A Igreja no Brasil celebra, desde 1961, durante a Quaresma, a Campanha da Fraternidade. Para o ano de 2023 o tema será: “Fraternidade e Fome” e o lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). A presidência da CNBB destaca que “a Quaresma é um tempo favorável para a conversão do coração” e que a a CF, realizada pela Igreja no Brasil desde 1964, tem como propósito de ser um caminho para que os cristãos vivam a espiritualidade quaresmal com o sentido de mudança e transformação pessoal rumo à solidariedade a um problema concreto da sociedade brasileira. “Quase 40 anos depois contemplamos um triste e semelhante cenário. A cada dia fica mais evidente que a pandemia sanitária da Covid-19 agravou a situação de insegurança e vulnerabilidade social”, reforça o coordenador de campanhas da CNBB.
De acordo com o secretário-executivo de Campanhas e subsecretário-adjunto geral interino da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, as mais de cinco mil respostas foram discernidas levando em consideração o objetivo da Campanha da Fraternidade: “Despertar a solidariedade nos fiéis e na sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução à luz do Evangelho”.
Padre Patriky reforça que a CF é celebrada no período quaresmal e convida os católicos a imitarem a misericórdia do Pai repartindo o pão com os necessitados, fortificando nosso espírito fraterno. O Tempo Quaresmal nos convida à conversão. Tal atitude não pode ser superficial e estética, mas sim, profunda e estrutural. O profeta Joel nos ajuda a compreender a necessidade de uma verdadeira conversão quando diz: “rasgai o coração e não as vestes” (Jl 2,13). Uma conversão integral se dá em três âmbitos, a saber: pessoal, eclesial e social.
Em âmbito pessoal, a partir do encontro com Jesus, somos convidados a estabelecer uma relação de amizade com Ele: “eu vos chamo de amigos” (Jo 15,15). Nesta relação é necessário se abrir e acolher sua identidade, para aprendermos a responder quem é Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16,13). A partir do conhecimento da pessoa de Jesus a conversão se dá na nossa configuração a Ele: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Jesus” (Fl 2,5).Em âmbito eclesial, nossa Igreja, nossas Comunidades Eclesiais Missionárias (CEMs), pastorais, movimentos e Novas Comunidades, somos todos chamados, neste Tempo Quaresmal, a tomar consciência de uma verdade: “Somos povos santo e pecador”. Somos santos porque nascemos do querer de Deus, porque Ele nos reúne em seu amor. Somos santos na medida em que as diferenças vão sendo vencidas e, na força do Evangelho, vamos vivendo os valores do Reino. Somos pecadores quando não fazemos de Jesus o centro da nossa fé.
Quando o nosso querer se impõe sobre a criatividade do Espírito, quando as nossas comunidades não dão testemunho de Jesus, que acolhia a todos sem distinção de classe social, pois Ele não veio salvar e libertar apenas o pobre, mas todos os pecadores, sejam eles pobres como Lázaro, ou ricos como Zaqueu. Em âmbito social, a Campanha da Fraternidade é um meio eficiente para nos ajudar neste nosso processo de conversão. Sabemos dos grandes dramas sociais do nosso país. Reconhecemos que a pobreza tem aumentado e que o rosto dos pobres tem diversas facetas.
Precisamos, também, nos converter. Não basta mantermos um assistencialismo subserviente e eleitoreiro de dar apenas auxílios e cestas básicas todo mês. É preciso abraçar a metodologia da Mudança Sistêmica/Estrutural. Criar compromissos em um estado de direitos e deveres do cidadão, não deixar apenas a depender do estado paternalista.
Conseguiremos uma conversão nesse nível quando fortalecermos nossa democracia, participarmos das instâncias governamentais, fortalecermos as instituições, lutarmos por políticas públicas que fazem do pobre sujeito e cidadão. “Eis o tempo de conversão, eis o dia da Salvação. Ao Pai voltemos e junto cantemos: eis o tempo de conversão”. Assumamos este Caminho Quaresmal, iluminados pela vivência da nossa fé. Através da Campanha da Fraternidade sejamos santos e santas, capazes de testemunharmos a Jesus Cristo e de amar a todos sem distinção, chamando-os a entrar na roda da solidariedade com a gente, pois todos são importantes! Vejam no vídeo abaixo a análise de Bernardo Küster sobre a Campanha da Fraternidade de 2023:
Pastoral do Empreendedor: "um olhar diferente
para a pessoa do empresário"
Com a missão de cuidar dos empreendedores e
empresários, a "Pastoral do Empreendedor oferece todo o suporte espiritual,
através de atividades específicas", pensadas para esse público.
Por Maria Eduarda Góis - Cidade do Vaticano
A Pastoral do Empreendedor (PE) nasceu de
uma inquietação do coração do Frei Rogério Soares de Almeida, religioso da
Ordem de Nossa Senhora das Mercês e, na época pároco em Salvador-BA. Ele revela
que via os empreendedores como ovelhas sem pastor e questionava-se sobre o
cuidado, a evangelização e o lugar do empresário na Igreja:
“Apresentei essas inquietações ao Pe.
