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TUDO SOBRE A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO: ORIGEM, ACERTOS E DESVIOS

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 12 de março de 2010 | 10:51






O que pouca gente sabe, é que não foi Leonardo Boff o sistematizador da TL, mas sim o Padre Peruano: Gustavo Gutiérrez (foto sem boina acima).





Gustavo Gutiérrez Merino (Lima, 8 de junho de 1928) é um teólogo peruano e sacerdote dominicano, considerado por muitos como o fundador da Teologia da Libertação.Sofreu de osteomielite na infância e adolescência, permaneceu em cadeira de rodas dos doze aos dezoito anos. Ao recuperar a mobilidade, estudou medicina e letras na Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Foi militante da Ação Católica, o que o motivou a aprofundar os estudos teológicos. Decidido pelo sacerdócio, entrou para o seminário em Santiago do Chile. Estudou Filosofia e Psicologia na Universidade Católica de Louvain, Bélgica. Seus estudos de Teologia foram efetuados na Universidade Católica de Lyon, França, na Universidade Gregoriana de Roma e no Instituto Católico de Paris, chegando ao grau de doutor.Foi ordenado sacerdote em 1959. É considerado por muitos o pioneiro na sistematização da Teologia da Libertação na década de 1970, quando lançou o livro Teologia da Libertação. Nos anos 1980 sofreu processo da Cúria Romana, que acusava sua obra de reduzir a fé à política.Em 1998 ingressou como noviço na Ordem dos Pregadores.Possui 23 títulos de Doutor Honoris Causa outorgados por universidades de diversos países: 5 no Peru, Argentina, Holanda, Suíça, dois na Alemanha, dez nos Estados Unidos, dois no Canadá e também na Escócia, obtidos entre 1979 e 2006.Ganhou o Prémio Príncipe das Astúrias em 2003 na Categoria Comunicação e Humanidades.




Livros publicados:



1)-Beber en su propio pozo: En el itinerario espiritual de un pueblo. Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 1983.


2)- El Dios de la vida. Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 1982.


3)- Entre las calandrias. Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 1982.


4)- Hablar de Dios desde el sufrimiento del inocente: Una reflexión sobre el libro de Job. Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 1986.


5)- La fuerza histórica de los pobres. Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 1983.


6)- La nueva frontera de la teología en América Latina. Salamanca, México: Sígueme, 1977.


7)- Los pobres y la liberación en Puebla. Bogotá: Indo-American Press Service, 1979.


8)- (Com José Luis Indigoras e outros) Reflexión sobre la teología de la liberación: Perspectivas desde el Perú. Iquitos, Perú: Centro de Estudios Teológicos de la Amazonía, 1986.


9)- Religión, ¿instrumento de liberación?. Madrid: Ediciones Marova, 1973.


10)- (Com outros) Sobre el trabajo humano: Comentarios a la encíclica "laborem exercens". Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 1982.


11)- Teología de la liberación-perspectivas. Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 1971.


12)- Teología desde el reverso de la historia. Lima: Centro de Estudios y Publicaciones, 1977






O que é a Teologia da libertação?










