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Conheça a explicação para as passagens mais difíceis de entender na bíblia

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 24 de dezembro de 2019 | 14:57






Há textos na Bíblia que são curiosos e realmente difíceis de entender. E digo isso porque a curiosidade dos tais se dá por um fator um tanto paradoxal: enquanto parecem ser fáceis de se ler, ao mesmo tempo mostram-se complexos de se interpretar. E olhe que não me refiro apenas às parábolas ou alegorias, presentes nas literaturas bíblicas sapienciais (os Livros de Sabedoria ou Poéticos), na literatura profética e nos Evangelhos, principalmente. Mas, em toda a Escritura Sagrada, há textos dos mais diversos tipos que se revelam um verdadeiro desafio à interpretação. Porém, um estudo sério e aprofundado, querendo realmente extrair a verdade, nos permite ultrapassar as barreiras naturais da Escritura (língua, cultura, tempo) e nos fazer ver que, em termos bíblicos, muitas vezes os aparentes paradoxos são pedagógicos, necessários e o que importa, de fato, é como agimos frente às circunstâncias de nossas vidas: sem discernimento e sofrendo; ou com discernimento, e evitando um pouco mais a própria implacabilidade de nossa época. No final, o que nos conforta, é que o amor de Deus, que a tudo transforma, prevalecerá em todo o universo. Vamos aprofundar aqui as perguntas mais comuns daqueles que questionam a veracidade das escrituras, lembrando que é preciso separar erros de mentiras, pois as mentiras são propositais, mas os erros são acidentais, a bíblia pode até conter erros acidentais, jamais mentiras propositais, pois até os relatos mitológicos análogos às parábolas tem uma verdade embutida.





1)- Deus realmente criou o mundo em sete dias?





A Bíblia diz que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo dia. Existe muito debate sobre se esses dias eram dias cronológicos e literais de 24 horas, ou se eram períodos de tempo indefinido. Mesmo havendo teorias diferentes, o mais importante é que Deus é o Criador do mundo. Segundo o relato de Gênesis 1, no princípio Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, mas havia água. Então, durante seis dias Deus criou:




1.      A luz

2.      O céu

3.      Terra seca e vegetação

4.      Corpos celestes (sol, lua, estrelas)

5.      Animais aquáticos e aves

6.      Animais terrestres e o ser humano




No sétimo dia Deus descansou (contemplou). Deus abençoou o sétimo dia e o instituiu como dia de descanso (Gênesis 2,2-3).






Em Sete dias, ou em Sete milhões de anos?






Baseado em estudos científicos mais recentes, muitos cientistas hoje afirmam que o universo foi criado ao longo de milhões de anos, não em sete dias. Os cristãos têm várias teorias, entre as quais:





a)- Seis dias literais - Deus criou o mundo em exatamente seis dias de 24 horas. Essa é a interpretação mais literal do relato de Gênesis. Quem apoia essa teoria aponta que os estudos científicos são muito especulativos que não podem ser comprovados categoricamente (o que é verdade). Deus pode ter criado a terra em seis dias mas com aparência de muito mais idade.




b)- Seis épocas de tempo - Os “dias” da criação representam grandes épocas de tempo. Essa é a sugestão de quem tem alguma confiança nos estudos científicos sobre a criação do universo. Deus tem uma noção de tempo diferente da nossa (2 Pedro 3,8) e a palavra “dia” em hebraico pode ter vários significados, incluindo uma época de tempo indefinido. Deus pode ter usado os processos e as leis naturais para criar o mundo em seis eras.




c)- Linguagem figurativa e Mitológica - O relato da criação usa uma narrativa simbólica, mitológica e não histórica. A bíblia não é um livro de Ciências exatas ou de História. Essa é a visão de quem vê a história da criação mais como uma alegoria, não para ser levada ao pé da letra. O objetivo principal dessa história mitológica, pode ser explicar algumas verdades fundamentais (Deus criou tudo, e é o único Deus poderoso e verdadeiro) de uma forma que as pessoas compreendem, sem preocupação com rigor histórico ou científico.






Existe uma teoria ou interpretação certa, inequívoca, e unânime?














Ninguém sabe se alguma dessas teorias é certa, porque ninguém viu a criação do mundo. Todas têm alguns argumentos fortes e alguns argumentos fracos. Mas podemos ter a certeza de uma coisa: Deus tem poder para fazer o que quer (Lucas 1,37),como e quando quer sem dar satisfações a ninguém, pois a Deus nada é impossível! Deus pode ter criado o mundo em sete dias, sete milhões de anos ou até sete segundos! Ele pode ter trabalhado mais ou menos lentamente. Ninguém sabe. Mas não importa o método. Mesmo com o conhecimento científico que temos hoje temos de admitir que foi necessário haver muitos milagres para o mundo surgir. De uma forma ou de outra, Deus criou o mundo de forma lógica e inteligente. Se acreditamos nisso, não negamos a Bíblia.






2)- Por que Deus descansou no sétimo dia, se Ele é Puro Espírito?






Deus descansou no sétimo dia porque tinha terminado seu trabalho de criação. Deus não descansou porque estava cansado, mas para CONTENPLAR SUA OBRA! O descanso de Deus serve de exemplo para nós, que também devemos descansar um dia por semana para refletir!





Deus se cansa como nós?






Não! Deus não se cansa (Isaías 40,28), pois Ele é puro espírito que não está sujeito às leis materiais. Ele não descansou no sétimo dia para renovar suas forças. Descansar também significa parar de trabalhar para CONTEMPLAR a obra de suas mãos. Quando em Gênesis 2,2 diz que Deus descansou no sétimo dia, significa que Ele não trabalhou nesse dia para contemplar sua obra e dizer que estava boa.No sétimo dia, Deus já tinha concluído tudo que planeava criar. Não havia mais nada a criar. Por isso, Deus parou de criar – descansou. Isso não significa que Deus não tem mais envolvimento no mundo. Deus apenas descansou de criar o mundo. Ele continua trabalhando até hoje (João 5,17). Deus não descansa nem tira férias de cuidar do mundo. Ele está sempre presente, tomando uma parte ativa em nossas vidas. Não existe hora em que Deus não está disponível para nos ajudar.




Qual é a verdadeira razão porque Deus descansou no sétimo dia?





Deus descansou no sétimo dia como exemplo para nós. Deus não se cansa mas nós nos cansamos. Nós precisamos de guardar um tempo para descansar e meditar em nossas ações. Gênesis 2,3 diz que Deus abençoou e santificou o sétimo dia. O sétimo dia ficou reservado como dia de descanso e dedicação a Deus (Êxodo 20,8-10).Descansar é importante, não só para renovar nossas forças, mas também para desenvolver o relacionamento com Deus e apreciar Sua criação. O descanso precisa ser regular; Deus estabeleceu um dia por semana para termos uma rotina. Deus santificou o sétimo dia para garantir que sempre teremos o descanso que precisamos.







3)-Onde Caim conseguiu sua esposa?












Ora, se Adão e Eva só tinham aparentemente dois filhos, Caim e Abel, onde Caim conseguiu sua esposa? Embora muitas vezes essa pergunta sutil seja feita por pessoas céticas, a Bíblia fornece detalhes suficientes para obtermos uma resposta satisfatória!





Os capítulos 3 e 4 de Gênesis apresentam as seguintes informações:





a)- Eva era “a mãe de todos os viventes”.


b)- Passou-se um tempo entre o nascimento de Caim e a época em que ele fez a oferta que foi rejeitada por Deus.


c)- Após ter sido expulso e se tornado “errante e fugitivo na terra”, Caim temia que “ALGUEM” que o achasse, tentasse matá-lo.


d)- Deus estabeleceu um sinal para proteger Caim, indicando que seus irmãos e outros parentes poderiam tentar matá-lo.


e)- Somente “Depois”, Caim teve relações sexuais com sua esposa na “terra da Fuga” (Gênesis 3,20; 4,3-12.14-17).




Segundo as informações acima, é lógico concluir que a esposa de Caim era descendente de Eva, nascida numa data desconhecida e não relatada, pois na cultura Judaica, as mulheres e crianças tinham pouca importância, vemos que era mais importante relatar o número de cabeças de animais no rebanho, que o número de mulheres e crianças, isto pode ser estranho para nossa cultura, mas para eles isto era normal.Gênesis 5,4 diz que, durante os 930 anos de sua vida, Adão “se tornou pai de filhos e de filhas”. A Bíblia não diz que a esposa de Caim era filha de Eva. Na verdade, o fato de ela só ser mencionada depois da expulsão de Caim indica que já se havia passado tempo suficiente para que ela fosse até mesmo neta de Adão e Eva. Por isso, o Velho Testamento diz que a esposa de Caim era simplesmente “uma das descendentes de Adão”. Alguns estudiosos bíblicos como Adam Clarke, afirmam que o motivo de Deus estabelecer um sinal por causa do medo que Caim sentia, era porque já havia na Terra várias gerações dos descendentes de Adão, a ponto de existirem “diversos povoados”.Hoje, muitas sociedades acham inconcebível Caim ter se casado com uma de suas irmãs ou com outra descendente posterior de Adão gerada pelo casamento entre seus filhos e filhas. Geralmente, isso se dá por causa de tabus sociais ou por medo de defeitos genéticos. No entanto, outro exegeta F. LaGard Smith comenta em sua obras The Narrated Bible in Chronological Order (A Bíblia Narrada em Ordem Cronológica):“É muito provável que esses primeiros irmãos e irmãs tenham casado entre si, apesar de isso parecer impróprio se ocorresse em gerações posteriores.”Além disso, é digno de nota que foi apenas depois de Moisés receber as leis de Deus para a nação de Israel, milhares de anos depois de Adão e Eva, é que as relações sexuais entre parentes foram especificamente proibidas, como vemos em  Levítico 18,9 -17. 24.Atualmente, estamos milênios longe da perfeição de nossos primeiros pais. Os efeitos que a genética e a hereditariedade têm sobre nós não os afetavam. Além disso, estudos recentes, como o que foi publicado na revista Journal of Genetic Counseling, mostra que uniões entre primos de primeiro grau têm menos probabilidade de gerar filhos com defeitos do que se acredita amplamente. Portanto, é razoável pensar que esses assuntos não eram uma preocupação séria durante o tempo de vida de Adão ou até mesmo antes dos dias de Noé. Assim, podemos concluir que a esposa de Caim era uma de suas parentes. Devemos atentar também, que em Gênesis 5,4 Adão e Eva possuíam filhas que não foram citadas nominalmente no registro bíblico. Visto que Adão e Eva foram os primeiros dois humanos que Deus criou, e visto que Eva ‘tornou-se a mãe de todos os viventes’, Caim, evidentemente, casou-se com uma das suas irmãs, uma das filhas de Adão e Eva. (conf. Gên. 3,90)





