A direita cristã é
também "conhecida como a Nova Direita Cristã (NDC) ou a Direita
Religiosa", embora alguns considerem a direita religiosa a ser "uma
categoria um pouco mais ampla do que a direita cristã". John C. Green do
Pew Research Center afirma que Jerry Falwell usou o rótulo de direita religiosa
para descrever a si mesmo. Gary Schneeberger, vice-presidente de mídia e
relações públicas para a Focus on the Family, diz que "termos como
'direita religiosa' têm sido tradicionalmente utilizados de forma pejorativa
para sugerir extremismo. O termo: “Cristãos Socialmente Conservadores”
não é muito emocionante, mas é certamente o mais conveniente caminho para
fazê-lo. A direita cristã abrange indivíduos de uma ampla variedade de crenças
teológicas conservadoras, incluindo alguns movimentos tradicionais do
pentecostalismo, do fundamentalismo cristão, do mormonismo, do catolicismo
romano e alguns ramos teologicamente conservadores do luteranismo.
“O
conservador pensa na política como um meio de preservar
a ordem, a justiça e a liberdade. O ideólogo, pelo contrário, pensa na política
como um instrumento revolucionário para transformar a sociedade e até mesmo
transformar a natureza humana. Na sua marcha em direção à Utopia, o
ideólogo é impiedoso.” (Russell Kirk: 1918 – 1994; teórico político americano).
O conservadorismo é um
pensamento político que defende a manutenção das instituições sociais
tradicionais – como a família, a comunidade local e a religião -, além dos
usos, costumes, tradições e convenções. O conservadorismo enfatiza a
continuidade e a estabilidade das instituições, opondo-se a qualquer tipo de
movimentos revolucionários e de políticas progressistas. Mas é
importante entender que o conservadorismo não é um conjunto de ideias políticas
definidas, pois os valores conservadores variam enormemente de acordo com os
lugares e com o tempo. Por exemplo, conservadores chineses,
indianos, russos, africanos, latino-americanos e europeus podem defender
conjuntos de ideias e valores bastante diferentes, mas que estão sempre de acordo
as tradições de suas respectivas sociedades.
CORRENTES DE PENSAMENTO POLÍTICO: UMA INTRODUÇÃO
PARA ENTENDER O FENÔMENO CONSERVADORISTA
Temas comuns dos Conservadores:
1)-Evangelização de
refugiados muçulmanos.
2)-Perseguição aos
cristãos.
3)-Liberdade de
religião nos Estados Laicos (mas, não ateus).
4)-Críticas ao
Terrorismo e apoio a Israel.
5)-Valorização da
Cultura Judaico-Cristã e do direito Romano.
Temas como estes estão
cada vez mais presentes no debate político e contribuem para a polarização da
sociedade, anteriormente mais monopolizadamente progressista. Na Alemanha, Brasil
e mundo afora, os Cristãos Conservadores conseguem cada vez mais incluir suas
pautas centrais no debate público. Muitos cristãos da
atualidade não podem nem ouvir o termo “conservador”. Associam-no a farisaísmo,
legalismo, fanatismo e posturas extremistas quanto a usos e costumes. Pensam que
o conservador é aquele Cristão frio e retrógrado, inimigo de tudo o que é novo
e progressista, que parece viver em seu “mundinho”, como se pertencesse a uma
religião ascética fora da realidade. Entretanto, à luz da Palavra de Deus, todo
Cristão autêntico deve ser conservador. Por quê? Porque conservar, do ponto de
vista bíblico, não significa ter uma falsa santidade, estereotipada, que faz
dos usos e costumes a causa, e não o efeito. O verdadeiro Conservadorismo, este conjunto de bons valores e
sentimentos herdados, esta maneira de ver o mundo e compreender a
ordem social segundo uma tradição constante e correta de interpretar os
acontecimentos à luz da Palavra de Deus e dos acontecimentos pela experiência
comprovada na história em suas tentativas de erros e acertos, se elege aquilo que
é seguro. Ora, segundo o grande teórico do Conservadorismo Russell
Kirk, no seu Dez Princípios Conservadores, o conservador acredita na natureza
humana, em princípios morais sólidos, fundamentados na tradição de nossa
civilização, uma ordem moral que herdamos
de nossos antepassados e sobre a qual construímos o nosso presente, tendo em
vista o futuro. O conservador crê no valor da tradição, dos bons costumes,
e sobre este alicerce firme assenta sua opinião política, desejosa sempre da
ordem social e do bem comum. O livro base de todo
Conservadorismo Cristão, Bíblia Sagrada, nos manda guardar e conservar, o que temos
recebido do Senhor, bem como a experiências de nossos antepassados em seus
erros e acertos (conf. 2 Cron 29,6;1 Tim 6,20; 2 Tm 1,14; Rom 15,4;Col 2,20-22).
E, para as igrejas da Ásia que estavam agradando ao Senhor Jesus, Ele
transmitiu mensagens que implicavam manutenção, conservação (Ap 2,25; 3,11).
Mas, por que muitos não querem ser considerados conservadores?
Ser conservador não é
apenas ter aparência de piedade, tampouco se isolar da sociedade. Por outro
lado, o conservador também, não é como alguns Cristãos da atualidade, os quais
desprezam o fato de o Senhor atentar para a integralidade do ser humano,
pensando que Ele não se preocupa com o nosso exterior. O Senhor olha para a
nossa totalidade: espírito, alma e corpo, nessa ordem (1 Ts 5,23). Mas, a bem
da verdade, enquanto alguns Cristãos libertários afirmam que têm liberdade para
fazerem o que bem entendem, deixando de observar a santificação plena, existem
aqueles que consideram tudo pecaminoso. Estes últimos também, estão enganados,
posto que ignoram o fato de os mandamentos de Deus não serem pesados (1 Jo 5,3),
sendo a sua vontade agradável (Rm 12,2) e o seu fardo leve (Mt 11,30).Infelizmente,
é fato, existem sim líderes extremistas que pregam o falso conservadorismo
farisaico. Fujamos disso! A Palavra do Senhor condena este tipo de extremismo
(Ecle 7,16-17). Por isso, as igrejas que se prezam conservam a verdade; guardam
e integralidade daquilo que Deus revelou. Não são legalistas, exigindo dos seus
membros uma santificação moral inatingível, posto que Deus respeita as nossas
limitações, como disse o salmista, inspirado pelo Espírito:“Ele
conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó” (Sl 103,14).Na América Latina, o
cristianismo costumava ser associado apenas à Igreja Católica, que praticamente
exercia o monopólio religioso até a década de 1980. O único desafio para o
catolicismo era o anticlericalismo, o ateísmo e a proliferação da Seitas. Nunca
houve concorrência de outra força religiosa Cristã, mas isso mudou.Os evangélicos hoje representam quase 20% da população na
América Latina, em contraste aos 3% de três décadas atrás.Os
pastores evangélicos adotam ideologias variadas, mas quando se trata de
questões gênero e sexualidade, seus valores são tipicamente conservadores e
patriarcais, ou ‘homofóbicos’ segundo seus críticos.
O Conservadorismo Cristão defende:
1)-Que as mulheres,
respeitando-as em sua igualdade de direitos, partindo de Cristo, sejam
submissas aos seus maridos, que os filhos sejam obedientes e respeitosos aos
pais e mais velhos.
2)-Defendem que a
família é a Célula Máter da Sociedade, formada por um homem e uma mulher, deve
ser defendida, apoiada e promovida pelo Estado, e não destruída.
