Há festas de Carnaval que são protótipos do
Inferno, e há outras que são decentes, familiares e que não impede a participação de um Cristão. Quando era padre, Bento XVI fez uma interessante
reflexão em defesa do Carnaval:
"Em relação ao carnaval, não somos
talvez um pouco esquizofrénicos? De uma parte, dizemos com boa vontade que o
carnaval tem o direito de cidadania mesmo em terra católica; de outra parte,
então, evitamos de espiritual e teologicamente considerá-lo. Faz, portanto,
parte daquelas coisas que cristianamente não se podem aceitar, mas que
humanamente não podemos impedir? Então, seria lícito perguntar-se: em qual
sentido o cristianismo é verdadeiramente humano?A
origem do carnaval é, sem dúvida, pagã: juntos culto da fecundidade e evocação
dos espíritos vãos. A Igreja teve que se levantar contra esta ideia e
falar de exorcismo que afasta os demônios, os quais fazem dos homens violentos
e infelizes. Mas depois o exorcismo traz qualquer coisa
de novo, completamente inesperado, uma serenidade demonizada: o carnaval foi
colocado em relação com a Quarta-feira de Cinzas, como tempo de alegria antes
do tempo da penitência, como um tempo de serena auto-ironia, que diz
alegremente a verdade que pode ser muito estreitamente enlaçada com aquela do
pregador da penitência. Em tal modo, o carnaval, uma vez demonizado, na
linha do pregador veterotestametário pode ensinar-nos: “Há um tempo para chorar
e um tempo para rir...”(Eclesiastes 3, 4). Também para
o cristão não é sempre, ao mesmo modo, tempo de penitência. Há também um tempo
para rir. O exorcismo cristão destruiu as máscaras demoníacas, fazendo explodir
um sorriso sincero e livre. Sabemos todos o quanto o carnaval seja hoje
não raramente distante deste clima e, em qualquer medida, tenha se tornado algo
que explora a tentação do homem. Diretor disso é Mammona (um deus pagão) e os
seus aliados. Por isto, nós cristãos não lutamos contra, mas a favor da
alegria. A luta contra os demônios e o alegrar-se com quem é feliz são
estreitamente unidos: o cristão não deve ser esquizofrénico, porque a nossa fé
é verdadeiramente humana".
Pe. Joseph Ratzinger, no livro
"Esperança do grão de mostarda"
JESUS NO CONTEXTO DAS FESTAS JUDAICAS
Conhecer
essas festas é importante, pois nos esclarece um pouco mais sobre a
religiosidade do povo judeu e sua relação com Deus. Então vamos conhecer essas
festas!
1ª)-festa do Ano Novo Judaico ( rosh hashanah)
A primeira das festas judaicas é o "Rosh Hashanah", que é o ano novo dos judeus. Ela geralmente acontece entre setembro e outubro.É uma referência ao ato da criação. O toque do shofar que é feito na sinagoga marca o início de um período de 10 dias de autoexame da consciência e busca por arrependimento (Levíticos 23.24-27). Costuma-se comer maçãs mergulhadas no mel e desejar um feliz ano aos outros.
2ª)-Dia da Expiação (yom kippur)
Outra festa importante no calendário religioso dos judeus é o Dia da Expiação, ou Yom Kippur. Acontece bem depois da penitência iniciada no ano novo, e é considerada uma das festas judaicas mais sagradas do ano.Nesse período são feitas preces, jejuns e confissão pública dos pecados. Na tradição bíblica esse era o período que o sumo-sacerdote fazia um sacrifício e entrava no Santo dos Santos do Templo (Levíticos 16).
3ª)-Festa dos Tabernáculos (SUKKOT)
Passados Cinco dias ao Dia da Expiação se inicia a Festa dos Tabernáculos, ou sukkot. É uma das três festas judaicas relacionadas à colheita e dura uma semana. Nessa festa os judeus constroem tendas lembrando o tabernáculo, nos quintais ou próximo à sinagoga, comem e às vezes até dormem nesses locais. É uma festa de lembrança da providência de Deus na peregrinação pelo Deserto (Levítico 23 e Deuteronômio 16)
4ª)-Festa das Luzes
A festa das luzes, ou Hanukkah, acontece mais ou menos no período do Natal. Essa é a Única das festas judaicas citadas aqui que não tem referência no Antigo Testamento. O Hanukkah é uma comemoração em memória a vitória dos Macabeus e a consagração do Templo no ano de 164 antes de Cristo.É chamada de Festa das Luzes, pois ela dura oito dias e a cada dia os judeus acendem uma das velas do candelabro de sete braços, até que no oitavo dia todas estejam acesas.
