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(D. Mariano e D. José Freire: Ruptura ou continuidade?) |
O famoso escritor
francês Victor Hugo (1802-1885) observou: "resistimos à invasão dos
exércitos, porém, não resistimos à invasão das ideias"...e o pintor
americano William McGregor Paxton (1869 – 1941) arrematou: “As ideias são mais
poderosas do que os exércitos. ”
Como teólogo e filho da “academia local”, pois
sou bacharel em teologia pela Faculdade Católica de Mossoró-RN, tomo a liberdade
de intervir neste debate relativo a publicação do livro: "EDUCAÇÃO LIBERTADORA E CATEQUESE - Viabilidade do método Psicossocial de Paulo Freire em uma catequese antropológica". Tudo isto claro, sem intencionar ser detentor da verdade e nem muito
menos colocar um ponto final, muito pelo contrário, a intenção é abrir e contribuir
para um salutar debate. Dito isto, venho para dar-lhes a conhecer minhas
reflexões no tocante à hermenêutica das práxis educadoras na visão de nossos
dois últimos bispos diocesanos Dom José e Dom Mariano respectivamente. Ruptura
ou continuidade? Em relação a qual práxis e tradição educadora? Pergunto-me se a
tradição educativa anterior a Dom José, é um fato unívoco ou se não é acima de
tudo uma pluralidade de tradições em sua mais que secular diacronia. Agora, na
minha opinião pessoal, todo esse processo foi ao mesmo tempo, fruto de uma releitura (termo muito
usado nos tempos de meu bacharelado) intencionalmente, tanto de continuidade
como de uma necessária ruptura, como veremos adiante no discurso de Dom Mariano
feito na UERN, durante sua legítima e honrosa homenagem, da qual eu compactuo, congratulando-o.
A auspiciada atualização de uma práxis
pedagógica não ideologizada que transparece no discurso de Dom Mariano na UERN,
é precisamente uma recuperação, um retorno a uma época, que é deveras certamente, preocupante para alguns, mas feliz, porque está nutrida de integralidade. Não
estou com isto propondo, entenda-se bem, a recuperação de uma "práxis
pedagógica primitiva e caduca", e portanto, inadequada para fundar, ou
refundar, uma práxis educacional autêntica e atualizada. Não será preciso se
surpreender, exatamente porque também entendo o processo educacional como um organismo vivo, e sua
tradição está sujeita à evolução, mas também, a releituras de práticas
pedagógicas eficazes. Que tenha sido verdadeiramente, este retorno de uma práxis
educacional não ideologizada, a intenção mais profunda do discurso de Dom
Mariano na UERN, está mais que claro. O critério hermenêutico que assumo como teólogo, na
liberdade que a função me permite, é de
postular por uma pluralidade diacrônica, diversificada e plural, e não
uniformizada de tradições pastorais e pedagógicas do passado e do presente na
diocese. Escrevo isto, colocando como corolário algumas observações, que talvez
não serão compartilhadas pelos "progressistas".
1)- A primeira é que, se olharmos o estado
atual da educação local, está realmente conforme diagnosticado no discurso de
Dom Mariano uma educação Ideologizada e engessada, que não se permite outras
formas de pensar e um agir pedagógico livre de ideologias.
2)- Mesmo que se fale de uma pluralidade de
fato e de direito, esta ainda não está concretizada. E vejo de forma positiva
introduzir esta pluralidade de forma pacífica e indolor, essa presença
"vetero-educativa", que é um patrimônio a ser resguardado e não
simplesmente negado. E não vejo isto como uma quebra de unidade, mas como algo
salutar e inerente ao processo educativo, principalmente aquelas experiências
tradicionais que deram certo. E não vejo como uma atitude prudente introduzir
no processo educativo local, inovações desconsideradas, na doutrina e na práxis
teológica-educativa de diretrizes católicas. Em síntese, para concluir este
bloco com uma fórmula sintética estas minhas considerações iniciais, ao
criticar esta educação ideologizada, Dom Mariano acertadamente não tentou
introduzir nenhum elemento estranho como podem deduzir alguns progressistas,
mas retornar àquilo que se havia perdido: Uma "educação integral", que já era protagonizada por Dom José Freire.
