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As almas espirituais ficam inconscientes e dormindo após a morte?

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 17 de agosto de 2021 | 13:39







Nossos entes queridos falecidos nos ajudam do céu!

 

 

Por:*Vanderlei de Lima

 

 





A alma não está inconsciente, mas inteiramente lúcida. Assim, ela toma plena consciência de sua identidade! É certo que a alma separada do corpo, na morte, depois de passar pelo juízo particular, sobrevive lúcida e já recompensada no além. No entanto, este ponto da chamada Escatologia intermediária – por estar entre a morte e o Juízo Final – tem sido contestado, ultimamente, por alguns teólogos.Sim, tais teólogos defendem o chamado monismo; ou seja, que o ser humano morre todo (corpo e alma) e ressuscita todo (em corpo glorioso) já logo após a morte.

 

 




Abandonaram, como se vê, a doutrina da Igreja para valorizarem a palavra de teólogos de raiz protestante: C. Stange, K. Barth, H. Thielicke, E. Brunner, O. Cullmann, H. Menoud (cf. Justo Collantes, SJ. La fe de la Iglesia católica: las ideas e los hombres en los documentos doctrinales del Magisterio. 3ª ed. Madri: BAC, 1983, p. 805-806).Ora, para defender a genuína fé da Igreja, ante correntes protestantizadas, a Congregação para a Doutrina da Fé se manifestou pela Recentioris Episcoporum Synodi, no ano de 1979, dizendo o seguinte: “A Igreja afirma a sobrevivência e a subsistência depois da morte de um elemento espiritual, dotado de consciência e de vontade, de tal modo que o ‘eu humano’ subsista, ainda que sem corpo. Para designar esse elemento, a Igreja emprega a palavra ‘alma’, consagrada pelo uso que dela fazem a Sagrada Escritura e a Tradição” (n. 3).

 

 




Em suma, a morte consiste na separação da alma espiritual imortal e do corpo material mortal

 


 





Este corpo material é sepultado ou cremado e a alma, depois de julgada, vai para o céu, o inferno (de modo definitivo) ou o purgatório (passagem purificadora para o céu). "Em qualquer desses estados, ela espera consciente a reunião ao seu próprio corpo ressuscitado no último dia" (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 1016 e 999-1001).

 

 









O que a Igreja defende, portanto, é a dualidade: o corpo e a alma se distinguem, mas também se completam harmoniosamente. Esta doutrina se opõe ao dualismo (oposição radical entre alma e corpo) e ao monismo (junção de alma e corpo como se fossem uma só coisa).Afirmemos ainda que, no céu, além de os bem-aventurados contemplarem – como felicidade essencial – a Deus uno e trino face a face (cf. 1Cor 13,12) e n’Ele se regozijarem, também lhes é motivo de felicidade acidental o fato de se acharem na companhia de Nosso Senhor (em sua humanidade), da Virgem Maria, dos anjos e santos, bem como o voltar a se encontrar com os parentes e amigos que tiveram durante a vida nesta terra. Avançando um pouco na reflexão, notamos que, no além, a alma só exerce as atividades da inteligência e da vontade, mas não as funções do corpo (alimentar-se, repousar, falar etc.), pois não o tem mais até o dia da ressurreição final. Todavia, a alma não está inconsciente, mas inteiramente lúcida.

 



 


 



Assim, a alma toma plena consciência de sua identidade!

 

 

“Vê-se semelhante a Deus por sua inteligência e vontade; relembra de tudo o que conheceu neste mundo; reconhece a Deus tal como Ele é e mantem em si o amor a tudo o que é realmente bom. Com relação às demais criaturas, a alma tem consciência e interesse por tudo o que lhe diz respeito (familiares, amigos, orações ou pedidos de auxílio que lhe dirigimos) neste mundo; reconhece, no além, os parentes e amigos e comunica-se com eles por uma linguagem espiritual própria” (cf. Dom Estêvão Bettencourt, OSB. Curso de Filosofia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2014, p. 211-214).

 

 


 

Citemos, por fim, Garrigou-Lagrange, afamado teólogo dominicano, a nos ensinar que:

 

 

 

“No céu, os santos, ao verem-se uns aos outros em Deus, amam-se Nele e por Ele, com uma caridade mútua inamissível...Os bem-aventurados amam-nos também a nós, peregrinos, e pedem especialmente e incessantemente por aqueles que conheceram na terra e tanto mais quanto maior for sua caridade. E, como se encontram perto da fonte de todo o bem, cumulam-nos de benefícios. Alcançam-nos de Deus aquilo que a sua bondade nos quer dar. O seu amor para conosco, em vez de ter diminuído, transforma-se” (O homem e a eternidade. São Paulo: Flamboyant, 1959, p. 287-288).

