Para os
israelenses, o reconhecimento de Israel como um Estado/país é mais que
legítimo: eles acreditam que foram garantidos por Deus tal direito e, além
disso, a sua existência é uma forma de retribuição pelos séculos de expulsões e
extermínios sofridos. Alegam ainda que a permanência do exército israelense em
partes da Palestina é para autodefesa e prevenção de possíveis ataques, tanto
dos palestinos quanto de outros países árabes vizinhos. Na visão dos
palestinos, eles foram expulsos de suas terras por israelenses de um território
que deveria ser de seu povo. Eles enxergam ainda os israelenses como um povo
invasor que usa a força para se manter nos territórios invadidos e que impede
os palestinos de viver com dignidade em um lugar que seria do povo árabe por direito há algumas "décadas". O fato é que não há unanimidade sobre quais os
primeiros povos a ocupar o local, tampouco é possível dizer de fato, de quem
seria tal direito. O plano de paz de 2020 Apresentado pelos EUA juntamente ao
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o Acordo do Século para o
Oriente Médio teve como finalidade resolver os embates históricos entre Israel
e a Palestina. Entre os pontos da proposta está o reconhecimento de Israel como
Estado judeu e Jerusalém como sua “capital indivisível”, o que satisfaz desejos
históricos israelitas. Além disso, o acordo permite a Israel a anexação de
todas as colônias na Cisjordânia e todo Vale do Jordão, tendo com isso,
soberania sobre os colonatos lá construídos – disposições estas, contrárias às
resoluções da ONU, que exigiam a retirada de Israel dos territórios ocupados
após 1967 e o retorno dos refugiados. Em relação à Palestina, foram ofertados
caminhos para formação de seu Estado que parecem pouco prováveis devido a falta
de diálogo. Primeiro, o território palestino mais que dobraria de tamanho e o
Estado também possuiria uma capital própria em "Jerusalém Oriental" ( parte leste/muçulmana, da cidade de Jerusalém) — onde os EUA abriram uma embaixada. No entanto, não
foi explicado exatamente como essa aparente contradição em relação a Jerusalém
seria resolvida no plano. Em segundo lugar, a proposta para criação do Estado
palestino esbarra em empecilhos: o território dos palestinos fica aberto a negociações
e seria congelada a construção de novos assentamentos por quatro anos. Durante
este período, a proposta de paz poderia ser analisada pelas autoridades e
negociada com Israel para atingir os critérios necessários para se fazer um
Estado — considerando obrigatoriamente o abandono do terrorismo, e acordos de segurança para Israel. Foi proposto também, um investimento
comercial de US$ 50 bilhões a Palestina, possibilitando prosperidade no local e
a formação de aproximadamente 1 milhão de empregos nos próximos dez anos.
Metade desse valor seria inicialmente para Gaza, Cisjordânia e países vizinhos
como Jordânia e Egito. Mas a oferta não convenceu as autoridades palestinas já
que os líderes palestinos não participaram das negociações sobre o plano. O Hezbollah
(organização política e fundamentalista paramilitar islâmica sediada no
Líbano), apoiado pelo Irã, discordou do plano de Trump, por destruir os direitos dos
palestinos e acusou países árabes de serem cúmplices do acordo, e um
crime histórico. Já a Arábia Saudita, Egito, Catar e Emirados Árabes Unidos,
apoiam o plano apresentado por Trump e o consideraram como um importante ponto
de partida para o retorno às negociações entre palestinos e israelenses! No curso de 50 anos, foram realizadas várias iniciativas
internacionais para tentar solucionar o conflito entre Israel e palestinos. Os
efeitos desejados nunca foram plenamente alcançados. Diante as inúmera
tentativas, restam os esforços da comunidade internacional e o desejo de uma
futura paz duradoura no território.
Veja
histórico de acordos de paz para o Oriente Médio
Em mais de 40 anos desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, houve diversos planos e negociações de paz no Oriente Médio. Alguns foram considerados bem-sucedidos, como os firmados entre Israel e Egito e entre Israel e Jordânia, mas a disputa central entre israelenses e palestinos ainda não foi resolvida. O analista da BBC Paul Reynolds explica as principais propostas de paz e o que aconteceu com elas.
1º)-Resolução
242 do Conselho de Segurança da ONU, 1967
A resolução encarna o princípio que tem guiado a maioria dos planos subsequentes: a troca de terra por paz. Ela pedia “a saída das Forças Armadas israelenses dos territórios ocupados no conflito daquele ano, como Jerusalém Oriental, a península do Sinai, Cisjordânia e as colinas de Golã, e o “respeito pela soberania, integridade territorial e independência política de cada Estado na região e seu direito de viver em paz”. Mas a resolução é famosa por sua imprecisão ao pedir a retirada israelense de “territórios”. Israel argumentou que isso não significava necessariamente a retirada de todos os locais ocupados. Houve diversos planos de paz após 1967, mas nada de significativo aconteceu até depois da guerra de 1973, que abriu espaço para uma nova iniciativa pela paz, como mostra a visita a Jerusalém do então presidente egípcio, Anwar Sadat, em novembro de 1977. O presidente dos EUA na época, Jimmy Carter (1977-81), capitalizou em cima desse espírito e convidou Sadat e o então premiê israelense, Menachem Begin, para conversas em Camp David. O primeiro acordo expandia a resolução 242, pedia negociações multilaterais para resolver o “problema palestino”, falava em um tratado entre Israel e Egito e instava a assinatura de outros tratados entre Israel e seus vizinhos. Mas a fraqueza deste primeiro acordo foi que os palestinos não participaram das negociações.
