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Os piores e melhores papas que a Igreja Católica já teve em sua história

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 5 de março de 2015 | 17:10




E então povo católico, o que vocês vão ler a seguir talvez os escandalize, mas não devemos perder de vista que a Igreja é formada por homens. Lembrem-se de que até mesmo no seu núcleo original, formado por doze apóstolos escolhidos a dedo pelo próprio Cristo, havia Judas Iscariotes. Talvez esse fosse um sinal de que os cristãos nunca ficariam isentos da presença de traidores, mas que isso jamais invalidaria o fato de que a Igreja é, e sempre será, guiada e sustentada pelo Deus Vivo e assegurada a promessa de que as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela. Então, antes que algum crente, protestante, evangélico ou anticatólico se anime, vai um alerta: isto é fato histórico comprovado, nenhum pecado pessoal dos Papas pode causar, ou jamais causou qualquer arranhão no dogma da infalibidade papal. Seja o papa santo ou pecador, ele é sempre infalível quando trata de questões de fé e moral, ensinando a toda a Igreja (ex-catedra).






O SAECULUM OBSCURUM, OU "PORNOCRACIA"







Machiavel, entre os muitos estragos que sua pseudo-filosofia espalhou, legou ao mundo a imagem de Rodrigo Bórgia (Alexandre VI) como Papa mundano e amoral.  Numa coisa Machiavel estava certo: Rodrigo não era flor que se cheire.  No nosso imaginário ele é talvez o pior papa da história, mas há papas no século X – o Saeculum Obscurum – que fazem essa criatura parecer a Madre Teresa de Calcutá.Considerado o período mais baixo da história da nossa amada Igreja, o Saeculum Obscurum recebeu esse nome do historiador e cardeal César Baronius.  Utilizando-se dos Annales Eclesiasti de Liutpranto de Cremona, Baronius trouxe à luz muitos acontecimentos tenebrosos desse período, para mostrar ao mundo que a Santa Igreja nada tinha a esconder.  A verdade seria contada, ainda que isso denotasse vergonha pelos atos de alguns dos homens que, mesmo indignamente, ocuparam o trono de Pedro.






Notem que interessante: este esforço de transparência aconteceu no século XVI






Os demais historiadores, por sua vez, chamaram o período de um nome bem menos elogioso: pornocracia.  Foram cerca de 59 anos de 903 a 963, somente comparáveis à decadência e à devassidão perpetradas por Nero, Tibério, Calígula e Helioboros, sem exageros.A origem de todo esse mal recai apenas sobre uma família de nobres romanos, mais precisamente sobre certas mulheres dessa família: os Teofilactos.  O destino de Roma esteve por algum tempo ligado aos caprichos daquelas “senhoras”, em especial Teodózia e suas filhas Marózia e Teodózia, a jovem.  Não eram prostitutas na acepção da palavra, mas faziam por merecer o título (a palavra pornocracia é derivada do alemão e não do grego, como pode parecer, e significa “governo das prostitutas”).O período que vai de 880 a 1046 registrou o maior número de papas da história: 48, que dá uma média de um ano e meio para cada papa.  Uma opinião pessoal minha é que esse foi o resultado da ira divina: Papai do Céu zangou-se muito com o nefasto “Sínodo do Cadáver” (quando o corpo do Papa Formoso foi desenterrado e julgado pelo infame Papa Estêvão VI).Antes de mais nada, os dois primeiros papas que veremos não fazem parte da lista de escroques: foram apenas vítimas da balbúrdia que já vinha sendo tramada pelos Teofilacto. Tecidas as considerações, vamos em frente!






1)-Bento IV era um bom homem, que pouco pôde fazer diante da devassidão que surgia no horizonte.  Restou a ele convocar um sínodo para tentar arrumar minimamente as coisas.  Culto e gentil, foi vítima das intrigas e da mesquinharia demoníaca dos Teofilacto.  Teve ainda que enfrentar os húngaros e os sarracenos que batiam às portas de Roma.Com a morte de Lambert, o jovem Rei, a Itália mergulhou no caos e os Estados Pontifícios perderam seu protetor, Berengário. Este podia suceder o rei, mas foi derrotado pelos magiares e teve suas pretensões contestadas por Luís II, O Cego, de Provença.  Bento cometeu o erro de coroar Luís.  Logo em seguida, recuperando suas tropas, Berengário depôs Luís e o expulsou da Itália.A generosidade desse papa, sua bondade e seu zelo pelo patrimônio público são lembranças de que ainda havia no mundo homens dignos.  Suspeita-se que tenha sido envenenado pelos partidários de Berengário.  Papa de 900 a 903.





2)-Leão V foi, antes de mais nada, uma vítima, vítima de um mundo ao qual ele não pertencia, vítima da maldade humana, vítima de seres imundos que inundaram Roma e a Casa de Deus de imundície.  Era apenas um sacerdote de uma cidadezinha a 35 km de Roma (Príapo), cuja boa reputação repercutia naquela região.  Foi uma ovelha jogada em meio aos lobos. Seu pontificado durou apenas dois meses. O ambicioso sacerdote geral da igreja de São Dâmaso, Cristóvão, promoveu uma revolução palaciana com o intuito de assumir o trono.  O Papa Leão V foi jogado às masmorras. 






3)- Cristóvão assumiu o papado, mas nem esquentou lugar, pois foi logo deposto pelo infame Sérgio.  Ambos, Leão V e Cristóvão, foram torturados por meses antes de serem assassinados na prisão. Somente registros extra-oficiais sobraram desse período (presume-se que queriam apagar Leão V da existência).




4)-Sérgio III – Esse demônio é forte candidato a pior papa da história! É o mesmo Sérgio que os inimigos do papa Formoso haviam desejado fazer sucessor de Teodoro II, e foi chutado pra fora pelo Rei Lambert.  Assassino e covarde, manchou de sangue o trono do Príncipe dos Apóstolos. Sérgio era conde de Tusculum e marchou contra Cristóvão para se vingar da humilhação que sofrera nas mãos dos partidários do papa Formoso. Os tusculanos possuíam ligações sanguíneas com os Teofilacto, a ambição de Cristóvão abriu espaço para a monstruosidade oportunista de Sérgio.  Uma das suas primeiras atitudes foi convocar um sínodo para confirmar… o Sínodo do Cadáver. Ganhou um 10.000 na escala Alexandre VI de patifaria.Sérgio governou Roma com mãos de ferro graças ao apoio dos Teofilacto, que agregaram ao seu redor a maioria da nobreza, bem como através do favorecimento do funcionalismo público.  Governou pelo medo e pela dor.Alguns defendem suas obras, como a reconstrução da Basílica de Latrão que havia sido parcialmente destruída por um terremoto que aconteceu durante o Sínodo do Cadáver.  Curiosidade: o poltrão que estamos tratando foi ordenado diácono pelo nobre papa Formoso e, como as ordenações deste foram injustamente canceladas, Sérgio se fez ordenar novamente pelo papa Estevão VI (tão canalha quanto ele).  Parece uma idiotice, mas ele queria evitar que se invocasse contra ele o cânon 15 do Concílio de Nicéia.O pulha planejava há tempos ser papa.Pra piorar a coisa, Sérgio levou para sua cama a nefasta Marózia Teofilacto de apenas 15 anos.Certo da sua impunidade e sequioso por escrever seu nome na história, Sérgio quis apagar os nomes de João IX, Bento IV e Leão V, datando o início de seu papado em 897, como sucessor de Teodoro II.Mas parece que o ódio ao papa Formoso era o mote de sua vida.  Reafirmando as anulações do Sínodo do Cadáver, Sérgio III instaurou o caos na Igreja, uma vez que Formoso ordenara muitos padres e bispos que se viam agora “desordenados” por obra e graça de um louco.  Para consertar o que estava fazendo, Sérgio determinou que todas as ordenações fossem refeitas… sem comentários. Contribuindo ainda mais para o afastamento entre Ocidente e Oriente, Sérgio III aprontou das suas também com Constantinopla.  Quando o imperador Leão VI, O Sábio (tava mais pra sabichão), foi proibido de casar-se pela quarta vez pelo patriarca local, eis que vem Sérgio todo pimpão abençoar a união do dito.  Resultado: cheio de si, o imperador chutou o patriarca, que não ficou nada feliz, bem como o povo grego de Constantinopla. E a gracinha não acabou por aí: os Teofilactos ainda fizeram Teodózia e Marózia Senadoras de Roma.  Não por acaso, muitos fiéis consideravam que o terremoto ocorrido durante o Sínodo do Cadáver fora um sinal de descontentamento divino.  Hoje, muitos de nós católicos, quando chegamos a ter conhecimento da história nojenta desse papa, nos perguntamos: por que o descontentamento divino não fez chover paus e pedras na cabeça de Sérgio III,Papa de 904 a 911 ? Depois das coisas terríveis acontecidas durante a pornocracia no século X e do dobrado pelo qual passou a Igreja durante os primeiros tempos do Sacro Império Romano, chegamos ao século XI. Poderíamos achar que a decadência espiritual do século anterior afundaria a Igreja, mas o que se deu foi justamente ao contrário: sua autoridades espiritual se fez mais e mais presente no mundo, e suas obras a partir desse século foram responsáveis por toda estruturação da sociedade ocidental.






O professor de história medieval da Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), Paulo André Parente, em uma de suas aulas disse:





“A hegemonia espiritual da Igreja Católica no Ocidente durante a Idade Média, se existiu, deu-se tão somente no século XI”. Mais uma prova de que a propalada “hegemonia” – ou seja, aquele velho papinho de que a Igreja Católica era toda-poderosa e tinha um mega poder na Idade Média – deu-se apenas durante um curto período, não cabendo aos detratores ficarem destilando suas bobagens por aí. 







Então vamos aos Papas do século XI:






1)- Silvestre II – Vive la France! Gerbert D’Aurillac foi o primeiro Papa francês da história! Sucedeu Gregório V, sendo muito querido do Imperador Oto III, que foi seu aluno 20 anos antes. Monge beneditino, Silvestre II foi um grande intelectual. Atribui-se a ele a invenção do relógio mecânico, dando prosseguimento aos ideais de São Nicolau.Esse papa foi um dos principais idealizadores da universalidade da Igreja - ou seja, a grosso modo, podemos dizer que ele desejava que a Igreja fosse mais “católica” do que “romana”. Bom, a rapaziada em Roma não curtiu muito a ideia de universalidade – afinal, eles temiam perder o seu poder de influência local – e, de forma não muito delicada, retiraram tanto o Papa quanto o Imperador da Cidade Eterna, a qual o pontífice retornou em fevereiro de 1001.Reparem que esse foi o Papa do milênio, época em que muita pitonisa, assim como aconteceu no ano 2000, previa o fim do mundo. Denunciou a simonia (venda de bens espirituais), o nepotismo, as violações do celibato e possibilitou aos monges a eleição do abade dentro do monastério. Foi sepultado na Basílica de Latrão. Papa de 999 a 1003.