4)- Deus se arrepende? (sendo ele um ser perfeito?):






Por que em Números 23,19 diz: “Deus não é homem, para que minta, nem filho do homem, para que se arrependa…”, sendo que em Gênesis 6,6 se afirma: “então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isto lhe pesou no coração”?A palavra “arrependimento” é expressa por diferentes palavras no original hebraico e grego. Sendo assim, o arrependimento divino é totalmente diferente do arrependimento humano, pois diferentes palavras hebraicas e gregas são usadas para definir esse sentimento.Quando a Bíblia fala do arrependimento humano, usa as seguintes palavras no original: Shubh (hebraico) e metanoéo (grego). Seus significados: mudança de mente (não somente a tristeza pelo pecado), voltar atrás, retornar ao caminho correto.Por outro lado, quando a Bíblia fala acerca do arrependimento divino, usa os seguintes termos: Naham (hebraico) e Metamélomai (grego). Significados: dor, tristeza, pesar.Portanto, quando Gênesis 6,6 diz que Deus “se arrependeu”, está afirmando que o Senhor “sentiu profunda dor, pesar” (lembremos que não temos como expressar em linguagem humana os sentimentos de Deus, como realmente foi essa dor divina) por ter de executar juízo (por ocasião do dilúvio) contra o homem que Ele havia criado. O arrependimento divino não traz mudança em seu Ser, mas sim no seu modo de “tratar” o ser humano.





5)- POR QUE O DEUS DO ANTIGO TESTAMENTO PARECE SER DIFERENTE DO DEUS DE JESUS CRISTO, NO NOVO TESTAMENTO ?












 





Os homens da antiguidade, mesmo os mais chegados a Deus, tinham mentalidade primitiva e, praticavam o que hoje para nós seriam “escândalos morais” tais como: A mentira, fraudes, crueldade para com os adversários, concubinato, poligamia. Deus respeita o lento desabrochar da natureza. Esse desabrochar da consciência humana deveria acontecer pela reflexão dos homens de todos os tempos, e pela meditação da Revelação de Deus. Assim, por esses dois meios: reflexão e Revelação, a consciência do povo de Deus foi se aperfeiçoando, desde a moralidade simples dos Patriarcas do Antigo Testamento até à lei de Cristo que é a caridade. O caminho foi lento e árduo por causa das conseqüências do pecado original que enfraqueceram a inteligência e a vontade do homem.Veja a fé de Abraão, o fervor da oração de Davi, o zelo de Elias, são modelos que devemos imitar. A Igreja porém, não os coloca nos altares porque nem sempre suas atitudes servem hoje de modelo de vida.






D. Estevão Bettencourt em seu livro: “Para entender o Antigo Testamento” (editora Lúmen Christi), nos ajuda a entender esta realidade:




Os textos bíblicos que narram coisas desse tipo deixam chocado o leitor que não se dá conta da moral primitiva desses homens. Pode parecer que nem a consciência repreendia os israelitas que assim procediam, e que nem o próprio Deus os censurava. Antes de tudo é preciso saber que nem tudo que o Antigo Testamento narra é proposto como “norma de conduta” para nós. Nem todas as ações de um herói (como Sansão, por exemplo) de um livro inspirado por Deus, são inspiradas.A Bíblia não tem erro de doutrina, verdades de fé reveladas por Deus, mas pode ter falhas de outra natureza.A Igreja, assistida pelo Espírito Santo, sabe fazer este discernimento, e é para isto que Jesus deixou o Magistério sagrado do Papa e dos Bispos. A Igreja sabe encontrar as verdades dogmáticas transmitidas mesmo através de histórias às vezes “não edificantes”.







Os “escândalos” narrados no Antigo Testamento fazem parte da miséria dos filhos de Adão!







Então, ao se defrontar com os episódios de “barbárie” das Escrituras antigas, não devemos nos prender no aspecto repugnante que eles podem ter; devemos saber passar além da aparência superficial, e olhar “para dentro desses acontecimentos” com o olhar de Deus. Assim, também eles nos falarão de algo muito sublime. Às vezes no Antigo Testamento, os homens considerados justos (Abraão, Moisés, Davi...) cometem atos ao nosso critério, considerados pecaminosos. Para entender esta dificuldade é preciso que consideremos o problema dentro de um quadro à luz de Deus, e não simplesmente do nosso ponto de vista de homens do século XXI. (Seria Anacronismo, que julgar o passado com a nossa mentalidade do presente).




O desenvolvimento da obra de Deus é lento e gradual, nada é instantâneo, basta ver como a natureza se desenvolve:





Uma  grande árvore começa de uma semente, é preciso entender que também, na ordem moral isto ocorre da mesma forma: lenta, gradual, e não instantaneamente, especialmente no que diz respeito à consciência humana de nossa humanidade. Basta ver como a consciência da criança se desenvolve até a fase adulta. Só aos poucos é que a criança ou o adolescente vai percebendo as conseqüências concretas daquilo que nos diz a consciência: “faça o bem, evite o mal”. Com o gênero humano inteiro aconteceu algo semelhante ao que se dá com toda criança: nos primórdios da história, os homens tinham uma consciência moral pouco desenvolvida, a qual foi se tornando mais apurada e sensível através dos séculos. Deus agiu assim com o homem, de maneira pedagógica.Isto aconteceu com o povo de Deus, portador da verdadeira fé. Este povo também possuía uma consciência moral ainda embrionária. Sabiam que era preciso “fazer o bem e evitar o mal”, e obedecer a Vontade de Deus; mas na prática este princípio escapava à sua percepção. Jesus fez o mesmo com os Apóstolos. Na última Ceia Ele lhes diz: “Ainda tenho muitas coisas para dizer-lhes, mas vocês não as podeis entender agora. Quando vier o Paráclito…” (Jo 16,12). Só depois de Pentecostes é que os Apóstolos entenderam muitas coisas.Deus respeita o lento desabrochar da natureza. Esse desabrochar da consciência humana deveria acontecer pela reflexão dos homens de todos os tempos, e pela meditação da Revelação de Deus. Assim, por esses dois meios – reflexão e Revelação – a consciência do povo de Deus foi se aperfeiçoando, desde a moralidade simples dos Patriarcas do Antigo Testamento até à lei de Cristo – a caridade. O caminho foi lento e árduo por causa das conseqüências do pecado original que enfraqueceram a inteligência e a vontade do homem.Deus, para preservar a verdadeira fé e a esperança messiânica no mundo idólatra, escolheu Abraão e sua posteridade para formar o povo e onde nasceria o Messias. Não se pode esquecer que essa gente, oriunda de ambiente pagão (Mesopotâmia), recebeu de seus antepassados na Caldéia, muitas tradições e costumes supersticiosos. Deus teve que paciente e pedagogicamente polir e elevar esta gente até à altura do culto do verdadeiro Deus; mas não quis cortar bruscamente todas essas tradições, pois seria antipedagógico, e não seria entendido. Inicialmente Deus fez o essencial, eliminou, rigorosamente o que era estritamente Politeísta; mas quanto às outras coisas, preferiu ir devagar, contemporizando, aceitando o povo como era, seguindo práticas antigas, mas não politeístas. Assim, por meio dos profetas Deus foi fazendo com que o povo fosse se elevando espiritualmente, até um dia poder ouvir a mensagem do Evangelho: “Este é o meu preceito: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei” (Jo 15, 12)”.A consciência embrionária do povo no Antigo Testamento, não é incompatível com santidade. Em qualquer época da história, a inocência consiste em que o homem nada faça “contra a sua consciência”, nada que lhe pareça contradizer à Vontade de Deus. Veja, os grandes homens e mulheres da história sagrada, como mostra o texto bíblico, se esforçavam por não violar normas que o seu senso moral (consciência) lhes exigia e, quando por fraqueza, as violaram, se arrependeram disto sinceramente. Há muitos exemplos disso na Bíblia.Esses homens davam a Deus tudo que sabiam que deviam dar-lhe; embora “tudo”, era pouco em comparação com o padrão moral que hoje nos é proposto; mas precisavam de grande esforço.Na medida em que a consciência não os acusassem, podiam seguir seus costumes primitivos, para nós as vezes bárbaros; e assim não deixavam de obedecer o que Deus lhes pedisse. Era esta incondicional adesão ao Senhor que os tornava justos, santos. Por isso, esses homens são modelos de santidade, para a época, não pelo aspecto exterior de sua vida (que às vezes nos assusta!), mas pelo desejo interior de cumprir a vontade de Deus e lhe ser fiel.Veja a fé de Abraão, o fervor da oração de Davi, o zelo de Elias, são modelos que devemos imitar. A Igreja porém, não os coloca nos altares porque nem sempre suas atitudes servem hoje de modelo de vida.Para nós que temos o conhecimento do Evangelho, seria ilícito repetir o que era praticado pelos justos do Antigo Testamento, já que a nossa consciência, iluminada por Cristo, tem agora muito mais clara noção do bem e do mal, e se torna mais exigente. O que hoje é pecado contra a lei natural sempre foi mau olhos de Deus, já que o mal não depende de mera convenção humana, mas nem sempre isto foi percebido pelos homens antigos, por causa de sua consciência moral pouco desenvolvida. Enfim, Deus quis fazer do homem seu filho, chamando-o a participar de sua vida e da sua felicidade, e para isto o foi educando pedagogicamente.






