Reconheço que a política não é, e
nunca foi, um exercício de santos! Com frequência, governantes os mais
virtuosos tiveram de recorrer a expedientes que nem sempre foram de seu agrado
para realizar tarefas necessárias que, de outra sorte, não se realizariam. No
mundo da ética e da moral aplicadas, muitas vezes somos obrigados , e o
governante mais do que do que qualquer um de nós, a escolher o mal menor porque
o nosso princípio abstrato já não encontra lugar na realidade corrompida.
Apelando a uma dicotomia conhecida, de Max Weber, nem sempre a ética da
responsabilidade, que é a do homem público, atende a todas as exigências da
ética da convicção, que é a do indivíduo. (Extraído
da matéria de Reinaldo Azevedo: “Lula é mesmo o nosso Lincoln? Ou: A safadeza e
a sem-vergonhice como atos heroicos” publicada no seu blog na Veja em
28/02/13.) - O abraço da Operação
Lava Jato no ex-presidente Lula, familiares e colaboradores foi, ou será o
início do fim do projeto de poder do PT. Não só pela queda simbólica do maior
ídolo do partido. Mas, principalmente, pelo que o PT representa hoje na
percepção da sociedade brasileira, traduzida pelas pesquisas de opinião: corrupção,
aparelhamento do Estado, incompetência de gestão e destruição do patrimônio
estatal e público. A passagem do PT pelo poder deixa lições. A principal é a de que a
democracia brasileira é forte o bastante para que um partido de bases populares
e bandeira política mais à esquerda chegue à Presidência da República. E lá
permaneça até cometer erros o bastante para derrubá-lo. Fica também a lição de
que, apesar do aparelhamento do Estado feito deliberadamente pelo PT como forma
de exercer a seu favor o controle da máquina pública, o partido não teve êxito. Quando em 2005 o
publicitário Duda Mendonça foi à CPI dos Correios dizer que havia recebido
milhões de dólares numa conta nas Bahamas, petistas choraram feito crianças no
salão verde do Congresso. Era um misto de decepção com o pavor de imaginar que
ali chegaria ao fim o sonho do partido de chegar ao poder. Nada, absolutamente
nada, poderia ser pior. Passados 10 anos, aquela tarde de agosto tem lugar no
fim da fila de escândalos da galeria petista, que tem dirigentes presos,
inúmeros outros casos de caixa dois, um governo ainda mais ameaçado e, agora,
no seu auge, a Polícia Federal na porta do ex-presidente Lula. O inacreditável
aconteceu e, embora seja cedo para conclusões assertivas, como foi em 2005, é
razoável supor que todo esse enredo empurrou a presidente Dilma para o precipício
e ameaça seriamente o retorno de Lula em 2018, operação que vem sendo arquitetada
já sem nenhum segredo. Aguardemos os detalhes sobre o que pôs a PF à porta de
Lula, assim como o conteúdo completo da delação premiada que levou a esse
momento, a do senador Delcídio Amaral, líder do governo até outro dia, e outras
surpresas que podem vir por ai, pois o Juiz Moro já é conhecido pelo seu
trabalho paciente até encurralar a preza, deixando-a com duas alternativas:
Confessar ou delatar. Há muitas dúvidas sobre o que está por vir: como
reagirá o PT e sua militância fanática? Dilma, Lula, suas lideranças, e os
movimentos sociais? Algumas conclusões já são possíveis: o ambiente político
ficará ainda mais envenenado.
E, muito mais do que 2005, o projeto de poder do
PT nunca esteve tão perto do fim! O Partido dos Trabalhadores governa
oficialmente o Brasil desde 2003, quando Lula foi eleito presidente. Em dez
anos, nunca antes da história deste país viu-se tanto desmando, tanto desbunde,
tanto desbrio, tanto descalabro, tantos desvios de verbas e de caráter.