2)-João XVII - Era um passo para frente e outro para trás.  João XVII foi um papa daquele tipo “nada a acrescentar”. Colocado no trono de Pedro por João Crescentii – Capo dos Crescentii, a poderosa família romana – seu papado durou apenas seis meses.Sobre esse papa pairam mais dúvidas que certezas. Reparem que não falei de nenhum papa João XVI. Isso ocorre porque entre João XV e XVII houve o antipapa João XVI, e João XVII embarcou nessa contagem furada. Em outras palavras, oficialmente, não existe um papa João XVI. A única coisa interessante ocorrida nesse curto período foi o início da evangelização dos eslavos (para quem não sabe: poloneses, sérvios, russos, bogomilos etc.). Papa de maio a novembro de 1003.






3)-João XVIII – Durante o pontificado de João XVIII, os Crescentii deram mole e Gregório Tusculano – chefe da tenebrosa família Teoficalto – assumiu o poder temporal da cidade. Nos bastidores, se tramava um retorno aos tempos negros de Marózia Teofilacto. Gregório apoiou o papa João XVIII, mas tencionava colocar no trono de Pedro um de seus filhos – não o fez por serem ainda crianças. Dessa vez, o Espírito Santo deu à Santa Igreja um grande Papa. João XVIII foi um grande realizador e trouxe a paz em vários territórios sobre influência da Igreja Católica. Era um lutador, e insistiu para espalhar o cristianismo nos lugares onde o paganismo ainda era uma realidade viva.  Canonizou santos mártires poloneses e insistiu no trabalho iniciado por João XVII. Velho e cansado, abdicou do trono e foi viver seus últimos dias como monge na Basílica de São Paulo Fora-dos-Muros, servindo aos mais humildes. Durante seu pontificado a cristandade uniu-se como a muito não se via.  Embora essa situação tenha esboroado com a morte de João Crescêncio, que era simpático aos bizantinos. Papa de 1004 a 1009.






4)- Sérgio IV – Chamava-se Pietro Boccapecora. Mudou seu nome para Sérgio para não ser confundido com o Santo Apóstolo. Realizava um bom papado quando, em 1012, durante uma revolta, veio a falecer. Suspeita-se que tenha sido assassinado juntamente com o chefe da família Crescêncio, João II. Foi sepultado na Basílica de São João de Latrão.






5)- Bento VIII – Outro Papa Teofilacto! Isso mesmo, Bento VIII era Teofilacto, da família ascendente tusculana.E, para piorar, Bento VIII inaugurou uma série de três papas leigos, todos Teofilactos. Era um milicão, um tipo de “seu puliça”.Apesar do que possa parecer, não foi um mau papa.  Era rígido e defendeu com unhas e dentes as propriedades eclesiásticas e os direitos espirituais da igreja contra abades engraçadinhos que achavam que podiam fazer o que lhes desse na telha.  Chutou de volta os sarracenos para longe das praias italianas.  Era severíssimo no que tange à questão do celibato, inclusive reduzindo à servidão subdiáconos “casadoiros”.Está sepultado na basílica de São Pedro. Papa de 1012 a 1024.






6)-João XIX – Era irmão do antecessor, ou seja, outro Teofilacto. Quando se lembra de um certo sobrinho neto desse Papa que usava o mesmo nome (João XII), chega a dar arrepios! Passou de leigo a Papa no dia de sua eleição (pra lá de ilegal). Nunca esteve tranquilo, vide o passado da família e a sua eleição. Chovem acusações contra seu pontificado, principalmente de simonia, mas nada nas fontes leva a crer na veracidade das acusações. Papa de 1024 a 1032.





Papas do Século XI: "Pontificado de bêbado não tem dono!"







Um papa que vendeu o seu poder pontifício quando estava bêbado; um santo peregrino que foi eleito papa por aclamação popular; papas que bateram firme no comércio de bens espirituais por parte do clero e no envolvimento de sacerdotes com mulheres; um papa que abriu caminho para as cruzadas e outro que as estabeleceu.  A seguir, você conhecerá estas histórias e muito mais:






1)- Bento IX - Sobrinho dos antecessores. Perigo, perigo! Outro Papa tchutchuco, tinha apenas 20 anos quando foi colocado no Trono de Pedro.Esse papado foi uma confusão só. Eleito três vezes, Bento IX foi destituído em duas ocasiões! O problema é que ele era mais Teofilacto do que Papa, e fazia o que sua detestável família queria. Além disso, era um completo ignorante dos deveres de um Papa – em outras palavras, não passava de um moleque mimado, mal saído dos cueiros. O primeiro chute que recebeu no traseiro deu-se durante uma revolta popular em 1038. Caindo fora, refugiou-se num mosteiro e voltou em seguida. Deve ser o papa mais xingado da história junto com o “trio demônio” Sérgio III, João XII e Alexandre VI. Era um degenerado (palavras da enciclopédia católica) e um tremendo cretino. Sua primeira abdicação deu-se em 1044 e, em seu lugar, foi levado ao sólio de Pedro o papa Silvestre III. Este foi papa por meros 50 dias, já que o Conde Tusculum colocou Bento IX de volta no trono.A segunda destituição de Bento IX foi tão ridícula que só rindo mesmo; daquele tipo de façanha digno de um João XII. Bebaço, o papa VENDEU o que não lhe pertencia, isto é, o seu título de Bispo de Roma para seu padrinho João Graziano, que adotou o nome de Gregório VI. Essa gracinha levou ao paradoxo total de haver três papas coexistindo: Bento IX, 






2)-Silvestre III e Gregório VI.O Imperador Henrique II foi a Roma para ser coroado.  Mas por quem?  Fazendo um uni-duni-tê reconduziu o papa Bento IX de volta ao trono – esse foi o Sínodo de Sutri. O problema é que, quatro dias depois daquele Sínodo, outro foi realizado em Roma, e Bento IX caiu novamente. Como o Imperador estava com saudades de sua cerveja alemã e não devia gostar muito de salsichas italianas, para piorar a situação, arrumou ainda um outro papa (é mole ou quer mais?), Suidger de Bamberg, que adotou o nome de Clemente II. Enfim, dentro desse caos, com a inacreditável coexistência de QUATRO PAPAS (!!!), Bento IX foi reempossado pela última vez em 1048, mas foi obrigado a cair fora logo em seguida pelo Imperador.  Bento partiu para sua terra natal e, um ano depois, foi convocado a Roma para responder acusações de simonia (venda de bens espirituais); como ele não apareceu, foi excomungado. Provavelmente morreu entre o fim de 1055 e o início de 1056. Papa de 1032 a 1044 com várias interrupções. Silvestre III - Ficou 50 dias no poder antes de ser destituído pelo Conde de Tusculum e pelo papa Bentinho, o moleque.  Silvestre III voltou, então, às suas obrigações como Bispo de Sabina. Em 1046 foi condenado pelo Concílio de Sucri, confinado e despojado de suas ordens sacras.  Não temos fontes confiáveis, mas parece que Silvestre III teve a cassação revogada e voltou a suas obrigações como bispo em Sabina.  Papa em 1045.






3)-Gregório VI - Esse aqui era padrinho do Bentinho IX. Durante essa bagunça toda dos papas paralelos, foi com certeza o “menos ruim” do período.  Lutou para estabelecer a ordem em meio ao caos criado pelo imperador e por Bento IX. Foi Gregório VI que instituiu o exército pontifício para libertar e proteger os territórios da Igreja. Obrigado a deixar o trono pelo imperador, partiu para Colônia com seu capelão e futuro papa Gregório VII, onde passou seus últimos dias em oração, como monge. Papa de 1045 a 1046.






4)-Clemente II instituiu algumas inovações em seu curto papado. Uma deles foi a penitência de 40 dias para sacerdotes nomeados por bispos pegos em simonia.  Sua morte se deu de repente, e suspeita-se que tenha sido envenenado, já que Bento IX rondava por ali. Politicamente, Clemente II deu ao imperador uma importância política decisiva para a eleição do Papa, o que na prática aumentou não só a influência política do papado, mas também seu poderio militar. Papa de 1046 a 1047.






5)- Dâmaso II - O que podemos falar do papa Dâmaso II?  Morreu de malária.  Nada pôde realizar, ficando no Trono de Pedro apenas 23 dias. Seu nome de nascimento era Poppo e foi bispo de Brixen até o momento que o Imperador resolveu transformá-lo em Papa. Papa em 1048.





6)-São Leão IX - Antepassado espiritual de João Paulo II, esse grande papa era conhecido como “O Papa Peregrino”: ia onde o povo estava mesmo.  Chegou a Roma como simples peregrino, foi saudado pelo povo e coroado.Suas principais lutas foram contra a simonia e o nicolaísmo, heresia que pregava, entre outras coisas, o casamento dos clérigos. Atacou também os bispos-condes (bispos com grande poder temporal), o que é visto como causa de sua prisão em Benevento. Muito embora não tenha sido maltratado, Leão IX sentia-se triste e fadigado, vindo a falecer não muito depois de seu retorno a Roma em 1054.Logo após a sua morte, o enviado papal em Constantinopla, Humberto de Silva, excomungou o patriarca em nome do Papa Miguel I (ato considerado ilegal, já que Leão IX já havia falecido e não se tinha ainda escolhido seu sucessor), que como resposta excomungou o Papa (ou seja, não excomungou ninguém).  Esse momento é conhecido como O Grande Cisma do Oriente, marco do afastamento em definitivo dos cristãos orientais. Papa de 1049 a 1054.






7)-Vitor II - Foi o último papa chucrute até a eleição de Bento XVI.  Também foi o último dos papas impostos pelo Imperador Henrique III. Dedicou-se ao combate à simonia, seguindo os passos de seu antecessor. Destacou-se também no combate à transferência das propriedades eclesiásticas.Em seus últimos dias, reuniu um sínodo em Latrão que, depois, foi transferido para a Toscana. Morreu de malária e, juntamente com a morte do Imperador Henrique III, terminava com ele a reforma imperial e papal, depois de um período de 10 anos. Papa de 1055 a 1057.





8)-Estêvão IX – Frederico de Lorena (nome de batismo deste papa) pouco fez, tendo também sido vitimado pela malária. Sua eleição não foi comunicada ao Imperador – já que este ainda era uma criança –, sendo mais tarde sido ratificada retroativamente.Sua eleição tinha por objetivo principal evitar que os barões romanos voltassem a ter influência na eleição do pontífice como na época dos Teofilactos e dos Crescentii.  Estêvão IX estava em viagem ao Sul da Itália para firmar uma aliança contra os normandos, quando a malária o pegou. Papa de 1057 a 1058.






9)- Nicolau II – O grande marco do papado de Nicolau II foi a bula In Nomine Domini, que instituiu que a eleição do Papa seria restrita dali em diante aos cardeais. Era um golpe fatal na simonia, que estava sendo um calo difícil de curar no pé da Santa Igreja.Durante sua eleição, deu-se um conflito entre os reformistas (legados de São Leão IX e do Imperador Henrique III) e os antirreformistas que elegeram um antipapa, o bispo de Valletri, João (Bento X). A bagunça aumentou quando um grupo de bispos germânicos declarou nulos os atos do papa Nicolau II (com autoridade advinda de onde?). Nicolau II não teve tempo de lidar com as repercussões, vindo a falecer em julho de 1061. Papa de 1059 a 1061.






