Se a humanidade estabelece uma política de inclusão de todos os seres humanos, todos ganham! Isso não é uma ideologia de esquerda ou de direita. É apenas bom senso. No entanto, rotular uma coisa como "de esquerda ou direita hoje em dia, é uma moda que não encontra susbtãncia nos fatos. Com frequência, quando se rotula de "esquerdismo" coisas como luta pelos direitos humanos, é como se só esquerdistas fossem humanos. Ora, direitos humanos é um causa comum, portanto, neutra, não é nem de esquerda nem de direita, mas de todos, pois afeta a todos. Ou como quem luta pela liberdade seja apenas a direita. Quem rotula estas causas como se fossem pautas exclusivas da direita ou esquerda, apenas demonstra a sua ignorância sobre o que é ser de esquerda ou até mesmo de direita. Pode não aparentar, mas uma das
piores catástrofes que assola o Brasil contemporâneo é a monopolização de agendas de valores e virtudes, em especial aquelas
relacionadas à pauta humanista ou humanitária, por grupos organizados de todos
os espectros políticos. É um fato que o Brasil tem um largo histórico de
menosprezo ao debate de pautas em favor de grupos vulneráveis, sempre à mercê
do ambiente anárquico do debate público, no qual muito é afirmado e muito pouco
é provado. Nenhuma novidade. O
“problema” em si, ao meu humilde ver, é o resultado da melhor qualidade
organizacional dos grupos políticos e movimentos sociais, proporcionada pelas
novas mídias sociais. Tais novos modelos organizacionais, além de
viabilizar as infames “câmaras de eco” e “bolhas”, as quais ainda estamos
aprendendo a lidar, também resultou em um acirramento na defesa de tais agendas culturais e de
valores, que nortearam a construção e tais grupos em primeiro lugar.
Por conta disso, seus correligionários demonstram uma dificuldade muito grande na diferenciação e valores comuns de uma sociedade organizada e civilizada e daqueles valores atinentes a organização do seu grupo ou movimento.Como resultado, independente do espectro político, determinados grupos não conseguem promover suas agendas e nutrir simpatia ou empatia pela integridade humana sem sentir uma pequena dose de conflito identitário. Muito menos conseguem prezar pela sustentabilidade institucional dos seus próprios movimentos, eis que se veem refém de uma agenda de princípios fundamentalista e inadequada ao exercício de qualquer diálogo democrático.Tudo ainda fica pior quando notamos que temos uma geração repleta de jovens sem personalidade e em estado de anomia, sem objetivos ou perspectivas por conta da superexposição às intensas transformações ocorrentes na sociedade contemporânea. Temos jovens que dizem o que não querem, mas não sabem o que querem, e como fazer de forma dialogada e pluralista.Tais instabilidades afetam drasticamente a forma como esses jovens constroem as suas bússolas morais, suas agendas de princípios e valores mais básicos. Ou seja, afetam como eles constroem suas identidades, aumenta seu grau de ansiedade e insegurança, fazendo com que absorvam desesperadamente qualquer elemento coerente de cultura ou informação que eles tenham à disposição e se adeque ao seu crivo moral interno. Como resultado, temos uma geração inteira desesperada por pautas sociais e culturais, abrangendo os mais diversos campos, desde os:
-Tradicionalistas e
conservadores.
-Fundamentalistas de mercado.
-Liberais por princípio
(uns na economia, outros na moral, outros em ambos).
-Guerreiros da justiça
social.
-Revolucionários,
anarquistas, etc.
Todos,
respaldados por uma agenda principiológica e valorativa válida, porém muitas
vezes falha quando da afirmação ou submissão dos mesmos ao crivo social
democrático, pois se posicionam no debate político partindo da premissa que
suas próprias agendas e convicções individuais respaldadas pelo seu coletivo,
se sobrepõem à própria complexidade cultural e política que é o modelo social
contemporâneo.
A partir disso surge o maniqueísmo nosso de cada dia!
O debate se vê reduzido a discussões principiológicas que se valem da deslegitimação do argumento contrário como o principal instrumento para a construção de consenso. Nesse cenário de esterilidade intelectual, tradicionalmente esperamos que medidas humanistas sejam originalmente de grupos de “esquerda” e medidas estruturantes ou de responsabilidade fiscal e austeridade sejam de grupos de “direita”.Atacamos uns aos outros e demonizamos os próprios institutos humanitários e estruturantes, invés da nossa própria incapacidade de construir um ambiente sustentável para todos, que não esfarele no fim de um governo, ou esteja à mercê da identidade de uma única pessoa.De fato, é muito triste ter que vir aqui e afirmar que, sim, é possível ter empatia para com o próximo e sua condição de vulnerabilidade sendo de “direita”, bem como é possível criar todo um plano de governo legítimo e adequado para perdurar para as próximas gerações, e melhorar a qualidade de vida de todos, sendo de “esquerda” , ou “direita", e não pautar suas decisões em mero “Radicalismo do Bem”. Eu esperava que isso fosse óbvio, mas não é. As principais diferenças entre as ideologias de esquerda e de direita se centram em torno dos direitos dos indivíduos e o papel do governo.
Já os termos liberal e
conservador são utilizados na definição das pautas apoiadas:
-A esquerda
acredita que a
sociedade fica melhor quando um governo tem um maior papel, garantindo direitos
e promovendo a igualdade entre todos.