O PT teve a proeza de destronar da vida pública de modo praticamente
definitivo todas aquelas características que eram vistas, desde os idos da
Grécia clássica, como essenciais para o exercício da política: verdade,
hombridade, maturidade, honra e honestidade. Se antes aqueles que
se desviavam dessa linha-mestra eram vistos como incidências abjetas na vida
política brasileira, hoje o próprio desvio é que se transformou em linha-mestra.Por
mais que se repise essa constatação, há grande resistência por parte de uma
multidão (para não dizer manada) de gente bem-intencionada, excessivamente
ingênua e facilmente enganável, em admitir que, na última década, o nosso país
melhorou sob todos os aspectos – político, econômico, social, jurídico e
cultural. Há um sem-número de
documentos emitidos pelo próprio PT que indica de maneira incontestável o
projeto de poder do partido. O radicalismo socialista troglodítico foi
substituído por um radicalismo socialista sofisticado, cheio de fineses e com
ares de alta intelectualidade, mas o objetivo continua sendo um e o mesmo:
enredar a nação em seus tentáculos pegajosos indefinidamente. Esse afã pelo
poder não é um "privilégio" apenas do Partido dos Trabalhadores aqui
no Brasil: diversos outros partidos, organizações, institutos e que tais, aqui
e lá fora, possuem o mesmo objetivo, e, ao contrário do que a insistência
extraordinariamente estúpida de um exército de analistas e experts garante,
esse objetivo é perseguido de modo muito bem articulado a nível internacional.
A própria existência de uma organização como o Foro de São Paulo é, de per si,
prova cabal desse fato.Aliás, o próprio
documento preparado pelo PT para o XVIII Encontro do Foro de São Paulo, que
ocorreu em Caracas, é mais uma peça que explicita, naquela típica linguagem
melifluamente "progressista e de esquerda", os objetivos do PT. Todas
as citações que aqui faremos são traduções livres de trechos do documento do
partido, que foi divulgado em língua hispânica.O primeiro grande destaque do
documento é a defesa da necessidade de se instrumentalizar organizações
variadas da sociedade civil para que o PT continue no comando da nação. Nesse
sentido, o documento afirma que:"O PT terá de dedicar-se com mais empenho a organizar as camadas
populares, em particular os trabalhadores assalariados, em sindicatos,
movimentos populares urbanos e rurais, associações femininas, movimentos de
juventude, instituições desportivas e culturais, e em um sem-número de formas
criadas por iniciativa das classes e camadas populares."
Quem aponta isso é o próprio presidente nacional do partido, Rui
Falcão, que complementa:
“Somente com a participação ativa dessas camadas populares, o PT e o
governo poderão vencer as resistências que os setores conservadores, na
sociedade, no Congresso e inclusive em setores do aparato do Estado, interpõem
às reformas indispensáveis ao plano de desenvolvimento econômico e social que
façam do Brasil um país verdadeiramente soberano, independente, e com um povo
material e culturalmente avançado.”
Notem que
"PT" e "governo" são utilizados como se fossem a mesma
coisa, partes indissociáveis do mesmo organismo. Esse tom é mantido ao longo de
todo o documento: o Partido dos Trabalhadores é visto indisfarçavelmente como o
único membro legítimo do governo – ou seja, o PT é o governo. Essa visão é
acompanhada sempre e em toda parte pela defesa da superioriedade moral do
partido, uma vez que ele é o único que pode tornar o Brasil "culturalmente
avançado". - O PT – que, à guisa
de personagem orwelliana, será doravante denominado apenas por Partido, com
maiúscula – não objetiva, entretanto apenas o governo, e quem lembra isso muito
bem é Iole Ilíada, secretária de relações internacionais do Partido. A
conquista do governo não garante a conquista do poder – algo que, segundo
Gramsci, dependia da correlação de forças (rapporti di forze) entre burguesia e
proletariado.O objetivo do Partido no governo seria, portanto, atuar na alteração da
correlação de forças, ou seja, "deslocar a burguesia como classe
hegemônica e dominante" e "transferir poder (em suas várias formas:
político, econômico, cultural etc.) às classes trabalhadoras"(diga-se ONG’s
e movimentos sociais organizados).O Partido, como já se
desconfiava, não está no governo para melhorar a vida da população e trabalhar
efetivamente para o desenvolvimento nacional:"vale a pena ser governo quando a esquerda é capaz de usar sua
presença como um fator de deslocamento da correlação de forças a favor dos
trabalhadores". E Iole é enfática: "Não se trata aqui de pensar em
uma alteração da correlação de forças que gradualmente nos conduza do
capitalismo ao socialismo, mas em um processo de acumulação de forças que, em
algum momento, pode tornar possível a ruptura desejada."Há um nome que define
muito bem a "ruptura desejada" que o Partido tanto almeja: revolução.