10)- Alexandre II - Adotando a linha reformista, durante seu pontificado, Guilherme, O Conquistador, invadiu a Inglaterra e teve suas ambições contra o Rei Haroldo apoiadas pelo Papa. Deu-se aqui a famosa Batalha de Hastings.  Alexandre II não havia tido sua eleição ratificada pelo Imperador do Sacro Império Romano Germânico, que então elegeu um antipapa, Honório II. Este contou com o apoio da nobreza de Roma, e o papa Alexandre foi deposto em 1062.Pelo papa legítimo, lutou o duque de Lorena que, com uma força militar muito superior, chegou aplicando uma voadora bonita na aristocracia romana. O duque persuadiu Alexandre II e o antipapa Honório a voltar para suas dioceses originais enquanto se decidia a questão. Alexandre teve ganho de causa, mas Honório o excomungou.  Briga daqui e briga dali, o papa Alexandre II passou a caneta em um monte de bispos acusados de simonia (venda de bens espirituais), inclusive cinco de seus seis conselheiros. Dá pra se ver que as coisas não corriam bem. Papa de 1061 a 1073.





11)- São Gregório VII - Foi um cabra macho. Este beneditino, nascido na Toscana com o nome de Hildebrando, conseguiu o que muita gente julgava impossível: botou ordem na bagunça de uma vez por todas. Morto Alexandre II, Hildebrando foi aclamado como o novo Papa.Gregório VII foi secretário do falecido papa Gregório VI, e foi ao lado dele que este grande homem começou a caminhar pela seara que levaria à sua grande reforma da cristandade católica. Em seu papado, ele instituiu valores que perduram até os dias de hoje, entre eles, a determinação de que nenhum outro patriarca poderia mais ostentar o título de Papa além do Bispo de Roma. Eis aqui umas das primeiras realizações de São Gregório VII. Os 27 axiomas de sua reforma estão publicados no seu Dictatus Papae, que objetivamente define o papel do pontífice na sua relação com os poderes temporais, especialmente com os imperadores do Sacro Império e suas manias de cientista-maluco-que-quer-dominar-o-mundo.




Vamos resumí-las da seguinte forma:




a)- O Papa é senhor absoluto da Igreja, estando acima dos fiéis, dos clérigos e dos bispos, e acima das Igrejas locais, regionais e nacionais, e acima dos concílios.




b)- o Papa é senhor único e supremo do mundo, todos lhe devem submissão incluindo os príncipes, reis e imperadores.




c)-a Igreja romana não cometeu nunca erros(dogmáticos).





d)-quer resolver um problema? Fale com Roma. Roma falou tá falado!




Óbvio que muita gente não gostou! E a velha luta contra a simonia e a fornicação de clérigos continuava. Posso dizer que Gregório VII foi o Papa da época que mais partiu pra dentro contra essas coisas. Bateu onde mais doía, no bolso, cortando os rendimentos dos “Dons Juans de batina” (padres que insistiam em se casar). Fez o que precisava ser feito e pagou caro por isso, morrendo só e esquecido até pelos seus colaboradores mais próximos. Papa de 1073 a 1085. Foi canonizado pelo Papa Paulo V em 1606.





12)- Vítor III, Bem-aventurado – Foi um grande partidário de São Gregório VII. Seu nome era Desidério e foi resistente à sua própria eleição.Foi com Vítor III que surgiu a ideia das Cruzadas – com sua proposta de uma ação militar contra os muçulmanos no Norte da África – porém seu curto papado foi muito tumultuado e marcado pela presença do antipapa Clemente III, em um momento da história do papado que lembra muito filme de bang-bang barato. Os tumultos entre os partidários de Papa e do seu rival davam-se rua a rua.No final, Vítor III saiu da cidade e retornou à sua diocese em Monte Cassino. Com a saúde muito abalada, esse bom homem não chegou a retornar ao seu trono por direito, estando sepultado naquela cidade. Foi beatificado por Leão XIII em 1887. Papa em 1087.





13)-Urbano II - Os detratores da Igreja adoram chamar o Papa Urbano de “monstro cruel responsável pelas atrocidades das Cruzadas”. Isso é papo de idiota! Para começo de conversa, o Papa Urbano só reagiu. Já fazia tempo que a turma do charutinho de repolho tava pedindo.  Esse papinho de marxista querendo dar um de defensor dos pobres arabinhos não cola mais com a verdade dos fatos atuais.Então vejamos: Urbano II convocou os cristãos a uma guerra contra os muçulmanos, a fim de reconquistar Jerusalém, porque o nível humilhação pelo qual os peregrinos passavam já não podia ser mais tolerado.  Muitos papas anteriormente fizeram vista grossa. A turcaiada tava doida pra conquistar a Europa, ou vocês acham que a queda de Constantinopla não teria acontecido muito antes se não fossem as cruzadas? Fora isso, como você acha que um turco tratava um maronita (católico oriental)?O papa Urbano teve ainda que lidar com problemas internos, como o Imperador Henrique IV nos seus calcanhares. Este chegou a exilá-lo e lhe obrigou a entregar o poder ao antipapa Clemente III. Jerusalém foi retomada pelos cruzados, mas a notícia não chegou a tempo para o velho papa. Seu papado vai de 1088 a 1099.






Os Papas do Século XII: "Tempos de Cruzadas" e de um Certo Barbarossa






Nesse tempo, os hereges cátaros, hoje tidos como tão bonzinhos, espalhavam-se pelo sul da França, pela Itália e, se contarmos os bogomilos, pela Europa Oriental.  Atualmente, seu pseudo-heroísmo é propalado aos quatro ventos; esconde-se descaradamente o seu dualismo herético doentio, e não consta no mapa da fé o quanto de almas esses seres andaram prejudicando. Mas tratamos isso quando falarmos de heresias. Vamos continuar então com a história de nossos papas. Começando com:





1)- Inocêncio II - Seu papado começou de forma turbulenta. Tendo sido eleito por uma facção composta de jovens cardeais, uma outra, composta por cardeais de mais idade, resolveu eleger o antipapa Anacleto II como sucessor de Honório II (é muito “II”, não acham?”).  Enquanto Inocêncio era consagrado em Santa Maria Nuova in Campo Vincino, o outro grupo consagrou Anacleto em Latrão. E assim permaneceu durante oito anos.A curiosidade desse período foi o surgimento das famosas "profecias de São Malaquias da Irlanda", em que todos os papas da nossa era são apresentados. Por São Malaquias, Bento XVI é o penúltimo. O próximo Papa, Pedro Romano, liderará a Igreja durante o período conhecido como “última grande perseguição”, no qual a Igreja e seus fiéis verão a destruição de Roma e a sede mundial da Igreja passará a ser Jerusalém (medo!) - Bom, rezemos então! Os fatos de maior relevância do trabalho de Inocêncio II foi o apoio dispensado aos Templários, dando-lhes completa autonomia. Além disso, na esfera política, o senado de Roma resolveu que transformaria a cidade numa república, aos moldes do que já ocorria em outras localidades do Norte da Itália. Para tanto retirou o poder temporal do Papa, o que viria a provocar distúrbios por mais de 40 anos. Papa de 1130 a 1143.





2)-Celestino II – Ao contrário de seu antecessor, foi eleito por unanimidade. Durante seu reinado, houve uma celeuma com o Rei Luis VII da França, que acabou por fazer com que o papa levantasse um interdito a todos que dessem abrigo ao Rei dos franceses. Celestino II também  recusou-se a ratificar o tratado que concedia a soberania da Sicília e do sul da Itália a Rogério II. Essa situação com o Rei Rogério só foi atenuada em virtude dos distúrbios internos em Roma e das pressões que sofriam os Estados Pontifícios em suas fronteiras. Seu papado durou cerca de seis meses somente, de 3 de outubro de 1143 a 8 de março de 1144.





3)- Lúcio II – Não estranha não gente, que tem mais Papas “II”.  A vida e morte de Lúcio II foi uma aventura, e no seu curto papado aconteceram coisas de deixar Indiana Jones morrendo de inveja. Eleito em 12 de março de 1144, foi imediatamente consagrado para não abrir brechas para antipapas engraçadinhos.Foi o Papa Lúcio II que estabeleceu a suserania papal sobre o Condado Portucalense o que, na prática, criou o Estado português, retirando, daquele momento para sempre, qualquer pretensão da coroa espanhola sobre nossa pátria-mãe. Enquanto isso, em Roma, o Senado proto-marxista (tá, tá, é anacronismo, eu sei) botava suas manguinhas de fora e fazia com que os sacerdotes se restringissem às suas atividades espirituais. O Papa em pessoa organizou uma força militar para botar ordem no galinheiro (é isso aí, Papa tinha que andar sempre com a faca nos dentes e preparado para enfiar a mesma na caveira). Durante um assalto das forças papais ao Capitólio, Lúcio II foi mortalmente ferido a pedradas e veio a falecer no mosteiro de São Gregório, em 15 de fevereiro de 1145. Papa de 1144 a 1145.






4)- Eugênio III - Terminou a sequência de “II”. Eugênio III era um Papa austero e honesto. Eleito Papa, manteve o hábito e o estilo de vida dos monges. Foi o responsável pela convocação da 2ª Cruzada, motivada pela tomada de Edessa pelos turcos. Estabeleceu uma reforma clerical e presidiu três sínodos importantes: Paris, Triers e Reims.Eugênio III prometeu ao Rei Frederico Barbarossa que lhe daria a Coroa Imperial que um dia fora de Carlos Magno. Por sua vez, o Rei garantiu que não faria acordos com o Senado Romano e com os normandos sem o consentimento do Papa, que buscava retomar o poder temporal.Esse período foi conturbado, muito graças ao senador Arnaldo de Breschia, que buscava colocar no trono de Pedro um Papa que coadunasse suas ambições políticas. Eugênio III morreu de febre em Tívoli, antes de poder consagrar Frederico. Seu restos mortais jazem ao lado de Gregório VII na Basílica de São Pedro. Foi beatificado em 1872. Papa de 1145 a 1153.





5)- Anastácio IV – Conrado di Suburra já era avançado em anos quando foi consagrado bispo de Roma. Era um homem de origem humilde e pouco se sabe de seu passado. Foi feroz opositor de Anacleto II, o antipapa que infernizou o papado de Inocêncio II, e graças a isto foi nomeado cardeal-bispo de Sabina.De espírito conciliador, aproximou-se de Barbarossa, impedindo assim as pretensões dos partidários do senador Arnaldo di Brechia (chamados arnaldistas) ao poder em Roma. Anastácio estendeu os benefícios dados aos Templários a também à famosa Ordem dos Cavaleiros do Hospital (hospitalários).Quando a fome instalou-se na cidade eterna, o bom Anastácio alimentou o povo com o tesouro papal – é… papas realmente são, invariavelmente, seres humanos terríveis. Onde já se viu, dar comida a quem tem fome?  Partiu desse mundo em dezembro de 1154 e foi sepultado na Basílica de Latrão. Papa de 1153 a 1154.






6)- Adriano IV – Papa “english” men! Aliás, o único até hoje. Coube a Adriano travar a batalha final contra Sauron, ops!, o senador Arnaldo di Breschia, que queria tomar o poder em Roma: com o auxílio de Barbarossa, prendeu e, executou Arnaldo em 1155. Não era à toa que o nome de batismo do Papa era “breakspear” (quebra lança).  Defendeu com unhas e dentes a primazia papal sobre o poder temporal até o fim de seus dias. Papa de 1154 a 1159.






