13, o Espírito Santo “guia à verdade toda”, esclarecendo a mente, iluminando o coração e fortalecendo a liberdade humana para que sejamos testemunhas vivas da fé. Ele age na Igreja, nos sacramentos e na vida cotidiana, tornando presente a graça de Deus de modo contínuo e pessoal. Assim, viver neste tempo do Espírito significa abrir-se à sua ação transformadora, permitindo que a santidade de Cristo se manifeste em nós e que a Igreja cumpra fielmente sua missão no mundo.
Artigo 9 — “Na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos” (CIC 748–975)
A Igreja é sacramento universal da
salvação, Corpo de Cristo e Templo do Espírito. “Católica” expressa sua
universalidade. A comunhão dos santos une os fiéis da terra, do céu e do
purgatório — uma realidade de caridade e intercessão.
Artigo 10 — “Na remissão dos pecados” (CIC 976–987)
O perdão dos pecados é obra de Cristo
comunicada à Igreja. O magistério ensina que os sacramentos, sobretudo o
Batismo e a Reconciliação, são meios ordinários dessa graça. A tradição
sublinha a misericórdia sempre disponível de Deus.Para receber o perdão basta o arrependimento e confissão (conforme
Artigo 11 — “Na ressurreição da carne” (CIC 988–1019)
A fé cristã não se limita à imortalidade da alma, mas proclama também a ressurreição do corpo, revelando a intenção de Deus de restaurar plenamente toda a humanidade. Segundo a teologia, nossa redenção não atinge apenas o espírito, mas envolve a totalidade do ser humano, corpo e alma, reunidos em sua plenitude na vida eterna. A tradição da Igreja ensina que Cristo ressuscitado é a garantia dessa promessa: Ele já venceu a morte e inaugura a esperança de que todos os fiéis compartilharão dessa vitória.
Esse artigo do Credo é ao mesmo tempo belo, paradoxal e temível. Belo, porque assegura que a vida humana, tal como a conhecemos, será elevada e transformada; paradoxal, porque a humanidade ressuscitada será reunida à alma para sempre, seja na glória ou na condenação; temível, porque anuncia que, no Juízo Final, todos experimentarão de forma plena o destino de suas escolhas. Como Jesus advertiu, haverá “choro e ranger de dentes” (Mateus 13,42) para os que rejeitaram a graça, e uma alegria perfeita e incorruptível para os que perseveraram na fé e no amor.
Portanto, a ressurreição do corpo é a afirmação de que Deus não deseja apenas salvar o espírito, mas redimir toda a nossa humanidade, conferindo sentido eterno à vida física, moral e espiritual. O Juízo Final será a expressão suprema dessa justiça e misericórdia divinas: todos os atos, pensamentos e intenções serão levados em conta, e a glória ou a dor experimentar-se-ão em corpo e alma, tornando concreto e pleno o chamado à santidade e à fidelidade durante a vida terrena.
Artigo 12 — “Na vida eterna. Amém” (CIC 1020–1065)
A vida eterna é a comunhão plena e definitiva com Deus, a realização máxima da vocação humana e o destino último de todo aquele que segue Cristo. O Magistério da Igreja ensina que essa vida se desdobra em realidades concretas e permanentes: o Céu, onde se goza da visão beatífica de Deus; o Purgatório, lugar de purificação e preparação para a glória; e o Inferno, estado de separação definitiva de Deus por rejeição consciente de sua graça. Essas verdades não são abstrações, mas realidades últimas que orientam a vida moral e espiritual dos fiéis, dando sentido às escolhas diárias e à vigilância sobre nossos atos. O “Amém” que segue a profissão de fé e as orações litúrgicas expressa a adesão total à verdade proclamada. É o momento em que a Igreja inteira, reunida em oração, se entrega à palavra de Deus e confirma com convicção aquilo que professou.
Doravante, nas missas, quando o padre disser: “Pois Teu é o poder e a glória para sempre”, faça como os primeiros cristãos, que nesse momento bradavam três vezes esse Amém tão alto (em homenagem a Trindade), que tremia as catacumbas onde celabravam o santo sacrificio, e aos que o ouviam de longe.
Assim, cada Amém na missa não é apenas um costume ritual, mas um ato de confissão viva e coletiva, unindo os fiéis do presente à tradição dos primeiros cristãos, reforçando a certeza da vida eterna e a entrega total à vontade de Deus. Ele nos lembra que a fé não é abstrata: é experiência viva, comunidade e compromisso que ressoa com toda a Igreja ao longo dos séculos.
Conclusão
O Credo Apostólico não é apenas uma
fórmula antiga, mas um resumo vivo e permanente da fé cristã.
Cada artigo revela um aspecto essencial do agir de Deus na história e no
coração humano. Ao professá-lo, o cristão se une à Igreja apostólica e participa
da mesma fé transmitida de geração em geração. Segundo o Catecismo, esta
profissão é ao mesmo tempo fundamento da unidade, expressão da verdade e começo
da vida eterna.
Além disso, é importante recordar que antes de ser profissão, o Credo é transmissão. Ele resume aquilo que a Igreja recebeu dos apóstolos e preservou fielmente por meio da Sagrada Tradição e do Magistério. Ninguém nasce espontaneamente conhecendo essa verdade da fé; ela nos é dada, ensinada, explicada, testemunhada.
Com muita razão, Tertuliano, no século II, afirmava: “ninguém nasce cristão, mas torna-se cristão” (Apol. XVIII, 4).
Assim como
ninguém nasce sabendo que 2
+ 2 = 4, mas aprende e, uma vez compreendido, nada é capaz de
arrancar essa verdade da inteligência e do coração, também o cristão é
introduzido, pouco a pouco, nas verdades divinas. Primeiro, recebemos o Credo:
ouvimos, aprendemos, meditamos e assimilamos. Depois, movidos pela graça e pela
liberdade, professamos aquilo que a Igreja sempre creu.
Crer, portanto, é um processo
que passa pela transmissão
fiel, pela aceitação pessoal e pela profissão convicta. Ao
rezar o Credo, o cristão não apenas repete palavras antigas, mas renova sua
identidade e reafirma a verdade que sustenta toda a vida espiritual. O Credo é,
ao mesmo tempo, memória viva da fé recebida e declaração atual da fé
professada.
A transmissão da fé,
porém, não ocorre apenas por meio de fórmulas, mas principalmente através do testemunho pessoal e do exemplo de vida.
Ela se dá nas narrativas que ouvimos, no amor que vivemos, nas atitudes
concretas do cotidiano. Envolve a família, a catequese, a oração e o
conhecimento das Escrituras. É uma herança espiritual que conecta as novas
gerações com a mensagem cristã e revela a importância da fé tanto para o
indivíduo quanto para a sociedade. Assim, o Credo, antes de ser professado com
os lábios, é recebido com o coração — e é justamente essa transmissão viva que
sustenta a Igreja ao longo dos séculos.
*Francisco José
Barros de Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme
diploma Nº 31.636 do Processo Nº 003/17 - Perfil curricular no
sistema Lattes do CNPq Nº 1912382878452130.
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-LONERGAN, B. Método em teologia. São Paulo:
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-MARTÍNEZ, R. Creio: comentários ao Credo
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-RATZINGER, J. Introdução ao Cristianismo. São Paulo: Loyola, 2005.
-SPICQ, C. Teologia Bíblica do Novo
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-VÉRSAL, P. O Espírito Santo: sua missão e
seus dons. Aparecida: Santuário, 2014.
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A Paz em
Cristo e o Amor de Maria, a mãe do meu Senhor (Lucas 1,43)





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