3)-Defendem o direito à
propriedade Privada.
4)-O respeito às
liberdades de expressão individuais, religiosas e o direito ao Contraditório em
todas as instâncias, sem coerções forçadas, ainda que através de leis
oportunamente instituídas, mas não aprovadas pela maioria democrática da
população.
5)-Defendem a escola
sem partido, combatendo e denunciando principalmente, aquela que quer fazer dos
alunos militantes, mas que se houver, que se mostrem democrática e pacificamente,
os três lados da moeda pelos seus respectivos defensores, e não apresentando
apenas uma narrativa.
6)-Contra a cultura e proliferação
da agenda LGBTQI+, pedofilia e depravações do tipo.
Essa nova forma do
Conservadorismo Cristão, com contorno políticos, mostra que os Cristãos estão oferecendo agora também, aos partidos conservadores
eleitores das classes econômicas mais baixas, o que é bom para a democracia. Isso está fortalecendo a uma saudável polarização
cultural, evitando o monopólio do pensamento único que vinha se instalando. De
certa forma, a política latino-americana está sendo reinventada pelos Cristãos
Conservadores. O Brasil é um excelente
exemplo do crescente poder dos Cristãos Conservadores na América Latina. Os 90 membros da bancada evangélica no Congresso frustraram as ações legislativas do lobby LGBT, desempenharam um papel fundamental na saída da presidente esquerdista Dilma Rousseff, e, mais recentemente, impediram, ou denunciaram exposições ditas "artísticas imorais" em museus e outros espaços, como a da foto abaixo:
Os 90 membros da bancada evangélica no Congresso frustraram as ações legislativas do lobby LGBT, desempenharam um papel fundamental na saída da presidente esquerdista Dilma Rousseff, e, mais recentemente, impediram, ou denunciaram exposições ditas "artísticas imorais" em museus e outros espaços. Um pastor evangélico
foi eleito prefeito do Rio de Janeiro, uma das cidades mais ‘gay
friendly’ do mundo. Esse ‘case de sucesso’ foi tão grande que grupos e
lideranças Cristãs de outros países, estão a querer imitar “o modelo brasileiro”! E parece que esse modelo está se espalhando:
a)-Aliando-se a
movimentos católicos, os evangélicos também organizaram marchas anticasamento
gay na Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Peru e México.
b)- No Paraguai e na
Colômbia, eles conseguiram que os ministérios da educação proibissem livros que
falassem de homossexualidade para crianças pequenas.
c)-Na Colômbia,
mobilizaram-se para derrotar um referendo sobre um acordo de paz com as FARC, o
maior grupo guerrilheiro da América Latina, argumentando que esses acordos
impunham agendas paralelas do feminismo e de ativismo LGBT.
Como os Cristãos Conservadores se tornaram politicamente
tão influentes e poderosos?
Afinal, mesmo com os
evangélicos crescendo no Brasil, ainda são uma minoria, e na maioria dos países
a irreligiosidade também está crescendo. A resposta tem a ver com suas novas
táticas políticas:
1)-Nenhuma tática tem
sido mais transformadora que a decisão dos evangélicos de forjar alianças com
os partidos políticos de direita!
2)-Historicamente, os
partidos conservadores da América Latina tendiam que depender da boa vontade da
Igreja Católica e até desdenhavam do protestantismo, deixando os evangélicos
virtualmente fora da política.
3)-Isso mudou! Partidos
conservadores, Católicos Conservadores e políticos evangélicos estão unindo
forças, deixando as divergências religiosas-doutrinárias em segundo plano, e unindo-se em torno das questões morais que lhes são comuns:
-A defesa do matrimônio e da família tradicional.
-Contra erotização das criancinhas.
-O direito a legítima defesa própria, da família e dos seus bens.
-Contra o aborto.
-Defesa da meritocracia.
-Contra as cotas raciais e a favor das cotas sociais (por nível de pobreza e não raça ou gênero sexual).
-Escola sem partido e o direito ao Homeschooling
-Liberdade de culto, expressão, de imprensa, e de ir e vir sem controle do estado.
-Contra o politicamente correto que só beneficie a esquerda e pautas progressistas.
-Contra a política partidária dentro das igrejas.
-Defesa do livre mercado com o controle mínimo do estado.
-Um estado e política de direitos e deveres, e não apenas de direitos.
-Defesa do estado democrático com ampla independências dos três poderes.
-Contra o ativismo e interferência politica, bem como judicial do STF, levando a insegurança jurídica e um abuso de autoridade sem precedentes, onde magistrados assumem todas as instâncias fora de sua competências em alguns processos, sendo ao mesmo tempo: réu, investigador e julgador já em última instância em processos meramente civis, como o das fake news, que deveriam ficar com juízes de primeira instância (sem foro privilegiado), e principalmente, permitindo aos advogados e acusados o assegurado direito ao contraditório, com o acesso ao processo para montar a defesa de seus clientes.
Há uma razão fundamental porém, pela qual os políticos
conservadores e de direita estão se aliando ao Conservadorismo cristão:
Os
evangélicos estão ajudando a reverter a desvantagem política que os partidos de
direita tinham na América Latina: a falta de vínculos com as camadas mais
populares. Como observou o cientista político Ed Gibson, os partidos de direita
geralmente apelavam para os membros das classes mais altas, geralmente com mais
estudo formal.Este casamento de
pastores e partidos não é uma invenção latino-americana. Está acontecendo nos Estados
Unidos desde a década de 1980, já que a direita cristã tornou-se,
indiscutivelmente, o eleitorado mais confiável do Partido Republicano. Até
mesmo Donald Trump – que muitos criticam por não se portar como um cristão –
concorreu cercado de líderes Cristãos. O maior exemplo foi a escolha do
seu companheiro de chapa, Mike Pence, conhecido por ser um Cristão praticante. Além
de formar alianças com partidos políticos, os evangélicos latino-americanos
aprenderam a viver em paz com seu rival histórico, a Igreja Católica! Pelo
menos quando se trata de questões como casamento gay e aborto, Católicos
Conservadores e Evangélicos encontraram um terreno em comum. O melhor exemplo
de cooperação tem sido o uso de pautas comuns em “bandeiras” conservadoras –
termo usado pelos políticos para descrever suas causas. Para os cientistas
políticos, quanto mais uma bandeira ganha visibilidade, mais consegue atrair
atenção para si e gerar um debate sobre sua importância, fazendo com que se
torne uma questão que influencia a política! Um teste decisivo para
isso no Brasil foi eleição presidencial de 2018, onde as pautas conservadoras
foram defendidas por apenas dois pré-candidatos: Jair Bolsonaro e Levir
Fidélix que disse aquela famosa frase: “ânus não é um órgão reprodutor, mas
excretor”.Na América Latina, lideranças católicas e evangélicas
conseguiram erguer com sucesso a bandeira mais combatida pelo conservadorismo:
a luta contra a “ideologia do gênero”. O termo é usado para rotular
qualquer esforço de promoção da diversidade sexual e de que gênero se escolhe.Quando
os ‘especialistas’ argumentam que a diversidade sexual é real e a identidade de
gênero é uma construção, os sacerdotes evangélicos e católicos respondem que
isso é uma questão de ideologia, não de ciência, pois a biologia não se rende a
ideologias, pois pode-se mudar a estética, mas jamais a genética.Os evangélicos reiteram
que “ideologia” é realmente o melhor termo, pois isso comprova
como é algo político. Afinal,
tenta mudar – sobretudo nas crianças – a percepção do que a sexualidade nada
tem a ver a biologia. O The New York Times,
um dos jornais mais influentes do mundo, publicou um longo
artigo, onde avalia a influência dos
valores cristãos na pauta política da América Latina. Assinado por Javier Corrales, professor de Ciência
Política no Amherst College, uma faculdade católica em Massachusetts, Estados
Unidos. Reproduzo o material (com adaptações) abaixo:Hoje em dia, igrejas evangélicas
podem ser encontradas em quase todos os bairros da América Latina – e elas estão
transformando a política como nenhuma outra força no continente. São as responsáveis por dar às causas conservadoras,
e especialmente os partidos políticos, uma nova força e conquistar novos polos
eleitorais. Os pastores evangélicos adotam ideologias variadas, mas quando se
trata de questões gênero e sexualidade, seus valores são tipicamente
conservadores e patriarcais, ou ‘homofóbicos’ segundo seus críticos. Em todos
os países da região, eles possuem as posições mais fortes contra a agenda LGBT.
