A família
cristã no mundo de hoje!
O tema que nos foi proposto “A Família Cristã no
Mundo de Hoje” requer uma reflexão a nível dos documentos da Igreja e a nível
dos desafios a que a família cristã está exposta diante dos ataques que lhe são
impostos pela denominada “cultura da morte”. Em verdade vários são os documentos da Igreja que tratam da família.
Particularmente os divulgados neste pontificado de João Paulo II.A exortação apostólica “A missão
da Família Cristã no mundo de hoje” a encíclica “Familiaris Consortio” e a
recente “Cartas à Família constituem documentos atuais nos quais o Santo Padre
expõe sua preocupação diante das ameaças a instituição da família e orienta os
cristãos para a preservação do plano de Deus Criador e Redentor.
Em verdade constitui um verdadeiro desafio para a família cristã nos dias
atuais a rápida mudança social, a mudança dos costumes e dos hábitos, forçados
pelo desenvolvimento tecnológico nem sempre orientado para uma vida familiar
sadia. Muito pelo contrário.O desenvolvimento das
comunicações levou para nossos lares de um lado uma sensação de progresso, de
outro o que podemos chamar de “lixo”, de veneno que aos poucos vai destruindo
toda uma formação moral e ética em que se fundamenta os valores cristãos da
sociedade. Com mentiras, meias-verdades e eufemismos os destuidores da família procuram
levar muitas pessoas de boa fé a contribuírem com seus projetos.
Querem um exemplo?
A propaganda mentirosa do sexo seguro com
“camisinha”. Já é por demais conhecida a pesquisa que demonstra ser o
preservativo ineficaz como preventivo da AIDS e outras doenças sexualmente
transmissíveis. O virus da AIDS é 450 vezes menor que o espermatozóide. Os
preservativos têm furos “poros”, “fissuras 50 a 500 vezes maior que o virus da
AIDS. Não oferecem nenhuma segurança. Mesmo se considerasse apenas uma falha de
25%, isto é no caso de rompimento ou de mal uso não podíamos dizer que seu uso
seria seguro. Vejam: se numa ponte aérea Brasília-Rio de cada 100 aviões 25
caíssem, poderíamos dizer que essa ponte aérea seria segura?Você tomaria um avião dessa ponte
aérea sem saber qual o que vai cair? É uma verdadeira roleta russa.Essa propaganda só tem um objetivo promover a
promiscuidade sexual, o sexo livre, a gravidez na adolescência e o consequente
aborto, a destruição de uma vida humana. A família, hoje é condenada a conviver com novelas, filmes e programas de TV
com os mais torpes desafios à formação moral de nossos filhos. As revistas
pornográficas aumentam cada dia suas edições.
Os artigos “plantados” nos
jornais e revistas levam a deformação das consciências. A educação sexual
hedonista já constitui programa nas escolas de nossos filhos. O que é de estarrecer é que tudo isso foi programado e bilhões de dólares são
investidos por grupos e instituições interessadas na destruição da vida e da
família. Não é por acaso que as coisas vêm acontecendo.
Querem um exemplo?
Há uns 30 anos tínhamos famílias
numerosas com 6, 8, 12 e mais filhos. Hoje já não acontece assim. Quantos de
vocês com idade abaixo de 30 anos planejam apenas 2 filhos? A grande maioria. Vocês
sabem porque desejam apenas 2 ou 3 filhos? A resposta vocês vão encontrar nesse
documento intitulado “Implicações do crescimento populacional para a segurança
e os interesses externos dos Estado Unidos”, documento classificado como
“Confidencial” sob o código NSSM 200. Esse documento assinado pelo então
Secretário de Estado americano, Sr. Henry Kissinger condicionou todo um
comportamento da atual geração.
E já se prepara a próxima geração para ter apenas 2
filhos através da chamada “educação sexual” nas escolas. Uma educação contrária
a moral cristã porque prega a anticoncepção, o aborto o homossexualismo, o sexo
livre e por aí vai.Os filhos são a bênção de Deus. Costumo dizer que cada filho vem com um
pão debaixo do braço. A situação da família sempre melhora com a vinda de mais
um filho.