A teologia da libertação é uma corrente teológica que engloba diversas teologias cristãs[1] desenvolvidas no Terceiro Mundo ou nas periferias pobres do Primeiro Mundo a partir dos anos 70 do século XX, baseadas na opção pelos pobres contra a pobreza e pela sua libertação. Desenvolveu-se inicialmente na América Latina.Estas teologias utilizam como ponto de partida de sua reflexão a situação de pobreza e exclusão social à luz da fé cristã. Esta situação é interpretada como produto de estruturas econômicas e sociais injustas, influenciada pela visão das ciências sociais, sobretudo a Teoria da Dependência na América Latina, que possui inspiração marxista.A situação de pobreza é denunciada como pecado estrutural e estas teologias propõem o engajamento político dos cristãos na construção de uma sociedade mais justa e solidária, cujo projeto identifica-se com ideais da esquerda. Uma característica da Teologia da Libertação é considerar o pobre, não um objeto de caridade, mas sujeito de sua própria libertação. Assim, seus teólogos propõem uma pastoral baseada nas comunidades eclesiais de base, nas quais os cristãos das classes populares se reúnem para articular fé e vida, e juntos se organizam em busca de melhorias de suas condições sociais, através da militância no movimento social ou através da política, tornando-se protagonistas do processo de libertação. Além disto, apresentam as Comunidades Eclesiais de Base como uma nova forma de ser igreja, com forte vivência comunitária, solidária e participativa.Por seu método e opções políticas, trata-se de uma teologia extremamente controversa, tanto pelas suas implicações nas igrejas quanto na sociedade. A partir dos anos 1980, com a redemocratização das sociedades latino-americanas e a queda do muro de Berlim com conseqüente crise das esquerdas e as transformações sociais e econômicas provocadas pela globalização e o avanço do neoliberalismo esta teologia perdeu parte de sua combatividade política e social.




América Latina - Contextualização histórica




Segundo Gonçalves[2], o nascimento e o desenvolvimento da Teologia da Libertação na América Latina e no Caribe se deve basicamente a três fatores:



1)- Situação política, econômica e social do continente: A Teologia da Libertação foi gestada durante os regimes militares que governavam países do continente.



2)- O desenvolvimento do marxismo como instrumento de análise social: as ciências sociais, entre elas a análise marxista eram utilizados para compreender a origem das contradições da sociedade, embora, segundo Gonçalves, o marxismo não fosse utilizado como ferramenta para construção do projeto social alternativo.













3)- Mudanças no âmbito da Igreja Católica. Do ponto de vista católico, algumas mudanças na Igreja possibilitaram o surgimento da Teologia da Libertação:A experiência da Ação Católica e seu método VER-JULGAR-AGIR. Esta pedagogia ajudou na busca de uma compreensão crítica da realidade e impulsionou uma ação transformadora.A realização do Concílio Vaticano II, entre 1962-1965 e a busca de diálogo da Igreja com o mundo moderno.A Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Medellín, Colômbia, ocorrida na vigência dos regimes militares.O florescimento das Comunidades Eclesiais de Base, que impulsionadas pela Conferência de Medellín e pela pedagogia da Ação Católica através do método VER-JULGAR-AGIR, lutavam pela transformação social. O enfrentamento dos regimes militares por parte dos bispos, quer através das conferências episcopais nacionais, quer por bispos isolados, como Dom Hélder Câmara, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Oscar Romero, entre outros.Foi a partir do engajamento de grupos cristãos na política que surgiu a Teologia da Libertação, como uma reflexão teórica destas experiências, retro alimentando este movimento de busca da mudança para uma sociedade com viés esquerdista.Ao final dos anos 70 e início dos 80, a redemocratização das sociedades latino-americanas e caribenhas faz com que a Teologia da Libertação perdesse parte de sua combatividade política e social. Aliado a este fator, a queda do socialismo real e a crise da esquerda política fazem com que estes movimentos repensem sua identidade. Fatores no interior da Igreja Católica também tiveram seu impacto: a eleição de João Paulo II. A experiência do novo papa, vindo de um regime comunista hostil à Igreja , fez com que ele visse com suspeita os movimentos de libertação latino-americanos. Muitos teólogos da libertação foram acusados de fomentar a formação de células comunistas dentro da Igreja através das comunidades eclesiais de base.As mudanças ocorridas na sociedade desde então apresentam novos desafios ao que atualmente se chama de Cristianismo de Libertação: o neoliberalismo econômico e a exclusão social, a globalização, o pluralismo cultural e religioso[3], a crise das igrejas cristãs históricas ante o fenômeno da pós-modernidade.Uma visão mais ampla da libertação passa a ser almejada, não apenas focada em uma visão economicista, mas baseada também em dados antropológicos, psicológicos e religiosos. Além disto, temas como a igualdade entre homem e mulher, a discriminação racial, o diálogo inter-religioso, as minorias e a ecologia vão sendo progressivamente incorporados ao engajamento dos cristãos e à reflexão teológica sobre a libertação.








