Está aberta a temporada de caça aos
coelhos! Tretas malignas surgiram após a última entrevista do Papa
Francisco à imprensa, no voo de retorno da viagem às Filipinas. E como não
poderia deixar de ser, na edição dessa terça-feira (19/01) do Jornal Nacional,
a vaticanista Ilze Scamparani relatou que o Papa pediu que os
católicos não se reproduzissem como coelhos, e que a família ideal deveria ter
no máximo três filhos.
Só que, pra variar, não foi nada disso que ele quis
dizer!
Então lá vamos nós, de novo,
destretizar a treta tretosa armada pelos treteiros de plantão:
Antes de comentarmos sobre a entrevista, é
preciso que tenhamos clareza a respeito do que o Papa Francisco vem afirmando
ao longo de seu pontificado: ele apoia e valoriza as famílias numerosas!
Em junho do ano passado, o Papa Francisco
ironizou os casais que são “papai e mamães de gatos e cachorros”, que em
nome do “bem-estar” preferem ter animais de estimação a ter filhos:
“Estes matrimônios que não querem os filhos, que querem permanecer sem
fecundidade. Esta cultura do bem-estar de dez anos atrás convenceu-nos: ‘É
melhor não ter filhos! É melhor! Assim tu podes ir conhecer o mundo, de férias,
podes ter uma casa no campo, tu estás tranquilo’…Mas é melhor talvez – mais
cômodo – ter um cãozinho, dois gatos, e amor vai para o cão e os dois gatos. E verdade isto, ou não? Já viram isto, não
é? E no final este matrimônio chega à velhice em solidão, com a amargura da
triste solidão. Não é fecundo, não faz aquilo que Jesus faz com a sua Igreja:
fá-la fecunda.” (Homilia da Residência de Santa Marta.
02/06/2014. Fonte: Rádio Vaticana)
Há menos de um mês, o Papa Francisco colocou a família numerosa
acima de todas as demais:
“Sois únicos, mas não sozinhos! E o facto de terdes irmãos e irmãs vos
faz bem: os filhos e as filhas de uma
família numerosa são mais capazes de comunhão fraterna desde a primeira
infância. Num mundo muitas vezes marcado pelo egoísmo, a família numerosa é uma
escola de solidariedade e de partilha; e destas atitudes beneficia toda a
sociedade. (…)A presença das famílias numerosas é uma esperança para a
sociedade. (…)Cada família é célula da sociedade, mas a família numerosa é
uma célula mais rica, mais vital, e o Estado tem todo o interesse em investir
nela!” (Discurso à Associação Nacional das Famílias
Numerosas. 28/12/2014. Fonte: Site do
Vaticano)
Essa contextualização é fundamental para que todos
saibam que NÃO estamos diante de um Papa que considera o lar de uma
família numerosa como uma toca de “coelhos” irresponsáveis. Muito pelo
contrário! Famílias numerosas, o Papa Francisco está com vocês!!!!
O QUE O PAPA NÃO DISSE, OU
DESTRETIZANDO A DECLARAÇÃO DO PAPA:
Vamos saber agora o que o Papa não disse
durante o voo Filipinas/Roma. Usaremos como referência o texto completo da
entrevista publicado no site do Vaticano, em italiano (veja aqui).
TRETA 1: O Papa Francisco NÃO DISSE que famílias devem ter no máximo três filhos.
Não! Ele estava respondendo à sugestão do
jornalista que sugeriu que as mulheres das Filipinas têm filhos demais, e que
muitos pensam que isso seria uma das causas da pobreza no país. O
Papa então argumentou que essa é a média necessária para que a população
cresça, evitando a quebra da Previdência e da economia do país. ATENÇÃO,
FOI APENAS UM COMENTÁRIO SOBRE UM DADO TÉCNICO, não uma sugestão de um número
ideal de filhos para que cada casal católico!
TRETA 2: O Papa Francisco NÃO DISSE que os os casais podem usar métodos
anticoncepcionais.
Não! O Papa citou que há muitas “soluções lícitas”,
e assim certamente ele se refere aos métodos naturais para espaçar a vinda dos
filhos em caso de grave necessidade, como o Método Billings (para saber mais
sobre esse método, acesse a página Fertilidade Inteligente).
TRETA 3: O Papa Francisco NÃO DISSE que os católicos não devem ter muitos filhos.
Não! O que o Papa disse é que para ser um bom
católico não é preciso, necessariamente, ter muitos filhos. E também é preciso
exercer uma “paternidade responsável”.
