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Uma teologia sobre a “Benção Cristã” - seu real significado e objetivo: aprovação, ou exorcismo?

Written By Beraká - o blog da família on segunda-feira, 1 de janeiro de 2024 | 10:16

 


 



Por *Francisco José Barros Araújo 



O conceito e intenção da bênção, partindo da dimensão velho testamentária, permeia a vida cotidiana dos cristãos — desde os testemunhos que contam da provisão de Deus, passando pelos cânticos de louvor, até o nosso desejo pelo bem-estar das pessoas. De fato, o termo foi tão integrado à linguagem cristã que raramente é considerado com ponderação e seu verdadeiro significado. Ao ler as Escrituras, podemos ter a impressão de que a bênção em determinados contextos podem parecer como aprovação, oração, súplica, exorcismo, bendição, proteção, etc. -  mas uma abordagem bíblico-teológica mais completa revela que a bênção de Deus no Judaísmo e Cristianismo é conceitualmente e objetivamente diferente de outras religiões, principalmente com as de matizes africanas, que podem confundir o leigo e Cristão não muito esclarecido na sã doutrina. Neste Post, sem pretender encerrar o assunto, pelo contrário, reconhecemos nossas limitações, mas passando pelas Escrituras Sagradas e Magistério da Igreja, os leitores terão uma compreensão mais profunda do real significado e intenções das bênçãos no contexto Judaico-Cristão. A palavra “bênção” possui uma ampla aplicação, seu significado correto deve ser determinado de acordo com o contexto em que ela aparece.






abordagem da bênção na Bíblia










No Antigo Testamento a palavra bênção geralmente traduz o hebraico berakhak, que pode significar algo como “bênção”, “fonte de bem/bênção”, “prosperidade”, “louvor de Deus”, “presente” e “acordo de paz”. Essa palavra aparece em muitas passagens bíblicas se referindo à concessão de bem (Dt 11,26; Prov 10,22; Isa 19,24) e muitas vezes contrastando com a maldição (Gn 27,12; Dt 11,26-28; 23,5; 28,2; 33,23). Esse termo também é utilizado para se referir a uma fórmula de palavras que invoca coisas boas, e que constitui propriamente uma “bênção” (Gn 27,36; 38,41; Dt 33,1). No Novo Testamento a palavra bênção é usada para traduzir o grego eulogia, que pode significar “louvor”, “gratidão”, “invocação de bênção”, “consagração”, “benefício”, “discurso elegante” e outros. Esse termo é utilizado no Novo Testamento tanto para se referir à invocação de bênçãos (Tg 3,10), como ao bem material no sentido de generosidade (2 Cor 9,5) e o bem espiritual transmitido pelo Evangelho (Efes.1,3).






O ato de abençoar na Bíblia










Na Bíblia encontramos o ato de abençoar presente em diferentes aspectos. O principal deles é o de Deus abençoando o homem, de modo que essa bênção sempre é eficiente (Gn 1,28; 12,2; 22,17; Êxo.20,24; Dt 1,11; Sam 6,11; Efe 1,3; etc). O ato de o homem louvar a Deus, expressando sua gratidão em relação a Ele e reconhecendo seus atributos divinos glorificando-o pela sua grandeza, também pode ser entendido como algo equivalente a uma bênção (Sl 63,4; 103,1-2; etc). Também é notória a bênção do alimento, isto é, o ato de dar graças a Deus pelo alimento. Esse era um costume típico na cultura judaica. O próprio Senhor Jesus quando alimentou as multidões tomou o pão e deu graças a Deus o Pai (Luc 11,24), bem como quando Ele institui a Ceia do Senhor enquanto celebrava a Páscoa e deu graças ao partir o pão (Luc 22,19), ou ainda quando abençoou o pão no momento em que os olhos dos dois discípulos que iam pelo caminho de Emaús foram abertos (Luc 24,30) - Em 1 Coríntios 10,16, o apóstolo Paulo escreveu: “Porventura o cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo?”. Essa frase não deve ser entendida como uma simples indicação de que a Igreja agradece pelo “cálice de bênção”, mas deve ser entendido com todo seu sentido teológico, isto é, o de agradecer a Deus o Pai pela obra redentora de Cristo em nosso favor. Temos também o exemplo de alguns homens impetrando uma bênção, como quando o rei e sacerdote Melquisedeque abençoou o patriarca Abraão (Gn 14,19-20), Isaque quando abençoou Jacó (Gn 27,26-40), depois Jacó quando abençoou seus descendentes (Gn 49,1-7), e Moisés quando abençoou o povo de Israel (Deut 33,1-29). Uma aplicação do ato de abençoar que certamente merece destaque é quando os sacerdotes abençoavam o povo no Antigo Testamento com a bênção sacerdotal (Nm 6,24-26), e da mesma forma os apóstolos também assim fizeram no Novo Testamento (2Co 13,13). Aqui também devemos fazer uma consideração de que tanto na bênção sacerdotal como na bênção apostólica, é preciso entender que esse ato não é o mesmo que uma oração própria ou um simples desejo de alguém em relação as bênção de Deus. Antes, é o próprio ato de um ministro pronunciando a bênção sobre outras pessoas em nome de Deus (Num 6,26). Dessa forma, ao invés de um mero desejo sobre coisas boas, tais bênçãos significam promessas reais, eficazes e garantidas a todos aqueles que a recebem com fé e as predisposições genuínas e necessárias para a eficácia da benção.