O Brasil é um excelente exemplo do crescente poder dos evangélicos na América
Latina. Os 90 membros da bancada evangélica no Congresso frustraram as ações
legislativas do lobby LGBT, desempenharam um papel fundamental na saída da
presidente esquerdista Dilma Rousseff.As
eleições presidenciais do Chile em 2017 forneceram um exemplo perfeito desta
união de pastores e partidos. Os dois candidatos de centro-direita, Sebastián
Piñera e José Antonio Kast, pediram apoio dos evangélicos. Piñera, que acabou
ganhado, tinha quatro bispos evangélicos como conselheiros de campanha.A imposição da “ideologia do
gênero” ajudou os Cristãos Conservadores a perceberem que isso implica numa
interferência do estado no direito dos pais em passarem seus valores aos
filhos. Na América Latina, o slogan cristão mais comum parece ser: “Não mexa
com meus filhos”. E esse é um dos resultados mais visíveis da colaboração de
evangélicos e católicos. Politicamente, podemos estar testemunhando uma trégua
histórica entre protestantes e católicos na América do Sul: os evangélicos
concordam em abraçar a forte condenação do católicos sobre a impostura da diversidade
sexual e vice-versa. Juntos, eles podem ter força para enfrentar o crescente
secularismo globalista, que rejeita toda manifestação moral religiosa na
política.“As
ideias moldam o curso da história.” (John Maynard Keynes: 1883 – 1946;
economista britânico). O século XX pode ser
considerado o século das ideologias. Por quase todo esse período, ideologias
travaram embates no campo político e agitaram toda a sociedade, em especial
após o vácuo político deixado ao término da Primeira Guerra Mundial.
Em
conjunto com diversos outros fatores, esses embates culminaram na Segunda
Guerra Mundial que colocou em confronto regimes fascistas e socialistas – ambos
totalitários e coletivistas – e as democracias liberais – individualistas. Ao final do conflito, os regimes fascistas desapareceram e
iniciou-se a Guerra Fria, que polarizou o mundo entre nações comunistas,
politicamente autoritárias e com economias planificadas, e nações capitalistas,
a maioria com democracias liberais e algum grau de livre mercado. Mas antes do final do século, a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS) sucumbiu e seu bloco político desintegrou-se, um
evento marcado simbolicamente pela queda do muro de Berlim. Desde então as
democracias liberais ganharam força no mundo, substituindo regimes comunistas e
ditaduras militares em muitos países, incluindo o Brasil.O objetivo desta trilha
é analisar as principais correntes de pensamento político existentes. Entre
elas estão correntes mais aderentes à democracia liberal, que tem como base a
garantia dos direitos individuais (políticos, civis e econômicos) defendida
pelo liberalismo político. Essas correntes são:
1)-A social democracia.
2)-O conservadorismo.
3)-O libertarianismo.
Mas além deles, serão
abordadas também, correntes menos presentes no mundo, apesar de muito
influentes na história, como socialismo, comunismo, fascismo e anarquismo. Além disso, será apresentado o progressismo, uma doutrina que
tem importante influência nas correntes de pensamento apresentadas e está no
palco central do debate político moderno. A proposta é abordar
essas correntes de pensamentos político de maneira objetiva, apresentando
pontos positivos e negativos e analisando-os na mesma profundidade, de maneira
a apresentá-los de forma igual e justa para que o leitor forme suas próprias
opiniões.
O CONFLITO ENTRE "INDIVIDUALISMO E COLETIVISMO" NAS CORRENTES
DE PENSAMENTO POLÍTICO
“A
menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam
os direitos individuais não podem clamar serem defensores das minorias.”
(Ayn Rand: 1905 – 1982; escritora e filósofa libertária russa-americana,
criadora do objetivismo).
COLETIVISMO X INDIVIDUALISMO
*Alessandro Nicoli de Mattos
Como introdução a esta
trilha de conteúdos sobre correntes de pensamento político, é importante
entender a importância da dicotomia:
indivíduo-coletividade. Boa parte das diferenças de opinião
entre os pensamentos políticos se dá pelo conflito entre individualismo e
coletivismo em diversos aspectos da vida em sociedade, especialmente nas
questões econômicas, morais e sociais. Esses pensamentos políticos podem ser
classificados como individualistas e coletivistas, como na tabela a seguir (É
importante entender que esta tabela não apresenta todos os pensamentos
políticos existentes, mas apenas um exemplo de pensamento político para cada
combinação possível de ideias individualistas e coletivistas).
*Nota
do autor: e onde estão os liberais? Como o termo é entendido no Brasil, eles têm um pensamento semelhante aos libertários, mas menos radical. Os
liberais rejeitam o intervencionismo estatal na economia e são contra o uso do
Estado para a imposição de padrões morais e de hierarquia social. Embora muitos deles adotem valores morais
conservadores, entendem que esta deve ser uma decisão individual e não uma
imposição da sociedade. No entanto, é importante entender que o termo
“liberal” pode ser confuso, pois nos
Estados Unidos se referem a posições políticas mais à esquerda, enquanto que na
América Latina e na Europa se referem a posições de direita.
O individualismo é uma ideia ou visão
que enfatiza o valor moral do indivíduo e entende que os objetivos e interesses
de cada um devem prevalecer sobre os interesses dos grupos e do Estado. O
individualismo valoriza a independência, a autonomia, a responsabilidade sobre
si mesmo e a tolerância aos outros indivíduos; neste contexto, cada um
deve se responsabilizar por suas ações e colher o sucesso ou o fracasso de suas
decisões.
Já o coletivismo é uma ideia ou visão
que enfatiza o valor dos grupos e entende que seus objetivos e interesses devem
prevalecer sobre os interesses dos indivíduos. O coletivismo valoriza a coesão
dos grupos, a obediência, o altruísmo e o respeito à hierarquia. Nesse
contexto, o grupo oferece segurança aos indivíduos em troca de lealdade INQUESTIONÁVEL. As motivações desses
individualismos e coletivismos em cada pensamento político serão esclarecidas
em outras postagens.
(no coletivismo o estado decide o que é melhor para você)
Por enquanto, é importante entender que esse debate sobre
individualismo e coletivismo envolve uma das questões fundamentais da política:
qual é o papel do Estado na sociedade?
Desde que existe política e
governo – da antiguidade aos dias de hoje –, essa é uma das questões políticas
fundamentais e origem das desavenças mais infindáveis da história. Os
pensamentos políticos mudam de nome, mas as questões fundamentais mantêm a sua
essência.
Afinal, qual o papel do Estado na sociedade?
