O que perdoa e anula nossos pecados, fazendo com que Deus já nem se lembre deles, não é o sacramento da
Eucaristia, mas da confissão (cf. Isaías 43,25; Heb. 8,12) precedida do arrependimento e propósito de não mais
voltar a pecar. Em lugar algum da escritura e sagrada tradição bimilenar da
igreja, trata a eucaristia como prêmio ou remédio mágico para quem está em pecado
mortal.
O QUE DIZ O SAGRADO MAGISTÉRIO SOBRE O
TEMA DA COMUNHÃO?
2
Coríntios 6,14: "... Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que
comunhão pode ter a luz com as trevas?"
§84 "O patrimônio sagrado" da fé
("depositum fidei"), contido na Sagrada Tradição e na Sagrada
Escritura, foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja.
"Apegando-se firmemente ao mesmo, o povo santo todo, unido a seus Pastores,
persevera continuamente na doutrina dos apóstolos e na comunhão, na fração do
pão e nas orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da
fé transmitida se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os
fiéis."
§950 A comunhão dos sacramentos. "O
fruto de todos os sacramentos pertence a todos os fiéis. Com efeito, os
sacramentos, e sobretudo o Batismo, que é a porta pela Qual se entra na Igreja,
são igualmente vínculos sagrados que os unem a todos e os incorporam a Jesus
Cristo. A comunhão dos santos é a comunhão operada pelos sacramentos. O nome
comunhão pode ser aplicado a cada sacramento, pois todos eles nos unem a
Deus. Contudo, mais do que a qualquer outro, este nome convém à Eucaristia,
porque é principalmente ela que consuma esta comunhão."
Comunhão eclesial e "cismaS"
§2089 A incredulidade é a negligência da
verdade revelada ou a recusa voluntária de lhe dar o próprio assentimento.
"Chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de
qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida
pertinaz a respeito dessa verdade; apostasia, o repúdio total da fé cristã;
cisma, a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da
Igreja a ele sujeitos."
Comunhão do homem com as Pessoas divinas
§259 Obra ao mesmo tempo comum e pessoal,
toda a Economia divina dá a conhecer tanto a propriedade das pessoas divinas
como sua única natureza. Outrossim, toda a vida cristã é comunhão com cada uma
das pessoas divinas, sem de modo algum separá-las. Quem rende glória ao Pai o
faz pelo Filho no Espírito Santo; quem segue a Cristo, o faz porque o Pai atrai
e o Espírito o impulsiona.
§732 Nesse dia é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir desse dia, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que crêem nele; na humildade da carne e na fé, eles participam já da comunhão da Santíssima Trindade. Por sua vinda e ela não cessa, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos "últimos tempos", o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado: Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível, pois foi ela quem nos salvou.
§737 A missão de Cristo e do Espírito Santo
realiza-se na Igreja, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo. Esta missão
conjunta associa a partir de agora os fiéis de Cristo à sua comunhão com o Pai
no Espírito Santo: o Espírito prepara os homens, antecipa-se a eles por sua
graça, para atraí-los a Cristo. Manifesta-lhes o Senhor ressuscitado,
lembra-lhes sua palavra, abrindo-lhes o espírito à compreensão de sua Morte e
Ressurreição. Torna-lhes presente o mistério de Cristo, eminentemente na
Eucaristia, a fim de reconciliá-los, de colocá-los em comunhão com Deus, a fim
de fazê-los produzir "muito fruto".
§850 A origem e o escopo da missão.
O mandato missionário Senhor tem sua
fonte última no amor eterno da Santíssima Trindade: "A Igreja peregrina é,
por sua natureza, missionária. Pois ela se origina da missão do Filho e da
missão do Espírito Santo, segundo o desígnio de Deus Pai". E o fim último
da missão não é outro senão fazer os homens participarem da comunhão que existe entre o Pai e o Filho em seu Espírito de amor.
§1107 O poder transformador do Espírito
Santo na liturgia apressa a vinda do Reino e a consumação do mistério da
salvação. Na expectativa e na esperança ele nos faz realmente antecipar a
comunhão plena da Santíssima Trindade. Enviado pelo Pai que ouve a epiclese da
Igreja, o Espírito dá a vida aos que o acolhem e constitui para eles, desde já,
"o penhor" de sua herança .