7)-Alexandre III - E começou outra confusão. Uma minoria resolveu eleger um certo Octaviano como novo Papa (lembranças de João XII) e, com o auxílio do Imperador Barbarossa, excomungar o legítimo ocupante do trono, Alexandre III. Graças ao apoio dos reis da França e da Inglaterra, Alexandre foi confirmado como Papa.Só que as coisas não se resolveram assim de forma tão simples. Com as tropas do Imperador Barbarossa ocupando Roma, o Papa não pôde retornar à cidade, tendo que viver na França. Foi por meio de um convite do próprio povo romano que Alexandre III pôde voltar.  Mesmo assim, teve que engolir o despotismo de Barbarossa, que fez subir ao poder mais dois antipapas em sequência: Pascoal III e Calisto III. Só depois de um quebra-pau violento, em 1178, Alexandre teve um pouco de sossego. Mesmo assim, no ano seguinte, arrumaram outro antipapa: Inocêncio III.Um grande marco histórico para nós que vivemos em Pindorama foi o reconhecimento formal da Igreja da Independência portuguesa e do seu primeiro Rei, pai da nação, Dom Alfonso Henriques em 1179. Alexandre III não teve sossego nem depois de morto, pois os revoltados da comuna romana profanaram seu corpo que jazia na Basílica de Latrão. Papa de 1155 a 1181.






8)- Lúcio III – A inquisição gera o maior dos blá-blá-blás anticatólicos. Bom, já falei um pouco dela aqui no blog e ainda falaremos muito ao logo da história do Catequista, pela glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mencionei isto porque foi o Papa Lúcio III que lançou as bases da Inquisição medieval e do tribunal do Santo Ofício. Só mais um dado para enriquecer a luta contra as inúmeras mentiras divulgadas sobre essa história: em Toulosse, centro principal dos hereges Cátaros, num período de 100 anos, 42 pessoas foram executadas.  Isso é lá um número de execuções que justifique a fama de um tribunal impiedoso e sangrento? Detalhe: havia uma guerra ali! Toulosse foi o local em que mais pessoas “inocentinhas” foram condenadas. Outra coisa, a Inquisição foi a primeira instituição de cunho jurídico a desconsiderar a confissão sob tortura como válida.Lutando contra os rebeldes romanos e contra as reivindicações da condessa Matilde de Toscana, Lúcio III pediu o auxílio de Barbarossa. O Imperador, avançado em anos, queria coroar seu filho Henrique IV. Não houve acordo e, antes que o imperador se jogasse contra o papado de vez, Lúcio III faleceu em novembro de 1185. Papa de 1181 a 1185.





9)- Urbano III – Foi pé na porta e soco na cara. Recusou-se a coroar como co-imperador o filho de Henrique VI, suspendeu o patriarca da Aquiléia por coroar o filho do rei da Itália, recusou o candidato do imperador à sucessão e apoiou uma revolta contra o imperador, entre outras coisas. Mas, no final, teve que se render à força maior do Barbarossa. Exilado em Verona, Urbano III foi expulso de lá pelas autoridades da cidade que apoiavam Barbarossa. Enquanto se dirigia a Ferrara, adoeceu e morreu. Papa de 1185 a 1187.






10)- Gregório VIII - Ao contrário do seu antecessor, buscou uma política mais “paz e amor” com o Imperador Barbarossa. Foi um reformista, que buscou coibir a participação do clero em lutas armadas (o Frei Tuck, de Robin Hood, não ia se criar com esse papa). Iniciou os preparativos para uma nova cruzada e tentou convencer o Barbarossa a embarcar nessa, empreitada na qual não obteve sucesso. Durante uma viagem de Ferrara para Roma, adoeceu e morreu (tinha algum “problema” essa estrada de Ferrara, não?). Papa de em 1187.






11)- Clemente III – Foi durante o seu papado que o Barbarossa partiu desse mundo, tendo morrido afogado com o peso da própria armadura após cair de seu cavalo ao atravessar uma ponte (convenhamos, uma morte meio idiota). Seu papado foi marcado pelos preparativos para a terceira cruzada.Clemente III foi o primeiro papa romano eleito desde a revolta dos arnaldistas. Seu nome foi bem aceito pelo povo; seu caráter bondoso e conciliador facilitou a assinatura de um tratado entre os defensores da Roma secular e os defensores da Roma mais espiritualizada. Isso, de certa forma, foi o lançamento das ideias que levam ao nosso “estado laico”, da mesma forma que os arnaldistas são os tetravôs do movimento revolucionário. Os Estados pontifícios, tomados pelo Barbarossa, foram restituídos à Santa Igreja. Teria sido Clemente III a coroar o novo imperador, mas faleceu subitamente antes que esse chegasse a Roma. Papa de 1187 a 1191.






12)- Celestino III – Esse papa teve problemas sérios com a irresponsabilidade do novo Imperador: Henrique VI, ao voltar para a Alemanha, começou a nomear bispos a torto e a direito (com ordem de quem, bwana-bwana?).Além disso, Henrique encarcerou o Rei da Inglaterra Ricardo Coração de Leão, vitorioso da terceira cruzada e sob proteção do Papa. O papa demorou a se manifestar contras as arbitrariedades de Henrique, bem como contra seu plano de promover a união entre o Sacro Império e a Sicília como reino hereditário e permanente. Henrique faleceu em 1197.  Velho e doente, o papa pretendeu renunciar em favor do cardeal Giovanni de Santa Prisca, mas sua proposta foi recusada pelo colégio cardinalício. Papa de 1191 a 1198.





Terminado o século XII, iniciaremos agora um período onde veremos a atuação das "ordens mendicantes"






A Ordem dos Frades Menores, de São Francisco de Assis e a Ordem dos Irmãos Pregadores, de São Domingos. Os próximos posts serão dedicados a melhor conhecer e entender os motivadores dessas duas grandes ordens, tão importantes para nossa amada Igreja e como prometido, vamos falar de mais um dos chamados papas da Renascença:






Inocêncio VIII. Giovanni Battista Cibo entrou para a história como o sucessor de Sisto IV. Era tido como um boa praça, uma pessoa amável até, mas de personalidade fraca e influenciável. Em nada lembrava Sisto IV, mas essa fraqueza de caráter foi responsável pela ruína de seu pontificado. Teve uma juventude dissipada e era dado aos prazeres mundanos e ao hedonismo. Antes de abraçar o sacerdócio, gerou dois filhos, que foram reconhecidos por ele.Cibo entrou para a Igreja como hoje se busca o funcionalismo público: por segurança e estabilidade. O Papa Sisto, observando seu caráter maleável, deu-lhe um cargo na cúria. Contava 37 anos quanto foi nomeado cardeal. Isso foi um golpe para os dois principais competidores pelo trono de Pedro – Rodrigo Bórgia e Giuliano della Rovere. Ambos viriam a ocupá-lo mais tarde, e deles trataremos com detalhes  A mitra caiu no colo de Cibo, visto como um candidato de consenso.Seu papado teve como uma de suas marcas mais distintas os problemas que lhe causou seu filho bastardo, Francesco, um bêbado sem-vergonha que passava as noites vagabundando pelas estalagens de Roma. Por zelo paternal ou para evitar mais escândalos, Cibo conseguiu casar seu filho ordinário com uma das filhas de Lourenço de Médici. Tão caras foram as festas que o papa teve a pachorra de penhorar a tiara papal para poder pagar a rapaziada do buffet.Enquanto isso, Rodrigo Bórgia (futuro Papa Alexandre VI) aprontava das suas. Criou um próspero mercado de indulgências, do qual saía uma “comissão” que ia parte para o papa e parte para o devasso Francesco, filho deste e chegado num casamento de arromba. Em poucos momentos em sua história o nível moral da Cidade Eterna – aqui estamos falando de sua administração – desceu a níveis tão baixos.O problema todo se concentrava no Colégio Cardinalício. Nesse período ruim da história da Santa Igreja, que perdurou por 60 anos, eram dali que saíram nossos amiguinhos, que agora lhes apresentamos. Todos os seis papas da Renascença de que tratamos nesta série levaram o “selo Marózia” de aprovação por escrotização do Trono Sagrado (quem leu acima sobre os “piores papas” sabe quem é Marózia Teofilacto). Por conta de nomeações que levavam mais em conta as posses do sujeito do que sua vocação sacerdotal, o Sacro Colégio virou uma espécie de Country Club. Para ser cardeal, nessa época, não era preciso nem ser padre. Era mais uma corte como a do rei da França Luiz XIV do que outra coisa. Aliás, os papas da Renascença eram especialistas na nobre arte de fazer filhos bastardos e os legitimarem depois (lá se foi mais um princípio básico da Igreja).Não bastasse os problemas internos e os escândalos, nos tempos de Inocêncio VIII tínhamos ainda um tipo muito do chato, o Rei de Nápoles, que pentelhou o juízo do Papa além dos limites do suportável. Movia campanhas de guerra, indo e vindo, ao que parece, de pura maldade, só para azucrinar o juízo mesmo. Chegava às portas de Roma, ameaçava e depois voltava. Essas incursões e a constante desobediência do Reino de Nápoles fizeram com que o Papa buscasse apoio externo contra essa demanda. Isso foi um grande erro. A França interessou-se em apoiar o Papa, já que a casa dos reis de Anjou, que governava o país, estava de butuca na coroa de Nápoles fazia tempo. O Rei de Nápoles, para não ter que enfrentar o exército francês, firmou acordos mil com Roma. E não cumpriu nenhum posteriormente. Assim eram as guerras naquela Itália fragmentada e confusa. Os atos de Inocêncio e do Rei de Nápoles geraram confusões que perduraram por décadas.O apelo por reformas só aumentava e o papa, por indolência, não lhes dedicava muita atenção. O único ponto ao qual dedicou energias era o que dizia respeito a uma nova Cruzada. Só tinha um problema: para os ocidentais em geral essa coisa de guerra santa seria ruim para os negócios. O comércio com os infiéis era lucrativo para as cidades italianas, que muitas vezes recorriam ao sultão para resolver suas querelas. O resultado foi mais uma desmoralização do papado de Inocêncio VIII. Em 1486, o papa publicou uma bula convocando os nobres para a Cruzada. Ninguém apareceu! Nos últimos tempos de seu papado, Inocêncio VIII acabou buscando uma acomodação com o inimigo, no caso o sultão turco, com o caso que passou à história como o do Príncipe Djem. Este era irmão do sultão e lutou contra ele para usurpar-lhe o trono. Perdeu. Nisso pediu auxílio aos Cavaleiros da Ordem de São João, que tinha sede em Rodes. Djem passou a ser um trunfo político cobiçado por todos os reinos da Europa, pois poderia ser usado como postulante ao trono. O papa foi mais rápido e o “comprou” ao preço de dois cardinalatos – um para o Rei da França e outro para o Grão-mestre de Rodes.  Temeroso com a possibilidade Djem ser usado pelos cristãos para promover uma guerra que teria por objetivo depô-lo, o sultão começou a puxar o saco do papa. Curiosidade: um dos presentes que o Sultão mandou para Roma foi a suposta lança de São Longinus.E, em 1492, a Espanha estava com tudo e não estava prosa. Acabava a longa guerra de unificação, Colombo fez sua famosa viagem, pareciam dias de prosperidade para o grande reino ibérico. Inocêncio VIII, que nunca teve uma saúde muito boa, agoniza em seu leito de morte. Implora que seja eleito um papa mais eficiente que ele.A pequena introdução sobre a Espanha se fez necessária porque, além de tudo aquilo, a Espanha ganhou um papa. Papa esse que, tenho certeza, o povo espanhol preferiria não partilhar a nacionalidade.