Não falamos aqui daquela revolução tradicional, com sublevação armada e
derramamento de sangue, ao modo das revoluções francesa e russa, mas de
revolução cultural, estrutural, gramsciana. Continua Iole:“O reconhecimento dessa falta de transferência efetiva de poder aos
trabalhadores é importante porque a presença da esquerda no governo pela via
eleitoral, por mais que a queiramos duradoura, pode ser transitória. Isso faz
com que seja necessário que as mudanças se convertam em transformações
estruturais, de difícil reversão por parte de governos de direita que nos
possam suceder. Mais ainda, tal reconhecimento é importante para ampliar a
consciência e a capacidade de organização, intervenção social e luta dos
trabalhadores, de modo que a acumulação de forças possa apontar para a
necessidade de conquistar não apenas o governo, mas também o poder.” Extrapolando o
contexto nacional, o partido reafirma em quase todos os parágrafos do documento
ao XVIII Encontro do Foro de São Paulo seu compromisso com a integração
regional – não de países, não de nações, mas de organizações
"progressistas e de esquerda", de modo a formarem uma plataforma
comum com engrenagens bem azeitadas que girem na sincronia necessária para
tingir de rubro todo o subcontinente. Renato
Simões, secretário de movimentos sociais do Partido, explica como isso é visto
(e quisto) pelo Partido: “Em sua grande maioria, os
partidos progressistas e de esquerda da América Latina se organizam no Foro de
São Paulo, cuja influência política vem crescendo, ano após ano, para suas
responsabilidades partidárias, seja como membros de governos eleitos, seja como
as principais forças de oposição a governos neoliberais...Em vários países, os
movimentos sociais buscam avançar em sua organização, superando fragmentações e
pulverizações marcadamente impostas pela hegemonia neoliberal. Eles buscam
eixos políticos mais nítidos e unificados para incidir na correlação de forças
na sociedade e frente aos governos nacionais. No Brasil, há um importante
esforço no sentido de consolidar a CMS – Coordenação dos Movimentos Sociais,
que hoje integra os movimentos sociais mais representativos do país...A recente
instalação de uma Comissão de Movimentos Sociais junto ao Grupo de Trabalho do
Foro de São Paulo mostra que estamos atentos aos desafios de consolidar
estruturas próprias para o diálogo partidário com os governos e movimentos
sociais. Como disse a companheira Dilma Rousseff em seu discurso ao Diretório
Nacional do PT, antes de assumir a presidência da República, em um terceiro
período de governo é essencial aceitar as relações entre o Partido, o Governo e
os Movimentos Sociais, trincheiras de uma mesma luta, espaços estratégicos para
um mesmo projeto, essencial para a transformação de nossa sociedade.”
Uma vez mais, tocamos aqui na simbiose orgânica necessária para a
conquista do poder no Partido e sua manutenção:
“Comandar o governo e cooptar os
movimentos sociais. O que se busca é a pura instrumentalização ideológica de
todos os meios disponíveis para que o Partido tenha controle total e irrestrito
sobre a nação. Essa conclusão não é fruto de um delírio que brota de uma mente
conservadora (e, portanto, patologicamente perturbada), mas apenas de simples
interpretação de texto: é isso o que está escrito, e de modo claro e
cristalino...No entanto, a conquista da
hegemonia, dentro da visão gramsciana que permeia o Partido integralmente, só
se pode dar de modo seguro e duradouro através da atuação de intelectuais
orgânicos – "intelectuais que, além de especialistas na sua profissão, que
os vincula profundamente ao modo de produção do seu tempo, elaboram uma
concepção ético-política que os habilita a exercer funções culturais,
educativas e organizativas para assegurar a hegemonia social e o domínio
estatal da classe que representam.” (Gramsci, 1975, p. 1.518).