SOBRE A Comunhão do homem com Cristo
§533 A vida oculta de Nazaré permite a todo homem estar unido a Jesus nos caminhos mais cotidianos da vida: Nazaré é a escola na qual se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Primeiramente, uma lição de silêncio. Que nasça em nós a estima do silêncio, esta admirável e indispensável condição do espírito. Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza austera e simples, seu caráter sagrado e inviolável. Uma lição de trabalho. Nazaré, ó casa do "Filho do Carpinteiro", é aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei severa e redentora do trabalho humano; assim como gostaríamos finalmente de saudar aqui todos os trabalhadores do mundo inteiro e mostrar-lhes seu grande modelo, seu Irmão divino.
§725 Finalmente, por Maria o Espírito Santo
começa a pôr em Comunhão com Cristo os homens, "objetos do amor
benevolente de Deus", e os humildes são sempre os primeiros a recebê-lo:
os pastores, os magos, Simeão e Ana, os esposos de Caná e os primeiros
discípulos.
§787 Desde o início, Jesus associou seus
discípulos à sua vida revelou-lhes o Mistério do Reino , deu-lhes participar de
sua missão, de sua alegria e de seus sofrimentos . Jesus fala de uma comunhão
ainda mais íntima entre Ele e os que o seguiriam: "Permanecei em mim, como
eu em vós... Eu sou a videira, e vós os ramos" (Jo 15,4-5). E anuncia uma
comunhão misteriosa e real entre o seu próprio corpo e o nosso: "Quem come
a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,56).
§790 Os crentes que respondem à Palavra de
Deus e se tornam membros do Corpo de Cristo ficam estreitamente unidos a
Cristo: "Neste corpo, a vida de Cristo se difunde por meio dos crentes que
os sacramentos, de forma misteriosa e real, unem a Cristo sofredor e
glorificado " Isto é particularmente verdade com relação ao Batismo, pelo
qual somos unidos à morte e à Ressurreição de Cristo, e com relação à
Eucaristia, pela qual, "participando realmente do Corpo de Cristo",
"somos elevados à comunhão com Ele e entre nós".
§1331 Comunhão, porque é por este
sacramento que nos unimos a Cristo, que nos toma participantes de seu Corpo e
de seu Sangue para formarmos um só corpo ; denomina-se ainda as "coisas
santas: ta hagia (pronuncia-se "ta háguia" e significa "coisas
santas "); sancta (coisas santas" este é o sentido primeiro da
"comunhão dos santos" de que fala o Símbolo dos Apóstolos: pão dos
anjos, pão do céu, remédio de imortalidade, viático.
Comunhão do homem com Deus
§27 O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar: O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com Ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador.
§45 O homem é feito para viver em comunhão com Deus, no qual encontra
sua felicidade: "Quando eu estiver
inteiramente em Vós, nunca mais haverá dor e provação; repleta de Vós por
inteiro, minha vida será verdadeira"
§54 "Criando pelo Verbo o universo e
conservando-o, Deus proporciona aos homens, nas coisas criadas, um permanente
testemunho de si e, além disso, no intuito de abrir o caminho de uma salvação
superior, manifestou-se a si mesmo, desde os primórdios, a nossos primeiros
pais." Convidou-os a uma comunhão íntima consigo mesmo, revestindo-os de
uma graça e de uma justiça resplandecentes.
§154 Crer só é possível pela graça e pelos
auxílios interiores do Espírito Santo Mas não é menos verdade que crer é um ato
autenticamente humano. Não contraria nem a liberdade nem a inteligência do
homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas. Já no campo das
relações humanas, não é contrário à nossa própria dignidade crer no que outras
pessoas nos dizem sobre si mesmas e sobre suas intenções e confiar nas
promessas delas (como, por exemplo, quando um homem e uma mulher se casam),
para entrar assim em comunhão recíproca. Por isso, é ainda menos contrário à
nossa dignidade "prestar, pela fé, à revelação de Deus plena adesão do
intelecto e da vontade" e entrar, assim, em comunhão íntima com Ele.
§613 A
morte de Cristo é ao mesmo tempo o sacrifício pascal, que realiza a redenção
definitiva dos homens pelo "cordeiro que tira o pecado do mundo
", e o sacrifício da Nova Aliança , que reconduz o
homem à comunhão com Deus , reconciliando-o com ele pelo "sangue derramado por
muitos para remissão dos pecados ".