A Teologia da Libertação nasceu da influência de três frentes de pensamento: 






1)-O Evangelho Social das igrejas norte-americanas, trazido ao Brasil pelo missionário e teólogo presbiteriano Richard Shaull; 


2)-A Teologia da Esperança, do teólogo reformado Jürgen Moltmann; 


3)-E a teologia política que tinha como seus grandes expoentes o teólogo católico Johann Baptist Metz, na Europa, e o teólogo batista Harvey Cox, nos EUA.








Há uma série de eventos que precederam o nascimento da Teologia da Libertação:




1952: O missionário presbiteriano Richard Shaull chega ao Brasil trazendo o Evangelho Social e cria uma estreita relação com os pastores presbiterianos Rubem Alves e Jaime Wright.


1964: O teólogo reformado Jürgen Moltmann publica sua obra Teologia da Esperança.


1965: O teólogo batista Harvey Cox publica A Cidade Secular.


1967: O teólogo católico Johann Baptist Metz pronuncia a conferência Sobre a Teologia do Mundo.





O marco do nascedouro da Teologia da Libertação está na publicação da obra Da Esperança, de Rubem Alves, que tinha o título de Teologia da Libertação, criticando a teologia metafísica de uma forma geral e propondo o nascimento de novas comunidades de cristãos animados por uma visão e por uma paixão pela libertação humana e cuja linguagem teológica se tornava histórica.A primeira participação católica no lançamento da Teologia da Libertação foi a publicação da Teologia da Revolução, em 1970, pelo teólogo belga radicado no Brasil José Comblin. Em 1971, Gustavo Gutiérrez publicou Teologia da Libertação. Somente em 1972, Leonardo Boff surge no cenário teológico com a publicação de Jesus Cristo Libertador. Como Rubem Alves estava asilado nos EUA neste período, Boff passou a ser o mais conhecido representante desta corrente teológica que vivia no Brasil, devido à proteção recebida pela ordem dos franciscanos, à qual ele pertencia[carece de fontes?].O método destas teologias é indutivo[1] : não parte da Revelação e da Tradição eclesial para fazer interpretações teológicas e aplicá-las à realidade, mas partem da interpretação da realidade da pobreza e exclusão e do compromisso com a libertação para fazer a reflexão teológica e convidar à ação transformadora desta mesma realidade. Ocorre também uma crítica à teologia moderna e sua pretensão de universalidade. Consideram esta teologia eurocêntrica e desconectada da realidade dos países periféricos.




Polêmica e críticas











Enquanto pese as análises positivas acerca da Teologia da libertação, acusa-se tal ideologia de ter fechado os olhos para os assassinatos praticados em regimes ditos socialistas, como os de Cuba, com Fidel Castro, e da URSS stalinista.Ainda, acusa-se tal movimento de ser condescendente com a culpabilidade da Igreja, que segundos estudiosos, é bem menor do que julgam os promotores, e de deturpar o caminho divino, colocando-o em segundo plano diante da missão terrena de ajudar os pobres [4].Integrantes do movimento afirmam que este movimento sempre foi baseado em ideais de amor e libertação de todas as formas de opressão (especialmente opressão econômica). Também afirmam que ele teria uma forte base nas escrituras sacras. Por outro lado, alguns aspectos da teologia da libertação têm sido fortemente criticados pela Santa Sé e por várias igrejas protestantes (embora a Igreja Luterana a tenha adotado), como por exemplo o fato dos adeptos da Teologia da Libertação assumirem o papel político da igreja e pela utilização do Marxismo como base ideológica do movimento.