Á luz dessas explicações podemos agora compreender porque a lei de Moisés (1240 a.C.) incorporava a lei de talião (UM AVANÇO ENORME PARA A MORAL RETRIBUTIVA DA ÉPOCA):













O código babilônico, de onde veio Abraão, do rei Hamurabi (1800 a.C.), prescrevia:






“Olho vazado por olho vazado” (Art. 196); “membro quebrado por membro quebrado” (Art. 197); “dente espedaçado por dente espedaçado” (Art. 200); “boi por boi, carneiro por carneiro” (Art. 263); “morte ao arquiteto de uma casa que desmorone sobre o proprietário” (Cf. art. 229); “morte ao filho do arquiteto, se a casa cai sobre o filho do proprietário” (Cf. art. 230).Com o progresso da cultura, os antigos pagãos foram percebendo a imperfeição da retribuição pelo talião. Consequentemente, admitiam que o criminoso pagasse indenização monetária, caso nisto consentisse a vítima. Ao promulgar a Lei Mosaica, Magna Carta de Israel, o Senhor quis respeitar a tradição da sua gente; para depois reformá-la aos poucos. Jesus, completando o processo pedagógico do Antigo Testamento, aboliu a lei de talião, ordenando que os discípulos perdoassem gratuitamente até os inimigos (cf. Mt. 5, 38-42, 21-15).






Às vezes aparece a poligamia no Antigo Testamento, como se Deus a aceitasse!







Não é bem assim. O matrimônio, quando aparece na história sagrada, pela primeira vez, é como uma união monogâmica; o Criador mesmo o instituiu e abençoou dando-lhe um valor religioso (cf. Gn 1,28; 2,23s). Por isto, o casamento é chamado “aliança de Deus” (Pr 2,17), aliança “da qual o Senhor é testemunha” (cf. Ml 2,14).A praxe da poligamia foi reconhecida pela Lei mosaica em 1.240 (cf. Dt 17, 17; 21, 15; Lv 18,18), mas isto se explica por um ato de tolerância divina. ‘E o que Jesus disse aos fariseus:“Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés o permitiu: a princípio, porém, não era assim”. (Mt 19,8). No tempo de Abraão uma família numerosa principalmente com homens, era sinal de bênção divina, isto significava uma posteridade e mais homens para a guerra e para o trabalho. A esterilidade era vista como uma maldição (cf. Is 63, 9 e Os 9, 14; Lc 1,25). Assim, a moral da época aceitava que o marido da esposa estéril podia gerar um filho com outra mulher livre ou a escrava da sua esposa; e os filhos da escrava eram pertencentes à sua esposa. Isto era aceito com naturalidade pelos antigos judeus neste contexto.Mas, ao lado dos casos de poligamia, concubinato e divórcio reconhecidos pela Lei, houve na história sagrada, episódios que em hipótese alguma poderiam ser justificados, motivados pela fraqueza humana. Entre esses casos está o pecado de Onã (donde o nome do vício “onanismo”), que Deus puniu severamente (cf. Gn 38, 6-10); o atentado incestuoso dos sodomitas (Gs 19, 1-25); a conduta errada de Salomão, que acarretou, como punição, o cisma do reino deste monarca (cf. 1Rs 11, 1-13, 29-33). Além disso a Lei advertia o rei contra os abusos da poligamia (cf. Dt 17,17).






6)- A BÍBLIA CONTEM: “VERDADES, MITOS, ERROS OU MENTIRAS ?”







Por Eduardo Arens






Infelizmente na mentalidade equivocada de muitos o “Mito” costuma ser associado com falsidade, mentira, como se a única narração veraz fosse a história, e para muitos como se restrigisse  à  única verdade demonstrável (científica). Esse juízo obedece a idéia que não corresponde à dignidade de Deus e da Bíblia a outro tipo de narração que não seja a história.Falar desta forma seria negar que as parábolas de Cristo não contem verdades e não tem nenhum valor.O fato, no entanto, é que o mito, a parábola, a poesia o conto,a narrativa, etc, buscam expressar uma verdade.Tanto o mito como a parábola,e uma maneira de dar expressão compreensível a uma realidade não sensível. Esta verdade é do tipo da poética, que não é o mesmo tipo de um relato histórico.Poesia não representa história, no entanto, tem “sua verdade”, e uma verdade freqüentemente mais profunda do que a de um relato histórico. Mitos como a “Espada de Dâmocles,do Minotauro e tantos outros” tem sua verdade, ou moral histórica.O narrador não tomaria o relato mítico com a mesma certeza histórica com que tomaria o relato da conquista de Judá por Nabucodonozor. Não é propósito do mito comunicar memória histórica de acontecimentos realmente ocorridos (Mas a moral ou, experiência vivida), embora o narrador pudesse pensar que alguns desses eventos se deram sim (quão difícil é saber o que os outros pensavam,ou o que de fato ocorreu , e mais ainda antigamente.Julgar o passado com a mentalidade do presente chama-se: ANACRONISMO, só pessoas ignorantes e anacrônicas procedem desta forma).O símbolo e o real estão, ambos, presentes na mente daquele que apela para o mito para expressar uma realidade difícil de explicar em linguagem humana. O mito e a linguagem mítica são empregados para explicar realidades transcendentes e as interrogações profundas do homem, as realidades religiosas e existenciais, que a ciência não tem resposta: Porque existimos ? Porque o mal e o sofrimento ? Por que uns são mais capacitados e agraciados que outros ? Porque a Morte ? O que acontece depois da morte ? Os sentidos não captam todas as realidades, e certamente não as do “além”, mas, para falar delas, é necessário empregar uma linguagem humana. O mito é a maneira por excelência de falar dessas realidades transcedentais. Os escritos da Bíblia não recorreram a linguagem filosófica da nossa Cultura Grega ocidental  para falar dessas realidades, mas à linguagem mítica, figurada, de imagens tomadas do mundo de suas experiências cotidianas,enfim da cultura oriental que é mais experiencial que intelectual (Exemplo: Vaidades das vaidades tudo é vaidade...O autor experimentou para depois narrar).O relato do rapto de Elias ao céu (2Rs 2) é mítico (ele não é um mito puro como tal, pois Elias foi real) como o é aquele das tentações de Jesus e seus intercâmbios com o “ADVERSÁRIO”(Diablos). Mas, mediante esse modo de falar, cada um desses relatos expressam uma verdade: Elias não morreu, vive com Deus (como se dirá da ascensão de Jesus em Lucas e Atos); Jesus não cedeu às tentações que o mundo oferece, mas submeteu-se durante sua vida à vontade de Deus.Fala-se de Deus como juiz, pai, rei,Sr. dos exércitos, etc (que são metáforas analógicas), como alguém que fala, age, se encoleriza, como se fosse um humano, embora Deus não seja humano e esteja acima de nossas categorias de  compreensão. São Tomaz de Aquino dizia que a verdade é maior que nossa inteligência, portanto, jamais teremos condições de apreender toda a verdade em nosso intelecto humano limitado.O Fundamentalista nega a possibilidade de erros na bíblia, argumentando que quando se admite que esses existem (fazem coro com os ATEUS) então, a bíblia não merece nossa plena confiança e deixaria de ser PALAVRA DE DEUS. A bíblia são ações TEÂNDRICAS: Ações divino-humanas.Inspirada sim por Deus, mas com o elemento humano como seu instrumento.O termo ERRO para os estudiosos é um tanto equívoco.Melhor seria tratar de verdade bíblica.Verdade é a correspondência AFIRMATIVA entre aquilo que é pensado e expresso e a realidade CONSTATÁVEL.Dai resulta a máxima filosófica: “A verdade não está no observador, mas no objeto observado.”A verdade não depende de pontos de vista, de crenças,gostos, preferências, ou desejos  pessoais e comunitários. A “ NÃO VERDADE ACIDENTAL” é denominada de ERRO, e pode ser devida à incompreensão, à informação incorreta, ao desconhecimento, ou à distração.A NÃO VERDADE “INTENCIONAL” é denominada MENTIRA.Ambos erro e mentira, contradizem a realidade que se pode verificar e demonstrar. Porém, uma é por acidente, a outra é intencional.É importante não confundir erro com mentira, ou engano.Como veremos a bíblia contem erros acidentais, contudo não contem mentiras.É preciso esclarecer que quando falamos de verdade, ou erro na bíblia, o fazemos a partir de nosso ponto de vista e segundo nosso conceito OCIDENTAL de verdade, que é de origem filosófica especificamente grega (alétheia).Pois bem, no mundo onde a Bíblia nasceu, o conceito de verdade era diferente: Verdade é tudo que é fiel, estável,e experimentalmente merecedor de confiança.O oposto de tudo isto é a mentira (hipocrisia), e não erro, ou equívoco.O nosso conceito de verdade é intelectual, o da bíblia é existencial.É com este conceito de verdade ORIENTAL que foram compostos os escritos da bíblia.A verdade que se trata nos escritos da bíblia, situa-se no plano da mensagem e não dos dados reais  em si mesmo.Projetar nosso conceito de “verdade OCIDENTAL” nos escritos bíblicos e situá-los em um mundo conceitual e intelectual como o dos gregos, que não era o seu, é esperar deles o que não pretenderam nunca nos oferecer.POR FIM, O REAL CONCEITO DE INFALIBILIDADE E INERRÃNCIA DAS ESCRITURAS, é conforme está expresso na DEI VERBUM-Nº 11: “ Deve-se confessar que os livros da Escritura ensinam firmemente, com fifelidade e SEM ERRO, a verdade que Deus quis manifestar nas sagradas letras “PARA NOSSA SALVAÇÃO (Nostrae Salutis Causa).” Por isto fala-se de verdade PARA NOSSA SALVAÇÃO, que concerne à mensagem e não à informação fatídica e sua exatidão histórica.Finalmente, quando se afirma que a Bíblia está livre de qualquer classe de erro, implicitamente afirma-se que essa inerrância é válida para todos os tempos.





