“E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e
de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará
justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura ainda achará fé sobre a
terra?...” (Lucas 18,7-8)
“Um catálogo de pecados descatalogados”. Parece até um trava-língua;
mas, lendo o que vem a seguir, você entenderá a expressão.Declaratio terminorum,
“esclarecimento dos termos”. Catálogo (do latim catalogus, e do grego
katálogos): é uma relação ordenada de objetos (livros, documentos etc.) que
estão relacionados entre si. Descatalogar: tirar objetos que faziam parte de um
catálogo. Neste sentido, é possível
falar, por exemplo, de um catálogo de pecados.
Já
na doutrina de Cristo nós encontramos catálogos de pecados, e desses, alguns
podem ser leves e outros, mortais, ou seja, que separam o homem da união com
Deus, fonte da vida, e que podem conduzir à condenação eterna. No
Novo Testamento encontramos mais de vinte listas de pecados, algumas nos
evangelhos sinóticos, ou seja, no próprio ensinamento de Cristo: “É do interior
do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos,
assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade,
inveja, difamação, orgulho e insensatez” (Mc 17, 21-22; em Mt 15, 19-20
mencionam-se sete). Na parábola do publicano citam-se três: “ladrões,
injustos, adúlteros” (Lc 18, 11). E de outros pecados concretos falam as
parábolas da cizânia, do rico epulão, do homem avaro, do servo infiel, do juízo
final, do escândalo etc.
Também,
nos escritos dos Apóstolos se formulam catálogos de pecados, sobretudo em São
Paulo. A lista mais completa e impressionante encontra-se na Carta aos Romanos
(cf. 1, 24-32), onde achamos denunciado, de maneira muito especial, o nefando
pecado da união homossexual entre homens ou entre mulheres (cf. 1, 26-28).
Outra lista enumera: “Nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem
os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os
bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus”
(1Cor 6, 9-10). “Com tais indivíduos nem sequer deveis comer… Tirai o perverso de
vosso meio” (1Cor 5, 11.13).
Deve
haver, portanto, na consciência dos discípulos de Jesus um sentido bem vivo do
pecado, que nunca considere o mal como bem; que descubra inclusive os pecados
internos, e não somente os que se manifestam em obras externas (“Todo aquele que lançar
um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração”, Mt 5,
28); e que leve em conta não somente os pecados de comissão, mas também
os de omissão (as virgens néscias, cf. Mt 25, 11-13; o servo que não faz render
os seus talentos, 25, 27-29; o juízo final, que indica as obras de caridade
necessárias e não realizadas, 25, 41-46) etc.
Três observações
prévias:
1)-
Primeiro,
um pecado torna-se descatalogado, mais ou menos, quando se dão estes sinais:
a)-
Quando a pregação deixa de falar de uma certa virtude e de assinalar os pecados
que lhe são contrários.
b)-
Quando o pecado se tornou de tal modo generalizado que chega a ser visto como
algo “normal”, que não mais pesa na consciência.
c)-
Quando já é um pecado que não costuma ser acusado no sacramento da Confissão,
nem mesmo pelos poucos cristãos praticantes que continuam se confessando, ou
porque não o consideram relevante ou porque ignoram na prática sua
pecaminosidade, ainda que às vezes tenham dele algum conhecimento doutrinal.
2)-
Segundo,
não tratarei aqui da culpabilidade subjetiva dos que incorrem em pecados
descatalogados. É possível que haja uma culpabilidade atenuada ou quase nula
nas pessoas que incorrem em pecados descatalogados objetivamente graves. Esta é
a doutrina moral, a ignorância invencível, por exemplo, e outras considerações,
sempre comum na Igreja.
3)-
Terceiro,
o catálogo que forneço aqui de pecados descatalogados é muito incompleto.
Justamente por isso, prefiro apresentá-lo de modo desordenado. Exponho alguns
somente a título de exemplo. Seria possível mencionar muitos outros, pois são
muitos os que se dão sobretudo nas igrejas locais que estão em boa parte arruinadas
e à beira da extinção.