 

 

 

Que estes sábios ensinamentos nos reacenda o desejo, cada vez maior, da eternidade feliz junto de Deus e dos nossos entes queridos que lá se encontram e intercedem por nós qual uma nuvem de testemunhas! (cf. Hb 12,1). Amém!

 

 

*Vanderlei de Lima é eremita de Charles de Foucauld

 


É verdade que os mortos ficam "tirando uma soneca" à espera do juízo final?... Não ! não é!

 

 



 

 

Aquela interpretação contraria a clara doutrina do Novo Testamento e é incompatível com a fé na Ressurreição e Ascensão de Cristo. Uma recorrente objeção protestante à intercessão dos santos, inclusive à de Nossa Senhora, é a interpretação de que, após a morte, ficamos “dormindo” até o Juízo Final. A propósito desta afirmação incompatível com a fé na Ressurreição e na Ascensão de Cristo, compartilhamos o seguinte e claro texto de dom Henrique Soares da Costa, bispo (já falecido)da diocese de Palmares, no Estado brasileiro de Pernambuco. No Antigo Testamento, antes da Vinda do Cristo, pensava-se que quem morria ficava no sheol (mansão dos mortos), à espera da Vinda do Senhor, quando se dariam a Ressurreição dos mortos e o Juízo Final. Até lá, o sheol era igual para todo mundo, bons e maus: era o reino da morte para todos! Os mortos ficavam numa situação de espera até à consumação final. Aos poucos, porém, foi nascendo a ideia de que, mesmo no sheol, havia diferença entre os bons e os maus; basta pensar na parábola do rico epulão e do pobre Lázaro: os dois estão no sheol (no seio de Abraão), mas, um está feliz enquanto o outro pena (cf. Lc 16,19-26).

 

 



 




Em resumo: segundo os textos mais antigos do Antigo Testamento, os mortos ficavam “dormindo” no sheol até a ressurreição final, quando o Messias viesse; nos textos mais recentes, os judeus já não pensavam que os mortos ficavam dormindo, numa sentido de inconsciência, mas num estado de espera, bom para os justos e tormentoso para os maus, até que o Messias viesse para o julgamento definitivo.

 

 

 

No Novo Testamento, com a chegada do Messias a revelação é elevada a plenitude!

 

 

 