Posição oficial da Igreja Católica sobre a TL:












Na Igreja Católica, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou dois documentos sobre esta teologia: Libertatis Nuntius (1984) e Libertatis conscientia (1986). Neles, a Igreja, apesar de defender a importância do seu compromisso radical para com os pobres, considerou-a como heterodoxa. Isto principalmente porque a Igreja acha que a disposição da teologia da libertação em aceitar postulados do marxismo ou de outras ideologias políticas não era compatível com a doutrina católica, especialmente ao afirmar que "só seria possível alcançar a redenção cristã com um compromisso político". Nestes documentos, a Igreja salienta muito o risco da instrumentalização política da fé.Alguns afirmam que o que ocorreu não foi uma crítica ou repressão ao movimento em si, mas sim correção de certos exageros de alguns de seus representantes (como sacerdotes mais tendentes à política). Outros afirmam que houve uma deliberada sanção à Igreja Latino-Americana na repressão à sua forma mais pungente de ação e crítica social. Entretanto, o próprio Papa João Paulo II dirigiu uma carta à CNBB, datada de 9 de abril de 1986, pedindo o compromisso com o verdadeiro desenvolvimento desta teologia: "...estamos convencidos, nós e os senhores, de que a Teologia da Libertação é não só oportuna, mas útil e necessária. Ela deve constituir uma nova etapa - em estreita conexão com as anteriores - daquela reflexão teológica iniciada com a tradição apostólica e continuada com os grandes padres e doutores, com o magistério ordinário e extraordinário e, na época mais recente, com o rico patrimônio da Doutrina Social da Igreja expressa em documentos que vão da Rerum Novarum a Laborem Exercens". "Os pobres deste país, que tem nos senhores os seus pastores, os pobres deste continente são os primeiros a sentir urgente necessidade deste evangelho da libertação radical e integral. Sonegá-lo seria defraudá-los e desiludi-los". Para concluir, o Papa incita ao seu verdadeiro desenvolvimento de modo homogêneo e não heterogêneo com relação à teologia de todos os tempos, em plena fidelidade à doutrina da Igreja, atenta a um amor preferencial e não excludente nem exclusivo para com os pobres [5] Porem ,João Paulo II depois a condenou. O Cardeal Ratzinger, no retiro espiritual que pregou ao Papa João Paulo II e aos Cardeais em 1986, demonstrou que a Teologia da Libertação repete o desafio do demônio a Cristo na primeira tentação que fez ao Verbo Encarnado, no deserto: "Se és o Filho de Deus, transforma essas pedras em pães". E Nosso Senhor lhe respondeu que: "Não só de pão vive o homem , mas de toda a palavra que sai da boca de Deus". Isto é, que um homem pode estar passando fome material, e ter vida espiritual perfeita, aderindo à Palavra de Deus, que é um alimento superior. Escreveu o então Cardeal Ratzinger: "Sem resposta para a fome da verdade, sem cura das doenças da alma ferida por causa da mentira ou, numa palavra, sem a verdade e sem Deus, o homem não se pode se salvar. Aqui descobrimos a essência da mentira do demônio. Deus aparece na sua visão do mundo como supérfluo, desnecessário à salvação do homem. Deus é um luxo dos ricos. Segundo ele, a única coisa decisiva é o pão, a matéria. O centro do homem seria o estômago" (Cardeal Joseph Ratzinger, O Caminho Pascal,-- Curso de Exercícios Espirituais realizado no Vaticano na presença de S.S. João Paulo II, Loyola, São Paulo, 1986, p. 14-15). E perguntou o Cardeal Ratzinger, falando aos Cardeais: "Porventura não existe uma tendência, também entre nós, de adiar o anúncio da verdade de Deus, para antes fazer as coisas "mais necessárias"? Vemos, porém, que um desenvolvimento econômico sem desenvolvimento espiritual destrói o homem e o mundo" (Cardeal Joseph Ratzinger, O Caminho Pascal,-- Curso de Exercícios Espirituais realizado no Vaticano na presença de S.S. João Paulo II, Loyola, São Paulo, 1986, p. 15).