Ora, a degradação da linguagem pedagógica
integral se dá quando essa tendência educacional e cultural de forma
ideologizada, se estende aos jornais, à TV, à internet, ao rádio, aos discursos
intolerantes de políticos e militantes, mas também, e (como é triste escrever e
constatar isso), até nas homilias. Para os que não concordam, só resta o
silêncio obsequioso? E deixar tudo entregue à ditadura da arbitrariedade? Pois
argumentar para quê? Se já dispõem dos
chavões, das palavras de ordem e de todas as respostas? Mostrar racionalmente
por que se discorda dessa ou daquela pedagogia para quê? se é suficiente se
comportar como vacas de presépio só dizendo amém? Buscar convencer o outro lado
para quê? se é mais fácil intimidá-los com o discurso da “falta de unidade” ?
Em
suma, não há qualquer necessidade de demonstrar-se outra forma de pensar,
porque o que importa é amealhar o maior número possível de autômatos que
compõem o nós e segregar os demais, mesmos que estes sejam a maioria, no curral
utilizado para isolar a influência nociva de todos os “mal-intencionados” - Mas
é evidente que essa verdadeira ditadura ideológica conhecida como linguagem
politicamente correta não está acontecendo por acaso. Tudo isso foi pensado,
planejado e executado pacientemente, durante décadas, como um incessante
trabalho de formigas, pela esquerda em todo o mundo e que acabou penetrando
também, na Igreja, pois os homens e a Igreja são filhos de cada tempo. Para não
retrocedermos em demasia no tempo, vamos nos referir apenas ao filósofo russo
Mikhail Bakhtin (1895-1975) e ao também filósofo italiano Antonio Gramsci
(1891-1937), bem como aos educadores Jean Piaget (1896-1980), e Paulo Freire
(1921-1997), todos comunistas, no atual processo pedagógico.Bakhtin enxergava a linguagem como um processo
permanente de interação por meio do diálogo e não apenas como um sistema
autônomo. Assim, a língua só existe mediante o uso que locutores ou escritores
e ouvintes ou leitores fazem dela, em situações concretas de comunicação.
Definiu noções de análise da linguagem com base em discursos e crônicas
artísticos, filosóficos, científicos e políticos. Segundo ele, o ensino, o
aprendizado e a linguagem deveriam subordinar-se ao sujeito, aquele agente dos
acontecimentos responsável pela criação dos discursos e ideias. Os enunciados
sempre são trabalhados pelo sujeito tendo em vista os objetivos ideológicos,
sociais, históricos e culturais. Isso lembra a você alguns dos partidos de
esquerda? Pois é. As relações entre linguagem, ideologia e hegemonia de Gramsci
e Bakhtin são bastante semelhantes. Analisando os conceitos bakhtinianos de
heteroglossia (a diversidade social de tipos de linguagens) e dialogismo (o
processo de interação entre textos, em que estes não são considerados
isoladamente, mas concatenados com outras proposições similares) e a
definição gramsciana de hegemonia (as relações de domínio de uma classe social
sobre o conjunto da sociedade), conclui-se que as visões de linguagem e
subjetividade de ambos são convergentes e que, a partir de uma discussão sobre
os conceitos de poder, discurso e ideologia, consideram a linguagem e o sujeito
como processos capazes de refutar e criticar os poderes e discursos
prevalecentes.Antonio Gramsci, certamente é mais conhecido no
Brasil do que Bakhtin como uma das maiores referências do pensamento
esquerdista no século XX. Il Gobbo (o corcunda), assim apelidado por
conta de um defeito físico, alinhava-se com o projeto político que visa à
revolução proletária, mas se distinguia porque acreditava que a chegada ao
poder deveria ser antecedida por mudanças de mentalidade e que os
agentes dessas mudanças deveriam ser os intelectuais e a ferramenta essencial
deveria ser a escola. Enquanto a maioria dos pensadores marxistas enfatizava as
relações entre economia e política, Il Gobbo deu maior importância à ação