§780 A Igreja é no mundo presente o
sacramento da salvação, o sinal e o instrumento da comunhão de Deus e dos
homens.
§1489 Voltar à comunhão com Deus depois de
a ter perdido pelo pecado é um movimento que nasce da graça do Deus
misericordioso e solícito pela salvação dos homens. E preciso pedir esse dom
precioso para si mesmo e também para os outros.
§1804 As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Propiciam, assim, facilidade, domínio e alegria para levar uma vida moralmente boa. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem.As virtudes morais são adquiridas humanamente. São os frutos e os germes de atos moralmente bons; dispõem todas as forças do ser humano para entrar em comunhão com o amor divino.
Comunhão do homem com os mistérios de Jesus
§519 Toda a riqueza de Cristo "é
destinada a cada homem e constitui o bem de cada um ". Cristo não viveu
sua vida para si mesmo, mas para nós, desde sua Encarnação "por nossos
homens, e por nossa salvação" até sua Morte "por nossos pecados"
(1Cor 15,3) e sua Ressurreição "para nossa justificação" (Rm 4,25).
Ainda agora, Ele é "nosso advogado junto do Pai" (1Jo 2,1),
"estando sempre vivo para interceder a nosso favor" (Hb 7,25). Com
tudo o que viveu e sofreu por nós vez por todas, Ele permanece presente para
sempre "diante face de Deus a nosso favor" (Hb 9,24).
§521 Tudo o que Cristo viveu foi para que pudéssemos vivê-lo nele e para que Ele o vivesse em nos. "Por sua Encarnação, o Filho de Deus, de certo modo, se uniu a todo homem." Nós somos chamados a ser uma só coisa com Ele; Ele nos faz partilhar (comungar), como membros de seu corpo, de tudo o que (Ele), por nós e como nosso modelo, viveu em sua carne. Devemos continuar e realizar em nós os estados e os mistérios de Jesus, e pedir-lhe muitas vezes que os complete e realize em nós e em toda a sua Igreja. Pois o Filho de Deus deseja conceder uma certa participação, e fazer como que uma extensão e continuação de seus mistérios em nós e em toda a sua Igreja, pelas graças que quer comunicar-nos, e pelos efeitos que quer operar em nós por esses mistérios. Por estes meios quer realizá-los em nós.
Comunhão dos bens espirituais
§949 Na comunidade primitiva de Jerusalém, os discípulos "mostravam-se assíduos ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações" (At 2,42). A comunhão na fé. A fé dos fiéis é a fé da Igreja, recebida dos Apóstolos, tesouro de Vida que se enriquece ao ser compartilhado.
Comunhão do Espírito Santo
§734 Pelo
fato de estarmos mortos, ou, pelo menos, feridos pelo pecado, o primeiro
efeito do dom do Amor é a remissão de nossos pecados. É a comunhão do Espírito
Santo (2Cor 13,13) que, na Igreja,
restitui aos batizados a semelhança divina perdida pelo pecado.
§1097 Na liturgia da nova aliança, toda
ação litúrgica, especialmente a celebração da Eucaristia e dos sacramentos, é
um encontro entre Cristo e a Igreja. A assembléia litúrgica tira sua unidade da
"comunhão do Espírito Santo", que congrega os filhos de Deus no único
corpo de Cristo. Ela ultrapassa as afinidades humanas, raciais, culturais e
sociais.
§1108 O fim da missão do Espírito Santo em
toda a ação litúrgica é colocar-se em comunhão com Cristo para formar seu
corpo. O Espírito Santo é como que a seiva da videira do Pai que produz seus
frutos nos ramos . Na liturgia realiza-se a cooperação mais íntima entre o
Espírito Santo e a Igreja. Ele, o Espírito de comunhão, permanece
indefectivelmente na Igreja, e é por isso que a Igreja é o grande sacramento da
Comunhão divina que congrega os filhos de Deus dispersos. O fruto do Espírito
na liturgia é inseparavelmente comunhão com a Santíssima Trindade e comunhão
fraterna entre os irmãos .