2º)-O segundo acordo tratava
da paz entre Israel e Egito, o que ocorreu em 1979, com a saída de Israel da
península do Sinai, ocupada desde 1967.
Isso resultou no primeiro reconhecimento do Estado de Israel por parte de um país árabe. São talvez as mais bem-sucedidas conversas do processo de paz. O acordo durou, apesar de tensões posteriores entre Israel e Egito e de Sadat ter sido assassinado.
3º)-Conferência
de Madri, 1991
Resultou em um tratado de paz entre Israel e Jordânia em 1994, mas as conversas israelenses com o Líbano e a Síria avançaram pouco desde então, complicadas por disputas de fronteira e pela guerra de 2006 entre Israel e militantes libaneses do Hezbollah. As negociações de Oslo tentaram contemplar o que faltara em todas as conversas prévias, como um acordo direto entre israelenses e palestinos, representados pela OLP (Organização pela Libertação da Palestina). Sua importância é que resultou no reconhecimento mútuo entre Israel e a OLP. O acordo estipulava que tropas israelenses deixariam a Cisjordânia e Gaza, que um governo interino palestino seria montado para um período de transição de cinco anos, abrindo caminho para a formação de um Estado palestino. O grupo Hamas e outros palestinos não aceitaram os termos de Oslo e iniciaram ataques suicidas contra Israel, que por sua vez enfrentou a oposição de colonos israelenses e outros setores da sociedade. O acordo foi assinado em 1993, na Casa Branca, onde, sob a mediação do presidente americano Bill Clinton, Yasser Arafat, líder da OLP, e Yitzhak Rabin, premiê israelense, apertaram as mãos. Mas seus termos foram apenas parcialmente implementados.
4º)- Camp
David, 2000
O objetivo de Clinton era tratar de temas como fronteiras, Jerusalém e refugiados, que haviam sido deixados de lado em Oslo. Mas não houve acordo entre Arafat e o então premiê de Israel, Ehud Barak. O problema foi que o máximo oferecido por Israel era menos do que o mínimo que os palestinos estavam prontos para aceitar. Israel ofereceu a faixa de Gaza, uma grande parte da Cisjordânia e terras do deserto de Negev, mas mantendo grandes assentamentos em Jerusalém Oriental. Os palestinos queriam começar com a reversão das fronteiras determinadas pela guerra de 1967 e pediam o reconhecimento do “direito de retornar” dos refugiados palestinos. O fracasso de Camp David foi seguido pelo segundo levante palestino conhecida como Intifada.
5º)- Taba,
2001
Houve mais flexibilidade quanto à questão territorial, mas um comunicado posterior dizia ter sido “impossível chegar a um entendimento em todas as questões”. Com a eleição de Ariel Sharon em Israel, em 2001, o acordo foi abandonado.
6º)-Iniciativa
de Paz Árabe, 2002
Após o fracasso dos diálogos bilaterais e da volta dos conflitos, o plano saudita retomou uma abordagem multilateral e sinalizou o interesse árabe em pôr fim às disputas ente israelenses e palestinos. Segundo o plano, as fronteiras voltariam à configuração de 1967, um Estado palestino seria estabelecido em Gaza e Cisjordânia e haveria uma “solução justa” ao problema dos refugiados. Em troca, os países árabes reconheceriam Israel. Sua força é o apoio árabe à solução de dois Estados. Sua fraqueza é que instou as partes a negociar os mesmos temas em que elas haviam falhado até então.
7º)-Mapa da
Paz, 2003
O plano proposto pelo “Quarteto” (EUA, Rússia, União Europeia e ONU) que negocia a paz no Oriente Médio, não dá detalhes sobre um acordo final, mas sim diretrizes sobre como chegar a ele. A proposta foi precedida de um comunicado, em junho de 2002, de George W. Bush, que propunha fases para pôr a segurança antes de um acordo final:
- Fase
1: Declaração dos dois lados apoiando a solução de dois Estados. Palestinos
poriam fim à violência e agiriam contra os que estivessem “engajados no
terror”, criariam uma Constituição e fariam eleições; israelenses parariam de
construir assentamentos ou ampliar os já existentes e conteriam ações militares.
- Fase
2: Criação de um Estado palestino, em conferência internacional, com
“fronteiras provisórias”.
- Fase
3: Conversas finais.
O Mapa
da Paz não foi implementado, mas segue sendo um ponto de referência para as
negociações.
8º)-Acordo
de Genebra, 2003
Revisa os conceitos do Mapa da Paz em que a segurança e a confiança precederiam um acordo político. O maior compromisso de Genebra era que os palestinos desistissem de seu “direito de retorno” em troca de praticamente toda a Cisjordânia. Israel desistiria de grandes assentamentos, como Ariel, mas manteria outros perto da fronteira. Os palestinos teriam sua capital em Jerusalém Oriental, mas Israel manteria a soberania sobre o Muro das Lamentações, na Cidade Velha.
9º)-Annapolis
(EUA), 2007
O premiê israelense, Ehud Olmert e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas (legítimo representante politico da Palestina), participaram de negociações com o Quarteto e mais de uma dúzia de países árabes. Mas o Hamas, que ganhara as eleições parlamentares em Gaza em 2006 e dominara no ano seguinte a região, não estava representado e disse que não se comprometeria com nenhuma decisão tomada em Annapolis.
Após um comunicado conjunto, Olmert e Abbas tiveram reuniões regulares para acordar questões de fronteira, mas as negociações foram interrompidas pela contra ofensiva militar israelense em Gaza no final de 2008.
Fonte:https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/09/100902_entenda_acordos_orientemedio_rc.amp
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