SEGUE A LISTA DOS
PECADOS EM PROCESSO DE DESCATALOGAÇÃO NA VIDA DOS CRISTÃOS E DA IGREJA:
I- A
simonia, pode ser um exemplo de pecado descatalogado em grande medida
naquelas regiões e épocas em que se tornou quase que o modo normal através do
qual os filhos dos nobres, mais instruídos e de presença mais forte no mundo,
ascendiam aos altos cargos da Igreja. No século IX muitos senhores consideravam
(erro crasso) que bispados, monastérios e paróquias faziam parte de seus
domínios. Por isso, pensavam que cabia a eles dar a investidura de autoridade
nessas entidades eclesiais. O tráfico dos postos eclesiásticos mais importantes
era considerado geralmente como algo lícito e normal. Era um pecado descatalogado.No
entanto, no século XI e na primeira metade do XII, celebraram-se oito concílios
regionais na Inglaterra, na França e na Itália para erradicar o erro e o pecado
da simonia. A ação de papas como Nicolau II (1058-1061) e Gregório VII
(1072-1085), a obra e pregação de grandes santos, como São Bruno (1030-1101) e
São Bernardo (1090-1153), foram vencendo essa praga. Note-se, porém, que
enquanto a epidemia espiritual da simonia estava com toda a sua força, podia
haver bispos, como de fato houve, abades e párocos bons, ortodoxos e
pastoralmente zelosos, os quais, no entanto, de boa consciência, haviam
ascendido a suas posições por meios simoníacos.
II- O
afastamento crônico da Missa dominical tornou-se um pecado descatalogado. O terceiro mandamento
da lei de Deus ordena que seja dado, em privado e em público, um culto de
louvor, adoração e ação de graças a Deus. Esta obrigação é muito grave, porque
a Igreja existe para a glória de Deus. Por isso, os cristãos não praticantes
são pecadores públicos. Não há vida cristã se não há vida eucarística, já que,
como em vários textos afirma o Concílio Vaticano II, a Eucaristia é a fonte e o
ápice da vida cristã.Pois bem, se a pastoral dos bispos, os párocos, os
catequistas, os professores de seminários e faculdades de teologia, as
publicações católicas em geral não inculcam com todo empenho e frequência a
gravidade do grande preceito dominical, em questão de meio século serão muitas
as igrejas locais em que a assistência à Missa no dia do Senhor passará de 80 a
10% dos batizados. Porque este grave pecado foi descatalogado. Manda a lei canônica
da Igreja:
O domingo, em que se celebra o mistério pascal, por tradição apostólica,
deve guardar-se como dia festivo de preceito em toda a Igreja (cân. 1246).
No domingo e nos outros dias festivos de preceito os fiéis têm obrigação
de participar na Missa; abstenham-se ainda daqueles trabalhos e negócios que
impeçam o culto a prestar a Deus, a alegria própria do dia do Senhor, ou o
devido repouso do espírito e do corpo (cân. 1247).
O Catecismo da Igreja
Católica diz que:
A Eucaristia do domingo fundamenta e sanciona toda a prática cristã. Por
isso os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a
não ser por motivos muito sérios… ou se forem dispensados pelo próprio pastor. Aqueles que deliberadamente faltam a esta
obrigação cometem pecado grave (n. 2181).
Ou
seja, afastam-se da vida cristã.Portanto, o cristão que se ausenta
voluntariamente e durante um longo tempo da Eucaristia, podendo assistir a ela,
por isso mesmo está em pecado mortal. É importante, sem dúvida, que ele o
saiba. E o fato de esse pecado ter sido ilicitamente descatalogado em sua
igreja local não muda a realidade das coisas. A participação na Missa
dominical, antes de ser um preceito canônico, é uma necessidade ontológica: “Se
não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis
a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida
eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 53-54).