ideológica nos campos da educação, da cultura e da intelligentsia no processo
histórico de transformação. Muitos de seus conceitos permanecem atuais e, o que
é pior, são postos em prática por governos e políticos esquerdistas em todo o
mundo, e quando pior ainda, por instituições católicas. Foi Gramsci que levou à
pedagogia a "conquista da cidadania" como um dos objetivos das
escolas. Estas deveriam ser manipuladas para o que denominou de "elevação
cultural das massas", alegoria que, segundo ele, representaria a
libertação das populações da visão de mundo baseada em "preconceitos"
e "tabus" (a religião seria um deles), bem como dos usos e costumes
tradicionais que impediriam a crítica das "classes dominantes". A maior parte da obra de Gramsci foi
escrita na prisão, por ordem de Mussolini e só veio a ser divulgada depois da
sua morte. Desse período, há duas obras: as Cartas do cárcere, com mensagens a
parentes ou amigos e os famosos 32 Cadernos do cárcere, que não eram
originalmente destinados à publicação. Para esconder-se da censura
fascista, adotou uma linguagem cifrada, repleta de conceitos originais, como
bloco histórico, intelectualidade orgânica, sociedade civil e hegemonia, e de
expressões novas, como 'filosofia da práxis' como sinônimo de marxismo. Sua
escrita, a exemplo da de Nietzsche, é fundamentalmente fragmentada.Segundo
Gramsci, "toda relação de hegemonia é necessariamente uma relação
pedagógica", isto é, de aprendizado. E obtém-se a hegemonia
mediante uma luta de direções contrastantes, primeiramente no campo da ética e
depois no da política. Para Il Gobbo, era necessário primeiro
conquistar as mentes e só depois o poder.
No campo da educação, duas influências consentâneas com essas
ideias influenciaram a educação de maneira muito forte:
1)- A
primeira foi a do francês Jean William Fritz Piaget, para quem as crianças só podiam
aprender o que estavam preparadas a assimilar. Aos professores caberia tão somente a tarefa de aperfeiçoar o
processo de descoberta dos alunos. Piaget criticou acidamente a
modalidade de ensino onde "o professor dita e o aluno copia e
repete".
2)- Essa crítica de Piaget foi endossada pela
segunda das influências, a do pernambucano Paulo Freire, o pedagogo endeusado
pela esquerda de nosso país e autor de A pedagogia do oprimido. Com seu método
dialético de alfabetização, Freire denominou jocosamente a então maneira
tradicional de educar de "educação bancária". Freire é, e não posso
me furtar de aduzir, infelizmente, o atual patrono da educação brasileira. O
que, certamente, explica as péssimas colocações do Brasil em todos os rankings
internacionais divulgados anualmente. Mas trata-se, dizem seus adoradores, de
pedagogia crítica, o que para mim não passa de uma antecipação do dialeto
weaselese para designar o grande equívoco que é o marxismo.Sempre que ouço ou
vejo o nome de Paulo Freire, lembro-me de Roberto Campos, que não se
cansava de se referir a ele como o educador que jamais educara integralmente uma criança
sequer. O qual é corroborado por Olavo de Carvalho, que dele faz o
seguinte diagnóstico:
“Paulo Freire, cujo
maravilhoso sistema de ensino jamais produziu um escritor, um cientista, um
filósofo ou mesmo um executivo competente, limitando-se a transformar milhares
de coitadinhos em igual número de coitadinhos, é o patrono de uma educação
nacional que produz analfabetos funcionais em massa e cujos estudantes obtêm
sempre as piores notas nos testes internacionais. Se 41 universidades acham
esse cidadão o máximo, 41 universidades deveriam ser fechadas. Paulo
Freire é um sujeito oco, o tipo acabado do pseudo-intelectual militante. Sua
fama baseia-se inteiramente no lucro político que os comunistas obtêm do seu
método. Esse
método, aliás, não passa de uma coleção de truques para reduzir a educação à
doutrinação sectária...”