Ai de nós pais se não temos nossos filhos para
olhar por nós na velhice! Não é o governo, nem a previdência social falida nem
a aposentadoria que vai nos valer no fim de nossos dias. Mas os filhos que vão
ser as escoras dos pais.
Testemunho da Nancy
Temos 8 filhos: 4 homens e 4 mulheres; 3 já casados que nos deram 8 netos. Sei
que alguns poderiam pensar: é porque vocês tinham condições de criar. Na
ocasião tinha as mesmas condições de muitos: Humberto era funcionário público e
como funcionário não tinha o melhor salário. Mas Deus dá o frio conforme o
cobertor. Hoje muitos não querem mais filhos não é porque não podem criar, mas
por egoísmo, para não se privar do conforto, dos passeios, de um carro novo
etc. Além disso a grande propaganda para o controle de nascimentos, a
distribuição de compridos, DIUs além da esterilização em massa de mulheres tem
levado a uma família pequena de apenas 2 filhos. Quando tínhamos apenas 3 filhos muitos me aconselhavam a fazer esterilização.
Foi uma pressão enorme para que eu não tivesse mais filhos. Mas como casal
cristão estávamos decididos a ter o número de filhos que Deus nos confiasse
para criar.
Testemunho
do João:
Estava me preparando para uma cirurgia de cálculo
renal quando descobri que estava grávida de meu filho caçula. O médico
aconselhou o aborto dizendo-me que eu corria risco de vida e este era um caso
de aborto previsto na lei. Além disso argumentou que eu havia feito várias
radiografias e provavelmente a criança nasceria com alguma deformação.
Evidentemente nem eu nem meu marido concordamos em autorizar o aborto. Deixamos
esse médico e procuramos um outro que acompanhou a gravidez e com 3 meses de
grávida me operei do cálculo renal. João Paulo, nosso último filho, está hoje com 13 anos. Perfeito, sadio e já
concluindo o 1º grau. Mas os
ataques à vida e à família não ficam só por ai. A própria instituição do
casamento está em perigo.O reconhecimento da união estável com os mesmos
direitos dos casados e a recente proposta de casamento entre homossexuais são
exemplos de que a instituição familiar corre perigo!
Não é fácil manter os valores cristãos
da família nos dias de hoje!
Desde a moda no vestir às novelas, sem falar nas drogas, na pressão de grupos,
na propaganda do sexo livre, na propaganda do homossexualismo, sentimos
impotentes diante de tudo isso para manter uma família cristã.
Mas diante
de tantos desafios os que fazer?
A Igreja, mestra e mãe tem respondido a essas
indagações com os documentos que devem ser lidos e meditados por todos nós. O
Santo Padre, João Paulo II não se cansa de falar desses males de nosso tempo e
que ele denominou de “cultura da morte” que visa não só destruir a família,
senão a própria vida no nascedouro, pelo aborto. Quando o
Papa afirma que o futuro da humanidade está em perigo ele está preocupado com a
destruição da família e da vida em face de todos esses atentados. Mas nem só os documentos servem de orientação. A família cristã deve está
alicerçada da leitura do Evangelho, da oração em família, da frequência aos
sacramentos, notadamente os sacramentos da Penitência e da Eucaristia.Muitos já não se rezam mais o
terço, não se vai à missa, nem mesmo aos domingos, não se ensina os filhos a
rezar. Depois se queixam de que os filhos perderam a fé, não obedecem mais os
pais, nem querem mais saber de ir à missa aos domingos.A fé, como o corpo tem de ser alimentada.
Alimenta-se a fé com orações, com a leitura do evangelho, com a eucaristia, com
a penitência, com o jejum, os exercícios espirituais. Também podemos defender a família votando em candidatos que defendam os
valores cristãos para nos representar na Câmara Distrital, no Senado e na
Câmara Federal.