Joãozinho SCJ, que logo mostrou seu interesse e apoio. Em 2011 também, a CNBB
lançou o documento 94, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no
Brasil 2011-2015. Nesse documento, os senhores bispos pedem expressamente no
número 117: O terceiro areópago liga-se à presença pastoral junto aos
empresários...Diante desse cenário, decidi iniciar um trabalho pastoral
com e para os empreendedores na paróquia”, conta Frei Rogério.
A pastoral começou com um grupo de quatro empreendedores, que foram sendo formados e orientados. Posteriormente, um evento foi realizado por este grupo, o I Encontro de Católicos Empreendedores de Salvador, em 2011.Aos poucos o grupo foi sendo formado por homens e mulheres, ávidos por conhecerem o que a Igreja tinha a dizer para eles. Em 2012, retiros foram realizados, para que estudassem a Doutrina Social da Igreja, além da Santa Missa. - “Em Assembleia, decidimos chamar essa experiência de Pastoral do Empreendedor. Fiz questão que empreendedor viesse no singular, para ficar claro que cuidamos da pessoa do empreendedor, do ser humano, de suas dores e preocupações. Passei a entender que devíamos dar, ao empreendedor, a riqueza da Igreja e da Palavra de Deus e não só pedir e exigir dele, como se fazia antes. Passaríamos a cuidar pastoralmente do empreendedor”, ressaltou o fundador do movimento.
Após esse primeiro momento do projeto, a iniciativa foi apresentada a dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador, que aceitou e apoiou a proposta. Orientou também que se fosse do Espírito Santo, se difundiria naturalmente e que não fossem criadas muitas estruturas, para ser uma pastoral de fácil implantação. Hoje, a Pastoral do Empreendedor está em mais de 50 paróquias e em 8 dioceses. Cidades como Salvador, São José do Rio Preto, Curitiba, São Paulo, Sorocaba, Cuiabá, Maringá, Presidente Prudente, Bacabal e Goiânia já vivem essa experiência.
Missão e atividades
A Pastoral do Empreendedor é uma ação da Igreja, de acolhida e evangelização, para todos os empreendedores, pequenos e grandes. Sua principal missão é cuidar daqueles que cuidam de muita gente. São os empresários e empreendedores que cuidam dos empregados do país, dos clientes e fornecedores, recolhem nossos impostos e quando chegam em casa devem cuidar de suas famílias. E quem cuida deles? Havia essa lacuna na Igreja. Os empreendedores eram como ovelhas sem pastor. Às vezes até mal vistos por serem pessoas que lidam com o dinheiro.
Frei Rogério explica que “muitos empreendedores se acham indignos de participar das celebrações litúrgicas porque são homens e mulheres de negócios. Isso deu-se por uma má interpretação da Palavra e das recomendações da Igreja da Idade Média. Há também a ideia de que se alguém cresce financeiramente é porque explora os mais pobres, uma visão deturpada do marxismo. Hoje vemos que tudo isso é injusto, pois é graças aos empreendedores que a economia se movimenta, cresce e gera empregos”. Entre outras atividades, a Pastoral do Empreendedor oferece retiros espirituais, Santa Missa com empreendedores, bênçãos nas empresas, reuniões semanais de partilha, grupos de oração no ambiente de trabalho, encontros anuais para empreendedores católicos, interpretação da Palavra de Deus para o mundo dos negócios e acompanhamento espiritual. Além disso, alimentar a fé é fundamental para quem precisa correr ricos todos os dias e ousar nos seus empreendimentos. Por isso, o projeto cria espaços que favorecem uma maior vivência da espiritualidade do empreendedor, dando-lhe condições de se fortalecer no amor de Deus e na vivência do Evangelho.
"Quando o empreendedor é evangelizado e
sente-se filho amado de Deus, torna-se um missionário e buscará evangelizar todos
aqueles que ele cuida."
Como implantar a Pastoral?
Como toda pastoral, a Pastoral do Empreendedor deve se realizar no âmbito diocesano ou paroquial. Dessa forma, o primeiro passo para a sua implantação é reunir um grupo de empreendedores interessados em evangelizar outros empreendedores e buscar o pároco ou o bispo local. Com a autorização do pároco ou do bispo, é possível conhecer as diretrizes da PE por meio do site https://www.pastoraldoempreendedor.org.br/ e depois fazer o cadastro do grupo, pelo mesmo site. E assim, um membro da coordenação nacional entrará em contato para maiores esclarecimentos e acompanhamento.Após a formação do grupo e com o apoio do pároco, nasce um núcleo da Pastoral do Empreendedor, que tem a missão de pastorear os empreendedores da comunidade. Muitas vezes pensamos nos empreendedores apenas na hora de colaborar financeiramente com a paróquia, mas a PE tem outra intenção: evangelizar.Dessa forma, o núcleo tem como meta realizar atividades e eventos focados nos empreendedores, como por exemplo, os encontros abertos semanais ou quinzenais, onde os empreendedores têm um lugar para a escuta da Palavra e para a troca de experiências.
Fonte:https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2020-02/pastoral-do-empreendedor-um-projeto-para-a-pessoa-do-empresario.html
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