Mas vale a pena verificarmos até que ponto suas
divagações alucinatórias iam. À educação "bancária" ele contrapunha a
educação "libertadora". A primeira seria uma relação
"vertical" entre educador e educando. Um deteria o conhecimento e a
capacidade de pensar, e o outro seria o objeto que recebe o conhecimento e
segue o mestre. O educador "bancário", então, "depositaria"
conhecimentos nos alunos e estes passivamente os receberiam. Tal
concepção de educação teria como objetivo intencional formar indivíduos
acomodados, não-questionadores e que se submeteriam à estrutura de poder
vigente, sem objetivos de crescerem na vida, e teria sido idealizada para
acobertar os interesses dos "dominadores". Trata-se de uma trama
muito bem urdida por Freire de trocar seis por meia dúzia: “Ao mesmo tempo em que
alerta que educar para pensar é algo perigoso para eles e que mudanças devem
ser feitas, ele também propõe uma solução que, ao fim e ao cabo, bestializa os
alunos, destruindo sua inteligência e sua própria capacidade de pensar como
indivíduos autônomos. E, ao mesmo tempo em que critica a educação
"vertical" ou "bancária", sugere outra verticalidade de
viés totalitário, a do estado sobre os indivíduos, transferindo a autoridade de
pais e professores para seu exército de ideólogos ocupando as salas de aula.” - Matéria da GAZETA DO
POVO afirma que durante décadas, Paulo Freire foi a referência incontestável da
educação brasileira. Ainda hoje, ele não tem concorrentes em número de citações
nas faculdades de Pedagogia. Mas, se merece crédito por ter chamado
atenção para o problema do analfabetismo no país, Freire adotou um viés
ideológico que já era problemático nos anos 1960 e não pode ser tomado como
referência neste nosso presente. O país de Paulo Freire não educa os filhos de pais que
responsáveis também, não cobram das escolas, passam a mão na cabeça de filhos
indisciplinados, e de professores que estão mais preocupados em aulas de troca
de sexo de crianças, do que ensinar matemática e português, com honrosas e raríssimas exceções. A
educação deveria ser “a prioridade” no Brasil, mas não apenas com pedidos de
“mais dinheiro” para o MEC, como se o orçamento estatal para educação fosse
pequeno, e ele é um dos mais altos do mundo em relação ao PIB. Na verdade,
gastamos muito e gastamos mal. Mais do que discutir orçamento estatal, é
preciso livrar o país da influencia nefasta do experimentalismo de ONGs
bancadas por bilionários culpados que trazem manuais prontos da ONU/UNESCO e
afins que vêem crianças de países em desenvolvimento como cobaias para suas
perversões ideológicas.O impacto de índices
tão baixos de educação não são apenas sociais e culturais, são também
econômicos. O “capital humano” explica hoje grande parte do desenvolvimento e
da prosperidade de um país, uma lição que o Brasil não aprendeu ainda. A
criança que não recebe educação de qualidade será um trabalhador improdutivo,
com baixos salários (ou nenhum salário) e um indivíduo condenado ao ciclo de
pobreza que não é quebrado por decreto ou com “mais dinheiro” para a burocracia
estatal.São os pais, os maiores
interessados no futuro dos filhos, que devem liderar a luta nas escolas, ajudando
a criar ilhas de excelência que elevarão a média nacional e servirão de exemplo
para as outras. Se você tem filhos em idade escolar, faça a sua parte e, ao
menos na escola que você pode ter uma participação direta, lute para que ela
esteja fora deste verdadeiro desastre nacional. Você não vai mudar o país com
textões no Facebook, seu papel é mudar o que está na sua área direta de
influência. Se todos fizerem a sua parte sem alarde, sem ostentação de
virtudes mas com seriedade e compromisso, o Brasil muda para melhor.A educação brasileira é
uma tragédia. Os números são totalmente incompatíveis com um país com um dos maiores PIBs
do mundo e que não está envolvido em guerras externas ou internas. A
raiz do problema não é econômica, como querem os marxistas de esquerda e
liberais de miolo mole, mas cultural. O Brasil sequer entende o que é educação,
para que serve e o que deve ser exigido dos gestores e professores das escolas.Educação
não é apenas um “direito”, seja lá o que isso signifique. Educação é uma
obrigação e uma responsabilidade. Como disse Edmund Burke, a sociedade é um
“contrato” e uma “parceria entre os vivos, os mortos e os que ainda vão
nascer”. Os vivos têm a responsabilidade, como fiéis depositários da bagagem
cultural acumulada pelas gerações anteriores, garantir que as próximas gerações
possam receber este conhecimento e passar adiante. Educação é, antes de tudo, uma
herança.Este crime continuado que tem vitimado nossas crianças
brasileiras e que compromete diretamente o futuro do país, é fruto de um acordo
tácito entre governos incompetentes e ideologizados, pais lenientes e
professores-militantes.No dia 2 de maio de
1997, em São Paulo, morria o coveiro da educação brasileira. Sua memória e seu
legado, tragicamente, continuam mais vivos do que nunca.