 

 



 

A BENÇÃO NO MAGISTÉRIO DA IGREJA:

 

 









1078 - Abençoar é uma ação divina que dá a vida e da qual o Pai é a fonte. Sua bênção é ao mesmo tempo palavra e dom (benedictio, eulogia, pronuncie "euloguia"). Aplicado ao homem, esse termo significar a adoração e a entrega a seu criador, na ação de graças.









2626- A bênção exprime o movimento de fundo da oração; é o encontro de Deus e do homem; nela o dom de Deus e a acolhida do homem se chamam e se unem. A oração de bênção é a resposta do homem aos dons de Deus: uma vez que Deus abençoa, o coração do homem pode bendizer Aquele que é a fonte de toda bênção.



2645 - Porque Deus o abençoa é que o coração do homem pode bendizer por sua vez Aquele que é a fonte de toda bênção.

 








1082 Na liturgia da Igreja, a bênção divina é plenamente revelada e comunicada: o Pai é reconhecido e adorado como a fonte e o fim de todas as bênçãos da criação e da salvação; em seu Verbo, encarnado, morto e ressuscitado por nós, ele nos cumula com suas bênçãos, e por meio dele derrama em nossos corações o dom que contém todos os dons: o Espírito Santo.




1671 - Entre os sacramentais, figuram em primeiro lugar as bênção (de pessoas, da mesa, de objetos e lugares). Toda bênção é louvor Deus e pedido para obter seus dons. Em Cristo, os cristãos abençoados por Deus, o Pai "de toda a sorte de bênçãos espirituais" (Ef 1,3). E por isso que a Igreja dá a bênção invocando o nome de Jesus e fazendo habitualmente o sinal sagrado da cruz de Cristo.




1672 - Certas bênçãos têm um alcance duradouro: têm por efeito consagrar pessoas a Deus e reservar para o uso litúrgico objetos e lugares. Entre as destinadas a pessoas não confundi-las com a ordenação sacramental - figuram a bênção do abade ou da abadessa de um mosteiro, a consagração das virgens e das viúvas, o rito da profissão religiosa e as bênçãos para certos ministérios da Igreja (leitores, acólitos, catequistas etc.). Como exemplos daquelas que se referem a objetos podemos citar a dedicação ou a bênção de uma igreja ou altar, a bênção dos santos óleos, de vasos e vestes sacras, de sinos etc.




1080 - Desde o começo, Deus abençoa os seres vivos, especialmente o homem e a mulher. A aliança com Noé e com todos os seres animados renova esta bênção de fecundidade, apesar do pecado do homem, por causa do qual a terra é "amaldiçoada". Mas é a partir de Abraão que a bênção divina penetra a história dos homens, que caminhava para a morte, para fazê-la retomar à vida, à sua fonte: pela fé do "pai dos crentes" que acolhe a bênção, inaugura-se a história da salvação.