No mundo











Segundo Tamayo[6], a Teologia da Libertação surgiu na América Latina como sistematização de um novo método teológico. Entretanto, nas últimas décadas, desenvolveu-se no Terceiro Mundo e nos ambientes marginalizados dos países desenvolvidos reflexões teológicas que também podem ser classificadas como Teologia da Libertação.




1)- Teologia da libertação africana



A reflexão teológica sobre a libertação trabalha com categorias antropológicas: a aculturação e conseqüente perda da identidade coletiva dos povos, além de sua pobreza estrutural e seu sistema de dominação. Defende-se uma verdadeira inculturação do cristianismo. Os teólogos africanos associaram-se na Associação Ecumênica de Teólogos Africanos.




2)- Teologia da libertação sul-africana





Esta teologia distingue-se da teologia africana por tratar do tema do apartheid. Trabalha intensamente a questão da raça, da negritude.




3)- Teologia da libertação negra nos Estados Unidos




Esta teologia surgiu e se desenvolveu a partir da luta pelos direitos civis dos negros, liderados por Martin Luther King e a busca do poder negro de Malcolm Little. Busca dois meios de libertação: a consciência negra e o poder negro. Posteriormente, ampliou seus horizontes para a busca de libertação dos pobres e minorias da sociedade americana, como os hispânicos, os asiáticos.Esta teologia brotou inicialmente nas igrejas negras e seminários protestantes. O marco dessa teologia negra a publicação em 1969 da obra Black Theology and Black Power (Teologia negra e poder negro) pelo Rev. James Cone [7]. Esta teologia vem ganhando destaque devido à sua influência sobre Barack Obama, eleito Presidente dos Estados Unidos da América.




4)- Teologia da Libertação na Ásia




Tomando como base o desenvolvimento da Teologia da Libertação na América Latina, os teólogos asiáticos refletem basicamente sobre dois aspectos: a interação entre filosofia (como uma cosmovisão religiosa) e religião (como filosofia vivida) e a interação entre religiosidade e pobreza na Ásia. Um dos baluartes desta teologia é o diálogo inter-religioso, dada a situação não-cristã dos pobres da Ásia.




5)- Diálogo com o Islã




Em agosto de 1988, um pequeno grupo de teólogos xiitas liderados pelo Ayatolah Yafhar Subhanni, enviados do Ayatollah Ruhollah Khomeini, chegou à Argentina buscando contatos com a Teologia da Libertação através do Prêmio Nobel da Paz e ativista dos Direitos Humanos Adolfo Pérez Esquivel. Iniciou-se então um diálogo singelo porém duradouro e crescente. Ocorreram vários encontros na cidade de São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires. Do lado cristão participaram Leonardo Boff, Clodovis Boff, Rosalvo Salgueiro, Adolfo Pérez Esquivel, Dom Paulo Evaristo Arns, Pedro Ribeiro de Oliveira, Paulo de Andrade entre outros, e do lado islâmico participaram principalmente professores da Universidade da Cidade Santa iraniana de Qom, como o Ayatolah Yafhar Subhanni, o Ayatolah Taqui Misbah al Yasdi, o Huyatolislam Mohsen Rabanni, o Sheik Abdul Karin Paz, o embaixador do Irã no Vaticano Maseyami Y, o historiador Shamsudin Helia, e a teóloga Lili Kashanni. O diálogo se esmaeceu e a última reunião ocorreu há mais de dez anos, em setembro de 1997. Outras tentativas de diálogos foram e estão sendo tentadas mas os principais momentos de encontro acabam ocorrendo por ocasião do Fórum Social Mundial.




Associação Ecumênica de Teólogos do Terceiro Mundo





A Associação Ecumênica de Teólogos do Terceiro Mundo reúne diversos teólogos da América Latina, Ásia e África e das minorias dos Estados Unidos em torno de encontros e reflexões. Publica a revista semestral Voices of the Third World, editada na Índia.