Estamos de volta com o segundo post sobre Rodrigo Bórgia, o Papa Alexandre VI





Assim que foi eleito Papa, em 1492, Alexandre VI nomeou onze novos cardeais, entre eles, seu próprio filho César e Alexandre Farnese, um moleque de 15 anos, irmão de sua amante. César, pelo menos, legou a batina e renunciou algum tempo depois. Afinal, assassinatos, conspirações e demais atividades pelas quais o rapaz tinha inclinação ocupavam muito do seu tempo.O papado afastava-se das questões espirituais como nunca. A Igreja da França estava fortalecida e com saudades dos tempos de Avignon (quando esta cidade sediava o papado, no lugar de Roma), e o papado, por sua vez, estava enfraquecido pela dissolução e pelos gastos escorchantes com frivolidades. Isso foi um prato cheio para disseminação da corrupção.Era crescente o apelo por reformas para acabar com esses abusos. Enquanto isso, o Cardeal Della Rovere estava em campanha pela Europa pela deposição do Papa Alexandre VI. O resultado foi que, em setembro de 1494, um exército francês cruzou os Alpes disposto a pôr ordem na casa.Alexandre VI ficou desesperado e acertou com Nápoles e Florença uma união para defesa da Península. Só que Florença deu pra trás em virtude de um ataque de piti de Pietro de Médici, que medrou bonito e abriu as portas de sua cidade para o exército de Carlos VIII, o Rei da França. Alexandre VI teve que capitular, e os franceses promoveram um desfile em Roma de cerca de seis horas. O sangue correu em seguida. Saques e estupros para todo lado.As negociações envolveram o príncipe Djem, irmão do sultão, que passou para a custódia francesa e “se morreu” pouco tempo depois (foi dado como suicídio, mas todo o mundo sabia que se tratava de assassinato, a despeito da falta de provas). Mas o verdadeiro alvo dos franceses não era Roma; Carlos visava fazer valer sua pretensão à coroa de Nápoles. De sua parte, Alexandre recusou-se a coroar Carlos, que seguiu seu caminho em direção à cidade sulista.Mas Alfonso, o rei de Nápoles, entregou a coroa para evitar mais sangue derramado, uma vez que o exército francês destruiu todos os lugares por onde passou.  Em seguida, Alfonso entrou para um convento e seu filho, Ferrante II, jogou dez no veado e se mandou.Em meio a essa situação maluca, forjou-se uma nova aliança para combater os franceses – batizada de Santa Aliança – entre o Rei da Espanha, o papado, o imperador do Sacro Império e a cidade de Veneza. Diante disso, os franceses, cientes das próprias bobagens e do ódio da população nativa por eles, se mandaram de volta para casa para evitar uma situação pior.Entre idas e vindas, alianças eram feitas e desfeitas entre as potências da Santa Aliança; era realmente muito chato. Tudo isso culminou com o grande saque e destruição de Roma, em 1527, assunto ao qual ainda retornaremos. Essa barbárie ocorreu durante o papado de Clemente VII, e  foi bem pior do que o saque ocorrido em 1494.







Vamos falar um pouco sobre um personagem obscuro mas razoavelmente conhecido desse período: o monge dominicano "Girolamo Savonarola":







Ele, um zelote, não é um ancestral direto de Lutero, mas a partir de 1490, esse rapaz barbarizou Florença. No vazio espiritual no qual a Itália estava, ocupou o lugar que é, por direito, da Santa Igreja. Seu alvo principal era o papa e a hierarquia. O que causa mais revolta é que Savonarola era considerado motivo de piada até ter uma atitude política. Saudou o rei Carlos da França como salvador e libertador da Itália. A princípio, Alexandre VI simplesmente mandou Savonarola se calar, não tomou atitudes mais drásticas – como soltar César Bórgia sobre o monge – por temer revoltas, visto que ele era muito querido pelo povo. O monge desconsiderou a proibição do papa, a quem considerava um herege infiel. Alexandre o excomungou. Mais uma vez, Savonarola desconsiderou o papa.A situação só reverteu positivamente para o lado de Alexandre VI quando esse ameaçou toda a cidade de Florença de excomunhão, caso continuasse a proteger o monge. Savonarola, que até então estava nos braços do povão, se viu com a opinião pública voltada contra ele. Acabou seus dias sendo torturado e foi entregue às autoridades civis para ser executado, fato que ocorreu em 1498, data de seu enforcamento. Triste fim, mas o fogo da revolta aceso por ele não foi apagado.No terceiro e último post dessa série, falaremos das últimas que Alexandre VI aprontou antes de morrer. É coisa “muito pesada”.







As últimas vilezas de Alexandre VI, o Papa Bórgia!





Chegamos hoje ao terceiro e último post sobre Alexandre VI, um dos papas mais vergonhosos da história! Alguns leitores têm questionado as razões pelas quais expomos esse triste episódio do papado. Não sejam ingênuos, amigos! A história do Papa Bórgia é lançada na nossa cara por ateus e protestantes, e tem até série na HBO e CIA LTDA. É muito melhor portanto, que entendamos essa história sob o ponto de vista católico, não acham? Ademais, para quem não sabe, aqui no blog temos uma série que apresenta todos os papas, desde São Pedro até a atualidade, e não faria sentido que simplesmente fingíssemos que Alexandre VI não existiu.





Bem, vamos ao que interessa?







O monge Savaranola, preso e enforcado em 1498, acendeu o fogo da revolta contra o papado. Pregadores pululavam como pulgas, alguns verdadeiros intelectuais, outros radicais imbecis ou completos dementes. Mas se fosse para falar mal da Igreja e do papa Alexandre VI, qualquer um conseguia uma plateia! As peripécias dos Bórgias eram o centro das atrações. Eles eram como artistas “grobais” da época e o povo estava sempre à cata do mais novo escândalo envolvendo a família do papa.Um dos escândalos que chamou mais a atenção foi a anulação do casamento da filha do Papa, Lucrécia Bórgia, com Giovanni Sforza. Alexandre VI tinha o intuito de casar a “donzela” com o herdeiro da coroa napolitana, Alfonso, e então jogou todo o peso de seu prestígio e toda sua grana para coagir Sforza a aceitar. E conseguiu. Conseguiu, inclusive, que Sforza devolvesse a grana do dote.Ao mesmo tempo em que Lucrécia se casava pela segunda vez, uma tragédia se abatia sobre os Bórgia. O filho mais velho de Alexandre VI, Juan Bórgia, Duque de Gândia, apareceu boiando no Tibre com nove perfurações de punhal pelo corpo. A autoria do crime é creditada ao seu irmão, o famigerado César, mas nada foi provado; esse caso é um dos grandes mistérios para os detetives da história. Não há consenso, mas, de um forma geral, se considera a inocência de César. Esse acontecimento deixou Rodrigo introspectivo, tomado por remorso. Não se sabe se por pesar pela morte de Juan, ou por medo de ser a próxima vítima. Chegou a declarar que o ocorrido a Juan fora uma punição divina pelos seus crimes; disse que estava disposto a se reformar e, paralelamente, reformar a Igreja… Vai sonhando! Como fruto desse surto de remorso do Papa, um grande programa foi elaborado. Porém, entre as provisões a serem tomadas, constava uma em que era necessária, antes da publicação da bula: que se despedisse de todas as suas concubinas com uma antecedência de 10 dias. Alexandre perdeu completamente o interesse.







No panorama político, a França agora tinha um novo rei e uma nova dinastia!