§1109 A epiclese é também a oração para o
efeito pleno da comunhão da assembléia com o mistério de Cristo. "A graça
de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito
Santo" (2Cor 13,13) devem permanecer sempre conosco e produzir frutos para
além da celebração eucarística. A Igreja pede, pois, ao Pai que envie o
Espírito Santo para que faça da vida dos fiéis uma oferenda viva a Deus por
meio da transformação espiritual à imagem de Cristo, (por meio) da preocupação
pela unidade da Igreja e da participação da sua missão pelo testemunho e pelo
serviço da caridade.
FINALIDADE DA Catequese: "A comunhão com Cristo"
§426 No centro da catequese encontramos
essencialmente uma Pessoa, a de Jesus de Nazaré, Filho único do Pai, que
sofreu e morreu por nós e agora, ressuscitado, vive conosco para sempre. Catequizar é desvendar na Pessoa de Cristo todo o desígnio eterno de Deus
que nela se realiza. E procurar compreender o significado dos gestos e das
palavras de Cristo e dos sinais realizados por Ele." A finalidade
definitiva da catequese é "levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode
conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da
Santíssima Trindade".
Comunhão da caridade
§953 A comunhão da caridade. Na
"comunhão dos santos" "ninguém de nós vive e ninguém morre para
si mesmo" (Rm 14,7). "Se um membro sofre, todos os membros
compartilham seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros
compartilham sua alegria. Ora, vós sois o Corpo de Cristo e sois seus membros,
cada um por sua parte" (1Cor 6-27). "A caridade não procura seu
próprio interesse" (1 Cor 13,5) O menor dos nossos atos praticado na
caridade irradia em benefício de todos, nesta solidariedade com todos os
homens, vivos ou mortos, que se funda na comunhão dos santos. Todo pecado
prejudica esta comunhão.
Comunhão eclesial e pecado
§1440 O pecado é antes de tudo uma ofensa a
Deus, uma ruptura da comunhão com ele. Ao mesmo tempo é um atentado à comunhão
com a Igreja. Por isso, a conversão traz simultaneamente o perdão de Deus e a
reconciliação com a Igreja, Q que é expresso e realizado liturgicamente pelo
sacramento da Penitência e da Reconciliação.
§1446 Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores de sua
Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do Batismo, cometeram pecado
grave e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. E a
eles que o sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de
converter-se e de recobrar a graça da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este sacramento como "a
segunda tábua (de salvação) depois do naufrágio que é a perda da graça.
§1448 Mediante as mudanças por que passaram
a disciplina e a celebração deste sacramento ao longo dos séculos, podemos
discernir sua própria estrutura fundamental que consta de dois elementos
igualmente essenciais: de um lado, os atos do homem que se converte sob a ação
do Espírito Santo, a saber, a contrição, a confissão e a satisfação; de outro
lado, a ação de Deus por intermédio da Igreja. A Igreja que, pelo Bispo e seus
presbíteros, concede, em nome de Jesus Cristo, o perdão dos pecados e fixa a
modalidade da satisfação, ora pelo pecador e faz penitência com ele. Assim o
pecador é curado e reintegrado na comunhão eclesial.
§1455 A confissão dos pecados (acusação),
mesmo do ponto de vista simplesmente humano, nos liberta e facilita nossa
reconciliação com os outros. Pela acusação, o homem encara de frente os pecados
dos quais se tornou culpado: assume a responsabilidade deles e, assim, abre-se
de novo a Deus e à comunhão da Igreja, a fim de tomar possível um futuro novo.
Comunhão na MESMA fé
2 João 1,
9-11: "Todo aquele que não permanece no ensino de Cristo, mas acredita
estar indo além dele, não tem Deus; porquanto, quem permanece na sã doutrina
tem o Pai e também o Filho. Se alguém chegar a vós, mas não trouxer essa
doutrina, não o recebais nas reuniões em vossas casas, tampouco o saudeis.
Porque aquele que lhe dá boas-vindas, torna-se cúmplice das suas obras
malignas".
§185 Quem diz creio diz "dou minha
adesão àquilo que não cremos". A comunhão na fé precisa de uma linguagem
comum da fé, normativa para todos e que una na mesma confissão de fé.