O país de Paulo Freire, conforme resultados divulgado pelo PISA,
conquistou as seguintes colocações entre 70 países:
– 63º lugar em ciências
– 59º lugar em leitura
– 66º lugar em
matemática
Para você ter uma idéia
da abrangência do estudo, o PISA pesquisou mais de 23 mil alunos de quase 850
escolas diferentes no Brasil.Se você não está assustado o suficiente, saiba que
82% dos estudantes brasileiros que participaram do estudo ficaram no nível de
desempenho mais baixo possível medido pelo PISA. Na média geral, estamos no 65º
lugar entre os 70 países do levantamento.A pedagogia de Paulo Freire tem um
papel central neste resultado, mas o desastre da educação brasileira não teria
ocorrido sem a conivência da burocracia estatal, políticos, formadores de
opinião, pais e professores. Um homem só, por pior que seja, não consegue
acabar sozinho com a educação de um país inteiro.Há um ciclo pernicioso
que acorrenta o país e que deve ser atacado a partir da educação. Ensino de baixa
qualidade e que ainda doutrina ideologicamente seus alunos para terem aversão
ao trabalho, ao empreendedorismo, às instituições e ao que entendem por
“capitalismo”, entregam ao mercado uma massa formada por indivíduos que não
conseguem ajudar o país a produzir, avançar e competir externamente, muito
menos ajudarem a si mesmos a conquistar o desenvolvimento pessoal e
profissional para uma vida digna e plena. Chega de olhar pelo retrovisor e só
lamentar os maus resultados. Pelo contrário, é hora de enterrar de vez o legado
de Paulo Freire e a ideologização radical da educação para o Brasil ter alguma
esperança de futuro.
Veja agora cinco ideias "indefensáveis" que Paulo Freire apoia em
seu principal livro, Pedagogia do Oprimido:
1) O
mundo maniqueista de Paulo Freire se divide entre opressores e oprimidos!
Freire defende uma
pedagogia “que faça da opressão e de suas causas objeto da reflexão dos
oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua
libertação”. Ao adaptar a noção da constante luta de classes de Karl Marx, o
pedagogo usa um esquema binário: os estudantes não teriam opção senão buscar
sua liberdade diante dos opressores. A noção freiriana de libertação é pouco
detalhada pelo autor, mas um detalhe da obra traz uma boa pista do que ele
tinha em mente: a descrição apaixonada que ele faz do regime de Cuba, o próximo
item da lista.
2) Para Paulo Freire Che Guevara é um "exemplo
de amor"!
Quando Pedagogia do
Oprimido foi escrito, os fuzilamentos sumários feitos em Cuba já eram notórios.
O próprio Che Guevara havia admitido a prática do alto da tribuna das Nações
Unidas. No entanto, Freire enxergava apenas qualidades no guerrilheiro
convertido em ditador. "O que não expressou Guevara, talvez por sua
humildade, é que foram exatamente esta humildade e a sua capacidade de amar que
possibilitaram a sua ‘comunhão’ com o povo. Este homem excepcional revelava uma
profunda capacidade de amar e comunicar-se", escreveu Paulo Freire.
