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Castidade e Pureza: 2 Virtudes em Maria Santíssima que iluminam a vida do cristão

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 3 de outubro de 2025 | 18:07

 



por *Francisco José Barros de Araújo 


Na vida cristã, as virtudes são dons que, com a graça de Deus, moldam nossa alma e nos configuram a Cristo. A graça é sempre dada em sua plenitude pelo Senhor, mas as virtudes precisam ser exercitadas até que se tornem hábitos estáveis que orientam toda a vida para Deus (CIC, 1997). Nesse caminho, Maria Santíssima aparece como o espelho perfeito da castidade e da pureza: n’Ela, vemos a alma totalmente entregue a Deus, sem mistura, sem corrupção, guardada na luz do Altíssimo.É importante ressaltar que pureza e castidade não se confundem com ingenuidade. Maria era toda pura e casta, mas não ingênua; quando o anjo anunciou que ela seria Mãe do Salvador, questionou:



“Como, se não conheço homem algum?” (Bíblia de Jerusalém, Lc 1,34)




Essa resposta revela seu discernimento e liberdade interior, mostrando que a castidade e a pureza caminham junto da razão e do juízo correto, iluminados pela graça (João Paulo II, 1981). Aquilo que na Mãe de Deus resplandece em plenitude deve também brilhar, em medida própria, na vida de todo cristão. Por isso, o Magistério da Igreja, iluminado pela Sagrada Escritura e pela Tradição, ensina que a castidade e a pureza, embora distintas, se complementam e formam no discípulo de Cristo um coração indiviso para Deus (CIC, 1997).No Magistério da Igreja, a virgem Maria é apresentada como “cheia de graça” (Lc 1,28), o que significa que ela recebeu a graça santificante em plenitude desde o primeiro instante de sua concepção — é o que chamamos de Imaculada Conceição.



Isso tem algumas implicações importantes sobre as virtudes em Maria



1. Graça e virtudes em plenitude - O Catecismo da Igreja Católica afirma:



“Maria foi preservada do pecado original e, cheia da graça de Deus, cooperou com o Espírito Santo em tudo o que Ele lhe pedisse” (CIC, 491-493).


Ou seja, Maria não precisou conquistar a graça como nós; ela já nasceu em estado de santidade. Todas as virtudes — castidade, pureza, obediência, humildade — estavam presentes nela em sua forma mais perfeita, não de forma adquirida, mas como dom de Deus.



2. Apesar de não precisar “conquistar” a virtude como nós, Maria exerceu conscientemente suas virtudes:



-Sua castidade não era apenas física, mas total entrega do corpo e da alma a Deus.


Sua pureza não se manifestava apenas na integridade moral, mas sobretudo no discernimento, na prudência e na total fidelidade à vontade divina. Maria reconhecia humildemente seu nada diante de Deus, como expressa no Magnificat: 



"Minha alma engrandece ao Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador; porque olhou para o nada de sua serva" (Lc 1,46-48). 



Assim, a santidade de Maria no seu perfeito discernimento, se revela na consciência de sua completa dependência de Deus e na entrega generosa à sua vontade, obtendo todo mérito unicamente pela graça divina.O Magistério sublinha que Maria exerceu suas virtudes de forma ativa, mesmo possuindo-as em plenitude, mostrando que santidade é graça recebida e cooperação consciente com Deus (CIC, 967).



3. Diferença das virtude entre nós e Maria



-Nós: precisamos exercitar virtudes para que se tornem hábito, sempre contando com a graça de Deus.


-Maria: possuía todas as virtudes em plenitude, não as adquiriu, mas as viveu e as manifestou conscientemente ao longo de sua vida.


Portanto, Maria é modelo da santidade, mostrando que a graça não anula a liberdade; mesmo cheia de virtudes, ela escolheu cooperar com Deus e agir em virtude de sua vontade divina.

 


VIRTUDE DA CASTIDADE E SAGRADO MAGISTÉRIO



A castidade é a virtude que integra a sexualidade de forma ordenada e harmoniosa, controlando as paixões e desejos segundo a razão iluminada pela fé. O Catecismo da Igreja Católica ensina:



“A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual” (CIC, 2337).