FONTE: Eduardo Arens - A Bíblia sem Mitos – Uma introdução Crítica








7)- Por que o Deus que ordenava o mandamento NÃO MATARÁS, mas mandava matar até mesmo crianças no Antigo Testamento?








"Não podemos conceber de forma alguma que DEUS coloque no decálogo um mandamento dizendo: "Não matarás" e em seguida mande que Moisés mate todos os povos conquistados...”Ora se isto fosse uma contradição, seria um crime qualquer país manter um exército. É preciso sempre entender o texto e contexto em que o mesmo foi escrito. Ora na hora de defender o país ou a população, o que o soldado vai fazer, atirar flores? Em Gn 9 Deus dá ao homem a autoridade de matar como forma de exercer juízo. Essa autoridade é confirmada no NT em Rm 13 e essa é a dificuldade de muitas pessoas não entenderem que a pena de morte, por exemplo, ou a morte na guerra, foram coisas autorizadas por Deus em Gênesis 9 e nunca revogadas.Obviamente hoje o cristão, por ser um cidadão do céu, talvez não se sinta bem em estar na posição de um algoz, embora existam muitos cristãos que ocupem postos de soldados e policiais onde eventualmente terão de matar como forma de proteger a si mesmo ou outras pessoas.Eu também tinha dificuldade para entender esse modo de proceder de Deus no Antigo Testamento, até entender a noção de autoridade, algo a que todos estamos sujeitos. Não cabe ao subordinado julgar se a autoridade está certa ou errada, cabe a ele se submeter aos poderes superiores (pais, professores, policiais, prefeitos, governadores, presidentes, juízes...).Quando Deus mandava os judeus invadirem uma terra, Ele estava exercendo Seu juízo sobre povos cruéis. Você pode entender isso quando Ele adia seu juízo sobre os Amorreus porque ainda não tinham enchido a medida de iniquidade:"Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniqüidade dos amorreus não está ainda cheia". Gênesis 15,16






Mas Deus não usou apenas judeus como Seu instrumento de juízo. Ele usou gentios, como Ciro:







"Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão" (Isaías 45,1).







É difícil admirar o trabalho de um soldado na guerra, de um policial na luta contra o crime, ou de um carcereiro em trancafiar pessoas, mas eles são instrumentos da justiça humana (e por tabela, da divina, de forma imperfeita). É ingenuidade você pensar em um mundo sem autoridades superiores, e é ingenuidade maior ainda, pensar em um Deus sem autoridade para julgar e condenar segundo os Seus (e não os nossos) critérios de justiça. Afinal, de onde você acha que aprendeu as noções de justiça que hoje traz em sua mente? Quer goste ou não, herdamos da uma cultura judaico-cristã, da qual não podemos negar e fugir. Todavia, se por um lado você se arvora no direito (e capacidade) de julgar o que é certo e errado nos atos divinos, isso o torna juiz imperfeito de um Deus perfeito. No oriente antigo, ao povo vencedor de uma guerra, infelizmente, reconhecia-se a faculdade de dispor das posses e da vida dos vencidos, mesmo de mulheres e crianças; felizes se poderiam considerar aqueles(as) que, derrotados na batalha, fossem apenas despojados de suas posses e reduzidos à escravidão. Não podemos esquecer que no mundo antigo não havia tratados sobre a guerra, nem os órgãos himanitários que temos hoje, aos vencedores só restavam duas alternativas:





-Exterminar todos se não houvesse acordo de paz vantajoso para os vencedores.




-Transformar os melhores, mais novos, e mais saudáveis em escravos (pois não existia recursos suficientes para manter campos de prisioneiros).






O kyrie Eleison da liturgia Católica (Senhor Piedade), surge deste contexto, pois os vencidos eram em carreata passados diante dos vencedores, e imperadores, os quais  clamavam pelas suas vidas e de suas famílias dizendo encurvados: Senhor piedade!Além disso, aqueles povos (e também os de outras partes da terra) julgavam que na guerra a honra de seus deuses estava em jogo. Uma derrota militar seria escárnio para as divindades da nação vencida, assim como a vitória um triunfo. Por conseguinte, aos deuses do vencedor deviam ser religiosamente imolados, por um ato de extermínio total, os homens, as famílias, as cidades, os haveres.Ora, tal praxe, familiar aos antigos, foi também respeitada pela Lei de Moisés; porém esta mentalidade rude seria paulatinamente corrigida.Deve-se dizer que para os hebreus essa prática (chamada herém) se tornava particularmente necessária e imperiosa: este povo possuía a verdadeira fé, para um dia transmiti-la ao mundo (o que esqueceram); por conseguinte, era de sumo interesse que Israel não corrompesse sua religião. Todavia, a fim de manter incontaminada sua crença, não havia outra alternativa aos hebreus que a separação absoluta dos demais povos; a experiência mais de uma vez comprovou que, ao habitar pacificamente com tribos subjugadas em guerra, os judeus se deixaram seduzir pelas suas pompas religiosas.Em consequência, era absolutamente necessário que a legislação de Israel apelasse para o hérem e o sancionasse (repita-se: a fidelidade dos filhos de Abraão ao verdadeiro Deus era, na história, um valor insubstituível, que não podia ficar exposto a risco nenhum).







Apoiando-se nestas idéias, eis como o legislador sagrado incutia "o hérem" a Israel: 








Deuteronômio 20, 16-18: "Quanto àquelas cidades porém, que  te hão-de ser dadas, nenhum absolutamente deixarás com vida. Mas passá-los-as todos  ao fio de espada; convém a saber, aos heteus e aos amorreus, e aos cananeus, aos fereseus, e aos heveus, e aos jesubeus, assim como o Senhor teu Deus te mandou: para que não suceda que vos ensinem a cometer todas as abominações, que eles mesmos fizeram a seus deuses, e venhais a pecar contra o Senhor vosso Deus. "









O fato de que os hebreus possuíam a verdadeira religião num mundo idólatra, fazia que a sorte desse povo viesse a ser nada menos que a do Reino de Deus em meio ao reino do erro e do pecado. Noutros termos (Estamos explicando, não justificando):Já que o Senhor decretaria realizar o seu plano salvífico através das vicissitudes de Israel, os hebreus não podiam evitar a conclusão de que os seus sucessos militares seriam vitórias do Reino de Deus. Dentro da mentalidade do Antigo Testamento, portanto, podia-se com toda razão dizer que o reino das trevas triunfava sobre o Reino da Luz cada vez que Israel sucumbia na guerra; nessas ocasiões parecia estar em perigo a causa messiânica, a salvação do gênero humano. Eis por que os judeus diziam que os inimigos de Israel eram inimigos de Javé e vice-versa; que as suas guerras eram “as guerras de Javé” (Êxodo XVII, 16) ou que “Javé combatia em favor de Israel” (Josué X, 14 e 42). Eis igualmente por que se afirmava, segundo um modo típico, que Deus mesmo inculcava o hérem (Josué X, 40) e, caso não fosse devidamente executado (o que geralmente se dava por desejo ganancioso que os israelitas tinham de se aproveitar dos bens alheios), puniria os próprios judeus.É de notar, como já foi dito, que o extermínio dos homens e mulheres em guerra não implicava na condenação póstuma deles; podiam estar inocentes em sua consciência e merecerem o agrado divino.Mais uma observação se impõe: embora a legislação de Israel reconhecesse o hérem, ela o abrandava assaz, em confronto do que faziam as outras.Os monumentos e os textos assírios dão testemunho da maneira realmente bárbara como os soldados pagãos tratavam seus prisioneiros de guerra: crivavam-lhes os olhos, tomavam-nos como supedâneos para os pés dos monarcas, etc.Na Sagrada Escritura mesma, o profeta Amós repreende os amonitas porque, entre outros crimes cometidos, abriram os ventres das mulheres israelitas grávidas (Amós I, 13).O simples fato de que o extermínio dos inimigos figurava no catálogo das leis religiosas, devia concorrer para coibir a eventual tendência dos chefes hebreus ao seu abuso. 