5ª)- Festa de Purim
A celebração dos Purim acontece entre fevereiro e março. Esse é o período em que é relembrada a história de Ester. Essa festa judaica é uma comemoração pelo livramento do dia que Haman lançou sorte (daí o nome Purim) para destruir o povo Judeu.Na sinagoga o livro de Ester é lido de forma peculiar, toda vez que se lê o nome de Haman os homens fazem barulho com reco-reco e batendo os pés. É um período onde os judeus saem para visitar, vestir roupas extravagantes e comer doces especiais.
6ª)-Páscoa Judaica
Das festas judaicas essa é a mais conhecida. A Páscoa, ou Pesach, coincide com a Páscoa Cristã, porém o significado e a comemoração são diferentes. Para os hebreus é a libertação do seu povo da escravidão egípcia (Êxodo 12).É uma festa judaica muito especial, onde se comem comidas tradicionais, e se usam pratos especiais e se deixa um lugar vazio na mesa para a chegada do profeta Elias (Deuteronômio 16).
7ª)-Festa de Pentecostes
O Pentecostes acontece cinquenta dias
depois do segundo dia da páscoa. É um período em que se comemora a entrega das
Leis de Deus a Moisés no monte Sinai. Os Dez mandamentos são lidos e os judeus
meditam nessas leis. Essa também é a festa judaica das primícias, por isso a
sinagoga é enfeitada com flores e plantas e se come alimentos a base de leite
(Êxodo 23.14-17; 34.18-23).
CONCLUSÃO:
Podemos perceber através dessas comemorações que o povo judeu tem um calendário religioso que traça sua relação com Deus e com a história de seu povo. As festas judaicas são parte da tradição, cultura e religiosidade do povo que foi escolhido para que as promessas de Deus fossem cumpridas. Portanto, não é uma questão de pode ou não pode, mas de por que e para que? Por que e para que se comemorar a festa do carnaval? No por que existe um fator cultural que antecede, no para que, entra a dimensão Cristã: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” é uma frase extraída do ensino do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 6,12. O significado dessa frase basicamente trata da liberdade cristã que deve estar em conformidade com a Palavra de Deus. O versículo na integra que contém essa frase é o seguinte: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são permitidas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Coríntios 6,12).Alguns Cristãos neoconvertidos neste período, pensavam que podiam fazer o que bem entendessem, já que eram livres em Cristo. Eles extrapolavam todos os limites e procuravam justificar seus pecados dizendo que tudo lhes era lícito. Os coríntios simplesmente estavam confundindo a liberdade com a libertinagem. Eles não buscavam ter uma vida de santificação. Ao invés disto, eles se entregavam a toda natureza de imoralidade. No versículo 12, por duas vezes o apóstolo emprega e responde o lema “tudo me é lícito”.Mas nem tudo convém - Essa é a primeira resposta de Paulo ao lema “tudo me é lícito”. A resposta “mas nem tudo convém” simplesmente significa “mas nem todas as coisas são proveitosas”. O apóstolo não fez questão de proibir esse lema, mas apresentou uma interpretação cristã correta sobre ele. É interessante notar que o apóstolo não respondeu “mas nem tudo me convém”. Na verdade ele respondeu: “mas nem tudo convém”. Ele omite o referente, pois a prática pecaminosa muitas vezes não afeta apenas a nós mesmos, mas também ao nosso próximo. Claramente essa era a situação de alguns cristãos de Corinto. "Tudo me é lícito, mas eu não me deixarei dominar por nada" - Uma vez mais o apóstolo repete o argumento “tudo me é lícito”. Aqui é fácil perceber o contraste entre tudo e nada. No idioma grego, Paulo faz uso de um trocadilho. Ele realmente concorda com a expressão “tudo me é lícito”, mas trata de colocá-la no lugar correto. Na verdade o excesso de liberdade pode muitas vezes levar à escravidão. Era isto que estava acontecendo com os coríntios. Eles estavam advogando para si um tipo de liberdade que os colocava debaixo da servidão de práticas pecaminosas. Por este motivo o apóstolo diz pela segunda vez: “tudo me é lícito, mas eu não me deixarei dominar por nada”. Em outras palavras, ele estava dizendo que realmente possuía autoridade para fazer todas as coisas. Porém, empregando o trocadilho, ele ressalta que não deixaria que nenhuma delas tivesse autoridade sobre ele. O ensino desse versículo é muito claro. A verdadeira liberdade se configura apenas quando nenhuma das coisas sobre as quais temos autoridade exerça domínio sobre nós. Ser realmente livre não significa nunca estar sujeito às leis naturais e morais. O pecado simplesmente transmite uma ideia ilusória e mentirosa de liberdade. A Bíblia claramente fala do pecado como um tipo de senhor que escraviza seus servos e os retribui com o salário de morte (Romanos 6,16). Além disso, a única maneira de não estar sob a servidão do pecado, é estando sob a servidão de Cristo.
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