São Paulo reforça a necessidade de exercitar o autodomínio:



“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de modo a obedecerdes às suas paixões” (Bíblia de Jerusalém, Rm 6,12).




SOBRE A VIRTUDE DA PUREZA



A pureza, por sua vez, tem um alcance mais amplo. É a virtude que preserva a integridade da alma e da fé, impedindo contaminações internas e externas. Jesus advertiu:


“Guardai-vos do fermento dos fariseus” (Bíblia de Jerusalém, Mt 16,6)




São Paulo acrescenta:



“Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa?” (Bíblia de Jerusalém, 1Cor 5,6).




O Catecismo explica:



“A pureza do coração nos dará a visão de Deus. Desde agora ela nos permite ver segundo Deus todas as coisas; aceitar o próximo como ‘um próximo’; ver o corpo humano – o nosso e o do próximo – como templo do Espírito Santo, manifestação da beleza divina” (CIC, 2519).

 

 

“A pureza exige o pudor. Este preserva a intimidade da pessoa. Ordena os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e da união entre elas” (CIC, 2521).

 


A Escritura também distingue a pureza da Castidade:



-Jó 15,15: “Eis que Deus não confia nem em seus santos, e até os céus não são puros aos seus olhos” (Bíblia de Jerusalém).



-Levítico 19,31: “Não vos voltareis para os que consultam os espíritos dos mortos nem para os que adivinham o futuro, porquanto eles vos contaminariam. Eu Sou Yahweh, vosso Deus.” (Bíblia de Jerusalém)



-Romanos 12,2: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito.” (Bíblia de Jerusalém)




Na visão de Isaías, os anjos cobrem o rosto diante da glória divina:


“Cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam” (Bíblia de Jerusalém, Is 6,2).






E o Apocalipse reafirma a exigência da pureza para a vida eterna:



“Nela nunca entrará algo de impuro, nem alguém que pratique abominação e mentira, mas somente aqueles que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Bíblia de Jerusalém, Ap 21,27).



Maria Santíssima encarna essas virtudes em plenitude. Sua castidade não é mera virgindade física, mas entrega total do corpo e da alma ao serviço de Deus. Sua pureza é a transparência da graça, que não se deixa contaminar por nenhum fermento de pecado ou erro. Ao mesmo tempo, Maria não era ingênua: ao questionar o anjo sobre como conceberia sem conhecer homem algum, demonstra discernimento e liberdade interior (Gruenberg, 2005; Krajewski, 2012). Ela nos ensina que a pureza e castidade caminham com inteligência e juízo santo, não com simples inocência.



Conclusão



À luz da Bíblia, da Tradição e do Magistério, vemos que castidade e pureza se complementam: a castidade controla as paixões, enquanto a pureza preserva a alma e a fé. A pureza ilumina e protege a castidade, tornando o cristão capaz de viver em santidade sem ingenuidade ou inocência ingênua.Maria Santíssima é o modelo perfeito dessas virtudes. Ela é “cheia de graça” (Lc 1,28), puríssima e castíssima, capaz de discernir com sabedoria divina. Contemplá-la e imitá-la nos permite receber a graça necessária para permanecer puros e castos em meio ao mundo. Por isso, recordamos a promessa de Jesus:



“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Bíblia de Jerusalém, Mt 5,8).




Referências Bibliográficas




1.BÍBLIA DE JERUSALÉM. Tradução de padre José Rubens Costa. São Paulo: Paulus, 2010.


2.CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Libreria Editrice Vaticana; Brasília: CNBB, 1997.


3.JOÃO PAULO II. Catequeses sobre o Amor Humano: Teologia do Corpo. 1981. Disponível em: https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt.html. Acesso em: 3 out. 2025.


4.GRUENBERG, S. A Virtude da Castidade: uma perspectiva teológica. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 2005.


5.KRAJEWSKI, A. Pureza do Coração e Vida Cristã: reflexões sobre a castidade e pureza à luz do Magistério. São Paulo: Paulinas, 2012.


6.PECCO, L. Maria, cheia de graça: virtudes e cooperação com a vontade divina. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 2008.



*Francisco José Barros de Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17 - Perfil curricular no sistema Lattes do CNPq Nº 1912382878452130.

 






 

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