-Qual deve ser seu tamanho?
-Quais devem ser os limites do poder estatal?
-Quais são seus deveres?
-Quais valores devem promover?
-Quem deve dirigi-lo?
As principais discussões políticas têm em sua essência
essas questões, que no fundo é o discutido quando nos perguntamos:
-Quanto de imposto deve-se cobrar?
-Quantos funcionários públicos deve haver?
-Quais serviços públicos devem ser oferecidos?
-Quais ações o Estado pode obrigar um cidadão a realizar?
As respostas a essas
questões serão diferentes se elaboradas de um ponto de vista individualista ou
coletivista, e cada pensamento político sugere um conjunto de respostas. Veremos algumas delas:
CONSERVADORISMO X POSTURA CONSERVADORA: uma CONFUSÃO SEMÂNTICA
Além de não existir
unidade de pensamento de caráter ideológico Conservador (como em qualquer corrente
ideológica, filosófica, sociológica, ou mesmo religiosa). É importante
não confundir o pensamento político conservador com a atitude em relação às
mudanças políticas chamada de conservadora (junto com outras como reacionários,
progressistas e radicais). O
conservador neste último sentido busca manter a situação política do jeito que
está, independentemente do conjunto de ideias a que se aplica. É um termo
normalmente aplicável a qualquer pensamento político que esteja no poder. Um
socialista ou um liberal que esteja governando pode ser conservador nesse
sentido, pois deseja manter-se no poder e almeja a continuação de suas
políticas. Um revolucionário torna-se um conservador
depois do sucesso de sua revolução. O conservadorismo que
será abordado aqui é aquele que existe no Brasil e tem diversas semelhanças com
o
conservadorismo ocidental existente na América Latina, na América do Norte e na
Europa, pois todos eles têm como base a doutrina cristã e a adoção, em maior ou
menor grau, das ideias políticas liberais. Mas é importante entender
que mesmo o conservadorismo ocidental possui muitas variantes, e é difícil
identificar um posicionamento político específico. Partidos
políticos conservadores podem até ter opiniões divergentes entre si sobre
algumas questões. De todo modo, é possível determinar algumas
características fundamentais do pensamento conservador ocidental.
O conservadorismo tem 5 temas como seus principais valores:
1)-A liberdade e a
ordem,
especialmente a liberdade política e econômica.
2)-A ordem social e
moral.
O conservador acredita que há uma ordem moral duradoura e transcendente, que no
caso do conservadorismo ocidental é baseada na doutrina cristã e tem na
religião a sua base. Ainda nas esferas social e moral, o conservador
defende a manutenção dos usos, costumes e convenções já testadas e aprovadas na história, além de uma
estrutura social e hierárquica tradicional.
3)-O conservadorismo
valoriza a diversidade típica do individualismo e rejeita a "ideologia igualitarista" como um
objetivo da política. O conservador, assim como o libertário, entende que a
igualdade político-jurídica é suficiente para garantir a igualdade necessária
entre as pessoas. Qualquer desigualdade material ou de resultado é consequência
inevitável das diferenças naturais entre os indivíduos, de seus esforços e de
suas decisões.
4)-Na esfera política,
o conservador procura preservar as instituições políticas e sociais que se
desenvolveram ao longo do tempo e são fruto dos usos, costumes e tradições
testadas e comprovadas ao longo da história. O conservadorismo
entende que as mudanças e o progresso são necessários para manter uma sociedade
saudável, mas essas mudanças devem ser cautelosas e graduais. Assim, a política
do conservador é a política da prudência, sempre preferindo manter e melhorar
as instituições estáveis e testadas do que tentar rupturas para implantar
modelos de sociedade e instituições advindas da razão humana (ideologias de
escritório).Essa postura coloca o pensamento conservador em conflito
com ideologias essencialmente reformistas, que almejam criar uma sociedade
“perfeita” pelo uso da política. Para
o conservador, a política é a “arte do possível” e não um meio para se chegar a
uma sociedade utópica.
5)-Na cultura, o
conservadorismo valoriza as manifestações locais e uma identidade nacional. Nessas esferas, os
conservadores são coletivistas, pois entendem que toda a comunidade deve adotar
certos padrões de comportamento e certos valores para garantir uma coesão
social e a identificação dos indivíduos com a comunidade.
CONSERVADORISMO NA ECONOMIA
O conservadorismo
defende o individualismo na esfera econômica. A defesa da propriedade privada
também é vista como uma questão intimamente ligada à liberdade, pois não é
possível ser livre se os meios de sobrevivência, principalmente a propriedade de
um indivíduo estão nas mãos de outros, dos quais acaba se tornando dependente.Entretanto,
a defesa de uma economia de livre mercado não é assunto de consenso entre os
conservadores de vários países do mundo, inclusive os brasileiros.Mesmo os conservadores
que defendem a globalização e a abertura dos mercados ao capital internacional
tentam manter essa integração somente no âmbito econômico e financeiro,
protegendo a cultura e a identidade nacionais de influências externas. Mas,
como o conservadorismo costuma ter fortes traços de nacionalismo, as ideias
econômicas acabam sendo influenciadas e, assim, boa parte dos conservadores
nacionais prefere políticas econômicas desenvolvimentistas, nacionalistas e
protecionistas. Esse fato não impede que políticos conservadores sejam
até hoje chamados de neoliberais na América Latina, o que não é uma designação
correta na maioria dos casos, visto que muitos conservadores advogam políticas
intervencionistas no âmbito econômico.
CRÍTICAS AO CONSERVADORISMO
1ª)-A
crítica mais comum ao conservadorismo é a sua ideia de que toda a sociedade
deve acatar o código moral e a estrutura social tradicionais, o que é uma visão
conflituosa com as ideias progressistas. Para os seus críticos, é uma
contradição o conservadorismo defender indivíduos autônomos na esfera econômica
enquanto defende a aceitação de padrões na esfera social e moral.
2ª)-Outra crítica comum
ao conservadorismo é sua rejeição ao multiculturalismo e ao cosmopolismo
cultural, comuns nos grandes centros urbanos. Para o conservador,
uma cultura local ou nacional compartilhada por todos os membros da sociedade é
uma condição necessária para criar coesão social e espírito de comunidade. Para
entender: multiculturalismo normalmente se refere a casos em que culturas
distintas convivem no mesmo espaço, o que é diferente das culturas formadas
pelo sincretismo de diversas fontes, como a cultura brasileira, e que costuma
ser designado como um interculturalismo. Como o Brasil sempre teve um
sincretismo cultural e religioso muito forte, o multiculturalismo – culturas muito
diferentes convivendo no mesmo espaço – não é muito comum por aqui. No
Brasil, são mais comuns as culturas formadas pela mistura de diversas
influências e que acabam originando a cultura local e os usos e costumes da
sociedade, que são, portanto, parte do que os conservadores defendem como a
cultura da sociedade brasileira.
3ª)-Na esfera política,
o principal embate entre os conservadores e seus adversários ocorre em torno do
valor da igualdade. Os conservadores,
assim como os liberais, elogiam a diversidade e entendem que não é papel do
Estado promover políticas igualitárias para além da igualdade
político-jurídica. Mas os seus opositores argumentam que não
basta promover uma igualdade político-jurídica de cunho formal se esta não se
concretiza pela igualdade material e de resultados. Na mesma linha de
pensamento, os conservadores entendem que a assistência estatal deve limitar-se
somente aos que realmente precisam dela e não deve se estender a toda a vida
das pessoas, como é proposto pelo Estado do Bem-Estar
Social, o que atrai as críticas
daqueles que entendem que o Estado deve prover uma rede de segurança aos
cidadãos durante todas as fases da vida e que cubra um grande leque de
situações.