III- A
passividade da autoridade apostólica para combater eficazmente heresias e
sacrilégios é objetivamente um grave pecado que, já há vários decênios, está
descatalogado em
grande parte da Igreja. Como vários papas declararam em mais de uma ocasião,
são inumeráveis as heresias atuais, e essas heresias e sacrilégios perduram com
frequência durante muitos anos porque permanecem impunes.As reprovações tardias
de erros graves dão lugar à ampla difusão de heresias entre o povo cristão. No
caso do Pe. Anthony de Mello (1931-1987), a enérgica reprovação da Congregação
para a Doutrina da Fé se produziu em 1998, doze anos depois de sua morte. O
próprio documento advertia tratar-se de um autor “muito conhecido pelas suas
numerosas publicações, que, traduzidas para diversas línguas, tiveram uma
notável difusão em muitos países”. Só depois de uns vinte ou trinta anos de seu
reinado impune em livrarias religiosas, também diocesanas, foram reprovados os
seus graves erros.Paulo VI falou de uma Igreja em estado de “autodemolição”
[1]. Efetivamente, por ser a fé o fundamento da Igreja, as heresias são as
causas principais de sua destruição. João Paulo II atesta que “foram divulgadas
prodigamente ideais contrastantes com a Verdade revelada e desde sempre
ensinada; foram difundidas verdadeiras heresias, em campo dogmático e moral”
[2]. O Cardeal Ratzinger, um mês antes de ser constituído papa, disse na Via
Sacra no Coliseu: “Quanta soberba, quanta autossuficiência!… Senhor, muitas
vezes a vossa Igreja parece-nos uma barca que está para afundar, uma barca que
mete água por todos os lados. E mesmo no vosso campo de trigo, vemos mais
cizânia que trigo” [3].E como foi isso possível? A resposta Cristo no-la dá:
“Na hora em que seus homens dormiam, veio o seu inimigo, semeou joio no meio do
trigo e partiu” (Mt 13, 25). São os bispos, juntamente com o papa, constituídos
como episcopoi (vigilantes), os principais guardiões da ortodoxia na Igreja.
Manda a lei canônica
da Igreja:
Seja punido com pena justa: 1.°, quem ensinar uma doutrina condenada pelo Romano Pontífice ou pelo Concílio
Ecumênico ou rejeitar com pertinácia a doutrina referida no cân. 752 (sobre o
Magistério autêntico em fé e costumes), e, admoestado pela Sé Apostólica ou
pelo Ordinário, não se retratar (Cân.
1371).
Pode-se
dizer que esta norma grave, seja punido, ao menos em uma parte importante da
Igreja, tem sido sistemática e ilicitamente descumprida pelos pastores. O
respeito liberal para com a liberdade de expressão tem prevalecido sobre o
valor da ortodoxia e da ortopraxis. Grandes heresias são difundidas impunemente
nas cátedras, nos seminários, nas paróquias, na catequese, nas livrarias
religiosas, inclusive as diocesanas, por décadas. Grandes abusos
litúrgicos acontecem reiteradamente em paróquias, conventos e reuniões, sem que
ninguém os corrija eficazmente.Tudo isso indica que a autoridade apostólica se
debilitou muito na doutrina e na disciplina. E essa é uma das causas principais
de não poucos bispos, em trinta anos, terem perdido a metade ou dois terços do
rebanho cristão que o Senhor lhes havia confiado… A omissão do exercício da
autoridade apostólica tornou-se em muitos lugares da Igreja um pecado
descatalogado.Por ser a fé o fundamento da Igreja, as heresias são as causas
principais de sua destruição.