Assim, tolerando "o hérem" (mas um hérem mitigado), o Senhor dava a entender que imperfeito era tal procedimento. Eis alguns testemunhos:







a) O Deuteronômio (Deuteronômio XX, 10-18) muito insiste na humanização do código militar de Israel; recomenda, por exemplo, que na campanha de conquista da terra prometida, ao defrontar uma cidade inimiga, não-cananéia, o povo eleito procure reduzir os seus habitantes a tributo e serviço temperados pela benevolência, evitando o derramamento de sangue; caso, porém, o adversário obrigue a uma campanha militar e seja derrotado, Israel vitorioso é exortado a poupar mulheres e crianças.O modo de tratar as cidades cananéias seria outro, pois, estando localizadas na terra que os hebreus deviam habitar, a coexistência oferecia grave perigo de contaminação. Não era, portanto, permitido aos judeus abster-se do hérem ao vencer os cananeus, como inculda Deuteronômio VII, 2-5; XX, 15s. Isto vem confirmar a observação de que em Israel o preceito em análise era ditado principalmente pelo ideal religioso; era em vista da fidelidade de homens rudes ao verdadeiro Deus que ele fora sancionado.





b) A mulher não-cananéia feita prisioneira de guerra, podia ser tomada como esposa de um judeu, que a trataria com todo carinho; abusar de tal prisioneira era estritamente vedado (Deuteronômio XXI, 10-14).




c) Dois episódios da História Sagrada, um do período dos Juízes (Juízes XXI, 13) e o outro do reinado de Davi (II Samuel XX, 14-22), dão a ver que as exortações à brandura não ficaram sendo letra morta: em ambos os casos, os chefes israelitas entram em acordo com inimigos não-cananeus.





Houve também, varões do povo de Deus que espontaneamente se mostraram humanitários para com os adversários. Por exemplo:






Conforme II Samuel VIII, 2, Davi, animado de louvável compaixão, não hesitou em romper o costume de matar todos os prisioneiros; resolveu exterminar “apenas” a metade dos cativos moabitas, metade designada pela sorte...Para os padrões da época isso é o que se explica  em I Reis XX, 31, os Sírios reconheçam a clemência rara de que dão provas os reis de Israel; com efeito, diziam os soldados a seu monarca Ben-Hadad, vencido por Acab:"Ouve: nós temos ouvido dizer que os reis de Israel são clementes. Ponhamos sacos sobre nossos rins e cordas ao nosso pescoço, e vamos ter com o rei de Israel; talvez ele te poupe a vida."Acontecia também que os israelitas, ao aplicarem a lei do hérem, por vezes deixavam-se levar não pelo zelo de Deus, mas por paixão humana. É o que se verifica, entre outros casos, na história de Jeú:Este general foi, por mandado divino, ungido rei de Israel e recebeu a incumbência de exterminar a Casa de Acab, mas, embora intencionasse zelar pelo interesses de Javé, cedeu a crueldade horrorosa (II Reis X, 1-17)... Ora, o feito de Jeú foi, um século mais tarde, explicitamente repreendido pelo Senhor mesmo, mediante o profeta Oséias (Oséias I, 4s).Este episódio permite concluir que nem tudo que a Sagrada Escritura refere ter sido mandado por Deus foi executado de maneira correspondente à vontade divina.






Também Davi, parece ter-se deixado arrastar a excessos no episódio relatado em I Samuel XXVII, 8-11:

 




Certa vez, perseguido por Saul, o futuro monarca se refugiou nas terras do rei filisteu Aquis, que o recebeu benevolamente; de sua nova mansão, porém, Davi fazia incursões contra populações vizinhas: os amalecitas, que Samuel condenara ao anátema (I Samuel XV, 3); os gessuruianos e os gezrianos, que eram provavelmente tribos amalecitas. O grande guerreiro tudo devastava, matando homens e mulheres, roubando gado e vestes. A seguir, voltava à presença do rei Aquis e, temendo o controle ou represálias da parte deste, dizia-lhe ter feito expedições nas regiões do Negeb, regiões que pertenciam à tribo de Judá e seus aliados. Tais depredações procediam realmente zelo religioso? E a mentira subseqüente que as encobria, poderia ser justificada?De resto, a Bíblia fornece indícios de que os constantes derramamentos de sangue cometidos por Davi nem sempre corresponderam ao Plano Divino; antes, desagradaram ao Senhor!Isto é fato! Quando o rei de Israel desejou edificar o Templo de Javé em Jerusalém, recebeu formal recusa de Deus, pois, como reconheceu o próprio monarca, não convinha que o Templo, santuário da paz, fosse erguido por mãos que haviam feito correr tanto sangue (I Crônicas XXII, 8-10; XXVIII, 3).Era igualmente a necessidade de manter pura a religião de Israel que fazia que o hérem fosse praticado entre os próprios hebreus, caso um ou mais indivíduos caíssem na idolatria ou em outro pecado grave. Tal sanção é prescrita por Moisés em Deuteronômio XIII, 13-19; foi a aplicação da mesma que motivou a guerra fraticida contra a tribo de Benjamim (Juízes XX, 1-48; XXI, 1-14).À medida, porém, que ia se elevando o nível cultural e moral dos hebreus, abrandava-se a praxe do hérem entre conacionais; assim na época de Esdras (século V/VI), implicava não já a morte do réu, mas a confiscação dos seus bens e sua exclusão das assembléias do povo (Esdras X, 8).






O hérem, infelizmente, ainda existe até hoje!






Nosso país foi abalado pela notícia de um ataque contra 80 compatriotas (alguns foram mortos e muitos ficaram feridos) no interior do Suriname, como vingança coletiva, pelo fato de um nativo daquele país ter sido assassinado por um imigrante brasileiro.






Ainda outro elemento, que deve ser levado em conta para se entenderem devidamente as façanhas bélicas do Antigo Testamento, é a mentalidade do clã:






Entre os antigos, de modo geral, o indivíduo costumava ser prezado não somente como tal, mas também (e, não raro, preponderantemente) como membro de uma coletividade; dava-se muita importância à solidariedade natural que une todo homem à família, tribo ou nação. Isso se explica, em grande parte, pelo gênero de vida nômade que levavam os primitivos.De fato, os nômades vivem da grei, dos rebanhos que os acompanham, e isto (dizem os psicólogos) não pode deixar de imprimir um caráter coletivista à vida do clã, fazendo com que o indivíduo como tal desapareça na engrenagem do todo. Ademais, nesse modo de vida é mais difícil que na vida sedentária descobrir o autor de um crime (fora os casos de delito flagrante); por conseguinte, julgava-se muitas vezes na antigüidade que os fatores da história não são “este” e “aquele indivíduo”, mas “este” e “aquele clã”.Este modo de ver implicava que, ao se cometer um crime contra determinado sujeito, todo o grupo respectivo se julgava atingido. Por conseguinte, era a tribo inteira que se levantava para reagir, e reagir não contra o agressor isolado, mas contra a coletividade de que fazia parte o ofensor. É o que explica(mas não justifica), os freqüentes choques de grupo contra grupo, choques em que nem as mulheres, nem as crianças eram poupadas; é também este o motivo por que muitas vezes filhos, netos e ulteriores descendentes da geração criminosa eram por um legislador condenados à maldição.






A História Sagrada apresenta disto um exemplo significativo em I Samuel XV, 1-3:







Samuel manda a Saul que extermine os amalecitas – homens, mulheres e crianças – e todo o seu gado, pois em três ocasiões durante a travessia do deserto, havia mais de dois séculos, se tinham oposto à passagem do povo de Deus (Êxodo XVII, 8-13; Números XIV, 45; Juízes III, 13; VI, 3); Moisés, em conseqüência, os tinha condenado a completo extermínio (Deuteronômio XXV, 17-19; Números XXIV, 20). Segundo a ordem de Samuel, pois, uma geração bem posterior pagaria pela culpa de antepassados longínquos!Vale notar que resquícios desse tipo de mentalidade existem até hoje no nosso país, em  especial nas regiões rurais (quem nunca ouviu falar de "guerras de famílias" no Nordeste?).







Aos poucos, porém, Deus quis corrigir "Pedagogicamente" também, essa postura imperfeita:






Acontecia no século VI que os judeus, punidos por guerras de deportações, se queixavam de que seus pais haviam “comido uvas amargas e os dentes dos filhos sofriam em decorrência” (um provérbio que os exilados aplicavam a si mesmos, lançando sobre os pais a falta cujo castigo suportavam - Ezequiel XVIII, 2; Jeremias XXXI, 29); apoiados em tal tese, dispensavam-se hipocritamente de qualquer propósito de penitência, pois se apregoavam inocentes. Foi então que o Senhor se dignou explicitamente negar a veracidade do pressuposto (Ezequiel XVIII, 4; cf, Jeremias XXXI, 30):





"Eis que todas as almas Me pertencem: a alma do filho como a alma dói pai é minha; a alma que pecar, essa morrerá."






Ainda mais uma vez se manifestava a paciência divina em lenta tarefa educacional.Os dizeres de Ezequiel e Jeremias indicam bem que a mentalidade do clã está abolida. Não se diga, pois, que alguém está pagando pelos pecados de seus antepassados.Sendo assim, podemos afirmar que a mensagem revelada tinha de ser passada segundo o grau de civilização em que estavam os ouvintes ou não seria entendida.