Conscientes
de seus vínculos de classe, manifestam sua atividade intelectual de diversas
formas:
“No trabalho, como técnicos e
especialistas dos conhecimentos mais avançados; no interior da sociedade civil,
para construir o consenso em torno do projeto da classe que defendem; na
sociedade política, para garantir as funções jurídico-administrativas e a
manutenção do poder do seu grupo social" (SEMERARO, 2006). - Como garantir, então, que haja tais intelectuais
orgânicos que, ao longo das décadas, atuem para a conquista e a manutenção do
poder por parte do Foro de São Paulo? - Carlos Henrique
Árabe, secretário de formação do Partido, relembra que, durante o XV Encontro
do Foro de São Paulo, no México, ocorreu a primeira reunião de escolas e
fundações do FSP, que apontou para a necessidade de "abordagem, vinculação,
intercâmbio e cooperação entre as fundações, universidades, escolas de formação
e outras entidades educacionais e de treinamento dos partidos integrantes do
Foro de São Paulo, nas áreas de investigação, formação e divulgação." - O objetivo central
eleito pelas organizações que participaram dessa reunião foi a criação da
Escola Latino americana de Formação Política, uma universidade internacional do
Foro de São Paulo para a formação de quadros partidários, lideranças de ONGS e
movimentos sociais e, de modo particularmente especial, intelectuais orgânicos. O
Foro de São Paulo tem avançado em praticamente todos os campos em que se dispôs
a atuar e, com exceção de algumas incansáveis iniciativas ainda isoladas (e
constantemente ignoradas pelos veículos de informação e o público geral), sua
própria existência tem passado despercebida. O assessor especial da Presidência
da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, um dos
artífices do documento do Partido para o encontro do FSP, faz questão de lembrar:"As mudanças profundas que vêm experimentando nossos países há
anos, sobretudo onde as esquerdas estão no governo, são resultado de dinâmicas
internas, evidentemente. No entanto, elas também são consequências de um
processo político coletivo que teve no Foro um lugar privilegiado."A UNASUL (União das Nações Sul-Americanas), a CELAC
(Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), a Telesur, a ALBA
(Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), todas essas iniciativas
foram gestadas no ventre do Foro de São Paulo. Todas as ações desses grupos são
unívocas e convergem para o mesmo objetivo:“o controle total do
subcontinente americano por uma verdadeira camarilha de genocidas culturais em
potencial. Quando se atam os elos soltos, que aparentemente nada tem a ver uns
com os outros, vê-se com clareza quão bem se encaixam e como a corrente que
formam é coesa e aprumada. E é justamente a ausência de qualquer esforço em
larga escala para divulgar os planos do Foro de São Paulo que faz do (ingrato)
trabalho daqueles que se propõem a monitorar os passos desse grupo algo tão
precioso e necessário. E é um trabalho que precisa melhorar: devemos aumentar a
capilaridade do fluxo de informações sobre o Foro de São Paulo e estimular
outras iniciativas (dentro e fora do Brasil) que objetivem ao desmascaramento
do grupo.”
Frei Betto um dos fundadores do PT, analisa
a ERA Ptista:
“Estamos com 10 anos de governos
do PT, com todos os avanços que teve, com a inclusão econômica de milhões de
brasileiros miseráveis e pobres, mas não
tivemos nenhuma reforma de estrutura", Ele especifica; Nem a (reforma)
agrária, nem a tributária, nem a política, nem a previdenciária, nem a de
educação, nem a da saúde" e, apesar dos avanços, não houve a redução da
desigualdade social. Segundo o Ipea, dado de outubro de 2013, a desigualdade no
Brasil entre os mais ricos e os mais pobres é de 175 vezes, e isso é
escandaloso”, constata. Segundo ele, "o PT trocou um projeto de Brasil por
um projeto de poder. Permanecer no poder passou a ser mais importante do que
criar uma alternativa civilizatória para a nação Brasil. Ainda na
entrevista, o religioso questiona onde
estão os líderes do PT que visitavam as favelas e periferias, que participavam
de assembleia de sem-teto e se reuniam com lideranças indígenas e quilombolas ?
Frei Betto dá como certo que Lula será o candidato do PT à Presidência em 2018,
mas diz que nem mesmo a volta do ex-presidente é capaz de mudar o cenário. O
problema é o rumo que o partido tomou e imprimiu ao governo do Brasil.”