IV - A
falta de pudor é um pecado descatalogado para a maior parte dos católicos. Levando-se em conta
unicamente os leigos, é possível dizer que o senso de pudor subsiste apenas em
um punhado de “sobreviventes”. Digo isso principalmente com relação ao modo de
se vestir.A Escritura ensina que Adão e Eva, depois de seu primeiro pecado, ficaram
com vergonha de sua nudez, e que o próprio Deus fez para eles “umas vestes de
peles, e os vestiu” (Gn 3, 21). Deus quer vestimentas para o homem ferido pelo
pecado. Em Israel e na Igreja, fiéis à vontade divina, sempre foi pregado aos
fiéis o pudor no modo de se vestir e nos costumes, ainda que às vezes essa
virtude tivesse de ser vivida e guardada no meio de um mundo totalmente
impudico.Jesus ensinou que “todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma
mulher, já adulterou com ela em seu coração” (Mt 5, 28). Por isso, ainda que no
mundo da Igreja dos primeiros séculos a nudez fosse frequente em fontes
termais, teatros, academias e festas, os Santos Padres e as leis da Igreja
sempre fomentaram o pudor e reprovaram tanto os banhos termais e a imodéstia
quanto os espetáculos obscenos, que, como muitas praias, piscinas e espetáculos
de hoje, eram ocasiões próximas de pecado.Registre-se que a modéstia das mulheres
cristãs era para não poucos pagãos antigos uma revelação, que colaborou
decisivamente para a evangelização do mundo greco-romano. A apostasia moderna
conduziu a uma restauração da falta de pudor pagã, ao ponto de em grande parte
da Igreja ter-se tornado um pecado descatalogado. As mulheres e os
homens podem exibir-se quase nus nas praias, piscinas e academias, prosseguindo
com o despudor em suas vidas ordinárias, sem que os pastores e teólogos morais
digam qualquer coisa contra. Alguns deles inclusive consideram a nudez como um
progresso na história cristã, como uma irrenunciável evangelização do corpo
humano.
V - A
contracepção tornou-se um pecado descatalogado para uma grande parte da Igreja. Incorre nela de modo
sistemático a maioria dos matrimônios cristãos, situação muito compreensível se
se leva em conta o silêncio quase absoluto sobre essa questão, ou o mau
ensinamento que se deu e que se dá sobre ela em pregações, catequeses,
publicações, cursos pré-matrimoniais, confissões.O aborto elimina uma vida
humana na qual Deus já infundiu uma alma, e a contracepção é um horror
semelhante, pois sobrepõe a vontade do matrimônio à possível vontade de Deus,
eliminando cronicamente a concepção dos filhos. O aborto é mais ou menos
combatido na Igreja, mas a contracepção tem de fato sido admitida pelo silêncio
de muitas igrejas locais. A contracepção resiste a Deus, baixa enormemente o
índice de natalidade, deixa-nos sem filhos, leva ao suicídio demográfico,
corrói profundamente a união conjugal e é uma das causas principais do grande
número de separações, divórcios e adultérios. Não seria gravemente urgente
combatê-la?.Uma praga assim tão terrível só pode ser vencida pela reafirmação
da verdade de Cristo e de sua Igreja: “Qualquer ato matrimonial deve permanecer
aberto à transmissão da vida” [4]. São João Paulo II ensina que, “ao qualificar
o ato contraceptivo como intrinsecamente ilícito, Paulo VI quis ensinar que a
norma moral não admite exceções: nenhuma circunstância pessoal ou social jamais
pôde, pode e poderá converter tal ato em algo por si mesmo ordenado” [5].
VI- O
adultério não foi descatalogado em toda a Igreja, mas em algumas igrejas locais
está a caminho de sê-lo, não obstante as palavras claríssimas de Cristo a esse
respeito: “Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra
a primeira. E se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete
adultério” (Mc 10, 11-12).O Salvador dos homens, Jesus Cristo, é o restaurador
do matrimônio em sua verdade original, monogâmico e indissolúvel. “Não
cometerás adultério” (Rm 13, 9). “Não vos enganeis… os adúlteros não herdarão o
Reino de Deus” (1Cor 6, 9-10). O pecado de adultério, com os de heresia e
homicídio, sempre foi incluído pela Igreja nos antigos catálogos de pecados
mais graves, entre os que são objeto de uma disciplina penitencial mais severa.