Não devemos apenas confiar nas promessas dos
candidatos mas examinar seu passado. Como votaram os projetos de interesse da
família e da vida? A Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família tem divulgado
como votaram os deputados federais os projetos de aborto e os de interesse da
família.O católico não pode votar em
candidato que comprovadamente defende a legalização do aborto, do casamento de
homossexuais ou a esterilização como método de planejamento familiar. Meus irmãos não é fácil ser família cristã nos dias de hoje! Não é fácil quando
a televisão invade nossos lares com imagens de nudismo e histórias que pregam a
imoralidade. Não é fácil quando a droga está nas portas das escolas de nossos
filhos. Não é fácil quando a jovem é pressionada pela sociedade a abortar um
filho que não estava programado e foi fruto do sexo livre. Mas é possível desde que sigamos os ensinamentos da Igreja e não nos
afastamos da oração. Família, santuário da vida; família berço da vida.são expressões usadas pelo
Papa João Paulo II para expressar sua estima pela família e pelos filhos.
Quando há justa fazões admite-se a Encíclica “Humanae Vitae” a regulação da
fertilidade, isto é evitar filho pelos métodos naturais de planejaemnto
familiar. O uso do metodo da ovulação e da temperatura basal
não contraria a natureza e nem tem efeitos colaterais. Estão abertos à vida e
por isso são métodos lícitos.Concluindo, meus irmãos, podemos dizer que não é fácil manter uma família
cristã nos dias de hoje diante dos desafios que a família enfrenta.Peçamos ao Senhor e à sua Mãe Santíssima que preservem a família, com preservou
a de Nazaré para que nossos filhos e netos possam conhecer a unidade familiar
que nos legou nossos pais.
Humberto L. Vieira - Presidente da PROVIDAFAMÍLIA - Membro da Pontifícia Academia para a Vida
Deve-se ter
o máximo de filhos possível?
Pe. Marie-Dominique Philippe
Tocamos aí
num problema de prudência familiar que deve ser resolvido pelos próprios pais,
o pai e a mãe juntos tanto quanto possível, e procurando pôr-se em acordo.
Lembremos que é preciso distinguir a prudência pessoal da prudência familiar.A prudência
pessoal é uma virtude, infelizmente, muitas vezes incompreendida.Em linguagem
coloquial, homem prudente é aquele que só se compromete quando está
absolutamente certo (é o oposto do risco), quando na realidade a virtude da
prudência nos dá a inteligência prática da situação na qual nos encontramos, e
aquela dos meios à nossa disposição para tender da maneira mais eficaz possível
à realização de nossa felicidade.A virtude da
prudência está ligada à força. Ela permite que nos comprometamos plenamente, in
tempore opportuno, no momento em que seja preciso. Um homem prudente é aquele
que sabe se comprometer quando a situação vale a pena. Nela ele colocará todo o
peso de seu amor, toda a sua inteligência prática, toda a sua força, e isso
para a realização daquilo que é seu bem pessoal. A prudência familiar será essa
virtude de prudência do esposo e da esposa, cooperando juntos para o bem comum
da família. Ela visa em primeiro lugar ao desabrochamento, ao desenvolvimento
desse bem que é a família.O esposo e a
esposa farão tudo para a realização desse bem. E compreende-se porque a questão
do número de filhos está no coração da realização desse bem comum. Às vezes, a
mãe quer muitos filhos e o pai não está de acordo, pois isso custaria caro. Às
vezes é o inverso. Aliás, é muito curioso observar os argumentos dos dois
lados: não são de modo algum os mesmos. E é interessante escutá-Ios porque é a
responsabilidade dos pais que está em jogo.São,
portanto, os próprios pais que devem decidir, juntos, o número de seus filhos,
evidentemente, abandonando-se profundamente a Deus, já que não podem colocar,
por si mesmos, limites absolutos às suas relações conjugais. Mas mesmo assim
são eles que decidem, e Deus responde. A questão do número depende de cada caso