§188 A palavra grega "symbolon" significava a metade de um objeto quebrado (por exemplo, um sinete) que era apresentada como sinal de reconhecimento. As partes quebradas eram juntadas para se verificar a identidade do portador. O "símbolo da fé" é, pois, um sinal de reconhecimento e de comunhão entre os crentes. "Symbolon" passa em seguida a significar coletânea, coleção ou sumário. O "símbolo da fé" é a coletânea das principais verdades da fé. Daí o fato de ele servir como ponto de referência primeiro e fundamental da catequese.
§1102 "E a palavra da salvação que alimenta a fé no coração dos cristãos: é ela que faz nascer e dá crescimento à comunhão dos cristãos." O anúncio da Palavra de Deus não se limita a um ensinamento: quer suscitar a resposta da fé, como consentimento e compromisso, em vista da aliança entre Deus e seu povo. E ainda o Espírito Santo que dá a graça da fé, que a fortifica e a faz crescer na comunidade. A assembléia litúrgica é primeiramente comunhão na fé.
§1209 O critério que garante a unidade na
pluralidade das tradições litúrgicas é a fidelidade à Tradição apostólica, isto
é, a comunhão na fé e nos sacramentos recebidos dos apóstolos, comunhão
significada e assegurada pela sucessão apostólica.
Liturgia e comunhão
§1071 O poder transformador do Espírito
Santo na liturgia apressa a vinda do Reino e a consumação do mistério da
salvação. Na expectativa e na esperança ele nos faz realmente antecipar a
comunhão plena da Santíssima Trindade. Enviado pelo Pai que ouve a epiclese da
Igreja, o Espírito dá a vida aos que o acolhem e constitui para eles, desde já,
"o penhor" de sua herança.
§1136 A liturgia é "ação" do
"Cristo todo" ("Christus totus"). Os que desde agora a
celebram, para além dos sinais, já estão na liturgia celeste, em que a
celebração é toda festa e comunhão.
Sacramentos a serviço da comunhão
§1126 De
resto, visto que os sacramentos exprimem e desenvolvem a comunhão de fé na
Igreja, a lex orandi é um dos critérios essenciais do diálogo que busca
restaurar a unidade dos cristãos.
§1533 O Batismo, a Confirmação e a
Eucaristia são os sacramentos da iniciação cristã. São a base da vocação comum
de todos os discípulos de Cristo, vocação à santidade e à missão de evangelizar
o mundo. Conferem as graças necessárias à vida segundo Espírito nesta vida de
peregrinos a caminho da Pátria.
§1534 Dois outros sacramentos, a ordem e o
matrimônio, estão ordenados à salvação de outrem. Se contribuem também para a
salvação pessoal, isso acontece por meio do serviço aos outros. Conferem uma
missão particular na Igreja e servem para a edificação do Povo de Deus.
§1535 Nesses sacramentos, os que já foram
consagrados pelo Batismo e pela Confirmação para o sacerdócio comum de todos os
fiéis podem receber consagrações específicas. Os que recebem o sacramento da
Ordem são consagrados para ser, em nome de Cristo, "pela palavra e pela
graça de Deus, os pastores da Igreja". Por sua vez, "os esposos cristãos,
para cumprir dignamente os deveres de seu estado, são fortalecidos e como que
consagrados por um sacramento especial".
Papa FRANCISCO: "a Eucaristia não é o prêmio dos santos"
Por Mariangela Jaguraba - Vatican News
"É assim, com
simplicidade, que Jesus nos doa o maior dos sacramentos. É um gesto humilde de
dom, um gesto de partilha. No auge de sua vida, ele não distribui pão em
abundância para alimentar as multidões, mas se parte na ceia pascal com os
discípulos", disse Francisco no Angelus dominical.
O Papa Francisco conduziu a oração mariana
do Angelus, neste domingo (06/06/2021), Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, na
Itália e em outros países.
A grandeza de Deus num pedaço de Pão
É assim, com simplicidade, que Jesus nos
doa o maior dos sacramentos. É um gesto humilde de dom, um gesto de partilha.
No auge de sua vida, ele não distribui pão em abundância para alimentar as
multidões, mas se parte na ceia pascal com os discípulos. Desta forma, Jesus
nos mostra que o objetivo da vida é doar-se, que a maior coisa é servir. E hoje
encontramos a grandeza de Deus num pedaço de Pão, numa fragilidade que
transborda amor, transborda partilha. Fragilidade é exatamente a palavra que eu
gostaria de sublinhar. Jesus se torna frágil como o pão que se parte e se
esmigalha. Mas é ali que está a sua força, na fragilidade. Na Eucaristia a
fragilidade é força: força do amor que se faz pequeno para ser acolhido e não temido;
força do amor que se parte e se divide para nutrir e dar vida; força do amor
que se fragmenta para nos reunir na unidade.