Consideremos uma criança:





A sua consciência é rudimentar, poucos deveres indica e poucas restrições impõe. O pequeno conhece, sem dúvida, o preceito fundamental da lei moral: "Faze o bem, evita o mal." Todavia, em que consiste exatamente o bem a praticar e o mal a evitar ele não sabe dizer com clareza; poucas são as conclusões práticas que ele deduz daqueles mandamento básico; assim o bem, para ele, vem a ser primeiramente o que os mais velhos lhe indicam como tal; o mal será desobedecer a estes. Só aos poucos é que o adolescente vai percebendo as conseqüências do princípio "Faze o bem, evita o mal."Pois bem, Deus quis que se desse com o gênero humano inteiro algo semelhante ao que se verifica com toda criança: nos primórdios da história, os homens tinham uma consciência moral pouco desenvolvida, a qual através dos séculos foi se tornando mais apurada, minuciosa.Também os membros do Povo de Deus, que o Criador se dignou tornar portadores da verdadeira fé, possuíam, apesar da sua sublime vocação, uma consciência moral ainda embrionária. Percebiam bem que é preciso "fazer o bem e evitar o mal", obedecer a tudo que vissem ser a Vontade de Deus; mas a maioria das aplicações concretas deste princípio escapavam à sua percepção. Não há dúvida, o Senhor poderia ter revelado tudo que a Lei Natural nos incute; preferiu, porém, um lento desabrochar que, de resto, mais condizia com a maneira como Ele criou e rege o mundo.Ao chamar Abraão, Deus não quis cortar bruscamente todas as suas tradições de família (isso seria antipedagógico); eliminou em termos severos o que era estritamente politeísta; quanto às outras observâncias, preferiu ir contemporanizando, tomando o israelita como era; permitiu, pois, que o povo vivesse, em parte, à semelhança dos demais povos orientais; às práticas antigas não politeístas, o Mestre Divino apenas quis insuflar novo espírito, comunicando nobres idéias e aspirações.






Assim fazia com que o povo "se fosse elevando espiritualmente e moralmente," até um dia poder ouvir a mensagem do Evangelho (João XV, 12):

 




"Este é o meu preceito: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei."






É muito importante frisar, ainda, que uma consciência moral ora mais, ora menos embrionária, como tinham os homens do Antigo Testamento, não é incompatível com a santidade, e elevada santidade, pois esta consiste em cumprir generosamente a vontade de Deus manifestada através da consciência reta e sincera. Notemos o caso de Abraão, que não hesitou em deixar sua terra e sua parentela para ir à região à qual Deus o chamava (Gênesis XII, 1-4). Também não vacilou quando o Senhor lhe pediu que oferecesse seu filhos em sacrifício (Gêneses XXII, 1-18).A História Sagrada é, sim, apesar de todos os escândalos e vicissitudes que os homens nela disseminaram, um movimento ascensional contínuo, que tem por fundamento uma mensagem perene: Cristo! Infelizmente a má vontade para se entender essas coisas é muito grande; para tudo se tem condescendência, menos para se entender a Palavra de Deus. Façamos a nossa parte, expliquemos a verdade para quem tem um coração aberto, os outros que assumam a responsabilidade de sua falta de zelo no estudo da Revelação no dia de prestarem conta a Deus.







8)- Qual era "o nome de Jesus? A profecia afirmava que Ele seria chamado de “Emanuel”?







Os estudiosos sérios concordam que Jesus existiu historicamente, que Ele era um judeu da Galileia que foi batizado por João Batista e começou seu próprio ministério logo depois. Eles também concordam quando afirmam que Ele pregou oralmente, foi referido como “rabino”, e não deixou documentos escritos de sua autoria.A maioria desses estudiosos também afirma que Jesus foi preso, julgado e executado pelas autoridades romanas. Em suma, a pesquisa científica arqueológica, histórica e bibliográfica afirma que havia uma figura histórica com o nome de Jesus que viveu cerca de 2.000 anos atrás.






Mas seu nome era realmente Jesus?





Enquanto todos os Evangelhos, os primeiros textos cristãos e os historiadores da Antiguidade de fato se referem a Ele como “Iesous” (uma transliteração grega do nome hebraico original “Joshua”), algumas aparentes discrepâncias nos próprios Evangelhos podem iluminar esta questão.


 




Vamos dar uma olhada nos Evangelhos de Mateus e Lucas:




O Evangelho de Mateus começa com uma genealogia de Jesus que vai desde Abraão, passando por Davi até chegar em José, apresentando assim Jesus como membro da Casa de Davi. No entanto, Mateus também indica que José não é o pai natural de Jesus. Só se encontra uma ocasião no Evangelho de Mateus em que Jesus é referido como “o filho do carpinteiro” (cf. Mateus 13, 55). Por outro lado, seu Evangelho diz claramente que Maria estava prometida a José quando ele a encontrou “com o filho do Espírito Santo”. José estava prestes a romper o noivado quando um anjo apareceu para ele em sonhos, revelando a origem divina da criança. Lê-se em Mateus 1, 22-23):




“José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco...”





Mas por que o anjo está dizendo a José para chamar a criança de “Jesus”, se a profecia diz claramente que  eles o chamarão de Emanuel?





Parece haver alguma confusão angelical aqui, já que o anjo também diz a Maria, no Evangelho de Lucas (cf. Lc 1, 30-31): “O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus...”






Os anjos teriam errado em algo?




Não necessariamente. Há uma diferença entre “como ele será chamado” (“Emmanuel”) e o “nome propriamente” (“Jesus”). Para resolver esse aparente quebra-cabeças, precisamos dar uma olhada mais de perto no nome Emanuel e na tradição bíblica. A primeira vez que o nome “Emanuel” aparece na Bíblia está no livro de Isaías, nos capítulos 7 e 8. No entanto, o nome aqui não tem nenhum significado messiânico, à primeira vista. Ele simplesmente aparece listado entre outros nomes, como um sinal da proteção de Deus sobre a Casa de Davi durante um período de guerra.Isaías respondeu:





“Ouvi, casa de Davi: Não vos basta fatigar a paciência dos homens? Pretendeis cansar também o meu Deus? Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco. Ele será nutrido com manteiga e mel até que saiba rejeitar o mal e escolher o bem.



Embora haja discussão sobre o que o profeta quis dizer, a tradição rabínica e alguns estudiosos consideram que ele estava apontando para o fato de que o nome “Deus conosco” era um gesto de agradecimento pela proteção de Deus durante tempos difíceis. No entanto, o Evangelho de Mateus entende esse texto de maneira diferente, como profetizando a vinda do Messias, a Encarnação de Deus, literalmente “Deus conosco”.





Então, por que o nome Jesus?



O nome Yeshua (a forma original do nome hebraico, sendo ele mesmo uma derivação de Yehoshua) era relativamente popular na Judeia no tempo de Jesus. Encontramos nas obras de Flavius ​​Josephus, historiador do século I, pelo menos 20 pessoas diferentes chamadas de Iesous. Além disso, ele não é o primeiro personagem a se chamar Yeshua (Joshua) na Bíblia (recorde-se o livro de Josué no Antigo Testamento). O nome, etimologicamente, significa “Deus salva”, “Yahweh é salvação”, “Yah salva”. Este é realmente o nome que todos os Evangelhos usam para se referir a Jesus.






Isso significa que Jesus tinha dois nomes?




Bem, esse não é o caso. Um judeu nos dias de Jesus teria apenas um nome, às vezes seguido por “filho de” e pelo nome do pai (é assim que Filipe se refere a Jesus, “Jesus filho de José de Nazaré” no Evangelho de João) ou pela cidade natal da pessoa (como em Marcos 10, 47, “Jesus de Nazaré”).A resposta é que “Emanuel” é mais um título expressivo do que um nome, exatamente como “Cristo” (Messias, que não é sobrenome).O texto de Isaías também explica que o Messias será chamado “Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz” (Isaías 9, 5).Jeremias diz explicitamente que “o rei que reinará sabiamente” será chamado de “o Senhor é a nossa justiça”. Naturalmente, nenhum desses nomes são em si nomes verdadeiros. Estes são atributos que descrevem quem é o Messias. Em hebraico, “ser chamado” e “ser” geralmente significa a mesma coisa, então “ser chamado Emanuel” significa, no fim, que “ele será o Deus vivendo com e entre nós”. Por natureza, ele é o Emanuel. Por nome, ele é Jesus, “o nome acima de todos os nomes” (cf. Filipenses 28, 11).Na realidade pouco importa se Francisco é Chico, Chiquinho, ou Chicão, todos são modos de se dirigir a Francisco e ponto final. Não vamos criar chifre em cabeça de cavalo por causa de picuinhas.





Fonte: Aleteia





9)- ARCA DE NOÉ:  MITO, REALIDADE, OU UMA MISTURA DOS DOIS?




 




 


Dos historiadores e arqueólogos que se propõem a pesquisar acerca de algum evento bíblico, é bem provável que o Dilúvio de Noé seja o de maior pesquisa e divulgação até a presente data. Em parte por seu apelo épico, porém também, por esta história conter um dos objetos mais instigadores àqueles que têm um “Q” de Indiana Jones: A arca de Noé. De antemão, é bom ratificar: apesar de evidências históricas e arqueológicas importantes do relato bíblico (como veremos adiante), ninguém ainda achou a arca. O prof. Rodrigo Silva, protestante e doutor em “arqueologia bíblica”, fez o oportuno comentário: “Ao todo já relacionei ao relatório mais de 40 supostos achados da arca de Noé e além de serem todos falsos ou inconclusos, eles têm mais dois pontos em comum: primeiro que foram todos encontrados por leigos sem nenhuma formação ou treinamento de arqueologia e segundo, que a maioria deles convenceu muitas pessoas apesar de apresentarem provas questionáveis e relatos contraditórios.”[1] Contudo, apesar da arca ainda estar desaparecida, há fortes evidências para acreditar-se “pelo menos” que, em algum momento, uma catástrofe hídrica global aconteceu.