Saiam de cena os Valois e entravam os Orléans. Seu novo rei, Luis XII, passou a pleitear o trono de Milão. Afetado com o recente passado, Alexandre VI passou a agir de maneira cínica. Luis XII desejava o divórcio de seu indesejado casamento com a irmã de seu primo e antecessor, Carlos VIII. Nada de mais, se a donzela e Rainha de França em questão não fosse nada mais, nada menos do que Santa Joana da França – fundadora da Ordem da Anunciação. Santa Joana ainda vai ter o seu post aqui no blog; por hora, voltemos à história. As intenções nada românticas do rei Luis tinham como objetivo o ducado da Bretanha. Para obtê-lo, o garoto bom de lábia pretendia casar-se com a viúva de seu falecido primo Carlos, Ana da Bretanha. Luis odiava Santa Joana e impunha a ela pesadas humilhações públicas. Sem contar que nunca consumou o casamento.O papel de Alexandre VI nessa pantomima foi vil, conforme sua natureza. Anulou o casamento do Rei, que pôde se casar com Ana da Bretanha. Tudo pela módica quantia de 30 mil ducados – na época, uma grana pretíssima. A amizade do papa com a coroa francesa era vista como uma grande ameaça por seus inimigos, ou seja, todo o resto do mundo. Para fortalecê-la, Luis XII buscou casar César Bórgia com a irmã do rei de Navarra, o que levou Alexandre VI a endossar alegremente a reivindicação de Luis XII pela coroa de Milão. O exército francês cruzou novamente os Alpes, derrotou as forças milanesas e toda a Europa chiou horrores, sendo que o Papa fez ouvidos de mercador. Em meio a essa barafunda, Cabral, do outro lado do mundo, chegava aqui em Pindorama. Em Roma, comemorava-se  o ano do jubileu de 1500 e uma enorme multidão de peregrinos dirigiu-se à Cidade Eterna. Não encontraram segurança em parte alguma, muito pelo contrário, encontraram uma cidade tomada pelo caos. Imperava a “lei do cão”: roubos, desordem pública e homicídios. Com o apoio do papai, César Bórgia dava vazão à sua natureza violenta: agora, livre do hábito eclesiástico, empenhava-se em ser um senhor da guerra. Lutou para trazer com mão de ferro as províncias dos Estados Pontifícios que buscavam maior autonomia. Era um senhor feudal por excelência, do tipo comparável a ditador norte-coreano. Sagaz e amoral, não titubeava a fazer uso de espiões e informantes. Falar mal de César Bórgia fazia mal à saúde… Para falar a verdade, que falasse mal dele ou de seu pai corria sério risco de comer capim pela raiz. César metia medo em todo mundo.A história mais emblemática sobre a violência do garotão diz respeito ao segundo marido de sua irmã Lucrécia, Alfonso Biscegli. Certa ocasião, Alfonso foi brutalmente espancado por cinco sicários. Estava se recuperando quando, um dia, viu César em visita à sua esposa, passeando pelo jardim. Passando a mão num arco e flecha, Alfonso tentou matá-lo. Errou. A guarda pessoal de César subiu até seu quarto e o espancou até à morte.  Alexandre VI nada fez contra seu filhinho querido.Dois meses depois dessa infâmia, César deu uma festança. Mas não foi uma festança qualquer, foi a festa de triste lembrança, que entrou para a história como “O Balé das Castanhas”. O que ocorreu foi relatado por Burchard e deu-se no Vaticano, no palácio apostólico. Cinquenta prostitutas dançaram diante dos convivas de César e do Papa após o jantar. A princípio vestidos, convidados e prostitutas, depois… todo mundo nu! As castanhas em questão estavam espalhadas em candelabros pelo chão e as prostitutas buscavam meios de colhê-las. Depois disso, seguiu-se o “acasalamento”, com prêmios para aqueles que conseguissem o maior número de cópulas.  Foram muitas as festas bizarras. Convém salientar que, no “Balé das Castanhas”, nem César, nem Lucrécia, nem Alexandre VI participaram. Eles apenas observavam as bacanais que promoviam. Antes que alguém questione a fonte, vale lembrar que Burchard era bispo e mestre de cerimônias de Alexandre VI. Em 31 de dezembro de 1500, Lucrécia Bórgia casa-se pela terceira vez, com Alfonso, herdeiro dos D’Este de Ferrara, numa festança milionária que durou uma semana e foi mais cara que uma copa do mundo. Dinheiro não cresce em árvores e, para financiar essa gastança, Alexandre VI criou 80 novos cargos na cúria, a serem vendidos por 780 ducados cada um; designou nove novos cardeais à base da canetada – ou melhor, na base da penada (na época, é claro, não tinha caneta bic). E, para completar o botim, faleceu o rico cardeal Giovani Michele, após dois dias de cólicas violentíssimas – cortesia, segundo alguns, do nobre e gentil César Bórgia. Cercado de inimigos por todos os lados, Alexandre chegara, assim, ao seu último ano de vida, 1503. Por conta da imoralidade, religiosos de prestígio exigiam um novo concílio. Depois que tomaram consciência de com quem estavam lidando, até cardeais nomeados pelo Papa pediam a sua saída. Até a torcida do Torino pedia a saída do Papa, ninguém aguentava mais o cara e, principalmente, ninguém aguentava mais César e sua tirania.Mas, como historiador, é dever nosso desvendar os fatos. Uma das teorias da conspiração mais aceitas com relação à morte de Alexandre VI era de que este teria sido envenenado. Muitas vezes, a autoria de tal proeza é creditada ao próprio César. Mas a verdade é que, aos 73 anos, Alexandre era um velho frágil, a vítima perfeita para as doenças que, desde sempre, devastavam Roma no verão.Mas o  povo estava feliz. Morrera o monstro espanhol e, com ele, o poder dos Bórgia na Itália foi enfraquecendo. César, sem o apoio de Roma, não conseguiu manter-se e foi chutado da Bota. Morreu aos 31 anos como sempre gostou de viver: em meio à guerra, no campo de batalha.A impressão que temos do papado de Alexandre VI é a de um tempo de contínua e desatada violência, homicídios em igrejas, cadáveres desovados em rios, luta de facções , incêndios, saques, prisões, torturas. Some-se a isso escândalos sexuais, frivolidades, cerimônias pomposas e diversões hedonistas em geral. Já houve historiadores que pretenderam reabilitar o sujeito , mas não dá, esse aqui não tem jeito mesmo.No post anterior desta série, falamos do papado-relâmpago do Papa Pio III – 26 dias de luz em meio às trevas e à insensatez da Renascença. Após a morte de Pio III, o Cardeal Della Rovere foi eleito em 1503, aproveitando-se da comoção e desorientação geral e “propinando” mais que político corrupto de cidadezinha do interior. Era agora o Papa Júlio II. Foi um dos conclaves mais rápidos da história: durou menos de um dia (e dizem, um dos mais “caros” também).Júlio II é um dos Papas preferidos dos ateus, “prufissoris” de “estórias”, darwinistas e demais ignorantes (aliás, pelos  gestos, gostos e atitudes dessa Papa, desconfio que ele mesmo fosse ateu). O “amor” dos inimigos da fé por Júlio II advém do fato do mesmo ter sido o mecenas e protetor do grande Miguel dos Anjos, o Michelângelo. Sob o pontificado de Júlio e com a grana do Vaticano, Miguelão realizou suas obras mais magníficas, inclusive a maior de todas: o teto da Capela Sistina. Assim como seus antecessores nesse período, nomeados por nós como "Papas renascentistas ou Papas insensatos" (Pio III é uma exceção, não se inclui nesse balaio). 






Júlio II não dava a mínima para questões espirituais da Igreja, estando cada vez mais de guarda aberta para os reformistas. Suas paixões eram todas seculares e absurdamente materialistas. Suas prioridades eram:





1.      A restauração política e territorial da autoridade do Papado sobre os Estados Pontifícios.



2.      O embelezamento da Santa Sé (nisso ele era, convenhamos, um mestre, pois não há nada mais belo que os afrescos de Michelângelo nesse mundo).



3.      A perpetuação de sua memória de forma material, como mecenas das artes (Porém ser um bom pastor das Ovelhas de Cristo, nada…





O completo desinteresse do Papa por assuntos espirituais beirava o constrangedor e, para alguns, nesse aspecto, Júlio II parecia PIOR que Alexandre VI, que, ao que revelou-se nas fontes, ao menos ainda tinha algum temor dos castigos infernais. Convenhamos, que nome se dá mesmo a quem se locupleta e se consola nas obras meramente materiais? É chamada como?… Machiavel, no seu famigerado “O Princípe”, tem César Bórgia como arquétipo do perfeito governante imoral; considero que Júlio II não fica muito atrás.Uma de suas primeiras atitudes como Papa foi minar o poder dos Bórgias. A seguir, utilizou-se do artifício secularista do casamento político para garantir importantes alianças, casando parentes seus com os Colonna e com os Orsinni.





A guarda suíça surgiu durante o papado de Júlio II












No campo da ordem pública, Júlio II revelou-se um alcaide de mão de ferro, prendendo e arrebentando toda a malandragem. É bem verdade que Roma era um antro de trambiqueiros, pulhas e malfeitores em geral. Para resolver o problema, foi contratada a Guarda Suíça, que entra na história do Vaticano aqui, com Júlio II. E não era a guarda que a gente está acostumado a ver: os caras eram mais furibundos e eficientes do que o BOPE e o Mossad juntos. Excomunhão, para Júlio II, era simplesmente uma arma política. Quando se deu a revolução de Ferrara, ele não pensou duas vezes: vestiu uma cota de malha e, tal qual um Rambo medieval, foi para a frente de batalha (Battlefield feelings). Nunca devemos nos esquecer que os cidadãos de Ferrara atacados militarmente pelo Papa eram CRISTÃOS. Por conta do dedo do Rei Luiz XII da França nessa barafunda com Ferrara, Júlio II acabou por desenvolver uma profunda francofobia e tudo fazia para expulsar os franceses da Itália. O responsável por atiçar contra o Papa os cavaleiros franceses era o cardeal D’Ambroise, aquele que perdeu a eleição que parecia ganha. D’Ambroise já havia sido, também, infectado por esses tempos insensatos e a ambição falava mais alto do que a fé em seu coração.






Nesse cenário, surge a figura do Bispo Marcial de Sião, Matthaus Schinner:






Amigo pessoal de Júlio II, Schinner era um francófobo virulento, enérgico, excelente soldado, incansável quando engajado numa causa. Junto com esse, feio tanto quanto, veio no pacote Baubridge de York, também feito cardeal como Schinner. Esses dois tocaram o terror nas frentes de batalha. Era o Vaticano armado até os dentes.Religiosos e cardeais responsáveis pediam moderação ao Papa no seu modo beligerante, mas ele fazia ouvidos moucos. E ele não era surdo somente com relação a isso: botou abaixo o antigo prédio da Basílica de São Pedro sem pedir conselho ou aprovação de ninguém. E aí teve início a vergonhosa venda de indulgências… O Papa Júlio II botou abaixo o antigo prédio da Basílica de São Pedro sem pedir conselho ou aprovação de ninguém. Alguns dirão: “Mas o prédio reconstruído é melhor!”. Sim, concordo. A basílica antiga, construída pelo Imperador Constantino, deteriorou-se muito ao longo de doze séculos, e havia risco de desabamento. Bramante, o arquiteto responsável pelo projeto da nova basílica, construiu um prédio fantástico. Mas a esses fatos somam-se outros…Em 1506 o Papa Júlio II colocou a pedra fundamental da nova basílica e começou a construção, que duraria 120 anos. Por conta da insanidade construtora de Júlio II, Bramante passou à eternidade não somente como um brilhante arquiteto, coisa que ele de fato era, mas também com o apelido de “Il Ruinante”. Foram 2.500 almas trabalhadoras empregadas na demolição da basílica constantina. Na sua sanha de “primeiro eu”, Júlio estava com pressa e não dava a mínima para o legado da Igreja Católica ao mundo. Alguns religiosos conseguiram salvar alguns objetos sacros e outras preciosidades. Infelizmente, muita não havia sido inventariada – tumbas, pinturas, mosaicos, estátuas… Quem viu, viu. Essas obras inestimáveis foram para o esquecimento.








E qual o motivo principal da construção da nova basílica?





Ela abrigaria o faraônico túmulo de Júlio II, um dos projetos mais ambiciosos e visionários de Michelângelo, com mais de 40 estátuas em tamanho natural. É ou não é coisa de materialista ateu? Por falta de verba, esse fabulosa tumba não pôde ser concluída, e o projeto final ficou bem mais modesto. Por fim, como consequência mais nefasta, a venda pública de indulgências está diretamente ligada à questão, já que as obras da basílica estouraram as verbas dos Estados Pontifícios. Quando esse absurdo chegou à Alemanha, todo mundo sabe no que deu. Tanto quanto Alexandre VI, embora por motivos diferentes, Júlio II simplesmente destruiu a aura de respeito e santidade que havia em torno do Papa. Cada vez mais os governantes seculares, os religiosos e o povo viam o Papa como um duque ou monarca como qualquer um dos outros, e, como tal, deveria ser tratado. Essa abertura provou-se um desastre nos séculos vindouros, mas falaremos disso mais tarde.A partir de então, a bagunça e o desrespeito pela autoridade da Cátedra de Pedro era tanta que os governantes seculares tiveram a pachorra de convocar um Concílio! Seria como se o prefeito da sua cidade resolvesse rever o Catecismo, por exemplo. O pior é que isso aconteceu com a anuência de nove cardeais! A cereja do bolo foi mandar um convite ao Papa para ele pudesse participar do Concílio. Diante de tal afronta, Júlio II – mais por desespero do que por convicção apostólica – convocou o V Concílio de Latrão. Estava claro que este Concílio tinha como objetivo principal segurar os anseios reformistas. Júlio II, como procurei deixar claro, não tinha o menor interesse em assuntos religiosos. Mas, ressalte-se, o Concílio de Latrão V adiou em alguns anos o desastre luterano (que poderia ser detonado por qualquer outro maluco, calhou de ser o  hesirarca oportunista alemão).








Não obstante, Júlio II obteve importantes vitórias no campo da política!





Consolidou os limites territoriais dos Estados Pontifícios, por exemplo. Mas a que preço? Preço de sangue. Faleceu em 1513, banhado em prestígio secularista, tal qual era o seu desejo, e pranteado pelo povo como libertador. A seguir: Leão X ou a indolência baiana.









Leão X, o Papa da ostentação?