“E aí? Você vai querer que o
adolescente se levante no ônibus para mulher idosa? Ele fica com o fone no
ouvido e faz de conta que ela é invisível, ele nem a enxerga! Enquanto escola, Igreja e família querem
formar cidadãos, a grande mídia e a publicidade querem formar "consumistas". O
sistema quer formar consumistas. Daí porque muitos jovens hoje estão fixados em
quatro "valores": poder, dinheiro, beleza e fama. Quanto maior a
ambição, maior o buraco no coração. E quanto maior o buraco no coração, maior o
número de farmácias em cada esquina, para tentar cobrir a frustração. Estamos
indo para a barbárie, se continuar predominando como paradigma dessa
pós-modernidade incipiente que estamos entrando, o mercado, a mercantilização
de todas as dimensões da vida”. (Frei
Betto, em entrevista publicada no jornal Zero Hora, 24-11-2013.)
Lula
nunca nega fogo, reafirma em um vídeo de 45 segundos que reproduz um trecho da
entrevista concedida pelo ex-presidente à TVT, controlada pelo Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC. Segue-se a transcrição literal do falatório:
“A crise do PSDB é apenas a crise
da fragilidade ideológica de um partido político. Ou seja, um partido que não
sabe se é PSDB, se é PMDB, se é DEM, ou seja, é um partido com muitas
dúvidas, ou seja, é um partido que não
tem um perfil ideológico definido. A
crise do PSDB é uma crise de indentidade (sic), ou seja, primeiro tem uma crise
interna… Serra, Alckmin e Aécio… ããnn… depois tem a briga nos Estados, ou seja,
as pessoas estão desconfortáveis. Sabe… Agora, eles têm o PT como adversário
principal. E o PT precisa juntar todos os diferentes para que a gente possa
vencer os antagônicos”. - Dos quatro principais
adversários, três foram mencionados. Previsivelmente, ficou fora da discurseira
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O Super Lula evita pronunciar o nome da sua
kriptonita. Mas é FHC o destinatário do palavrório tão indigente quanto
o raciocínio do analista político.O PSDB, é verdade, não tem identidade (com um
n só) nem perfil ideológico definido. Como todos os outros, berram os fatos. A
exceção foi o PT entre o nascimento em 1980 e a chegada ao governo federal em
2003, quando perdeu primeiro a coerência ideológica, depois a identidade e
finalmente a vergonha. Qualquer
partido em qualquer país enfrenta crises internas com alguma frequência, e abriga
líderes e correntes que duelam permanentemente. Menos o PT, hoje reduzido a um
rebanho obediente ao Grande Pastor.Ali não há líderes. São todos seguidores do
mestre, que começou por escolher a sucessora e agora escolhe até candidato a
prefeito. Só cabeças toscas não têm dúvidas. Lula não tem nenhuma! É um poço de
certezas sem fundamento! Acha-se, por exemplo, um esquerdista moderno ─ mesmo
quando contempla fotografias em que aparece abraçado a abjeções do primitivismo
ultraconservador como um José Sarney. Acha que o PSDB não pode aliar-se ao DEM,
mas ordena ao PT que pague qualquer preço para andar em péssima companhia. - “Nada que atrapalhe os nossos
aliados nós vamos votar na reforma política”, comunicou no fim de semana aos
companheiros do PT paulista. Ou seja,
deveria ter continuado o pregador, a seita está proibida de aprovar qualquer
mudança que prejudique os superiores interesses de patriotas como Renan
Calheiros (PMDB), Fernando Collor (PTB), Paulinho da Força (PDT), Aldo Rebelo
(PCdoB), Valdemar Costa Neto (PR) ou Paulo Maluf (PP), fora o resto. Há vagas para qualquer um,
desde que se converta em devoto. É esse o recado emitido na última frase do
vídeo.
“O PT precisa juntar todos os
diferentes pra que a gente possa vencer os antagônicos”, decidiu o Guia. Depois
de criticar sem ter lido o ensaio de FHC, que recomendou ao PSDB ouvir com mais
atenção o eleitorado da classe C, Lula resolveu chegar ao mesmo alvo pelo
caminho do pântano. Nada a ver com programas, projetos ou plataformas. Um
contrato de aluguel é mais prático. Os “diferentes” da vez são o prefeito
Gilberto Kassab, a senadora Kátia Abreu, o vice-governador Guilherme Afif
Domingos e outros morubixabas do PSD. Segundo
Kassab, o partido “não será de direita, nem de esquerda nem de centro”. O
caçador de votos só exige perfil ideológico definido de partidos inimigos.Um debate entre os
ex-presidentes não se limitaria a confirmar a superioridade intelectual de FHC.