3) Para Paulo Freire a educação deve estar a
serviço da revolução!
O sentido pedagógico,
dialógico, da revolução, que a faz 'revolução cultural' também, tem de
acompanhá-la em todas as suas fases", propôs Freire. A implicação é que o
ensino deve estar a serviço da ideologia. A ideia de Paulo Freire abre as
portas para a pregação política em sala de aula, com as vítimas de sempre: os
alunos! (Pelo seu discurso, neste ponto, Dom Mariano rompe com este modelo).
4) A família é opressora!?
Em Pedagogia do
Oprimido não há qualquer menção ao papel da família na educação (homeschooling seria uma heresia para ser
queimado na fogueira). O ensino
é visto como uma tarefa do professor, subentendido o protagonismo do Estado
nessa função. A lógica de Paulo Freire é esta: como a sociedade é opressora, a
família reproduz os mecanismos opressores dentro de casa. "As relações
pais-filhos, nos lares, refletem, de modo geral, as condições
objetivo-culturais da totalidade de que participam. E, se estas são
condições autoritárias, rígidas, dominadoras, penetram nos lares que
incrementam o clima da opressão", diz um trecho do livro.
5) É preciso combater a “invasão cultural” (QUAL?)
A educação, por
definição, depende da transmissão de conhecimentos e valores acumulados ao logo
da história. No Brasil, essa história vem sobretudo das grandes tradições da
filosofia grega, do direito romano, da matriz cristã. Interpretar o ensino dessa
tradição como uma “imposição de valores” a ser combatida significa isolar os
alunos do contexto histórico do país onde vivem. Freire quer os estudantes
protegidos da “invasão”: "Neste sentido, a invasão cultural,
indiscutivelmente alienante, realizada maciamente ou não, é sempre uma
violência ao ser da cultura invadida, que perde sua originalidade ou se vê
ameaçado de perdê-la", prega.Entre os herdeiros ideológicos de
Paulo Freire estão as correntes que defendem uma versão do Português sem erros
nem acertos(simples assim), o que no fim das contas, prejudica a inserção de jovens carentes
no mercado de trabalho.
Segundo sua nomenclatura, uma "educação
libertadora ou problematizadora" seria aquela que não separasse professor
e aluno, em que ambos seriam concomitantemente educadores e educandos. Em suas
palavras: “Desta maneira, o
educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em
diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. A educação
libertadora abre espaço para o diálogo, a comunicação, o levantamento de
problemas, o questionamento e reflexão sobre o estado atual de coisas e, acima de
tudo, busca a transformação...”Repare no recorrente estratagema dialético que
consiste em dividir tudo o que existe no mundo na suposta dicotomia entre nós e
eles (alguém lembra deste discurso?), sem a qual o socialismo-comunismo não
pode existir: nós, os bonzinhos, os socialistas-comunistas de caráter ilibado e
ótimas intenções e eles, os malvados defensores do capitalismo, da propriedade
privada e da economia de mercado, de péssima índole e intenções
escusas.Bakhtin, Gramsci, Piaget e Freire, os dois primeiros em plano mais
filosófico e os dois últimos invadindo (ou ocupando, segundo o dialeto
weaselese) as salas de aula, podem ser responsabilizados pelo predomínio, dito
cultural, que a esquerda vem exercendo há décadas em todo o mundo. Ora, tudo
isto como escrevi no início, é fruto de um trabalho árduo, paciente e de longo
prazo da esquerda mundial. Mas, como tudo o que é errado não pode funcionar bem
durante todo o tempo, as coisas estão começando a mudar, e Dom Mariano como
Europeu, não tão influenciado por estas correntes ideológicas, e muito
inteligente como ele é, percebeu isto.