Esse post é o ponto de interseção entre as nossas séries históricas mais populares e constantes: “A História dos Papas” e “Lutero”. Hoje falaremos do Papa que entrou para a história pela inabilidade em dar freio à malfadada reforma protestante! Claro que seria muita falta de senso colocar a culpa dos disparates protestantes em um único Papa desastroso. Leão X, por seus hábitos e temperamento, era reflexo dessa monstruosidade que foi o período da Renascença (aliás, se há um termo que merece ser “revisto” é esse: “Renascença” de quê? De tudo que não presta? Aí eu concordo). Leão X era um Médici, e como todo Médici era um desastre histórico ambulante! Existe uma frase que seria atribuída a Giovanni de Médici (nome de pia de nosso querido Leão X), que constaria em uma carta ao seu irmão, Giuliano de Médici, em que o aquele teria afirmado: “Deus nos abençoou com o papado, vamos desfrutá-lo”. Como assim? Papado agora é resort pra você ficar desfrutando? Muito embora – é sempre bom salientar, pois as fontes históricas muitas vezes são traiçoeiras – não se possa afirmar categoricamente que essa carta seja autêntica, logo de cara, vemos que essa frase infeliz dava um mau agouro sobre qual seria a tônica do novo papado e a visão do novo Papa, que estava ali para substituir o xerife de armadura Júlio II.O problema era que se Júlio era um General Patton Medieval, Leão X era hedonista ao extremo! A única semelhança que podemos dizer que existia entre ambos era o fato de que, por qualquer visão mais acurada, ambos eram ateus. Gente, não consigo ver nada de espiritual em quem age da forma como esses papas agiram, não vejo nada que os diferencie dos piores e mais furibundos ateus imagináveis. Leão X era filho de Lourenço de Médici, dito “O Magnífico” (para uma cara receber o epíteto de “Magnifico”, a conta bancária dele deveria ser algo “magnífico”… E era, aliás, ele era o dono do banco). Mimado e ultra-rico, cresceu um moleque gordinho, mimado e um tremendo bon vivant! Tanto é que transformou Roma num circo de prazeres. Foi, talvez o papa mais esbanjador da história; numa época de Alexandres, Júlios e que tais, isso não significa pouca coisa! Como eu sempre digo: tem que ser muito bom em ser ruim! Seus puxa-sacos não tinham do que reclamar, uma vez que Leão era próspero em acumular sobre eles riquezas e glória. Para esses, seu papado foi uma Idade do Ouro! Entre seus conselheiros vamos encontrar um certo intelectual chamado Bernardo de Bibbiena; fora tutor de Leão e era um homem inteligente e erudito. Acabou sendo nomeado cardeal, apesar de suas inclinações nada religiosas. Era de tipos como esse que o Papa se cercava. A procissão de posse de Leão foi um escândalo de tanto luxo: típico para quem considerava o papado não missão de evangelização, mas sim uma oportunidade de se locupletar com as delícias do mundo.  Era tanta família importante, tanto símbolo heráldico e bandeiras desfilando pelas ruas de Roma que aquelas descrições chatíssimas de brasões de família de “Crônicas de Gelo e Fogo” são meras notas de rodapé diante dos muitos volumes que a descrição daquele momento em termos heráldicos seriam necessários para conter a descrição. Todo pimpão, exibia suas mitras, tiaras e orbes, confeccionadas especialmente para ele; para serem carregadas, exigiam quatro carregadores.  Mordomos dos Médicis jogavam moedas de ouro para o povo do alto das sacadas dos prédios. Um banquete de arromba e um show de fogos de artifícios encerraram a festança. Claro que tudo isso não foi de graça: só para começar temos aí um gasto de mais de 100 mil ducados, uma grana pra lá de preta; algo como uma festa ao preço de um estádio de copa do mundo (padrão Brasil! Não padrão Alemanha, fique claro).A partir de então, a gastança do Papa e seus projetos de Imperador romano maluco não pararam mais. Orçou um milhão de ducados para obras em São Pedro, sob a direção de Rafael, sucessor de Bramante como arquiteto; gastou 150 mil ducados no casamento francês de seu irmão Giuliano, o que era cerca de 50% mais do que a despesa anual do Vaticano com gastos domésticos. Criou mais de dois mil cargos com intuito político e, para cada cargo criado, lá se ia embora dos cofres mil ducados. Michelângelo, que não era otário e queria mais era um mecenas para custear seus projetinhos nada modestos, colou com mais um papa e conseguiu a aprovação de um projeto para construção da Capela dos Médicis. A princípio, a capela homenagearia os concidadãos florentinos de Leão X, mas, claro, também era uma homenagem para ninguém mais ninguém menos que… Leão X.  Michelângelo era um cara egocêntrico; era também um grande artista, talvez o maior de seu tempo e de todos os tempos, mas se lixava para as dificuldades humanas, desde que conseguisse seus objetivos. Chama a atenção o fato de Michelângelo ter ficado horrorizado com os gastos de Leão X  para trazer o melhor mármore do mundo. Leão X mandou construir uma estrada só para trazer o mármore de Santapietra, um cafundó, desconhecido até pelos seus vizinhos. Mas o papa fofucho não era um dos melhores amigos de Michelângelo a quem considerava um homem grosseiro e difícil – e ele era! Nosso papa bolinha preferia Rafael, o arquiteto de seus principais projetos, por ser mais gentil e cortês. As obras do projeto de Michelângelo acabaram sendo suspensas e só foram completadas pelo primo de Leão X, o também papa Clemente VII, o último dos papas insensatos da Renascença. Leão quis transformar a faculdade de Roma no centro de erudição da Europa. Contratou cem eruditos de primeira linha para aplicar as matérias clássicas mais importantes, mas a corrupção e a estrutura corporativa da Universidade acabaram fazendo com que mais esse projeto do Papa desse com os burros n’água. Outro momento frustrante para o Papa foi a morte de Rafael, aos 37 anos. Além de ter enriquecido o rapaz, era plano de Leão X nomear Rafael cardeal. Segundo consta, Rafael morreu por excesso de gandaia. Vivia a vida “lôca” romana com toda força. Houve muitas lágrimas nos lupanares romanos nesse dia. Deus me perdoe, mas pelo menos o Espírito Santo nos poupou de um cardeal desse naipe! Os gastos desnecessários de Leão X não pararam por aí. Ele fazia banquetes com pratos de ouro e incitava os convidados a jogarem os pratos pela janela, no Rio Tibre (claro que ele estendeu redes sob o rio para recuperar os pratos que ninguém é assim tão otário).  Nessas refeições, eram servidas línguas de papagaio e peixes de Bizâncio. A cereja do bolo foi o “Campo do Pano de Ouro”, em Balinghen, França, preparado para o encontro dos reis Henrique VIII da Inglaterra e Francisco I da França, em junho de 1520. O evento foi realizado sob a orientação do Cardeal Wolsey, que era legado papal. O nome dado ao local se deveu ao esplendor dos ornamentos, em especial as tendas e vestuários, que exibiam tecidos feitos com linhas de seda e ouro.O encontro no  “Campo do Pano de Ouro” durou duas semanas; foram realizados torneios, banquetes, exibições de músicas da melhor qualidade, entre outras atrações. Para abrigar os pavilhões dos reis e do Papa, foi construída uma “cidade temporária”, e a opulência era tamanha que havia até mesmo palácios. Para vocês terem uma ideia, a barraquinha de camping do rei da Inglaterra ocupava uma área de 10000 m², e em sua parte exterior havia fontes jorrando vinho tinto da melhor qualidade. Essa loucura custou 4 milhões de ducados! Deixou o Reino da França no vermelho por dez anos. Os leitores que estão acompanhando a nossa série de posts sobre os papas insensatos da Renascença já puderam perceber que se tratava de um quadro complexo, e esse humilde escriba tentou, até aqui, apenas passar para vocês as linhas gerais da situação. Mas o que precipitou o fim da unidade cristã foi o abuso de Leão X.





E do nordeste da Alemanha, em Wittenberg, surgiria Lutero, o instrumento do mal (alguém já se perguntou: por que na Alemanha?)







Por que a Reforma não surgiu na França, ou na Itália, ou na Inglaterra? Resposta: porque, graças ao Papa Leão X, a Alemanha vivia uma situação de penúria espiritual e financeira! Certo fortalecimento econômico – e, antes de mais nada, o fortalecimento TEMPORAL – se deu a partir do momento em que o Estado assumiu o controle e o direcionamento da Igreja. Os grandes estados europeus, naquele tempo, possuíam um governo forte, ou pelo menos governos regionais poderosos o suficientes para resistir aos disparates que pudessem advir de doidos que viessem a ocupar a Cátedra de Pedro, como Leão X. Mas a Alemanha, não! A Alemanha, como a conhecemos hoje, é uma criação quiçá moderna. É um estado contemporâneo que somente surgiu no século XIX. Nos tempos de Lutero, o que tínhamos era um bando de duques e condes reunidos sobre o pomposo título de “Sacro Império Romano-Germânico“. Pequenos duques e condes fracos: a vítima perfeita para os desmandos financeiros de um Papa desesperado e completamente esvaziado de zelo apostólico. Roma era extremamente antipática aos olhos do povo alemão por conta disso. Era uma força alienígena e sanguessuga, mas que possuía a autoridade legada por Jesus e era a casa do Espírito Santo (o povo alemão acreditava nisso cegamente!). Mas, como manter essa imagem com um papa que por si não a respeitava como deveria? Foi nesse barril de pólvora que Leão X soltou um idiota completo chamado Johann Tetzel, um frade dominicano. Leão X? Esse continuava mais preocupado com suas estátuas de mármore a serem construídas em Roma. As indulgências, a grosso modo, podem ser consideradas como uma dispensa da prática de boas ações, sob condições particulares, no todo ou em parte, como penalidade. Deu pra entender? Indulgências são penalidades, servem para pagar a pena dos pecados já perdoados por meio do arrependimento e da confissão, enfim, elas não perdoam a culpa, mas as penas temporais. Tetzel e outros panacas, contrariando a doutrina da Igreja, apregoaram que as indulgências eram A LIBERTAÇÃO DO PECADO EM SI. Daí para começar a barganha e a venda de graças, foi um pulo!








Sabem para onde ia originalmente o dinheiro das indulgências?