Também acabaria escancarando a inferioridade moral de Lula. É disso que fogem o
mestre e todos os seus discípulos. O homem que constantemente se compara a
Jesus Cristo, dispensa qualquer sacrifício, porque até greve de fome ele furava
chupando escondido balas Juquinha, e anda agora com inveja da notoriedade que
Lincoln voltou a adquirir nos últimos tempos.O nosso “Lincoln” de Garanhuns
transforma a pretensão legítima dos adversários numa espécie de conspiração e
ato criminoso. Não por acaso, no dia anterior, recomendou a FHC que, “no
mínimo”, ficasse quieto e colaborasse para que Dilma fizesse um bom governo. O
nosso grande patriarca criminaliza a ação política de qualquer tipo de oposição
de seus oponentes, pois para este é sinônimo de sabotagem.No discurso, também sobraram críticas à imprensa, como de hábito. Embora
os petistas ainda hoje deem as cartas em boa parte das redações do país —
quando não estão no comando, compõem o caldo de cultura que transforma bandidos
em heróis e, se preciso, heróis em bandidos —, o nosso o Lincoln de São
Bernardo ainda não está contente com a sujeição. Quer mais. Enquanto restar um
texto independente no país, ele continuará a vociferar contra a “mídia”.
Adicionalmente, os petistas contam ainda com a súcia financiada por estatais e
Centrais Sindicais, que faz seu trabalho criminoso passar por jornalismo.
No
mensalão teve vária etapas até não ter mais como esconder o óbvio!
-Houve a primeira, a da admissão do erro, com pedido de desculpas. Durou
pouco.
-Veio em seguida a acusação de “golpe das zilitis”, forjada por um oximoro
reluzente: “intelectuais petistas”.
-Depois, chegou a da negação: “O mensalão
nunca existiu”.
-E agora estamos diante da quarta, e é neste ponto que Lula
decidiu pegar carona na vida de Lincoln: os crimes dos mensaleiros teriam sido
atos heroicos! Ou seja, em nome da "causa" (casa, sítios, empreiteiras, etc)
PAUSA PARA UMA
PERGUNTA: “POR QUE A DESCULPA DOS PTISTAS É SEMPRE A MESMA?”
“A elite branca está incomodada porque os pobres agora andam de avião,
vão ao cinema, fazem supermercado e compram carros..." Será mesmo ?
Falam tanto que a
vida do pobre melhorou com o PT, mas, já
que é assim, por que a criminalidade não caiu justamente nas áreas pobres e de
risco social ?Afinal, não são os petistas que vivem repetindo feito uns
papagaios que "crimes são causados pela miséria"? Mas todos estão
vendo essa contradição, com eles dizendo, ao mesmo tempo, que "crime é
causado exclusivamente pela miséria", e que "nunca antes se fez tanto
contra a miséria", e todos vendo os crimes bárbaros só aumentando, e os
bandidos se sentindo cada vez mais à vontade, porque sabem que os partidos de
esquerda só afrouxam as leis e os protegem sempre como vítimas e jamais como
cúmplices. Em países sérios (o Brasil está anos-luz disso) a pobreza é residual
e não se usa Bolsa-Família às dezenas de milhões, como uma compra descarada de
votos.
AGORA FALA SÉRIO
CUMPANHEIRO!
Você acha que com R$ 120
reais de Bolsa-Esmola dá para sair da miséria absoluta e comprar carros, andar
de avião, fazer supermercado e gozar dos benefícios meritocráticos do
Capitalismo? Estão mascarando os fatos! A grande verdade é que as pessoas não estão
melhores DEVIDO ao PT, mas APESAR dele. Afinal quem financiou estes programas foi a classe média, que
sofreu e sofre o pão que o diabo amassou para manter os bolsa-esmolas do PT,
para que ele ganhe os votos deste curral eleitoral criminoso feito às custas
dos pobres usados como MASSA DE MONOBRA para o projeto de poder do PT. A classe
média sabe o quanto trabalho e quanta humilhação tem que aguentar para ganhar
meu suado dinheiro, que paga seus impostos e não ver o retorno em saúde,
educação, segurança e habitação.