Segundo o
Papa, "há outra força que se destaca na fragilidade da Eucaristia: a força
de amar quem erra. É na noite em que ele é traído que Jesus nos dá o Pão da
Vida".
Ele nos doa o maior presente enquanto sente
em seu coração o abismo mais profundo: o discípulo que come com ele, que imerge
o bocado no mesmo prato, o está traindo. E a traição é a maior dor para quem
ama. E o que Jesus faz? Ele reage ao mal com um bem maior. Ele responde ao
"não" de Judas com o "sim" da misericórdia. Não castiga o
pecador, mas doa sua vida por ele, paga por ele. Quando recebemos a Eucaristia,
Jesus faz o mesmo conosco: nos conhece, sabe que somos pecadores e sabe que
erramos muito, mas não renuncia a unir sua vida à nossa. Ele sabe que
precisamos, porque a Eucaristia não é o prêmio dos santos, mas o Pão dos
pecadores. Por isso, nos exorta: Não tenham medo. "Tomai e comei".
Esse é
ensinamento é original do Papa São Pio X! O grande inimigo do modernismo ideológico: "Eucaristia não é prêmio!"
Em 1910, durante o papado de Pio X, a Congregação dos Sacramentos relembrou o erro dos rigorosos hereges jansenistas: "que sustentavam que a Santíssima Eucaristia era prêmio, não medicina da fragilidade humana" (Decreto Quam singulari). A heresia jansenista surgiu e se espalhou com força no século XVII. Seus defensores diziam defender a dignidade e revalorização da Eucaristia, conforme a orientação do Concílio de Trento. Porém, na prática, essa desculpa de aparência muito piedosa resultava em um rigorismo desunamo e distante da misericórdia do Evangelho.
"A ideia central dos jansenistas era a de que a Comunhão era uma recompensa sublime pela boa prática das virtudes e severas penitências. E assim os pobres pecadores (a grande maioria dos cristãos), que caíam com frequência, ficavam muito tempo sem comungar. Mesmo arrependidos, tinham que mostrar que eram "humildes" e não comungar. Essa austeridade desencorajava os mais débeis a seguir buscando a santidade" (Daniel-Rops, tomo VI da História da Igreja).
Bem diferente dessa heresia, a Igreja prega que mesmo quem está preso a algum vício ou está engatinhando no caminho da santidade "não deve deixar de se confessar e de comungar!"
Basta que deseje sinceramente se emendar, e deseje retomar o
caminho junto a Deus. É preciso levantar e
recomeçar, mesmo a cada humilhante
recaída!
É danoso
para alma comungar em pecado mortal. E também é danoso imaginar que é preciso
ser quase um santo digno do altar para poder se aproximar da Sagrada Comunhão.
A Eucaristia é remédio para quem está em
pecado mortal?
Por pe. Paulo Ricardo
1 COR 11,23-32: "Pois eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, logo após haver dado graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de comer, Ele tomou o cálice e declarou: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim”. Portanto, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice proclamais a morte do Senhor, até que Ele venha. Por esse motivo, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine, pois, cada um a si próprio, e dessa maneira coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem ter consciência do corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por essa razão, há entre vós muitos fracos e doentes e vários que já morreram. Contudo, se nós tivéssemos a cautela de julgar a nós mesmos, não seríamos condenados. No entanto, quando somos julgados pelo Senhor, estamos sendo corrigidos a fim de que não sejamos condenados juntamente com o mundo."
O ato de aproximarmo-nos da Eucaristia com uma consciência manchada pelo pecado mortal nunca poderá chamar-se “Comunhão”, ainda que toquemos mil vezes o corpo do Senhor. Cada vez mais se espalha a falácia de que todos devem comungar, pois, como dizem alguns, a Eucaristia não é o “prêmio dos perfeitos”, mas o “remédio dos doentes”. Porém, o ato de aproximarmo-nos da Eucaristia em situação de pecado mortal nunca poderá chamar-se “Comunhão”, ainda que toquemos mil vezes o Sacratíssimo Corpo do Senhor.