DIFERENÇA ENTRE LIBERAL E LIBERTÁRIO
ENTENDA O QUE É LIBERTARIANISMO
“Quando você perceber que para produzir precisa obter a autorização
de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem
negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos
pelo suborno e pela influência, mais que pelo trabalho; que as leis não nos protegem deles mas, pelo
contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a
honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de
errar, que sua
sociedade está condenada.” – (Ayn Rand: 1905 – 1982; escritora e
filósofa libertária russa-americana, criadora do objetivismo)
O
libertarianismo é uma ideologia política que tem a liberdade como seu principal
valor e objetivo político. Para os libertários, o objetivo da política deve ser
maximizar a autonomia e a liberdade de escolha, não sendo função do Estado
promover a ordem ou a igualdade.Os libertários tentam
minimizar a legitimidade de qualquer instituição que tenha algum poder
coercitivo sobre as pessoas e limitem o julgamento individual. O
libertarianismo é como um liberalismo radical ou “turbinado”, mas que –
diferentemente da anarquia – ainda reconhece a necessidade da existência de um
Estado para exercer um mínimo de funções, como estabelecer e executar um
conjunto mínimo de leis, proteger a vida e a propriedade. Como exemplo: Os libertários aceitam a ideia de o Estado
impor regras de trânsito, mas não aceitam leis impondo o uso de cintos de
segurança ou de capacetes. Nesse
contexto, o libertarianismo acolhe bem a ideia da minarquia, ou seja, do Estado
mínimo.No
entanto, é importante entender que o libertarianismo – assim como a anarquia –
é uma ideologia que existe tanto na direita quanto na esquerda.Por isso, o termo
“libertarianismo” acaba sendo usado como uma expressão guarda-chuva para
inúmeras filosofias políticas. Os libertários da esquerda tentam associar
de diversas formas o socialismo com os ideais de liberdade e de abolição de
instituições autoritárias, enquanto os libertários de direita advogam o livre
mercado e a associação voluntária de indivíduos. Na prática o
libertarianismo de direita, defensor do capitalismo “laissez-faire”, é o mais
presente no discurso político e aquele que tem mais seguidores, especialmente
nos Estados Unidos da América, onde se desenvolveu com bastante força no século
XX. É este o libertarianismo que será abordado daqui para frente.
LIBERALISMO E
LIBERTARIANISMO: DIFERENÇAS
É importante não
confundir libertarianismo com liberalismo. A maioria dos liberais não tem
problemas com alguma intervenção do Estado na economia e nem defenderia um
capitalismo laissez-faire em sua versão mais pura, além de não se opor ao
Estado estabelecer um nível considerado adequado de ordem. Para os liberais, a liberdade é
um valor necessário para atingir outros objetivos, enquanto que para os
libertários a liberdade é o objetivo em si.Na esfera econômica, os
libertários de direita defendem um capitalismo do tipo laissez-faire e se opõem
a qualquer interferência do Estado na economia. Por outro lado, defendem a ação
do Estado para garantir os direitos de propriedade. Para os
libertários, a economia deve ser baseada na associação voluntária de pessoas e
não haveria a necessidade de uma entidade centralizadora para coordená-la. Na
esfera social, os libertários valorizam características pessoais como a
autossuficiência e a independência, e entendem que as pessoas devem andar com
seus próprios pés e receberem as recompensas por seus esforços individuais.
Assim, eles se opõem a qualquer tipo de programa social, mas o fazem mais por
princípio do que pelos custos que eles geram para a sociedade por meio de
impostos. Eles criticam a tendência das pessoas em
aceitar trocar a própria independência por “direitos” providos pelo Estado.
Para os libertários, ajudar os necessitados deve ser uma escolha individual e
não uma imposição de uma instituição coercitiva.
CRÍTICAS AO
LIBERTARIANISMO
1)-A primeira crítica
ao libertarianismo é ser uma ideologia de escritório como as demais, que tenta implantar uma visão de mundo
teórica pelo uso da política. Os seus críticos observam que se uma
sociedade libertária fosse possível, existiria pelo menos algum país no mundo
com um Estado mínimo, com economia livre, sem serviços públicos básicos, sem
imposição de limites morais e de uma estrutura social.
2)-O libertarianismo
também é criticado por buscar uma liberdade abstrata que nunca existiu em nenhuma
sociedade, nem mesmo nas mais primitivas. Os críticos argumentam que a
busca por uma liberdade fora de qualquer tipo de ordem coloca em risco a
própria liberdade e tende a acabar em despotismo. O argumento é que, enquanto os
libertários acreditam que as pessoas essencialmente têm uma natureza boa e
benevolente (assim como os socialistas acreditam), a história mostra que o ser
humano tem muitos defeitos e vícios. Como as pessoas são naturalmente
diferentes, sempre haverá os mais fortes e mais inteligentes, que tentarão
dominar os outros ou criar vantagens para si; por isso, nem sempre a associação
voluntária de indivíduos funcionaria.
3)-Do ponto de vista
econômico, o capitalismo laissez-faire defendido pelo libertarianismo e baseado
na associação voluntária de indivíduos seria inviável em economias grandes e
complexas como as atuais, que exigem algum nível de coordenação de uma entidade
centralizada para funcionar eficientemente. Nesse sentido, a economia sem
nenhuma supervisão do Estado se provaria menos eficiente.
4)-Outra crítica ao
libertarianismo é que neste sistema não há uma solução proposta para problemas
ambientais.
Neste modelo, a pequena abrangência do poder do Estado tornaria inviável a
administração das externalidades negativas – efeitos negativos sobre toda a
sociedade por uma atividade privada, como a poluição gerada pelos carros ou por
uma fábrica –, principalmente relacionadas ao meio ambiente e que dificilmente
seriam resolvidas pelo setor privado. Além disso, a falta de uma regulação
sobre o uso dos recursos naturais poderia levar ao seu abuso.
5)-Nas esferas social e
moral, o libertarianismo tem divergências inconciliáveis tanto com a social
democracia quanto com o conservadorismo. Enquanto os conservadores entendem que
o Estado deve preservar uma base moral e uma estrutura social que levariam as
pessoas a terem um senso de comunidade, os libertários entendem que a imposição
de um código moral e social a toda a sociedade é algo inaceitável, mesmo ao
custo de uma identificação mais fraca dos indivíduos com a comunidade. Neste
contexto, o libertarianismo aceita bem as ideias progressistas – a exemplo da
social democracia – embora não aceite a ação do Estado como promotor desses
ideais. Já os socialistas criticam a ideia de que a ajuda às pessoas em
necessidade fique dependente da caridade e da boa vontade dos indivíduos (o
que também contradiz a tese de que as pessoas são boas por natureza, se são,
então para que obriga-las a serem?).
O QUE É O LIBERALISMO?
Trata-se de uma
doutrina política muito discutida hoje em dia, em geral colocada em
contraposição ao socialismo, e que tem origens no movimento conhecido
como iluminismo. É uma doutrina
político-econômica que surge, em sua essência, da vontade de limitação do
Estado para a consequente ascensão da liberdade individual, dos direitos
individuais, da igualdade perante a lei, da proteção à propriedade privada e do
livre comércio. Essa vontade era intimamente ligada às lutas da
burguesia na Inglaterra do século XIII e é por isso que por muitas vezes o
liberalismo foi e ainda é facilmente associado a essa classe social. Para
o liberalismo, portanto, o Estado Mínimo é necessário para que se possa
garantir as pautas defendidas, que são variadas, conforme indicadas
acima, e serão explicadas adiante. O mercado é considerado o grande provedor e
regulador da sociedade na percepção dos liberais.