Fórum Mundial de Teologia e Libertação













Os teólogos da libertação atualmente reúnem-se no Fórum Mundial de Teologia e Libertação. Este fórum surgiu de um encontro de teólogos durante o III Fórum Social Mundial, em 2003 [8]. O primeiro Fórum Mundial ocorreu em Porto Alegre, em janeiro de 2005. O II Fórum ocorreu em janeiro de 2007 em Nairóbi, capital do Quênia, com o tema “Espiritualidade para outro mundo possível”. Estes Fóruns antecedem o Fórum Social Mundial- FSM. O último fórum ocorreu em Belém (Pará) de 21 a 25 de janeiro de 2009, aberto ao público e com entrada gratuita. Seu tema geral foi Água, Terra, Teologia - para outro mundo possível. A proposta do fórum é reunir teólogos e teólogas cristãs dos diversos continentes que trabalhem com o tema da libertação, em todas as suas dimensões, tornando-se "um espaço de encontro para reflexão teológica de alternativas e possibilidades de mundo, tendo em vista contribuir para a construção e uma rede mundial de teologias contextuais marcadas por perspectivas de libertação"[9]].






Teólogos da libertação





Não existe uma lista oficial dos teólogos da libertação. A lista aqui apresentada é uma "lista não-oficial" de teólogos reconhecidos ou que se identificam como pertencentes à corrente da Teologia da Libertação:



Alberto Parra

Agenor Brighenti

Andrés Torres Queiruga

Carlos Filipe Ximenes Belo

Carlos Palácio

Camilo Torres

Carlio Tursione

Carlos Bravo

Carlos Mesters

Cleto Caliman

Clodovis Boff

Diego Irrarázaval

Domingos Barbé

Elza Tamez

Enrique Dussel

Ernesto Cardenal

Erwin Kräutler

Francisco Taborda

Geraldo Albano de Freitas

Giampietro Baresi

Gustavo Gutiérrez

Hélder Câmara

Hugo Assmann

Hugo Echegaray

Ignacio Ellacuría

Ivone Gebara

Jean-Bertrand Aristide

João Batista Libanio

Jon Sobrino

Jorge Pixley

José Comblin

José Luis Caravias

José Miguez Bonino

Juan Hernándes Pico

Juan Luis Segundo

Leonardo Boff

Luis del Valle

Luis Pérez Aguirre

Luiz Carlos Susin

Marcelo Barros

Miguel Concha

Milton Schwantes

Oscar Romero

Pablo Richard

Paul Gauthier

Paulo Suess

Pedro Casaldáliga

Pedro Trigo

Paulo Evaristo Arns

Ricardo Antoncich

Richard Schaull

Roberto Oliveros

Ronaldo Muñoz

Rosalvo Salgueiro

Samuel Ruiz

Víctor Codina

Virgilio Elizondo





Referências:




↑ 1,0 1,1 Tamayo J.J. Teologias da libertação. In: Dicionário de Conceitos Fundamentais do Cristianismo. São Paulo: Paulus, 1999.ISBN 85-349-1298-X

↑ Gonçalves,A.J (2007). Gênese, crise e desafios da Teologia da Libertação, <http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=28241&busca= Agência de Informação Frei Tito para a América Latina>, www.adital.com.br, acessado em 16 de janeiro de 2008.

↑ Teixeira,F. O desafio do pluralismo religioso para a teologia latino-americana.Iser Assessoria, acessado em 21 de janeiro de 2008.

↑ Teologia da Libertação no blog cancaonova

↑ João Paulo II. Carta à CNBB sobre a missão da Igreja e a Teologia da Libertação, acessada em 24 de março de 2008.

↑ Tamayo,J.J.: Teologias da Libertação, em: “Dicionário de Conceitos Fundamentais do Cristianismo”. Editora Paulus, São Paulo, 1999.

↑ Barack Obama e a teologia negra da libertação. Página da Unisinos, acessada em 15 de abril de 2008.