O Doutor Angélico, ao falar do sacramento da Eucaristia, ensina que este é o maior de todos os sacramentos, porque, “ao passo que nos outros sacramentos está contida uma certa virtude instrumental participada de Cristo”, “nele está contido o próprio Cristo substancialmente” (STh III 65 3c.). Por esse motivo, a Igreja sempre prestou a este sacramento o culto de adoração, reconhecendo que, debaixo do véu das espécies eucarísticas, está escondido, realmente, ninguém menos que o próprio Deus. Ao falar de Comunhão eucarística, então, é preciso reconhecer com coragem o primado de Deus. Na celebração da Santa Missa, quando os fiéis se aproximam da mesa eucarística, devem ter em mente que aquele ato é apenas o sinal visível de algo que já acontece invisivelmente em sua alma, em estado de amizade com o Senhor. São João Paulo II ensina que “a integridade dos vínculos invisíveis é um dever moral concreto do cristão que queira participar plenamente na Eucaristia, comungando o corpo e o sangue de Cristo”. E acrescenta: “Não basta a fé; mas é preciso perseverar na graça santificante e na caridade” (Ecclesia de Eucharistia, 36). Por isso o Apóstolo já advertia aos fiéis da comunidade de Corinto que se examinassem antes de aproximar-se da Eucaristia, pois “quem comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor” (1Cor 11, 27).
Na mesma
linha, São João Crisóstomo levantava a sua voz, pedindo aos fiéis que "não se
abeirassem desta mesa sagrada com uma consciência manchada e corrompida - De
fato, uma tal aproximação nunca poderá chamar-se comunhão, ainda que toquemos
mil vezes o corpo do Senhor, mas condenação, tormento e redobrados castigos”
(Homilias sobre Isaías VI 3: PG 56, 139).
O
Concílio de Trento corroborou este costume da Igreja, afirmando que:
“é
preciso um exame para que ninguém, por mais contrito que ele considere, se
aproxime da sagrada Eucaristia sem antes confessar sacramentalmente, caso
esteja consciente de algum pecado mortal” (s. XIII, Decretum de Eucharistia, c.
7).
Hoje, no entanto, algumas pessoas têm, senão negado esse ensinamento, pelo menos obscurecido sua importância. Tratam a Eucaristia com irreverência e desrespeito, distribuem a Comunhão como quem distribui qualquer coisa no meio da rua e querem porque querem que todas as pessoas comunguem, mesmo que nem todas estejam verdadeiramente em comunhão com Cristo, isto é, em estado de graça.
Não se quer, com isso, negar o grande dom que é participar da Comunhão frequente, nem criar uma “casta” dentro da Igreja, transformando-a numa “alfândega”. Como escreveu o Papa Francisco, “a Eucaristia… não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos” (Evangelii Gaudium, 47).
E ainda Santo Ambrósio:
“Devo recebê-lo sempre, para que sempre perdoe os meus pecados. Se
peco continuamente, devo ter sempre um remédio” (De Sacramentis IV 6, 28: PL
16, 446).
A cada pessoa, porém, deve ser dado o remédio adequado à sua
enfermidade, como indica o Aquinate:
"Não é qualquer remédio que convém a qualquer doente. Assim,
o remédio para fortificar os que já não têm febre, faria mal aos febricitantes.
Assim também o batismo e a penitência são remédios purificativos, para tirar a
febre do pecado. Ao passo que este sacramento [a Eucaristia] é um remédio
fortificante, que não deve ser dado senão aos que se livraram do pecado"
(STh III 80 4, ad 2).
Os Sacramentos agem “ex opere operato”, quer dizer, pela
força do próprio rito, independente da santidade do ministro; em outras
palavras, é Cristo quem ministra todo e qualquer Sacramento, pois Ele é o único
sacerdote do Novo Testamento; os demais ordenados são seus ministros, como
disse S. Tomás de Aquino. Se tiverem sido validamente ordenados pela Igreja e
ministrarem os sacramentos com a mesma intenção que Cristo fez, então,
participam do único Sacerdócio de Cristo e sua ação é eficaz. Todo sacramento
produz dois efeitos: o caráter e a graça santificante. O caráter é uma marca,
um selo espiritual que é impresso na alma do cristão pelos três Sacramentos que
não podem ser repetidos: Batismo, Crisma e Ordem. Os demais sacramentos imprimem
um “quase-caráter”; por exemplo, o vínculo conjugal para os validamente
casados. Esta marca significa uma pertença a Cristo, e não depende das
disposições morais da pessoa que recebe o sacramento. Santo Agostinho comparava
esta marca com aquela que era impressa nas ovelhas, no gado, e até nos escravos
pelos seus donos. Mesmo desertado o escravo continuava com a marca para sempre.