O liberalismo pode ser visto por três enfoques diferentes:
1)-O binômio
liberalismo político.
2)-O liberalismo
econômico (dois em um, que se correlacionam facilmente).
3)-E o liberalismo como
corrente de pensamento, que pode abranger os dois primeiros ou não.
Então, para que comecemos com clareza, algumas ponderações:
a)-O liberalismo como
corrente de pensamento: se contrapõe ao conservadorismo como corrente de
pensamento. Adjetiva a pessoa que possui ideias flexíveis e abertas, tendente a
ser mais tolerante com a diversidade e com o novo.
b)-O liberalismo como
corrente político-econômica: ao contrário do liberalismo como corrente de
pensamento, tradicionalmente, no Brasil, o
liberalismo político-econômico está atrelado a visões com uma linha de
pensamento conservadora e à direita na política. Tradicionalmente porque o liberalismo
político-econômico não concorda obrigatoriamente com a moral conservadora,
mesmo que seja a “regra geral” do liberalismo no nosso país. A ideologia
liberalista político-econômica é o nosso enfoque, e será explicada abaixo.
c)-Disso, concluímos: não existe uma só
definição de liberalismo que seja aceita por todos!
As grandes doutrinas
políticas são vistas com muitas particularidades tanto por quem as adota,
quanto por quem as critica. Portanto, vamos (eu e você) focar nas questões
gerais e importantes, sem a pretensão de esgotar o tema. A exposição pretende ensinar e
descomplicar a doutrina através de uma linguagem acessível e de uma análise
mais prática.
O QUE É ESTADO MÍNIMO?
Atrelado à concepção
política do liberalismo, o conceito descreve que o Estado (governo) não pode
atuar ou intervir em todas as esferas. O liberalismo político afirma que há um
aglomerado de direitos inerentes ao ser humano e que, portanto, o Estado não
pode intervir. Esses direitos seriam:
1)-A liberdade
individual.
2)-Os direitos
individuais.
3)-A igualdade perante
a lei.
4)-A segurança.
5)-A felicidade.
6)-A liberdade
religiosa.
7)-A liberdade de
imprensa, entre outros.
O Estado seria limitado
no plano legal, através das leis, e no plano individual/privado em razão desse
conjunto de direitos.
E COMO SERIA A ATUAÇÃO DO ESTADO DIANTE DESSAS LIMITAÇÕES?
Aqui vale a famosa
frase:“O
Estado é um mal, porém um mal necessário ”. O Estado atuaria,
então, para fornecer as condições mínimas necessárias para o livre
desenvolvimento de cada cidadão. Livre desenvolvimento significa a ausência de
assistencialismo. O liberalismo afasta o Estado paternalista, que não poderá atuar interferindo,
limitando ou suprindo necessidade na vida de qualquer indivíduo e,
sobretudo, não poderá intervir na economia e no mercado.
ESQUEMATIZANDO – PRINCIPAIS IDEAIS DO LIBERALISMO:
1º)-Defesa das
liberdades e direitos individuais: Há um conceito chamado de individualismo
metodológico. O liberalismo não reconhece direitos coletivos. O indivíduo é o
agente das relações jurídico-sociais e detém direitos individuais e não coletivos.
2º)-Liberdade de
imprensa, de associação, de reunião, de religião.
3º)-Estado Mínimo.
4º)-Igualdade perante a lei: através da instituição
do Estado de Direito. Todos seriam iguais perante a lei, e tratados como iguais
pelo Estado. Não existem privilégios!
5º)-Governos representativos
e constitucionais.
6º)-Ideais Sociais: Reconhecimento
do mérito.
Ou seja, o lugar de cada um na sociedade dependeria diretamente do mérito
individual. Há a pressuposição de igualdade de oportunidades, e alguns
indivíduos possuem mais do que os outros em razão da diferença no grau de
esforço aplicado para o alcance dos objetivos.
7º)-Ideais Econômicos:
a)-Reconhecimento da
propriedade privada: o bem pode ser utilizado exclusivamente por quem o
adquiriu. Não há espaço para o instituto da função social da propriedade, ou
seja, não há utilização ou obrigação de objetivos sociais para a propriedade
privada.
b)-Livre Mercado: a economia se fundamenta na lei da oferta e da
demanda. O Estado não pode intervir em nenhuma esfera da economia, não pode
intervir nos preços, nos salários ou nas trocas comerciais, tampouco corrigindo
as falhas ou disparidades sociais causadas pela economia. O liberalismo coloca
o livre mercado como o grande “regulador” da sociedade e as falhas se
corrigiriam naturalmente, através da “mão invisível” referida por Adam Smith em
seu livro “ A Riqueza das Nações”.
c)-Tributação mínima: principalmente no que concerne à carga
tributária das empresas.
O QUE É SOCIAL DEMOCRACIA?
Essa frase acima de Rousseau, representa
um pouco do conceito de social democracia, uma corrente política e econômica que ganhou muito espaço
na Europa, em países como França, Holanda, Espanha, Suécia, Alemanha e Áustria.
Mas em que consiste o pensamento social democrata? Quais são seus pilares e
quais as críticas?
SOCIAL DEMOCRACIA: QUAIS SUAS IDEIAS?
A social democracia é, em sua origem, uma variação do socialismo, surgida dentro
do movimento operário ainda no século XIX. Hoje em dia, após mais de um século de evolução, essa
corrente diverge do socialismo marxista, que busca substituir o sistema
econômico capitalista, no qual os meios de produção estão nas mãos de
indivíduos, pelo sistema econômico socialista, no qual os meios de produção são
coletivizados. A social democracia
aceita o capitalismo, mas busca mitigar os efeitos desse sistema considerados
adversos, por meio da política. Para isso, utiliza-se de intervenções
econômicas e sociais e promove reformas parciais do sistema ao invés de
substitui-lo por inteiro. Esse é um pensamento político atrelado à
centro-esquerda e seus principais valores são a igualdade e a liberdade. No
campo político, a social democracia defende as
liberdades civis, os direitos de propriedade e a democracia representativa,
na qual os cidadãos escolhem os rumos do governo por meio de eleições regulares
com partidos políticos que competem entre si. No campo econômico, a
social democracia encontrou nas teorias do economista britânico John
Maynard Keynes (1883-1946) a combinação perfeita para aliar os interesses
sociais à mitigação de aspectos considerados problemáticos do capitalismo,
como crises periódicas e elevado desemprego. Dessa combinação surgiu o Estado
de Bem-Estar Social, que explicaremos a seguir.
O QUE É O ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL?
O Estado de bem-estar
social é uma perspectiva política e econômica na qual o Estado tem um papel
central na organização econômica, visando promover o progresso social e criar
redes de segurança aos cidadãos “do berço ao túmulo”, ou seja, durante toda a
sua vida. O Estado é o regulador da vida social e econômica do país. No paradigma keynesiano, o Estado passou a ter a função de
evitar ou amenizar as crises econômicas com intervenções anticíclicas na
economia, isto é, intervenções do Estado que visam minimizar os efeitos do
clico econômico (flutuações na
economia, em que há a alternância de períodos de crescimento, estagnação e
declínio), aumentando a demanda interna e reaquecendo a economia em períodos de
crise.