em particular. Não se pode resolver isso de um modo abstrato. Depende do pais,
depende do lugar, depende da saúde do pai e da mãe, depende de sua educação,
sua situação, depende de um grande número de coisas.Porém é certo que uma família numerosa é sempre uma
bênção de Deus ( Jamais uma irresponsabilidade como prega o mundo e a Cultura
de morte).É sempre uma
bênção de Deus porque aumenta as relações entre os membros da família. E essas
relações humanas, que se desenvolvem desde o ponto de partida, permitirão em
seguida um maior desenvolvimento das relações humanas, e portanto do dom mútuo,
do conhecimento, de saber olhar os que nos são próximos. Uma criancinha que vem
ao mundo numa família numerosa observa seus irmãos e irmãs, observa seus
pais...Recordo-me
de um diálogo que tive com psicanalistas, e da curiosidade que tinham ao me
perguntar: "Que número é o senhor?" Quando respondi: "Eu sou o
oitavo de uma família de doze", foi o maior espanto: "Mas o senhor
não foi esmagado pelos mais velhos, pelos seus irmãos e irmãs mais
velhos?" Eu disse: "Não, isso nunca me veio à idéia.Ao
contrário, era maravilhoso porque existiam ainda mais mediadores em relação a
meus pais. Meus pais eram muito próximos, mas meus irmãos e irmãs
possibilitavam o desenvolvimento de um outro amor". Desenvolver o amor com
relação a uma irmã mais velha, a um irmão mais velho, é algo de muito especial:
não é de modo algum a mesma coisa que em relação aos pais.E se temos
numerosos irmãos e irmãs, há uma grande variedade, porque ama-se cada um de
modo único. Há imediatamente conaturalidades profundas que se formam, aliás
misteriosas. É o desenvolvimento dessas relações humanas que permite ao coração
humano, estou convencido, um desenvolvimento maior. E uma mãe de muitos filhos
possui um coração que desabrocha cada vez um pouco mais: para cada um, existe
uma ligação única com sua mãe. Essa ligação única faz com que a mãe se
prolongue em cada um deles e que tenha para cada um deles um olhar particular.Há então um
desenvolvimento de sua inteligência prática, da perspicácia de sua inteligência
para seu filho, e um desenvolvimento do coração. O que é verdadeiro para a mãe,
também é verdadeiro para o pai. Evidentemente que esse desenvolvimento não se
fará ao infinito: há limite. Limites da natureza, limites do que pode
representar, do ponto de vista econômico, a educação de muitos filhos,
sobretudo nos dias de hoje.Não é fácil
criar numerosos filhos numa cidade, numa grande cidade,nada é feito para isso e
tudo conduz ao inverso. Quando a família é numerosa demais, os pais são
obrigados a deixar a cidade. Deixando a cidade, deixam as suas ocupações, isso
traz então toda espécie de problemas.Quando se
presta bastante atenção a tudo isso, compreende-se muito bem que se pare,
facilmente, em dois, três, quatro filhos. Hoje em dia considera-se isso como
uma família numerosa. Restringiu-se o olhar dos pais: a família é numerosa em
três ou quatro; antes, era em dez, doze. É muito curioso o olhar no mundo de
hoje: pela televisão, pela cultura, ele se estende a todo o universo; e do
ponto de vista familiar se restringe. Aliás, constatam-se fenômenos análogos
nos países subdesenvolvidos, onde a família permanece numerosa. Percebe-se bem
o desequilíbrio que se produz: a cultura estende o olhar - a cultura, é do lado
da inteligência: a inteligência tem um olhar mais universal - e pelo lado do
coração, há um estreitamento.Não se pode
mais amar com a mesma intensidade, a intensidade do amor simples da família -
esse amor, o mais natural que existe: amar um irmão, uma irmã, amar vários
irmãos.Quando somos
obrigados a amar apenas um ou dois, há pelo lado do corarão algo que se
restringe. É evidente que isso pode se retomar de outra maneira. Não se pode
estabelecer estes princípios de um modo absoluto. Mas o clima de uma família
numerosa é, de qualquer forma, bem diferente do clima de uma família pequena.