 

 

 

Catástrofe global ou local?

 

 

 

Antes de avaliarmos as evidências empíricas, vale ressaltar a discussão que em tempos é levantada sobre a real extensão do Dilúvio. Embora o entendimento geral de que o evento tenha sido global, alguns, a fim de defenderem o modelo geológico evolucionista , atribuem à inundação uma aplicação local em vez de universal.

 

 

 

Resumidamente, os principais argumentos aceitos para a compreensão global do Dilúvio são:

 

 

 

(1) A necessidade da arca?

 

 

(2) As dimensões da arca?

 

 

(3) A necessidade dos animais irem à arca?

 

 

(4) A necessidade de aves na arca?

 

 

(5) O julgamento era universal?

 

 

(6) O Dilúvio era um tipo de julgamento vindouro?

 

 

(7) As águas submergiram os montes?

 

 

(8) A duração do Dilúvio?

 

 

(9) A promessa de Deus?

 

 

(10) Os povos descendem de Noé e sua família?

 

 

(11) A terminologia hebraica registrada em Gênesis?

 

 

(12) O Novo Testamento retrata o Dilúvio como global (Jesus e apóstolos)?

 

 

 

 

Para uma pesquisa mais detalhada sobre o assunto, sugerimos conferir as referências [2], [3] e [4]. Além dos argumentos acima elencados, as evidências multiculturais também, em certa medida, sugerem uma catástrofe hídrica mundial. Sob a luz da arqueologia, relatos contidos em artefatos têm evidenciado a veracidade bíblica do relato de Gênesis. O Dr. Rodrigo Silva afirmou que: “Já foram encontradas e decifradas mais de 40 versões antigas sobre o dilúvio, que datam de até 2100 a.C. Gravadas em antigos códigos ainda preservados, essas versões contêm extraordinárias semelhanças com o texto de Gênesis. A mais famosa delas é o Épico de Gilgamesh (ou Gilgamés), encontrado na biblioteca de Nínive e que hoje pertence ao acervo do Museu Britânico de Londres.

 

 

 


 



Segundo especialistas, se somarmos as tradições orais e escritas que encontramos ao redor do mundo, fora as do Oriente Próximo, chega a mais de 100 o número de versões e relatos a respeito de um dilúvio universal que cobriu toda a Terra. Isso demonstra que Moisés não foi o criador da história diluviana, mas apenas o transmissor de um antigo fato que antecedeu o seu próprio tempo.”[5]

 

 

 

 


 



os Astecas e o Épico de Gilgamesh

 

 

 

“Quando a humanidade foi coberta pelo dilúvio, tudo foi destruído, menos um homem chamado Coxcox e uma mulher chamada Xochiquetzal, que se salvaram em um pequeno barco; tendo depois repousado em cima de uma montanha, chamada por eles Colhuacan, tiveram lá vários filhos;todas essas crianças nasceram mudas, até que uma pomba de uma árvore alta se lhes ensinou línguas, mas estas diferiam tanto que eles não podiam se entender.”[6] Uma versão deturpada dos relatos bíblicos de Noé e Babel? Talvez. Essa história vem dos astecas do México – um dos vários contos que falam de uma inundação catastrófica, de geografias remotas e culturas diferentes.[7] O relato mesopotâmico da inundação global tem recebido certo destaque, talvez por conta do documentário “Zeitgeist”, de Peter Joseph. Nele, o diretor se utiliza da evidência mesopotâmica para reivindicar um possível plágio bíblico; contudo, o argumento realmente poderoso é o oposto: o fato de outras culturas registrarem a história de uma inundação universal suporta o fato de que, pelo menos, em algum momento da história isso ocorreu. Os detalhes bíblicos, entretanto, provêm maior credibilidade frente aos outros registros. Prova disso, por exemplo, são as dimensões atribuídas à arca no relato mesopotâmico:

 

 

 

“Essa história conta que Ea, senhor das águas e guardião dos homens, alertou Utnapishtim sobre o dilúvio pelo qual os deuses destruiríam a humanidade. Ea mandou Utnapishtim ‘derrubar a sua casa e construir um barco’, para ‘levar no barco a semente de todas as criaturas vivas.Cada um dos lados medindo 120 côvados, formando um quadrado.’ Havia sete conveses ao todo. O dilúvio foi assustador e cheio de fúria. Utnapishtim contou que ‘o deus da chuva tornou a luz em trevas, quando ele esmagou a terra como um copo’. Quando a tempestade diminuiu, Utnapishtm olhou para a face da terra e havia silêncio. Toda a humanidade retornou à argila. A superfície do mar se estendia plana como um telhado; de todos os lados era a desolação das águas’. Utnapishtim soltou uma pomba, que retornou sem encontrar lugar de descanso e depois uma andorinha, com o mesmo resultado. Finalmente, um corvo foi solto, mas não retornou. O barco chegou à terra em uma montanha e Utnapishtim ofereceu um sacrifício.’[8] Apesar dos problemas de engenharia do relato, o que mais chama atenção são as incríveis semelhanças entre o relato bíblico, asteca e mesopotâmico.

 

 

 

 

o dilúvio entre os Chineses e os Aborígenes australianos

 

 

 

 

Chineses e australianos são, por vezes, alvo daqueles que, por argumentos de natureza “cultural” e “geográfica”, não aceitam a cosmovisão criacionista e, por consequência, o Dilúvio. Entretanto, descobertas significativas demonstram o oposto. Os primeiros estudiosos jesuítas foram os primeiros europeus a terem acesso ao “livro de todos os conhecimentos”, chinês, dos tempos antigos. Essa coleção de 4320 volumes conta a repercussão da rebelião da humanidade contra os deuses. “A Terra foi abalada em suas fundações. O céu do norte se abaixou. Sol, Lua e estrelas mudaram seus movimentos. A Terra foi despedaçada e as águas de seu peito subiram com violência, transbordando a Terra”.[9] Outra história, no folclore dos Bahnars, uma tribo primitiva de Cochin, na China, conta como os rios incharam “até que as águas atingirem o céu e todos os seres vivos morrerem, menos dois irmãos que foram salvos em uma arca enorme. Levaram consigo um par de cada tipo de animal.”[10] O relato aborígene é impressionante. Foi encontrado por antropólogos numa remota tribo aborígene, antes de qualquer contato com missionários:

 

 

 

 

“Aconteceu que as crianças mais novas se atormentaram e maltrataram a Coruja Piscante, Dumbi. Ngadja, o Supremo, se ofendeu e sentiu profunda tristeza por ela. Então, instruiu Gajara: ‘Se você quiser viver, pegue seus filhos e esposas e faça uma jangada dupla. Por causa do que aconteceu a Dumbi, quero afogar a todos. Estou prestes a mandar a chuva e a inundação marítima’, disse ele. Coloque nas jangadas alimentos que possam ser amarzenados, como gumi, banimba e ngalindaja, todos estes alimentos do chão. Então Gajara amarzenou todos esses alimentos. Ele também reuniu as aves do céu, como o cuco, o visco-comedor, o pássaro do arco-íris, o pássaro de capacetes e os tentilhões, juntamente com uma fêmea de canguru. Gajara fez de seus filhos e esposa a tripulação. Então Ngadja enviou as nuvens de chuva para baixo, fechando o céu sobre eles. A inundação veio do norte-nordeste e as pessoas foram cercadas por águas salgadas e pelas águas da maré. Ngadja girou as águas e a Terra se abriu, engolindo todas as pessoas. Ele as matou em Dumbey. Enquanto isso, a inundação carregava todos o que estavam na balsa com Gajara para Dulugun. Finalmente, as enchentes guiaram Gajara para esta direção. Ele enviou alguns pássaros do barco, primeiro o cuco. Este achou terra e não voltou mais para ele. Gradualmente as águas foram baixando. Mais tarde, os outros pássaros retornaram a Gajara, que os enviou novamente no dia seguinte. As terras já estavam secando e as criaturas vivas acharam comida e um lar. Eles mataram o canguru depois de desembarcarem; a esposa de Gajara, Galgalbiri, colocou-o no forno de terra e o cozinhou com outros alimentos. A fumaça subiu lentamente até atingir o céu. Ngadja, o Ser Supremo, pôde sentir o cheiro da fumaça da fêmea do canguru enquanto era cozida e ficou satisfeito. Ngadja, o Ser Supremo, colocou um arco-íris no céu para afastar as núvens de chuva. O arco-íris nos protege para que as chuvas não aumentem demais. Nosso povo entende o significado disso. Quando o vemos, pensamos: ‘Não haverá catástrofe’.[11]

 

 

 

 

Conclusões óbvias, mas rejeitadas (por alguns)

 

 

 

 

Esses relatos preservados entre diversas culturas espalhadas pelo mundo concordam em pelo menos três pontos:

 

 

 

(1) A água destruiu toda a raça humana e outras formas de vida sobre a terra.

 

 

(2) Uma arca ou barco proveu um meio de escape.

 

 

(3) Uma família foi preservada para perpetuar a raça humana.

 

 

 

É difícil imaginar que todos esses povos tenham inventado uma mesma história que coincide em tantos detalhes.[12] O volume de evidências culturais e arqueológicas demonstra que ignorar a (alta) possibilidade de uma catástrofe hídrica num passado remoto é, de fato, muito desonesto. Sem mesmo reivindicar as implicações teológicas do enredo bíblico, a historicidade do relato (com base nas evidências histórico-culturais e arqueológicas) somada aos argumentos científicos (engenharia e geologia), permite-nos admitir que o autor de Gênesis registrou a verdade e que não é (ou não deveria ser) “apenas simbólico”.