Mas como assim, aumentar a demanda interna?
1)-Esse aumento da demanda interna pode ocorrer pelo aumento
da renda dos trabalhadores.
2)-Pela abertura de linhas de crédito subsidiadas.
3)-Ou pelo gasto público direto em obras de qualquer
espécie.
Mesmo que essas ações
causem um déficit público num primeiro momento, tudo se compensa à longo prazo, quando um novo ciclo
de expansão da economia se inicia. O governo, ao prezar
pelo Estado de bem-estar social, também passa a ter como objetivo a manutenção
de um regime de pleno emprego e o aumento da renda dos trabalhadores,
que resultariam em aumento da demanda interna, crescimento econômico e melhora
das condições sociais. Além disso, o governo regula o mercado de trabalho:
a)-Criando proteções e
leis como o salário mínimo.
b)-A regulação da
jornada de trabalho.
c)-Negociações
coletivas entre sindicatos e representantes de setores empresariais e uma gama
de direitos trabalhistas. Aliás, os sindicatos são uma das bases
políticas mais importantes na social democracia.
d)-Por fim, o
Estado também participa de atividades econômicas que são consideradas
necessárias ao desenvolvimento do país, mas que poderiam não ser atendidas
adequadamente pela iniciativa privada, tanto por falta de interesse devido às
margens de lucro pequenas, quanto pela impossibilidade de oferecer serviços
adequados para toda a sociedade – como costuma ocorrer nos setores de
energia (geração elétrica, petróleo, carvão), comunicações, transportes entre
outros, e mais raramente na produção de bens de consumo.
PROTEÇÃO DO ESTADO AO CIDADÃO
No campo social, o
Estado passa a oferecer à população uma rede de segurança que garante um padrão
mínimo de vida. Essa rede de segurança inclui a seguridade social, com benefícios
como o seguro desemprego, auxílio durante períodos de enfermidade, licença
maternidade, aposentadoria por invalidez ou por tempo de trabalho, entre
outros. Também inclui programas de assistência social que visam
auxiliar as pessoas mais vulneráveis da sociedade. Uma parte importante do papel do
Estado na área social é o provimento de serviços públicos abrangentes e de
qualidade. Nesse paradigma, o Estado é considerado o melhor provedor de
serviços básicos, pois atenderia a toda a sociedade igualmente independente de
poder econômico ou localização geográfica, em
contraposição aos serviços privados, que podem ficar restritos a uma parte da
população ou apenas realizarem o trabalho
se for lucrativo – o que não acontece com o Estado, que prioriza
à população ao superávit.
Entre os serviços públicos providos pelo Estado de
bem-estar social, costumam estar inclusos:
1)-A assistência médica
ampla e gratuita.
2)-Programas
habitacionais.
3)-Educação infantil,
educação superior, bem como educação básica.
4)-Segurança.
5)-Infraestrutura.
6)-Justiça, entre
outros.
É
claro que essa ampla gama de serviços e tarefas do
Estado necessita de recursos, que serão obtidos da sociedade por meio de uma
carga tributária mais alta do que em um governo não preveja esses
benefícios.
O PROGRESSISMO NA SOCIAL DEMOCRACIA
A social democracia,
apesar de ser coletivista em assuntos econômicos (ao defender a intervenção do
Estado na economia e prover serviços públicos abrangentes), é individualista nas questões de ordem social e moral, por
não acreditar que o governo deva interferir nesses assuntos, dando mais
liberdade aos cidadãos para escolherem questões ligadas a direitos sociais. Nesse
contexto, a social democracia adapta-se bem às ideias progressistas no campo
social e não tem como um de seus valores a manutenção da ordem social vigente
ou a defesa dos comportamentos tradicionais. Esse fato acaba gerando
certa confusão nas pessoas, que não percebem que as ideias progressistas não são,
necessariamente, as mesmas ideias da esquerda. O progressismo é, na
verdade, o contraposto do conservadorismo e não da direita como um todo.
CRÍTICAS À SOCIAL DEMOCRACIA
A aplicação prática
desse modelo recebe críticas descrevendo alguns problemas estruturais:
1)-Uma delas, segundo
aqueles que se opõe à social democracia, é a tendência a baixos níveis de
crescimento econômico, pois muitas vezes os objetivos sociais acabam tornando-se
antagônicos à eficiência econômica, como por exemplo quando o
governo aumenta artificialmente o valor dos salários, mantém taxas de câmbio
desequilibradas para evitar a inflação, usa empresas estatais em déficit
financeiro para prover bens e serviços ou aumenta os impostos para financiar o
Estado.
2)-Os liberais
(corrente econômica oposta à intervenção estatal na economia) dizem ainda que a
busca da social democracia em mitigar ao máximo os riscos inerentes à vida
implicaria menor autonomia das pessoas e seria uma tentação para políticos
transformarem o Estado em uma instituição paternalista. Em adição, o avanço do
Estado em mais esferas da vida social, com imposição de mais regras e
burocracia, deixaria menor espaço para a liberdade de decisão individual.
3)-Alguns de seus
críticos apontam, por fim, que o próprio sucesso do sistema social democrata
pode acionar os mecanismos de seu enfraquecimento. O aumento da segurança
social, tanto pela previdência – como a ampliação das situações cobertas ou do
número de beneficiários –, quanto por meio de programas sociais, impõe
aumentos de gastos públicos que devem ser cobertos por encargos sociais,
a maioria dos quais incide sobre a folha de pagamento. Nesse
cenário, o custo do trabalho eleva-se e os empresários buscam alternativas para
diminuir a necessidade de mão de obra, como a automatização ou a
transferência para outros países. Essa situação comprometeria o objetivo de
manter o pleno emprego. Como consequência,
haveria mais pessoas desempregadas, que impõem um custo maior à seguridade
social, que por sua vez conta com menos contribuintes para sustentá-la.
Ou seja, pode-se iniciar um ciclo vicioso que resultará em uma crise de
sustentabilidade do sistema.
PROGRESSISMO: O QUE É?
"O conhecimento não regride, mas avança e progride" (autor desconhecido)
Por: Bruno André Blume
- Formado em Relações Internacionais pela UFSC, ex-editor do Politize.
Já falamos aqui no
Politize! sobre o conservadorismo, doutrina política que valoriza a manutenção
de valores, tradições e estruturas sociais. Agora é a vez de falar de uma
doutrina que faz um contraponto ao conservadorismo: é o progressismo, ideia
aprimorada na idade moderna e hoje muito difundida – mesmo que muitos
nem a percebam.O
progressismo é a doutrina segundo a qual, certas
medidas econômicas e sociais – impulsionadas sobretudo pela ciência e
tecnologia – são imprescindíveis para a melhoria da condição humana. Também
está relacionado à ruptura de padrões sociais tradicionais, que por sua vez
promoveriam valores como liberdade e igualdade. O
progressismo possui forte ligação com o iluminismo. Por isso, precisamos
dar um passo atrás e relembrar o que foi esse movimento histórico.
O iluminismo e o progresso
Os historiadores chamam
de iluminismo o movimento intelectual e político do século XVIII que defendia
que o progresso deve ser fundamentado sobretudo pela razão humana, e não pela
fé religiosa. Naquela época, a doutrina cristã ainda era hegemônica na
Europa e em todo o ocidente. Por isso, as ideias iluministas significaram uma
revolução filosófica, cujos efeitos são sentidos até hoje. Ainda no século
XVIII e ao longo dos séculos seguintes, ocorreram mudanças estruturais
profundas baseadas no pensamento iluminista, como:
a)-O fim dos regimes
absolutistas e o surgimento das democracias modernas.
b)-Liberalização dos mercados
e fim do mercantilismo.
c)-Centralidade da
razão e da ciência, em detrimento do pensamento religioso, e a laicidade do
Estado.