2627 - Duas formas fundamentais exprimem esse movimento da bênção: ora ela sobe, levada no Espírito Santo por Cristo ao Pai (nós o bendizemos por nos ter abençoado); ora ela implora a graça do Espírito Santo, que, por Cristo, desce de junto do Pai (é Ele que nos abençoa).




2644 - O Espírito Santo, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, educa-a também para a vida de oração, suscitando expressões que se renovam dentro de formas permanentes: benção, súplica, intercessão, ação de graças e louvor.




2373 - A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais.




1009 - A morte é transformada por Cristo. Jesus, o Filho de Deus sofreu também Ele a morte, própria da condição humana. Todavia, apesar de seu pavor diante dela, assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção.




2589 - Os Salmos são marcados por características constantes: a simplicidade e a espontaneidade da oração, o desejo do próprio Deus através de e com tudo o que é bom em sua criação, a situação desconfortável do crente que, em seu amor preferencial ao Senhor, está exposto a uma multidão de inimigos e tentações e, na expectativa do que fará o Deus fiel, a certeza de seu amor e a entrega à sua vontade. A oração dos Salmos é sempre motivada pelo louvor, e por isso o título desta coletânea convém perfeitamente ao que ela nos oferece: "Os Louvores". Feita para o culto da Assembléia, ela anuncia o convite à oração e canta-lhe a resposta: "Hallelu-Ya"! (Aleluia), "Louvai o Senhor"! Haverá algo melhor do que um Salmo? É por isso que Davi diz muito acertadamente: "Louvai o Senhor, pois o Salmo é uma coisa boa: a nosso Deus, louvor suave e belo!" E é verdade. Pois o Salmo é bênção pronunciada pelo povo, louvor de f pela assembléia, aplauso de todos, palavra dita pelo universo voz da Igreja, melodiosa profissão de fé.




2767 - A Igreja recebeu e viveu desde as origens este dom indissociável das palavras do Senhor e do Espírito Santo, que a elas dá vida no coração dos crentes. As primeiras comunidades rezam a Oração do Senhor "três vezes ao dia", em lugar das "Dezoito bênçãos" em uso na piedade judaica.









2781 - Quando rezamos ao Pai, estamos em comunhão com Ele e com seu Filho, Jesus Cristo. E então que o conhecemos e o reconhecemos num maravilhamento sempre novo. A primeira palavra da Oração do Senhor é uma bênção de adoração, antes de ser uma súplica. Pois a Glória de Deus é que nós o reconheçamos como "Pai", Deus verdadeiro. Rendemo-lhe graças por nos ter revelado seu Nome, por nos ter concedido crer nele e por sermos habitados por sua Presença.




2803 - Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo, amá-Lo e bendi-lo, o Espírito filial faz subir de nossos corações sete pedidos, sete bênçãos. Os três primeiros, mais teologais, nos atraem para a Glória do Pai; os quatro últimos, como caminhos para Ele, oferecem nossa miséria à sua Graça. "Um abismo grita a outro abismo" (Sl 42,8).

 

 

 

 

A Humanidade que tanto desejava a bênção, a paz, a Vida, agora recebe todos esses dons nesse Menino, em Jesus



Por Vatican News











Bênção é um voto de desejo de que a força de Deus venha sobre as pessoas que a recebem, para que saibam enfrentar os desafios que terão no ano que se inicia. E como é pronunciada sobre a pessoa, em nome de Deus, é certo que isso acontecerá pela força da vontade do próprio Deus. A fé em Deus, de saber-se amado por Ele, é importantíssima nesse momento. Portanto, Jesus é a própria força de Deus, é a resposta ao nosso desejo de sermos amados pelo Pai, que – de fato – nos amou por primeiro. Por outro lado, como a bênção não é magia, mas desejo do coração de Deus e do Homem, ela supõe compromisso da parte deste. É necessário que o Homem desejoso da bênção da paz, mude seu coração, deixe de lado a inveja, a cobiça, a maledicência. A paz só virá para um coração desprendido e ele será, onde estiver, artífice da paz. Deus é nosso Pai e isso nos compromete a vivermos como filhos. O Evangelho nos diz que a salvação e a paz são frutos da humildade, da simplicidade de vida. É importante que se diga que apesar de a bênção ter sido dita sobre nós em nome de Deus, no dia a dia nem tudo ocorrerá como desejamos. Quem espera que a bênção de Deus seja um ato mágico, supersticioso que nos livra de contrariedades, transforma Deus em um xamã, esquecendo-se de que Ele é Pai.