-Por sua vez,
as pessoas de direita acreditam que a sociedade progride quando os direitos
individuais e as liberdades civis têm prioridade, e o poder do governo é
minimizado.
Vejamos agora as diferenças entre liberal e conservador:
Enquanto os liberais possuem uma visão mais progressista e a favor de mudanças, os conservadores possuem uma visão mais tradicional da ordem social existente. É necessário ressaltar que os conceitos direita, esquerda, liberal e conservador mudaram bastante desde sua criação e que hoje a linha entre eles é muito tênue. Porém, para título de comparação, iremos focar nas pautas que mais se assemelham a cada uma destas ideologias políticas.
O que é a Esquerda?
A ideologia de esquerda
defende que o governo deve garantir o bem dos cidadãos. Para isso, ele deve ser
grande e forte, controlando todos os setores da sociedade, regulando as empresas
e cobrando mais impostos. Suas ideias são oriundas do socialismo e inspiradas no
pensamento de Karl Marx.
O que é a Direita?
A ideologia de direita
se baseia no mérito individual e defende uma menor participação do governo na
sociedade. Propõe que o próprio mercado dite suas regras e regule o seu
funcionamento. A direita defende uma maior responsabilidade individual e a total
autonomia das empresas. Reivindica também a redução dos impostos e a diminuição
da intervenção do Estado em questões sociais e econômicas. Seu
embasamento teórico vem do liberalismo.
Principais diferenças
-A esquerda acredita
que deve
haver um sistema de pagamento de impostos adequado, onde todos devem pagar uma
quantia específica de tudo o que ganham.
-Por outro lado, a
direita acredita no mérito e assim, deve haver menor pagamento de impostos para
as pessoas que produzem mais. Dessa forma, elas poderiam gerar renda e
contribuir para o bem-estar da sociedade.
No caso da saúde e educação:
-A esquerda entende ser
responsabilidade do governo a promoção das condições para uma vida digna. Fica
ao encargo do Estado, a criação e manutenção dos sistemas de saúde e
educacional, que devem ser gratuitos e acessíveis para todos (mesmo sabendo que não
existe almoço grátis em nenhuma forma de governo).
-Por outro lado, a
direita pensa que a alocação de recursos nesse tipo de serviços, atrasa o ritmo
do desenvolvimento econômico e é prejudicial para toda a sociedade. Esses
serviços podem e devem ser terceirizados, fornecidos por entidades privadas,
que concorram entre si, favorecendo a qualidade e o menor custo possível para o
Estado e seus cidadãos, principalmente, os menos favorecidos.
Como surgiram os termos esquerda e direita?
Os termos políticos
esquerda e direita se originaram no século XVIII durante a
Revolução Francesa e são baseados
nos arranjos de assentos na Assembleia Nacional Francesa:
-Aqueles que se
sentaram à esquerda do presidente parlamentar
(jacobinos) apoiaram a revolução, se opondo à monarquia. Elas eram favoráveis a uma mudança radical, que iria
levar ao fim da monarquia e dar mais poder ao povo. Por isso, essa ideologia é
relacionada com a luta dos trabalhadores.
-Aqueles que se
sentaram à direita (girondinos) apoiaram o antigo regime monarquista. Quanto
mais forte a sua oposição à mudança e seu desejo de preservar a sociedade
tradicional, mais à direita eles estariam. A tradição, a religião
institucional e a privatização da economia foram considerados os valores
fundamentais da direita.
Esquerda e Direita na política atual
Com o passar dos anos, essa divisão entre direita e esquerda foi ficando mais complexa, pois novas demandas e interesses foram surgindo.Assim, os conceitos de direita e esquerda já não eram suficientes para definir os ideais políticos dos partidos. Então foi necessária a criação de outras divisões para explicar os diferentes partidos e suas reivindicações. As mais utilizadas são: extrema-esquerda, esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita e extrema-direita:
-Os grupos com ideias
mais radicais e extremistas ficam nas pontas.
-Enquanto no centro,
ficam os partidos que atuam de forma mais moderada e que possuem um maior apelo eleitoral.
-Além dessa divisão,
alguns grupos que costumam ser considerados de esquerda são: progressistas, ambientalistas,
social-democratas, sociais-liberais, libertários-socialistas, comunistas e
anarquistas.
-Por sua vez, na
direita nós podemos encontrar os capitalistas, neoliberais, conservadores,
econômico-libertários, anarcocapitalistas, neoconservadores e nacionalistas.
Liberal e Conservador
Antigamente, os conceitos de liberal e conservador estavam ligados à permanência ou não do sistema político vigente. Enquanto os conservadores desejavam um governo central forte, os liberais queriam sua descentralização.Porém, com a instauração da democracia, os termos liberal e conservador passaram a ser mais utilizados para definir outras pautas dos grupos, sejam elas no contexto social ou econômico.Quando se trata do contexto social, os conservadores têm uma visão mais tradicional, se opondo a pautas como o casamento homoafetivo, legalização das drogas, aborto e migração. Enquanto isso, os liberais costumam apoiar essas pautas.Em questões como a pena de morte e legalização das armas, são geralmente apoiadas pelos conservadores e refutadas pelos liberais.
CONCLUSÃO
“É preciso ser paciente, pois um homem de intelecção justa entre pessoas enganadas assemelha-se àquele cujo relógio funciona com precisão numa cidade na qual todos os relógios de torre fornecem a hora errada” – (Arthur Schopenhauer).
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