Vários autores de
grande relevância histórica foram ligados ao iluminismo. Alguns
exemplos são Voltaire, John Locke, Montesquieu e Adam Smith. Todos esses intelectuais fizeram contribuições
fundamentais para o pensamento político e econômico moderno.
O positivismo
Além do iluminismo, outra doutrina que se ancorou na ideia de progresso foi o
positivismo. Criado no século XIX por autores como Auguste Comte, o positivismo
pode ser visto como uma adoção radical dos valores iluministas. Comte propôs, por exemplo, que a ciência seria mais do que o
principal norteador dos progressos sociais: ela seria a única fonte legítima do
conhecimento humano. Por isso, apenas aquilo que possa ser comprovado
por métodos científicos pode ser considerado como válido. Os positivistas chegaram a criar
uma nova religião, denominada por Comte de religião da humanidade. Até hoje, existe uma Igreja Positivista do Brasil.
Outra influência do positivismo em terras tupiniquins é o lema “Ordem e
Progresso”, inscrito na bandeira nacional.
PROGRESSISMO E CONSERVADORISMO: QUAIS AS DIFERENÇAS?
O progressismo tem um caráter
eminentemente reformista (mas não radical) e secular (não religioso), e por
isso acaba se contrapondo ao conservadorismo. É o que afirma Bobbio, em seu Dicionário de Política (p. 243): “Na
relação que se estabelece entre progressismo e conservadorismo, este é sempre
apresentado como negação, mais ou menos acentuada, daquele; aparece como tal,
mostrando assim seu caráter alternativo; [o conservadorismo] existe só
porque existe uma posição progressista.”
Um dos aspectos fundamentais dessa contraposição é o debate
sobre qual deve ser o norteador das mudanças na sociedade?
a)-Segundo o
progressismo,
esse norte deve ser a razão – como defendido por iluminismo, positivismo e
outras doutrinas.
b)-Do ponto de vista do
conservadorismo,
deve ser principalmente a tradição, os costumes, a fé, etc.
Outra questão de
discordância entre conservadores e progressistas é em relação à velocidade com
que as mudanças sociais devem ocorrer. Os progressistas
preferem mudanças mais rápidas e intensas do que um conservador aceitaria. Em grande parte, também acreditam que o
Estado é um agente importante para a promoção dessas mudanças. Desde
seu surgimento, o progressismo já se alterou muitas vezes e adotou diversas
bandeiras, dentre as quais o sufrágio universal, os direitos trabalhistas,
programas sociais, entre outros. Nesse contexto, o progressismo se adaptou bem
ao pensamento social democrata e até hoje ambos se encontram fortemente
associados.
PROGRESSISMO É DE ESQUERDA OU DE DIREITA?
No contexto político
atual, o progressismo é fortemente associado à luta pelos direitos sociais e a
movimentos sociais em prol de minorias ou grupos historicamente preteridos pela
sociedade, como, por exemplo, o movimento negro, o feminismo, os direitos dos
indígenas e movimentos relacionados a orientações sexuais e identidades de
gênero minoritárias. O progressismo também tem um forte
componente ambientalista. Esses grupos, de forma geral, são associados à
esquerda. É
importante esclarecer, porém, que o progressismo não é
uma doutrina necessariamente de esquerda: ele pode ser adotado em muitos
aspectos pelo pensamento político liberal, especialmente quando este se
manifestar contrário à imposição de uma ordem social tradicional.
MAS AFINAL, O QUE É PROGRESSO?
O progressismo está, evidentemente, relacionado à ideia de progresso. Segundo o progressista de esquerda Norberto Bobbio, em seu Dicionário de Política: “A ideia de progresso pode ser definida como ideia de que o curso das coisas, especialmente da civilização, conta desde o início com um gradual crescimento do bem-estar ou da felicidade, com uma melhora do indivíduo e da humanidade, constituindo um movimento em direção a um objetivo desejável.” Mas isso cria um problema: qual deve ser este objetivo desejável citado por Bobbio? O que é considerado ou não um pensamento progressista pode variar muito de acordo com o contexto social dos indivíduos. (Referência: Norberto Bobbio: Dicionário de Política). Esse é um aspecto também questionado no conservadorismo: a falta de um conteúdo certo, imutável para a doutrina. O conteúdo do progressismo depende muito do que se considera progresso e evolução dentro de certo contexto social, em determinado momento histórico.
Nota: este conteúdo foi
extraído e adaptado de "livro Urgente da Política Brasileira".
*Alessandro Nicoli de
Mattos:
Engenheiro em Elétrica, trabalha na área de exatas mas gosta de estudar
História, Economia e Política no seu tempo livre. Dos três ebooks gratuitos que
já publicou, “O Livro Urgente da Política Brasileira” é o último e busca
explicar a política e o Estado brasileiros da forma mais objetiva e visual
possível, como gostam os engenheiros. Acredita que na democracia é necessário
participar, mas sempre com conhecimento de causa, e, assim, educar os
conterrâneos sobre política também é exercer a cidadania.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
-https://www.politize.com.br/conservadorismo-pensamento-conservador/(visitado:06/07/2020)
-https://www.terra.com.br/noticias/conservadorismo-cristao-ganha-espaco-na-alemanha,09dc82204c718b799ddf064fe42daee6bu2q9rg3.html
(visitado:06/07/2020)
-https://www.youtube.com/watch?v=ezZRPOwtnNM(visitado:06/07/2020)
----------------------------------------------------------
Link para o catálogo de nossos livros: https://amzn.to/3vFWLq5
....................................................................
GOSTOU Do APOSTOLADO berakash? QUER SER UM (A) SEGUIDOR (a) E RECEBER AS ATUALIZÇÕES EM SEU CELULAR, OU, E-MAIL?
Segue no link abaixo o “PASSO-A-PASSO” para se tornar um(a) seguidor(a) - (basta clicar):
https://berakash.blogspot.com/2023/10/como-ser-um-ser-um-seguidor-e-ou.html
Shalom!
.............................................
APOSTOLADO BERAKASH - A serviço da Verdade: Este blog não segue o padrão comum, tem opinião própria, não querendo ser o dono da verdade, mas, mostrando outras perspectivas racionais para ver assuntos que interessam a todos. Trata basicamente de pessoas com opiniões e ideias inteligentes, para pessoas inteligentes. Ocupa-se de ideias aplicadas à política, a religião, economia, a filosofia, educação, e a ética. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre literatura, questões culturais, e em geral, focando numa discussão bem fundamentada sobre temas os mais relevantes em destaques no Brasil e no mundo. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog, não sendo a simples indicação, ou reprodução a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. As notícias publicadas nesta página são repostadas a partir de fontes diferentes, e transcritas tal qual apresentadas em sua origem. Este blog não se responsabiliza e nem compactua com opiniões ou erros publicados nos textos originais. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com as fontes originais para as devidas correções, ou faça suas observações (com fontes) nos comentários abaixo para o devido esclarecimento aos internautas. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam, de maneira alguma, a posição do blog. Não serão aprovados os comentários escritos integralmente em letras maiúsculas, ou CAIXA ALTA. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte.Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar de alguma forma:
filhodedeusshalom@gmail.com
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.