O autêntico cristão, aquele que crê que tudo colabora para o bem dos que são amados por Deus, sabe que o nosso Deus todo Poderoso, é o Senhor da História, que nada acontece sem seu conhecimento e que tudo está sob seu controle! Seria muito estranho, muito humano se Deus protegesse apenas aqueles que buscam seu socorro. Deus é Pai de todos, faz chover sobre os bons e os maus (confr. Mateus 5,45). A diferença está em que os humildes, aqueles que se reconhecem criaturas, sabem que tudo está nas mãos de Deus e n’Ele confiam. O modo de enfrentar uma situação difícil distingue quem tem fé e esperança e quem em nada crê.

 



Fonte - https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2022-12/reflexao-santa-maria-mae-de-deus.html

 




A diferença entre a benção Cristã, o Passe Espírita, e o Passe Umbandista?

 



Por Alexandre Cumino


 



 

A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a idéia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a indiana ou em tradições indígenas e xamãnicas. Estudiosos do passado e do presente se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”, desde Hermes Trimegistro, Fo-Hi, Asclépio, Pitágoras, Hipócrates, Paracelso, Van Helmont, Mesmer, Du Potet e outros.Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a descrição dos “Fluidos” e sua manipulação: "Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens..." Conforme a doutrina espírira,pode-se dizer que nesses fluidos, há ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros. Pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes.





No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que foram se desenvolvendo com o tempo. Aqui no Brasil devemos, principalmente, a Bezerra de Menezes e Edgard Armond, o método já consagrado e largamente utilizado em boa parte dos “Centros Espíritas”.




A padronização dos passes e outras práticas doutrinárias, foram providências adotadas na Federação Espírita dos Estado de São Paulo para efetivar a unidade das práticas espíritas, assunto de alta relevância, levado ao Congresso de Unificação realizado em 1947 nesta Capital. Estas são as palavras que “prefaciam” o título Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura de autoria de Edgard Armond, 1950. Podemos dizer que o conteúdo deste livro norteou e norteia até hoje o método e técnicas utilizadas no Espiritismo Brasileiro, em que o “Passe Magnético” subdivide-se por categorias como P1, P2, P3, P4. Além do Passe de Limpeza e da Auto Cura. A realização destes passes é feita por qualquer pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações, no entanto é necessário certa sensibilidade ou dom mediúnico. A maioria dos métodos é explicada por uma corrente de energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre “operador passista” e consulente (assistido). Dentro do processo são definidos alguns conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva, esquerda = negativa) e os centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual.








 

O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um “Passe Espiritual”, aplicado por um espírito. Assim como Edgard Armond classificou diferentes métodos de aplicação do Passe Magnético para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na Umbanda aplicam métodos variados de acordo com a necessidade de cada consulente, dentro dos variados recursos que cada espírito guia entidade/mentor, possui. Sem esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como conseqüência de sua postura mental. Pois muitos merecem, mas não estão abertos emocionalmente ou psicologicamente para receber o que a espiritualidade lhe oferece, por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras desfocadas de um objetivo espiritual. O “Passe Umbandista”, para além de “Passe Espiritual”, pode ser definido como a aplicação de um conjunto de técnicas mágico-religiosas, além de explorar todos os recursos possíveis de imposição de mãos, utiliza elementos e técnicas variadas e até inusitadas. “Porém, enquanto nos centros espíritas usa-se o passe magnético, nos centros de Umbanda também se recorre aos passes energéticos, quando são usados diversos materiais (fumo, água, ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam os acúmulos negativos alojados nesses campos eletro-magnéticos. Nem sempre o que parece folclore ou exibicionismo realmente o é. Se os mentores dos médiuns de Umbanda exigem determinados colares de pedras, eles sabem para que servem e dominam seu magnetismo, assim como as energias minerais cristalinas irradiadas pelas pedras. Ervas e fumo, quando potencializadas com energias etéreas pelos mentores, também se tornam poderosos limpadores de campos eletromagnéticos.” (Rubens Saraceni). A finalidade é de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a técnica que lhe aprouver, desde que dentro dos limites de ética, bom senso e respeito. Embora haja um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. 