Existe no clima de uma família numerosa uma grande generosidade. Isso permite
uma educação maior no sentido da generosidade, no sentido de um desenvolvimento
do amor, porque, dado que os filhos são numerosos, não se pode ter tanto luxo;
é mais simples.Os
brinquedos de uns são os brinquedos dos outros. E as roupas, na medida em que
os filhos crescem e não podem mais vesti-las, passam de um a outro. Há então
uma vida comum muito mais forte, muito mais intensa, que permite um
despojamento e um desprendimento, uma educação na ordem da pobreza. Ao
contrário, quando o filho é só, ele considera, que tudo é para ele e que tudo
lhe é devido. Às vezes, quando ele vê brinquedos na casa de um amiguinho, ele
os toma instintivamente. Numa família numerosa é antes o inverso: os brinquedos
se doam. Não generalizemos, mas isso existe e acredito que se deva notá-lo.Compreende-se
então muito bem que o equilíbrio de uma família numerosa ou menos numerosa
deriva de um julgamento complexo: não se deve simplificar. Dir-se-á: "Se
não formos muito numerosos, poderemos proporcionar uma educação mais
qualitativa".
Mas será a educação unicamente qualitativa?
A criação de
relações múltiplas e diversas numa grande família também conta. Talvez a
educação seja menos seleta, menos luxuosa.Mas haverá
uma qualidade de simplicidade, na pobreza maior, que permitirá, acredito, o
desabrochamento maior do coração e de tudo aquilo que deriva diretamente do
coração.
Do domínio
da fecundidade à recusa de dar à luz
Por Jo
Croissant
É
compreensível que se busque limitar a própria fecundidade, numa sociedade onde
nada favorece a vida de uma grande família ou até de uma família pequena. É bom
saber assumir uma paternidade e uma maternidade responsáveis, tendo o número de
filhos proporcional à capacidade de assumi-los.O
conhecimento do corpo da mulher, de seus ritmos, de seus períodos de
fecundidade, permite limitar o número dos nascimentos para haver equilíbrio na
vida de cada um. Infelizmente, este desejo legítimo pode se transformar em
desejo egoísta: o interesse da criança não está em primeiro lugar, mas o
egoísmo do homem e da mulher. Parece quererem tomar o lugar de Deus, decidindo
sobre a vida e a morte e pretendendo ser os donos de seu destino.Chega-se desta forma a aberrações tais que nos espantamos de ninguém mais se
escandalizar com elas.Uma de minhas amigas que trabalha no CLER (Centro de Pesquisa sobre o amor e a
família. Empresa de informação e de aconselhamento conjugal e familiar reconhecido
de utilidade pública, com sede em Paris) me contava como, em sua pequena
cidade, uma jovem fez uma fecundação “in vitro”, que conseguiu após várias
tentativas de implantação de embrião.Como a data
de nascimento da criança não lhe convinha, ela abortou, deixando para mais
tarde uma nova tentativa de ter um filho. O próprio médico ficou indignado.