 

 

 

Por Jônatas Duarte Lima

 

 

 

Referências e notas

 

 

 

[1] Dr. Rodrigo Silva, “Encontraram a arca de Noé?”, disponível em http://novotempo.com/evidencias/2013/10/02/encontraram-a-arca-de-noe/.

 

 

[2] Ver Michelson Borges, A História da Vida, “O dilúvio de Gênesis: lenda ou fato?”, p. 77-95.

 

 

[3] Creation Magazine LIVE!: “Was Noah’s Flood global?” em https://youtu.be/c36LQILHQ18.

 

 

[4] Creation Answers Book, “Chapter 10: Was the Flood global?”, disponível para download em http://creation.com/the-creation-answers-book-index.

 

 

[5] Michelson Borges, Por que Creio, p. 141.

 

 

[6] Frazer, J.G., Folklore in the Old Testaments: Studies in Comparative Religon, Legend and Law (Edição resumida), Avenel Books, New York, NY, EUA, p. 107, 1988.

 

 

[7] Citado em “Dilúvio!”, disponível em  http://creation.com/flood-legend-portuguese.

 

 

[8] Sanders, N.K., The Epic of Gilgamesh, Penguin Classics, Londres, UK, pp. 108-113, 1972; citado em “Dilúvio!”, disponível em  http://creation.com/flood-legend-portuguese.

 

 

[9] Berlitz, C., The Lost Ship of Noah, W.H. Allen, Londres, UK, p. 126, 1987; citado em “Dilúvio!”, disponível em  http://creation.com/flood-legend-portuguese.

 

 

[10] Frazer, p. 82.

 

 

[11] Funk & Wagnalls, Standard Dictionary of Folklore, Mythology and Legend, 1950; citado em “Dilúvio!”, disponível em  http://creation.com/flood-legend-portuguese.

 

 

[12] Michelson Borges, A História da Vida, p. 95.

 

 

 

Fonte: https://engenhariafilosofica.com/2015/09/25/o-diluvio-do-genesis-verdade-ou-mito-parte-3/

 

 

 

O que podemos "teologicamente" dizer sobre a Arca de Noé?

 

 


 




 



 

A idea de um dilúvio global parece quase grande demais para ser verdade: água cobrindo a terra inteira, todos aqueles animais cabendo em um único barco, uma família salva de dentro de uma numerosa multidão de pessoas. Poderia alguma coisa assim já ter acontecido? Onde estão as evidências incontestáveis? Muitas pessoas duvidam da história do Dilúvio, porque elas não pensam que exista alguma evidência. Isto poderia ser um evento único, depois de tudo. Muitos de nós tem sido ensinado que tudo que nós vemos – erosão, vento, fluxo de água sempre tem ocorrido a uma taxa quase constante durante milhões de anos. Esta ideia, chamada uniformitarismo, assume que, para a maior parte dos, canyons e fósseis, montanhas e camadas de rocha, foram formadas gradualmente durante longos períodos de tempo. O Grand Canyon, os himalaias, as bacias oceânicas, todas elas vieram de acordo com o mesmo processo que nós vemos hoje, em basicamente a mesma proporção.Mas, e se há outra explicação? E se a evidência sugere uma figura completamente diferente do passado da terra? A imagem da Arca de Noé que você deve ter visto nos livros de criança ou em pinturas nos muros do berçário é frequentemente pequena e limitada com cabeças de girafas saindo do topo. Mas a real Arca de Noé, a descrita na Bíblia, poderia ter sido em torno de 155,4 m de comprimento e 15,54 m de altura – e incrivelmente em condições de navegar até mesmo nos mares mais agitados. Este é um návio que poderia ter mantido os ocupantes seguros durante uma provação de um ano inteiro.Durante o dilúvio, águas em furia, suficientes para cobrir a terra inteira, transformou a paisagem, derrubou camada sobre camada de sedimentos, e formou a maioria dos fósseis que nós ainda estamos cavando hoje. A terra mostra evidências, não de mudança gradual, mas de um evento cataclístico que transformou completamente o mundo e nos deixou com um incrível testemunho do poder do nosso Criador.Mas esta destruição não foi sem propósito. Deus é amor, mas Ele também deve julgar a maldade. As pessoas dos dias de Noé não se importavam com a justiça ou em fazer os que elas sabiam ser certo. Ao invés de ver a arca que Noé estava construindo como um meio de escapar, eles rejeitaram a ideia de uma tal catástrofe e foram deixados de fora dos muros seguros do navio. Noé foi salvo, não devido suas próprias “boas ações”, mas somente devido a provisão de Deus. Apesar de nos dias de hoje a história de Noé parecer repetir-se,todos nós temos a mesma oferta da gratuidade de Deus ofertada e colocada a disposição de seus contemporâneos: Deus nos colocou aos cuidados de uma outra arca como fez o Bom Samaritano com aquele homem quase morto encontrado caído a beira da estrada que é a sua Igreja!

 






Una, santa, católica e apostólica: esta é a Igreja que devemos crer e professar já que é isso o que a ensina a fé. Nesta Igreja cremos com firmeza e com simplicidade testemunhamos. Fora dela não há salvação, nem remissão dos pecados, como declara o esposo no Cântico: "Uma só é minha pomba sem defeito. Uma só a preferida pela mãe que a gerou" (Ct 6,9). Ela representa o único corpo místico, cuja cabeça é Cristo e Deus é a cabeça de Cristo. Nela existe "um só Senhor, uma só fé e um só batismo" (Ef 4,5). De fato, apenas uma foi a arca de Noé na época do dilúvio; ela foi a figura antecipada da única Igreja; encerrada com "um côvado" (Gn 6,16), teve um único piloto e um único chefe: Noé. Como lemos, tudo o que existia fora dela, sobre a terra, foi destruído.A esta única Igreja, nós a veneramos, como diz o Senhor pelo profeta: "Salva minha vida da espada, meu único ser, da pata do cão" (Sl 21,21). Ao mesmo tempo que Ele pediu pela alma - ou seja, pela cabeça - também pediu pelo corpo, porque chamou o seu corpo como único, isto é, a Igreja, por causa da unidade da Igreja no seu esposo, na fé, nos sacramentos e na caridade. Ela é a veste sem costura (Jo 19,23) do Salvador, que não foi dividida, mas tirada à sorte. Por isso, esta Igreja, una e única, tem um só corpo e uma só cabeça, e não duas como um monstro: é Cristo e Pedro, vigário de Cristo, e o sucessor de Pedro, conforme o que disse o Senhor ao próprio Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,17) - (Bula Unam Sanctam - Papa Bonifácio VIII - 18.11.1302 )






CONCLUSÃO:








Espero que essas orientações lhe ajudem a ver a Palavra de Deus com “outros olhos”, para que extraia dela aquilo que de melhor ela tem para sua vida.Além disso, não se esqueça de pedir a direção do Divino Professor e Auxiliador Espírito Santo (Jo 14,16). Jesus prometeu que Ele nos ensinaria “todas as coisas” (Jo 16,13).







Se quiser, o apostolado Berakash pode lhe ajudar ainda mais!







Uma das razões pelas quais devemos interpretar a Bíblia é porque, como leitores, tendemos a dar ao texto um significado que não existe nele. Muitas vezes o lemos com nossos “olhos ocidentais”, e ignoramos que a Palavra de Deus foi escrita com uma perspectiva e cultura hebraica, totalmente diferente da nossa que é racional, já a cultura Semita é experiencial.






Vou lhe provar que damos ao texto um significado que não faz parte daquilo que o autor inspirado queria transmitir:








“Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências” (Rm 13,14).




Por causa de nossa cultura entendemos “carne” como “corpo”. Porém, raras são as vezes que Paulo usa o termo com esse significado. Ele fala de uma enfermidade espiritual chamada natureza pecaminosa. O corpo em si não é o assunto discutido pelo apóstolo até porque a Bíblia:






a)- Tem uma visão positiva do reino material, pois a matéria é criação de Deus (Gn 1,31).




b)- Apresenta o corpo humano não como essencialmente mau, como o faziam os filósofos gregos. Pelo contrário, o próprio apóstolo Paulo ensinou que o corpo é o “templo do Espírito Santo” (1Co 6,19 - 20).




c)- Ensina que em Sua segunda vinda, Jesus resgatará também o corpo e o transformará para viver pela eternidade (1Co 15; 1Ts 4,13-18).




Por isso, aí vão algumas dicas para você ler aquilo que realmente está no texto bíblico:

 



1)- Leia a passagem bíblica, bem como os capítulos anteriores e posteriores a ela várias vezes, até relembrar sem precisar ler. Nossa mente “destrava” para perceber certos detalhes apenas quando lemos mais de uma vez!





2)- Identifique os limites do texto. Não pense que a divisão em capítulos e versículos indica que tais divisões são necessariamente as corretas para o estudo aprofundado, e nos limita a ela.Na verdade, a divisão de nossas Bíblias teve o intuito apenas de nos facilitar a busca pelos textos. O que precisamos fazer é delimitar o bloco do texto (perícope) que trata da mesma ideia ou assunto. Por exemplo: se quiser entender o sermão do Monte, é importante saber que o assunto começa no capítulo 4,23 de Mateus e termina no capítulo 7 - Ou seja: o bloco (ou perícope) a ser lido abarca esses três capítulos e não apenas um trecho.





3)- Compare os textos obscuros com os textos de versões diferentes. Se você não conhece grego e hebraico, pode se beneficiar de outras traduções confiáveis, principalmente as ecumênicas, que expressam um sentido mais profundo do verso.






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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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