Muitas entidades, em especial os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e simbologia, considerada “Magia Popular”. 




Também é possível identificar métodos complexos de Magia Riscada (Magia de Pemba), abrindo espaços mágicos (Pontos Riscados) que muitas vezes lembram Mandalas do Hinduismo ou mesmo Fórmulas Cabalisticas da Real Arte Simbólica e Mística Hebraica entre outras práticas de Ocultismo e Hermetismo. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas, água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos, ponteiros e a citada pemba (giz utilizado para traçar símbolos), dentro de um ambiente de terreiro, mágico-religioso por natureza. Nos métodos se observam rezas, orações, preces, evocações, invocações, determinações e fórmulas mágico-religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros. Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de consciência desejado. Durante o “Passe Umbandista” observamos a entidade espiritual fazer a imposição de mãos, segurar velas direcionadas aos chakras ou traçando movimentos no ar, colocam colares (guias) no pescoço do consulente ou o colocam dentro da mesma em circulo no chão. Atiram ponteiros em pontos riscados, fazem gestos rituais e movimentos com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em especial, o estalar de dedos, bem característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que existem na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chakras ou vórtices de energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando. Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos variados de acordo com o que esteja associado, por meio do pensamento ou movimentos. Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de descarregar as energias absorvidas pelas palmas das mãos. Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos. Os movimentos longitudinais, transversais e circulares também foram descritos na obra de Edgard Armond, em que: Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais os dispersam e os circulares e as imposições de mãos os concentram, o mesmo sucedendo com o sopro quente. Este último merecendo ainda um estudo à parte. No entanto pode-se associar procedimentos mais ou menos magísticos com os mesmos, ou seja, a relação entre estalos e números com o poder de realização que cada um deles possui, aplicando-se seqüências de estalos que podem variar, por exemplo, de 2x3,3x3,4x3 ou ainda estalos que desenham formas geométricas no ar. Lembrando que a aplicação de símbolos associados a idéias e intenções, com suas respectivas invocações é a mais explicita “magia simbólica”, encontrada nas mais variadas culturas. Assim seqüências de estalos “desenham” no ar, cruzes, estrelas e círculos; firmando ou estabelecendo pontos e espaços vibratórios, aos quais podem ter função nesta realidade ou abrir portais para outras realidades.








Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, no entanto não pretendemos em um único artigo esgotar o amplo assunto. Fica aqui um comentário final sobre a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma simples por guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreendermos o que eles realizam, com a consciência de que, eles sim, estudaram muito para realizar este trabalho espiritual. Estudamos não por um movimento do Ego ou para substituir a presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e materiais. Estudamos para ver o quanto somos ainda “neófitos” (aprendizes) nesta senda, em que Caboclo (a), Preto Velho (a), Baiano (a), Boiadeiro (a), Marinheiro (a), Cigano (a), Exu e Pomba Gira são os mestres.

 

 



BIBLIOGRAFIA:


 


-Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006.

 


-Edgard Armond. Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura. São Paulo: Ed. Aliança, 1997. 

       

 




Fonte:https://www.espiritualidades.com.br/Artigos/C_autores/CUMINO_Alexandre_tit_Passe_espirita_e_o_passe_umbandista-O.htm













*Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17






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Anônimo
2 de janeiro de 2024 às 10:45

Muito obrigada! Excelentes esclarecimentos!

Em um país onde predomina o sincretismo religioso e a superstição, tem muita gente confundindo a benção Cristã com bênçãos espíritas e de terreiros umbandistas.

Regina Clélia - São Paulo

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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