Refletiu ele sobre o fundamento moral de tais práticas? Não sei. Fundamental é
a atitude interior que temos com relação a essas questões. Nós as abordamos com
suficiente humildade, num desejo verdadeiro de buscar a Vontade de Deus em
nossa vida e também com bastante generosidade?O essencial é ficar sempre receptivo aos dons de Deus. A mulher desabrocha se
fica disponível em seu coração ao parto ao qual Deus a destine. A esterilidade
não é negativa, mas, como se lê na Bíblia, é como uma preparação para um parto
de exceção.Nunca vi uma criança que não tenha sido uma bênção. No início, um filho
que chega sem ser previsto transtorna completamente nossos planos e nos deixa
desanimados. Entretanto, é sempre um dom de Deus, e se é recebido como tal, une
a família e em torno dele todo mundo se reencontra. Expulsa cada um de seu
egoísmo, reconcilia pai e mãe, reúne irmãos e irmãs.Deus é Pai de toda criança, ele não a abandonará. Os pais podem confiar nele e
abandonar-se à sua providência. É verdade que, atualmente, é preciso ser herói
para criar uma família numerosa. Muitas de minhas amigas foram agredidas pelo
Corpo Médico, quando esperavam um quarto filho, e se houvesse a menor
possibilidade de um eventual problema, imediatamente propunham o aborto. Não
compreendiam que elas quisessem ter mais um filho. Graças a Deus, todas elas
têm tido bebês sadios e nem sonhavam com a alegria que esse nascimento lhes
daria.Não foi certamente por acaso que Deus disse à mulher: “Teu desejo te
levará ao teu marido e ele te dominará” (Gn 3,16), pois naturalmente é a mulher
que arrisca tornar-se dominadora, justamente por causa de seu poder sobre a
criança que pôs no mundo. Esta tendência insidiosa mais profunda é um desvio do
amor materno que, de oblativo, torna-se possessivo.Para escapar à onipotência do homem, a mulher não viu outra solução senão
imitá-lo, sem perceber que assim renegava sua feminilidade. Na maternidade
consistia sua principal desvantagem; é impossível trabalhar como um homem
quando se espera um filho.Meditemos nas conseqüências humanas e espirituais desta atitude. As
mulheres recusam-se a dar a vida. Não estão dispostas a se sacrificar para que
as crianças se tornem homens e mulheres completos, e não seres “feridos”,
fartos de coisas materiais e, entretanto, carentes do essencial: de uma mãe que
os ame a ponto de dar-lhes a vida.Se as mulheres não querem mais dar sua vida por aqueles que elas amam, quem transmitirá
“a vida”? Não há maternidade sem sacrifício, sem dom de si.Dar a vida, ou seja, seu tempo, suas forças, no cotidiano, é verdadeiramente um
sacrifício e atinge freqüentemente o heroísmo.Quando se fala em maternidade, não se trata somente do fato de ter filhos, mas
dessa capacidade que a mulher tem de dar vida, na entrega total de si mesma,
seja celibatária, consagrada ou casada ou impossibilitada de ter seus próprios
filhos.
Cada mulher
tem um corpo de mãe, uma inteligência de mãe, um coração de mãe e sua
maternidade é chamada a se expandir e tornar-se uma maternidade universal. É
preciso encontrar o sentido do sacrifício, reconciliar-se com todas as palavras
que suscitaram tantas alegrias, mas que recuperam realidades espirituais
maravilhosas. De fato, a superioridade do homem sobre o animal reside na sua
capacidade de sacrifício por amor e não por dever ou necessidade.Deus chamou cada homem para participar de sua obra criadora, de acordo
com sua vocação. Chamou a mulher para ser mãe, em todas as relações que ela
mantém com a criação, e ser mãe é dar vida. Deus precisou da mulher para
transmitir sua própria vida, como tem necessidade do homem para delegar sua
paternidade.Muitas mulheres rejeitaram sua identidade de mãe por comodismo e por todas as
renúncias que a maternidade supõe. Não existe hoje palavra mais estranha à
nossa sensibilidade que a palavra sacrifício.Se alguém a
pronuncia, suspeita-se que esteja tomado de um delírio místico e lhe aconselham
um psiquiatra. Não estou brincando: aconteceu a várias de minhas amigas, que
passavam por momentos de provação e eram pessoas muito equilibradas. Como a
linguagem da fé não passa, de repente elas podem ser tomadas por pessoas
esclarecidas.Quem ama está disposto a tudo oferecer pela felicidade de seu amado, até o dom
de sua própria vida. Aí, aliás, é que se reconhece o amor verdadeiro.
*Trecho de: Croissant, Jo. A mulher sacerdotal; ou o
sacerdócio do coração. Aparecida-SP: Santuário, 1995, pp. 99-102.
Fonte: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=3836
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