"Aquele antigo partido do PT não
existe mais!"
No dizer de um dos respeitados cardeais do petismo, o
ex-governador e ex-ministro Tarso Genro, o PT precisa ser refundado. O
líder gaúcho vinha pregando esta tese desde que o escândalo do Mensalão
emergiu, ceifando a carreira política de José Dirceu, o que colaborou para
precipitar a chegada de Dilma Rousseff ao poder. O segundo grande perdedor é Luiz Inácio Lula da Silva, o homem que saiu
dos rincões do país de pau-de-arara, penou até se tornar um sindicalista
proeminente e depois alcançou a Presidência da República, sendo o presidente
mais popular em décadas. Este Lula também não existe mais! Ele sai bem menor
deste episódio. Não só porque viu seu prestígio ser detonado por deputados
vira- casacas, que prometeram barrar o impeachment e na frente das câmeras
agiram de modo totalmente contrário. Isso é do jogo político. O problema de
Lula foi se prestar ao papel de “bombeiro” de uma crise criada pela sua
afilhada política, que paralisou o Brasil, fez a inflação disparar e ceifar
empregos. E ao mesmo tempo, Lula teve o displante de buscar guarida neste
governo cambaleante no afã de conquistar foro privilegiado para escapar do
cerco da Operação Lava Jato que está se fechando sobre ele. É vergonhoso, companheiro! porque quem não deve não teme! Concordam ?
Lula, se quiser
recuperar pelo menos uma parte da credibilidade, precisa se reciclar, assumir
que cometeu erros, e dar nomes e números aos erros e devolver estes números aos cofres públicos, porque fazem muita falta! Nem a formidável militância petista de outrora já não o segue mais cegamente, está longe de “incendiar o país” como Lula pretendia.
Citando novamente
Tarso Genro, que parecia uma das poucas pessoas que ainda tinha juízo neste
partido, na hora da prestar contas na campanha o PT ficaria devendo. Ainda que queira ser um candidato que passe credibilidade a todos, Lula antes terá
explicar como se tornou beneficiário de uma triangulação criminosa: o dinheiro
saía da Petrobrás, passava pelas empreiteiras e parte dele ia para o
ex-presidente em forma de pagamentos dissimulados de palestras, viagens pelo
mundo, o sítio de Atibaia e o triplex do Guarujá.
Isso sem contar que os
desvios provêm da Petrobras, a maior companhia brasileira, hoje uma das maiores
empresas mais endividadas do mundo. Não vamos nos esquecer também da Operação Zelotes.Muita água ainda vai
rolar. Por isso o importante é se concentrar no agora.
E os escombros
desta crise apontam que o projeto de poder do PT fracassou. O partido mostrou
incompetência na gestão pública e causou destruição do patrimônio estatal.
Aparelhou febrilmente a máquina pública mas não conseguiu o seu controle e se
afundou no lodo da corrupção. Paralelamente a este processo, Lula e Dilma
mentiram descaradamente à população na campanha de 2014, só para se manter no
poder. O resultado é que o país afundou numa crise econômica sem precedentes.
Em
2015, a recessão atingiu 3,8% o que nos colocou em 30.º lugar entre 32 países
pesquisados. Só ganhamos da Venezuela, que está quebrada e já encurtou até a
jornada dos servidores públicos para economizar, e a Ucrânia, que está sendo
massacrada pelo poderoso exército russo.
Dias melhores virão?
Eu, diria que já são dias melhores porque no momento em que o projeto de poder
do PT ultrapassou todos os limites, os instrumentos de defesa da democracia se
fizeram presentes e mostraram que ninguém está acima da lei.
O Estado
Democrático de Direito representados na Justiça, Ministério Público e a Polícia
Federal reagiram para colocar um fim neste descalabro. Além disso, o PT não
conseguiu censurar os meios de comunicação, que permaneceram livres mostrando
para a sociedade os intestinos podres do poder, dando um contribuição vital para o
debate! Vamos torcer para que
tudo isso não tenha sido em vão!
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