*Conteúdo adaptado de: Gazeta do Povo
Abro aqui um “parêntesis” para dar alguns
exemplos de palavras e expressões dessa novilíngua tão bem retratada por George
Orwell (1903-1950) e que bem ilustram a importância dessa batalha, ao mesmo
tempo em que nos exortam a eliminar esse lixo que vem contaminando seguidas
gerações, destruindo sua capacidade de pensar, manipulando o idioma e cometendo
enormes fraudes semânticas:Homofobia, loby gay, machismo, empoderamento, aquecimento global (ou
mudanças climáticas), patriarcado, ressignificação da família, misoginia, o uso
do x em lugar dos artigos o ou a, afrodescendente, opressão, luta de classes,
golpista, democracia, estado democrático de direito, extrema-direita, mídia
golpista, neoliberalismo, capitalismo selvagem, identidade de gênero, justiça
social, dívida histórica, xenofobia, ocupação (no lugar de invasão),
eurocentrismo, islamofobia, heteronormativismo, elite, classista, burguês,
pobre de direita, negro de direita, direito social, distribuição de renda,
cultura do estupro, apreensão (no lugar de prisão) de menores, função social da
terra, desconstrução, poliamor, homoafetivo, medidas sócio-educativas,
transexualidade, problematização, opressão do homem branco, medieval (aplicado
à Igreja Católica), transfobia, consciência social, função social,
desmatamento, ações afirmativas, minorias, elitista, preconceituoso,
"pública, gratuita e de qualidade", polícia cidadã, relativização,
cidadãos críticos, neo (aqui basta acrescentar qualquer palavra), globalização
(no lugar de globalismo), excluídos, presidenta, dieta balanceada, manifestantes,
inclusão, interrupção voluntária da gravidez, espírito republicano, autonomia
do corpo, direito da mulher ao próprio corpo, católicas pelo direito de
decidir, sociedade justa e igualitária, saúde reprodutiva, questão de gênero,
orientação sexual, autoritarismo (como sinônimo de hierarquia), cadeirante,
indivíduos em situação de risco social (criminosos), demandas do nosso tempo,
bom dia a todos e todas, pessoa em transição entre empregos (desempregado),
sustentabilidade, hipossuficiência e muitas, muitas e muitas outras.
Todo esse discurso contaminado ideologicamente tem uma característica
indisfarçável, que é a negação da verdade integral do homem!
O que se
explica pela orientação marcantemente relativista do socialismo-comunismo e, no
plano prático, pelos conhecidos conselhos do nacional-socialista Goebbels, de
que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade, bem como pelo ensinamento
de Lenin de acusar os adversários do que você faz e chamá-los do que você é.Mas parece que uma nesga de esperança começa a
se descortinar neste final de 2016, em que a esquerda brasileira foi duramente
reduzida e humilhada nas eleições, onde uma presidente petista foi destituída, a
Inglaterra escolheu o Brexit, Hillary Clinton perdeu para Donald Trump,
Hollande teve sérios problemas na França, a bandeira da responsabilidade fiscal
está mais visível e as pessoas estão acreditando cada vez menos nas ditas
soluções políticas de esquerda.A batalha das ideias aí está e o que devemos
fazer para vencê-la, aproveitando-nos dessa aparente derrocada do
esquerdismo?
Agora vou dar apenas 4 sugestões genéricas, ao
mesmo tempo em que indicarei um curso: "Guerra Semântica", criado por Dante
Mantovani, especialista em linguística, para estudar metodicamente o tema e
mostrar como restabelecer a verdade semântica em dez lições, com abordagem
aprofundada e fundamentação sólida:
1)- A primeira coisa que devemos fazer para
ganharmos a batalha da linguagem é nos insurgir contra a mentira. E, para
combatermos a mentira, temos necessariamente de reconhecer que existe a
verdade. Isso não quer dizer, em absoluto, que pretendamos ser seus donos;
apenas que devemos mostrar todo o arsenal de embustes que se esconde atrás
dessa linguagem politicamente correta da esquerda. A mentira não pode
prevalecer durante muito tempo e, em se tratando das ideias socialistas, seu
tempo já é mais do que passado.Assim, reaja sem medo, tão logo você ouvir
alguma dessas palavras ou expressões envenenadas, mostrando que você tem
cérebro e que ele funciona, mesmo se você foi treinado na escola por
professores do método Freire. Mostre que o socialismo-comunismo jamais
funcionou em país algum, não funciona e nunca vai funcionar.Para isso, é
preciso que você faça um pequeno esforço, começando pela supressão dos jornais
e documentários de TV e dos jornais impressos, que estão impregnados de
doninhas. Busque outras fontes de informação. A internet aí está para isso. A
lei da demanda funciona sempre e, portanto, caindo a demanda por esse
verdadeiro lixo, os proprietários de TVs e de jornais terão que se livrar dos
maus jornalistas, que são na verdade militantes. Se não agirem assim, vão
quebrar. Mercado neles!