↑ Adital (2008): Belém lança III Fórum Mundial de Teologia e Libertação

↑ Página do Fórum Mundial de Teologia e Libertação, acessada em 30 de agosto de 2009.



Bibliografia -  Em português



Vigil, J.M., Barros, M., Tomita, L. E. Pluralismo e Libertação. São Paulo: Edições Loyola, 2005. ISBN 9788515029938

Boff, L. e Boff, C. Como fazer Teologia da Libertação. 8a edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2005. ISBN 8532605427

Boff, L. Jesus Cristo Libertador. 18a edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2003. ISBN 8532606407

Dussel, E. Ética da Libertação na idade de globalização e exclusão. 2a edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2002. ISBN 8532621430

Dussel, E. Teologia da Libertação – Um panorama do seu desenvolvimento. Petrópolis: Editora Vozes, 1999. ISBN 8532622046

Dussel, E. e outros: Por um mundo diferente – Alternativas para o mercado global. Petrópolis: Editora Vozes, 2003. ISBN 8532628931

Gutiérrez, G. Teologia da Libertação. Perspectivas. São Paulo: Edições Loyola, 2000. ISBN 9788515020362

Libânio, J. B. Teologia da Libertação. Roteiro didático para um estudo. São Paulo: Edições Loyola, 1987. ISBN 9788515031580

Segundo, J. L. A história perdida e recuperada de Jesus de Nazaré. São Paulo: Editora Paulus, 1997. ISBN 8534907420

Sobrino, J. Espiritualidade da Libertação. Estrutura e conteúdos. São Paulo: Edições Loyola, 1992. ISBN 9788515006809

SOBRINO, J. A Fé em Jesus Cristo: ensaio a partir das vítimas. Petrópolis: Vozes, 2001, 512 p. ISBN 8532623948

SOBRINO, J. Jesus, o Libertador. I - A História de Jesus de Nazaré. Petrópolis: Vozes, 1994, 392 p. ISBN 8532609805



Em inglês



Lernoux, Penny: Cry of the people: United States involvement in the rise of fascism, torture, and murder and the persecution of the Catholic Church in Latin America, 1940-Publication: Garden City, N.Y. : Doubleday, 1980

Lernoux, Penny:In banks we trust / Author: Lernoux, Penny, 1940- Publication: Garden City, N.Y. : Anchor Press/Doubleday, 1984

Lernoux, Penny:People of God : the struggle for world Catholicism / Author: Lernoux, Penny, 1940- Publication: New York : Viking, 1989

Berryman, Phillip, Liberation Theology (1987).

Gutiérrez, Gustavo, A Theology of Liberation: History, Politics and Salvation, Orbis Books, 1988.

Hillar, Marian, "Liberation Theology: Religious Response to Social Problems. A Survey," published in Humanism and Social Issues. Anthology of Essays. M. Hillar and H.R. Leuchtag, eds., American Humanist Association, Houston, 1993, pp. 35-52 [1].

Mahan, Brian and L. Dale Richesin, The Challenge of Liberation Theology: A First World Response, 1981, Orbis Books, Maryknoll, NY.

Mueller, Andreas, OFM, Arno Tausch and Paul Michael Zulehner (Eds.) Global capitalism, liberation theology, and the social sciences" Haupauge, New York: Nova Science Publishers

Petrella, Ivan, The Future of Liberation Theology: An Argument and Manifesto Aldershot: Ashgate, 2004

Ratzinger, Joseph Cardinal, "Liberation Theology" (preliminary notes to 1984 Instruction)

Sigmund, P.E., Liberation Theology at the Crossroads (1990).

Smith, Christian, The Emergence of Liberation Theology: Radical Religion and the Social Movement Theory, University of Chicago Press, 1991.






Posição do Vaticano:



Joseph Cardinal Ratzinger, "Liberation Theology" (preliminary notes to 1984 Instruction)



Sacred Congregation for the Doctrine of the Faith, August 6, 1984, Instruction on Certain Aspects of "Theology of Liberation"






Fonte: Wikipedia






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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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