Pronto. Desarmadas as tretas, vamos à próxima fase…
sigam o coelho branco!
O QUE O PAPA DISSE:
Vejamos o que realmente o
Papa Francisco disse durante o voo Filipinas/Roma:
“O
Papa lembrou que se um casal se recusa a estar aberto à possibilidade de ter
filhos, seu casamento é simplesmente NULO.”
O Papa afirmou que os casais precisam buscar a
ajuda de seu pastor (ou seja, de um sacerdote católico) para compreenderem qual
a melhor forma de exercerem a paternidade responsável. Já falamos aqui no blog
sobre a importância de ter um bom diretor espiritual (veja aqui).
A ideologia do neo-Malthusianismo, segundo a qual a
principal causa da pobreza é o fato de os pobres terem muitos filhos, foi
duramente condenada pelo Papa. Ele falou da Providência Divina:
“…para a maioria das pessoas pobres, um filho
é um tesouro. É verdade, também devemos ser prudentes aqui, mas para eles um
filho é um tesouro. Deus sabe como ajudá-los”.
Há dois pontos da fala do
Papa que podem gerar grande confusão. Trataremos deles agora:
O Papa citou o caso de uma mulher que já havia
tido sete filhos via cesariana, e estava grávida do oitavo. Segundo ele, aquilo
era uma “irresponsabilidade”. O Papa deve estar bem informado sobre a situação
de saúde da tal mulher, e então tem propriedade para falar. Porém, é preciso
esclarecer que o número de cesarianas feitas com segurança varia de mulher para
mulher. Há mulheres que ficam impedidas de ter mais filhos após a quarta
cesariana, outras passam por oito cesarianas tranquilamente, com o apoio de
seus médicos. Infelizmente, esse exemplo dado pelo Papa poderá ter um reflexo
ruim, aumentando o peso da cruz das mães que passaram por várias
cesarianas; elas são, em geral, alvo de julgamentos duros de parentes e amigos.
Chegou a hora de nos debruçarmos sobre
a declaração do Papa que mais está fervilhando na mídia e nos meios
católicos:
“Alguns acreditam que – desculpem a
palavra – para ser bons católicos devemos ser como coelhos. Não. Paternidade
responsável.”
O Papa quis criticar as famílias com muitos filhos?
Óbvio que não, como já demonstramos em suas
declarações anteriores sobre esse tema. Mas esse foi seu já conhecido jeitão
informal de se expressar. O que o Papa disse é correto, porque a
Igreja permite que, em casos de grave necessidade, o casal use métodos naturais
para espaçar a vinda de mais filhos.
O problema é que certamente 99% do planeta
concluiu, desta frase, que os católicos com muitos filhos são irresponsáveis
como os coelhos. A maioria, mesmo entre os católicos, não se esforça muito para ir atrás
de fontes confiáveis para entender o que o Papa realmente quis dizer. E assim
fica valendo o que a grande mídia diz.
Os pais e mães católicos que, por amor e
obediência a Deus, possuem muitos filhos, já são criticados até por
estranhos na rua; pra piorar, agora esses fiscais do útero alheio usarão a
frase do Papa sobre os “coelhos” como munição para espezinhar esses casais.
Mas deixa essa gente pra lá! A melhor resposta
para quem ataca as famílias numerosas é seguir adiante, com alegria e
fidelidade a Cristo, ao Papa e à Sua Igreja.
Aos “coelhos” a serviço da construção da Igreja doméstica bora se
multiplicar!!!!
RECADO FINAL (Blog Berakash):
Em tempos de MUITA
ACHOLOGIA e RELATIVISMO reinante, infelizmente até por parte de AUTORIDADES DA
IGREJA,é sempre bom atentar para este conselho seguro:“Não podemos confundir
opiniões pessoais dos Papas e autoridades da Igreja (Que estão sujeitas a erros
e revisões) com o MAGISTÉRIO DA IGREJA, ao qual o próprio Papa e todas as
autoridades da Igreja Católica são submissos. Portanto, entre opiniões pessoais
e o magistério, não hesitemos em optar pelo magistério infalível e integral da
Igreja, que é seguro e salvífico.”
*Caso queira saber mais e
participar de nosso apostolado, bem como agendar palestras e cursos em sua
paróquia, cidade,pastoral, e ou movimento da Igreja, entre em contato conosco
pelo e-mail:
filhodedeusshalom@gmail.com
Postar um comentário
Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados.Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.