2)- Se você tem filhos na escola (incluindo
as católicas), acompanhe tudo o que os professores estão fazendo com
eles, porque a responsabilidade é toda sua. Se perceber a existência de
professores militantes, e certamente e inevitavelmente isso vai acontecer,
porque 90% deles vem das universidades públicas equerdizadas, vá à escola e
diga que seu filho não está ali para ser doutrinado, e nem você está pagando
para que ele seja idiotizado por ideias de esquerda ou de direita, mas para
aprender as matérias curriculares. Se a coordenação ou direção da escola não se
mostrar receptiva, ameace trocar de escola. E se nem assim funcionar, troque! Aqui a lei do mercado e da livre concorrência funcionará (pelo ao menos por
enquanto).
3)- Se você é universitário e está cansado
dessa xaropada doutrinadora, desse mimimi esquerdista que domina os cursos de
ciências humanas, especialmente nas universidades públicas, comece a contestar
respeitosamente seus professores. Use argumentos e não se impressione nem com a
idade, nem com a barba e a sandália do seu professor petista ou psolista ou com
aquele vestido sempre comprido e os cabelos desalinhados da professora
marxista, pois a maioria deles não tem argumentos, só sabem repetir jargões e
palavrões! Os que eventualmente apresentarem alguns argumentos, muito
provavelmente irão respeitar também os seus. Se eles não respeitarem você,
ficarão muito mal perante a turma, e você terá ganho uma batalha (não a
guerra).
4)- E se você, tal como eu, é formador de
opinião, ou professor universitário, tenha sempre em mente uma famosa frase de
Mises: “a de que basta haver um solitário e fiel professor que tenha as ideias
certas, e que saiba transmitir sua lógica, em um departamento qualquer, para
que um grande número de alunos se interesse e busque aprofundar-se nelas". E para
incentivar seus seguidores e alunos a não abandonarem seus intentos diante das
enormes dificuldades representadas pela cultura predominantemente de esquerda,
diga para eles que, se eles têm convicção de que suas ideias são corretas,
então sigam a máxima: “A verdade e o sentido é mais importante do
que a velocidade”.
CONCLUSÃO:
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(Dois grandes bispos de Mossoró-RN: Dom José Freire e Dom Mariano
Manzana) |
Segue
Ipsis Litteris o discurso do Bispo Diocesano de Mossoró-RN, Dom Mariano
Manzana, durante as comemorações dos 50 anos da UERN na Assembleia
Universitária, realizada em 28 de setembro de 2018, na cidade de Mossoró-RN,
por ocasião da entrega do título de Professor Honoris Causa ao ao mesmo:
“A Universidade deve ser a transmissora
da ética e da liberdade. Liberdade para pensar, criar, ensinar, criticar e
construir. Não se pode esquecer que ela lida com o saber. E este é livre. No entanto, procura-se, não raro, “encarcerar
a Academia nos grilhões das ideologias e de outros interesses alheios à missão
acadêmica”. Já no Estado Novo, ao ser promulgado o estatuto do magistério
superior, afirmava-se a imprescindível autonomia universitária, como expressão
da liberdade. Ela é inarredável para que possa exercer plenamente suas funções
e cumprir sua autêntica vocação. Autonomia entendida não como privilégio ou
soberania, e sim como prerrogativa de responsabilidade e criatividade, independência e distância de tudo aquilo
que busca manipular o pensar e o saber...”
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