A graça santificante comunicada pelo Sacramento é a “participação na vida
divina” de que falou S. Pedro (1Pe 1, 4), que a pessoa pode não receber se põe
obstáculo a ela. Por exemplo, se alguém comunga em pecado grave, ou se não crê
na Eucaristia, mesmo assim recebe o verdadeiro Corpo de Cristo, mas não recebe
a graça. Por isso os frutos dos Sacramentos dependem do esforço de conversão da
pessoa; das suas "disposições interiores". (prof. Felipe Aquino -
https://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2014/03/26/voce-sabe-o-que-sao-os-sacramentos/)
São João
Paulo II sublinha a íntima união entre o sacramento da Eucaristia e o
sacramento da Penitência:
“Se a
Eucaristia torna presente o sacrifício redentor da cruz, perpetuando-o
sacramentalmente, isso significa que deriva dela uma contínua exigência de
conversão” (Ecclesia de Eucharistia, 37).
Aqueles que se encontram em estado de
graça, mas feridos por "pecados veniais e defeitos pessoais", no caminho da
purificação, não devem deixar de recorrer ao sacramento da Eucaristia,
tomando-o como “remédio fortificante", para que os ajudem na luta contra o
mal e na própria santificação.
Equipe Christo Nihil Praeponere
Fonte - https://padrepauloricardo.org/blog/a-eucaristia-e-remedio-para-quem-esta-em-pecado-mortal
CONCLUSÃO:
A Santa Ceia eucarística é memorial, mas a presença é real (cf. Mc 14,12-16.22-26). Como ritual de aliança que é, destina-se, portanto, aos que já se encontram em aliança com Cristo; ou seja, aos que já nasceram de novo e estão em plena comunhão com Deus e com a Igreja. Se a pessoa faz parte do Corpo de Cristo na terra, então deve participar da mesa eucarística. As sagradas escrituras neo testamentárias não estabelecem critérios claros e contundentes para participar da Santa Ceia, apenas diz que cada pessoa julgue-se a si mesma antes de participar. Nem Judas Iscariotes, que estava em consciente e deliberado pecado mortal, não foi proibido por Jesus de participar da Ceia (cf. Luc 22,3-21). Que pecados poderiam impedir de tomar a Santa Ceia? Os pecados não confessados nem abandonados podem gerar sentimento de culpa na consciência de alguns e impedirem de participar da Ceia, bem como não discernir o corpo e sangue do Senhor (cf. 1 Cor 11,27-29). A bíblia recomenda ao participante o autoexame com o devido reconhecimento e arrependimento, ou seja, que a pessoa examine a si mesma, e não que seja examinada pelos outros. Portanto, não examinamos ninguém, nem as proibimos, só as instruímos. É evidente que para os incrédulos não faz sentido nenhum participarem da Ceia do Senhor! Na Bíblia, vemos que a Ceia foi instituída por Jesus Cristo e ministrada para a Igreja que seguia "o Caminho", isto é, os participantes devem ser seguidores convertidos à fé no Nosso Senhor Jesus Cristo. Tomar a Ceia do Senhor é reconhecer que Jesus morreu por seus pecados e que agora você faz parte da Sua família. A fé e o arrependimento genuíno devem sim fazer parte desta celebração sempre! Assim, para o descrente não teria significado nenhum participar de um ritual que não lhe remete à fé, arrependimento, comunhão com os demais Cristãos e perseverança na doutrina dos apóstolos (cf. Atos 2,42-47).A Santa Ceia não é apenas um ritual cultural, é uma declaração de adesão e seguimento na fé. Participar e tomar da Santa Ceia sem crer, é atirar pérolas a porcos, e portanto, um sacrilégio. (cf. Mateus 7,6).
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