Para hospitais, orfanatos, casas de recolhimento e amparo de viúvas, obras de caridade. A Igreja de Jesus sempre foi pobre, mas parece que esqueceram de ensinar isso a Leão X. As indulgências da forma como foram originalmente concebidas e distribuídas eram sim, completamente justificáveis; não eram dadas como a absolvição do pecado, mas era sim a PENALIDADE POR SE TER COMETIDO UM PECADO.Tanto que Lutero a pricípio em algumas de suas 95 teses as defende de forma brilhante e notável, coisa que os protestantes claro, a todo custo tentam esconder! (Faça uma consulta pela internet sobre as 95 teses de Lutero e confirmará).Porém, os cobradores de Leão, como Tetzel, na prática, eram "traficantes da fé" (Alguma semelhança? Ou lembrança de algum nome de dono de alguma denominação protestante ?) - Um terço da grana arrecadada com a venda de indulgências ia direto para Leão X. Isso seria – cometendo o mais nefasto anacronismo possível – como se você arrancasse dinheiro da Alemanha para financiar obras na Itália. Muito embora as relações humanas daqueles tempos fossem absurdamente diferentes das que temos hoje, a revolta que isso pode provocar em um povo ainda é a mesma. Mas é meu dever salientar que, mesmo Leão X, NUNCA, EM HIPÓTESE ALGUMA, proclamou uma besteira como falar que as indulgências libertam a pessoa do pecado. Ele apenas foi convenientemente omisso com a pregação distorcida e vergonhosa de Tetzel (ou seja, esse Papa jamais proclamou qualquer doutrina errada, e assim o Magistério da Igreja manteve-se santo e ileso, graças à infalibilidade papal concedida pelo Espírito Santo).Despreparado como era para lidar com um assunto de raízes tão profundas, Leão X vivia no seu claustro romano como seus antecessores, sem ter a mínima ideia do que ocorria na Alemanha e tendo raiva de quem sabia – vide a sua desconsideração pelos avisos dados. Não podemos negar que antes de Lutero houve um Wycliffe e um Jon Huss (já falamos sobre essas figuras em nossas postagens sobre Lutero e a Reforma Protestante; não vamos repetir aqui o que explicamos antes).Após os fatos que narramos na Dieta de Worms, num embate entre as forças de Carlos V e francesas, as cidades de Parma e Piacenza voltaram ao domínio dos Estados Pontifícios. O Papa, como era de costume, deu uma festança. Pegou um resfriado; o resfriado evoluiu para pneumonia e, por fim, ele veio a falecer.Em oito anos de pontificado, Leão X consumiu 5 milhões de ducados e deixou um rombo de 800 mil para seu sucessor. O belicoso Júlio II ao menos tinha como justificativa para seus desmandos e gastos o desejo de ratificar e fortalecer os Estados Pontifícos. Leão X nem isso: ele apenas gastava dinheiro ,porque é o que Médicis fazem. Era compulsivo e descontrolado e nem um pouco católico, numa visão final e realista. Os cardeais que elegeriam o sucessor de Leão, quando se dirigiam ao Concílio, foram vaiados! Com razão...






Em tempos de crise religiosa e eclesiástica, principalmente quando ela atinge as mais altas autoridades da Igreja, é normal aparecerem duas tentações opostas:  






1)-A primeira , e a mais grave, é a de revolta contra a autoridade do Papa, que pode levar ao cisma e à heresia.   




2)- A segunda, mais sutil, é a de, por respeito à autoridade, aceitar em silêncio os erros, ou fechar os olhos para os pecados de escândalo em que uma autoridade da Igreja possa a vir a incorrer.     





Como vimos acima, no fim da Idade Média e no Renascimento, por exemplo, muitos católicos caíram na primeira tentação, aderindo a inúmeras seitas heréticas. Lutero e a Reforma, hoje tão louvados por muitos daqueles que se dizem católicos, levaram ao ápice essa revolta, ao atacarem o próprio papado, sob o pretexto de que havia corrupção em Roma, e muitos Papas daquele tempo eram realmente conhecidos por sua vida escandalosa. Os heresiarcas confundiam a pessoa que estava no sólio de Pedro com o Papado em si mesmo. Tantos foram os inegáveis escândalos de alguns papas desse tempo que entre os teólogos mais importantes se estudou, de novo, a possibilidade de um Papa cair em heresia enquanto pessoa particular, embora nunca enquanto Papa, exercendo o seu ministério "ex-cathedra". São Roberto Belarmino, o grande Doutor da Igreja nessa época, foi um desses teólogos.O Concílio Vaticano I, realizado em 1870, proclamou o dogma da infalibilidade papal, estabelecendo que, quando o Papa ensina "ex-cathedra", isto é, como Vigário de Cristo, com o poder dado por Nosso Senhor a São Pedro, ensinando toda a Igreja sobre questões de Fé ou de Moral, com a vontade explícita de definir uma doutrina e condenando a sentença oposta, o Papa é infalível.   Esse dogma da infalibilidade do Papa, ao qual aderimos do mais profundo de nossas almas, é a garantia de que a Igreja jamais errará! O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, ao dar as chaves a Pedro, lhe disse:    "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E Eu te darei as chaves do Reino dos céus. Tudo o que ligares na terra será ligado no céu. Tudo o que desligares na terra, será desligado no céu. E as portas do Inferno não prevalecerão contra ti..." (Mateus 16,18).   É sobre essas palavras santíssimas de Nosso Senhor que a Igreja se baseou para proclamar a infalibilidade papal. É nisto que se fundamenta a devoção que todo católico deve ter pelo Papa, seja ele quem for. Os inimigos da Igreja sempre quiseram criar confusões acerca desse ponto, ora atribuindo ao Papa enquanto tal, e à Igreja, os pecados em que um Papa pode cair como pessoa particular, ora estendendo a infalibilidade a qualquer ação do Supremo Pontífice.   ATENÇÃO!!! ATENÇÃO!!! O Papa só é infalível como supremo mestre da Igreja, ao se pronunciar "ex-cathedra", mas isso não o torna impecável pessoalmente. Ao querer confundir infalibilidade com impecabilidade, os inimigos da Santa Sé buscam minar a devoção e a fé que se deve ter na infalibilidade pontifícia. Ao pretender estender a infalibilidade a qualquer ação, discurso ou atitude do Papa, leva-se os fiéis a cair num erro que os porá em grave tentação, quando lhes ficar patente que o Papa, como pessoa particular, erra e ou peca como qualquer um de nós.   Não se deve porém, rejeitar a infalibilidade do Sumo Pontífice por causa de seus possíveis pecados ou erros pessoais, nem negar suas possíveis faltas morais por causa do brilho do carisma infalível de sucessor de Pedro.    Quanto ao Sumo Pontífice, pois, é preciso sempre ter em mente que ele continua infalível enquanto Papa, mesmo quando pecador enquanto homem, e que ele permanece um homem possivelmente pecador e falível, mesmo sendo Pontífice infalível quando fala "ex cathedra".   Para ilustrar o que dizemos, convém lembrar como agiu S. João Bosco no início do pontificado de Pio IX   Como se sabe, o Papa do incomparável Syllabus, o Papa da Imaculada Conceição, o Papa que proclamou o dogma da infalibilidade pontifícia, teve no início de seu pontificado, atitudes que muito favoreceram os liberais. Ele anistiou os terrorristas e carbonários presos nos Estados da Igreja, deu uma constituição liberal para esses Estados, nomeou um primeiro ministro liberal; enfim ajudou tanto os revolucionários que Roma se tornou o refúgio de anarquistas, carbonários e revolucionários de todas as gamas e de todos os tipos. Por isso, a Maçonaria fazia gritar pelas ruas das cidades italianas e por todo o mundo: "Viva Pio IX ".   São João Bosco, que vivia então em Turim, ordenou a seus alunos que jamais gritassem "Viva Pio IX" e sim "Viva o Papa !"  Com isso, D. Bosco desfazia a manobra carbonária. Devemos gritar sempre "Viva o Papa", pouco importando o nome daquele que está no trono de Pedro. Seja ele santo ou pecador, devemos manter ao Papa, "doce Cristo na terra", como dizia Santa Catarina de Siena, nossa devoção filial e nossa fidelidade a tudo o que ele ensina, como legítimo sucessor de Pedro e com o poder das chaves.Hoje a compreensão desses princípios é muito necessária, pois somos ameaçados por dois erros opostos com relação ao Papa: o sede-vacantismo e o infalibilismo universal.Nós rejeitamos a ambos.Um dia, Cristo perguntou aos apóstolos:    "Quem dizem os homens que eu sou ?" Os apóstolos responderam : "Uns dizem que és Elias, outros dizem que és João Batista que voltou ". E Cristo ainda: "E vós quem dizeis que eu sou ? ". Eles se calaram, não sabendo o que dizer.Não sabiam o que dizer, após terem visto tantos milagres. Não sabiam o que dizer, após terem ouvido tantas verdades.Até que S. Pedro proclamou: "Tu és o Cristo, filho de Deus vivo!"    Hoje, Deus nos pergunta: Que dizem os homens que é o Papa?    E alguns respondem que ele é um homem comum, outros (hereges incubados de católico), ultrajam-no, dizendo-o que o papa é o anticristo.E nós, quem dizemos que é o Papa?   “Ele é Pedro redivivo. Ele é, de fato, plenamente, "o doce Cristo na terra". Com Santa Catarina de Siena repetimos essa afirmação tão doce ao nosso coração de católicos, tão cheia de verdade, dessa Verdade que, desde o batismo, é a luz de nossas almas e de nossas vidas.    Sim, nós temos essa certeza: "Nós, católicos, somos filhos da certeza",porque somos filhos formados pela Santa Mãe Igreja de Cristo: "Coluna e Sustentáculo da verdade" (I Tim 3,15)   E com a certeza que nos dá a palavra de Cristo e o dogma da infalibilidade papal, firmes sobre a pedra, nós dizemos com toda força de nossas almas: o Papa é Pedro reinando em Roma. O Papa é o vigário de Cristo. E quando esse século maldito nos interroga com sua boca atéia ou com sua língua progressista; quando ele, sorrindo irônico, duvida de nossa fé; quando nos ameaça e nos interroga, dizendo: "E quem é o Papa ?", com ufania lhe respondemos que ele é nosso Pai na Fé !    Depois de séculos de santidade gerada pela Igreja e por sua doutrina, infalivelmente repetida pelos papas de todos os tempos; após dois mil anos de milagres, como não saber responder a esta pergunta que o mundo, hoje, nos faz com insolência: "E quem é o Papa? " O Papa é a Rocha sobre a qual Nosso Senhor edificou a sua Igreja. E quando esse século subjetivista e relativista, sem convicções, que de cada pseudo-cientista, ou de cada guru faz um "papa" infalível, repele os Papas do passado e do presente, porque pensa que tudo evolui, nós lhe respondemos que passarão os céus e a terra, mas as palavras do Papa, falando "ex-cathedra" jamais passarão.   Disse um poeta, que:    "É fácil acreditar na luz, ao meio dia. Difícil é crer no sol, à meia noite".    Era fácil acreditar e ter verdadeira devoção ao Papa, quando em Roma reinavam São Gregório VII, Pio IX ou São Pio X. Difícil foi manter a verdadeira fidelidade e a verdadeira devoção ao Papa, em Avignon, ou no tempo do Grande Cisma do Ocidente, ou na corte de Roma renascentista. Difícil ainda mais é manter fidelidade à Igreja e a verdadeira devoção ao Papa, nestes dias de trevas, durante o eclipse do sol católico, causada pelos relativistas e progressistas com suas achologias, relativizando os dogmas proclamados solenemente pela Igreja, e absolutizando seus próprios dogmas pré fabricados.






É pois em meios a algumas trevas progressistas e relativistas infiltradas não só no Vaticano II, como em todos os demais concílios do passado da Igreja, odiados e incompreendidos pelos que erram à esquerda, no centro e à direita, que proclamamos com Fé: 





Nós cremos na Igreja Una, Católica Apostólica e Romana. Nós cremos no Papa! 


"Viva o Papa! Viva o Papa! Doce, doce Cristo na terra!"





Diante de tudo isto, vemos verdadeiramente que quem sustenta a Igreja, não são homens, mas o Espírito Santo de Deus, que nos assegura em suas promessas:








“E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não te revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela! E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus (Mateus 16,17-19).





“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos!” (Mt 28, 20).








REFERÊNCIAS DE CONSULTA:





-TUCHMAN, Barbara. A Marcha da Insensatez: De Tróia ao Vietnã. Editora José Olympio, 1986.




-RUSSEL, J.G.. Field of Cloth of Gold: men and manners in 1520. London: Routledge, 1969









Fonte Original do texto: O Catequista





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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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