Com Cristo, que é o Messias esperado, os mortos não mais ficarão esperando, pois chegaram os últimos tempos! Recordemos aquela passagem de Lucas 23,42s, do Bom Ladrão:"E falou: Jesus, lembra-Te de mim quando vieres como Rei! E Jesus lhe respondeu: Eu te asseguro: ainda hoje estarás Comigo no paraíso!" O ladrão, como os judeus da época de Jesus, esperava a Ressurreição no final dos tempos, quando o Senhor viria em Glória: “Lembra-Te de mim, quando vieres com Teu Reino!”. Mas o Reino já chegou; com a Ressurreição de Jesus chegaram os tempos finais. Por isso mesmo, Jesus responde: “Hoje mesmo estarás comigo”! Agora que Ele chegou, que venceu a morte, não há mais o que ficar esperando: com Cristo, os mortos não têm mais o que esperar: já chegou o dia do julgamento! O futuro esperado torna-se hoje, torna-se presente em Cristo! A salvação definitiva não é uma realidade meramente futura, mas surte efeitos imediatos para quem parte desta vida na comunhão com Cristo; o paraíso, estado final da bem-aventurança, é estar com Cristo, “já”, “agora”! A morte de Cristo abre as portas do paraíso, de modo que a morte do cristão é entrada na Vida eterna.Por isso mesmo, São Paulo afirma preferir ausentar-se desta vida terrena para ir estar com Cristo:“Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos do corpo para morar junto do Senhor” (2Cor 5,8).Aqui aparece claramente que o término da existência terrena leva imediatamente a habitar junto do Senhor. Não tem essa de ficar dormindo: morrer é ir estar imediatamente com o Senhor; por isso Paulo prefere morrer logo! Os que morreram antes da Vinda de Cristo na glória vivem já com o Senhor. O Apóstolo acrescenta, em outra carta:“Para mim viver é Cristo e a morte, lucro. Entretanto, se o viver na carne ainda me permitir um trabalho frutuoso, não sei o que escolher. Estou como que na alternativa. Pois de um lado desejo partir para estar com Cristo, o que é muito melhor” (Fl 1,21ss). Note-se que aqui o importante é que “o viver é Cristo”: a morte não é um lucro em si mesmo, mas somente se for um partir para estar logo com Cristo. Uma morte que fosse separação de Cristo ou que interrompesse a comunhão com Ele não seria “lucro” para Paulo. A morte somente é desejável porque permite a entrada na plenitude da comunhão com Cristo, que constitui o objetivo último da esperança cristã. Em mais sete textos paulinos a expressão “com Cristo” aparece com este significado. Por exemplo: “Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que Nele morrerem. Depois nós, os vivos, que estamos ainda na terra, seremos arrebatados juntamente com eles para as nuvens, ao encontro do Senhor nos ares. Assim estaremos sempre com o Senhor” (1Ts 4,14.17). “Pois Deus não nos destina à ira mas à salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós a fim de que, vivos ou mortos, fiquemos unidos a ele” (1Ts 5,10).Outros textos são: 2Cor 4,14; 13,4; Rm 6,8; 8,32. Estar com o Senhor exprime a firme certeza da comunhão com Cristo logo após a morte! Se o estar com Cristo fosse possível somente na Parusia (=Vinda de Cristo), o melhor para Paulo não seria partir! Partir para ficar dormindo?! Partir somente é bom porque é para estar com Cristo! Resumindo: aparece claríssimo no Novo Testamento que logo após a morte “partimos para estar com Cristo”. Então, erram aqueles que afirmam que, após a morte, ficamos dormindo até à ressurreição final! Afirmar que, após a morte ficamos dormindo, é esquecer que Cristo ressuscitou, que, com Ele, ressuscitamos para a Vida! Erram também gravemente os reencarnacionistas, que pensam que, após a morte, ficamos à toa, zanzando num além, até reencarnarmos novamente! Isso seria desconhecer que nem a morte, nem a vida, nem criatura alguma nos poderá separar do amor de Cristo (cf. Rm 8,39).

 

 

 

Para terminar, cito um importante texto do Magistério da Igreja, a constituição Benedictus Deus, do Papa Bento XII, no século XIV, que ensinou claramente sem erros e de modo infalível:

 

 

 

“Nós, com a força da autoridade apostólica, definimos que, segundo a geral disposição de Deus, as almas de todos os santos que deixaram este mundo antes da paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, e aquelas dos santos apóstolos, dos mártires, dos confessores, das virgens e dos outros fieis que morreram após receber o santo Batismo de Cristo, e nos quais não há mais nada para purificar quando morreram, e não haverá também no futuro, quando morrerem, ou caso tenham algo para purificar, uma vez purificado, já que foram purificados após a sua morte (…) imediatamente após a morte e a purificação – se disto tinham necessidade -, mesmo antes de reassumirem os seus corpos e do juízo universal, após a Ascensão do nosso Senhor Jesus Cristo ao Céu, estavam, estão e estarão no Céu, no Reino dos Céus e no celeste paraíso, com Cristo…”

 

 


 

A doutrina da Igreja é clara:

 

 

Aqueles que já estão purificados de seus pecados, imediatamente após a morte, mesmo antes do Juízo Final, estarão no paraíso, que é estar com Cristo. E isto por quê? Porque Jesus já ressuscitou e já subiu ao Céu. Na Sua Ascensão, já nos abriu o Coração do Pai! Repito: quem nega que logo após a morte vamos estar com Cristo está desconhecendo que Cristo ressuscitou; está ainda no Antigo Testamento, quando a revelação em Cristo ainda não estava completa!

 



E o Juízo Final?

 



 




 

Na Vinda do Senhor nossos corpos ressuscitarão e tudo quanto fizemos de bom ou de mal, nossos atos e omissões aparecerão, com suas consequências para toda a humanidade!

 

 

Dom Henrique Soares da Costa - Bispo de Palmares, PE



Bibliografia


 

-https://pt.aleteia.org/2017/11/16/mortos-nao-ficam-dormindo-a-espera-do-juizo-final/

 

-https://pt.aleteia.org/2021/08/15/nossos-entes-queridos-falecidos-nos-ajudam-do-ceu/

 

 

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