VII- A
prática da homossexualidade, não a tendência, é claro, também, está a caminho
de ser um pecado descatalogado, ao menos na prática, em certas igrejas
locais. Há algumas que, de maneira informal e sub-reptícia, já até dispõem de
rituais para a bênção de pares homossexuais em templos católicos, como
se Deus abençoasse a uma depravação destas. Ao contrário, tanto em Israel como
na Igreja, os atos homossexuais sempre foram considerados com especial horror,
como o nefando vício da sodomia. “Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os
apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que os atos de
homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei
natural” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2357).É significativo que, no Antigo
Testamento, “por causa da dureza dos corações”, de algum modo se chegou a
tolerar o divórcio, as chamadas segundas “núpcias”, e até a poligamia; mas
jamais se aceitou o vício sodomita, que atrai inevitavelmente o castigo de Deus
(como se deu em Sodoma e Gomorra).São Paulo, no elenco de pecados que descreve
nos pagãos, menciona a prática homossexual em termos muito duros, como pecado
contra naturam (cf. Rm 1, 24-27). Mas o mesmo não costuma ser mencionado nos
catálogos de pecados da Igreja antiga, em parte por ser já um pecado em grande
medida desaparecido, e também como se se aplicasse a esse pecado a norma
paulina: nec nominetur in vobis, “nem se mencione entre em vós” (Ef 5, 3-4).
CONCLUSÃO:
A
descatalogação dos pecados graves constitui hoje a principal causa da ruína de
não poucas igrejas locais. É a causa e é o principal efeito. Diferentemente dos
outros pecados, esses que são “tirados de catálogo” não são combatidos e
persistem tranquilamente impunes em nossa época. Como os espinheiros da
parábola, que sufocam a virtude evangélica semeada por Cristo Salvador, eles
acabam com a vida cristã dos povos.Que São João Batista, mártir, interceda por
nós, a fim de que, seguindo sua missão e a de Jesus Cristo, também nós hoje
vivamos no mundo “para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37), da verdade de
Cristo, que vence o pecado, a carne, o mundo e o diabo, pai da mentira.Mas tudo é feito em nome do amor, dizem
alguns, mas qual a amor? O de Deus? Ou, o depravado amor humano?Hoje em dia não
há palavra mais desgastada que a palavra amor. Hoje, o amor significa "tô afim", significa apenas
desejo momentâneo e meramente genital. Os membros do Estado
Islâmico dizem que "amam" matar os infiéis, os drogados
"amam" as drogas, os defensores do casamento gay dizem que os gays
podem se casar porque "se amam". Os defensores da poligamia também querem se casar, porque se amam.
Daqui a pouco os defensores do incesto, da Zoofilia e da pedofilia dirão o
mesmo.
A palavra "amor" deveria sofrer uma
moratória, fosse apenas usada com o mesmo respeito que os judeus usam a palavra
Deus (no tetragrama YWHW). Eles
têm medo de falar a palavra Deus, por receio de usar a palavra em vão. Deveríamos
hoje também reverenciar a palavra AMOR, pois o mundo hoje "ama" os pecados e odeia as virtudes.
Referências:
-Papa
Paulo VI, Discurso aos membros do Pontifício Seminário Lombardo, 7 dez. 1968.
-Papa
S. João Paulo II, Discurso aos congressistas de “Missão ao povo para os anos
80”, 6. fev. 1981, n. 2.
-Cardeal
Joseph Ratzinger, Jesus cai pela terceira vez, em: Via-Sacra no Coliseu (est.
IX), 25 mar. 2005.
-Papa
Paulo VI, Carta Encíclica Humanae Vitae, 25 jul. 1968, n. 11.
-Papa
S. João Paulo II, Discurso aos participantes do II Congresso Internacional de
Teologia Moral, 12 nov. 1988, n. 5; cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2370.
*Este
texto, de autoria do Pe. José María Iraburu e presente em seu blog “Reforma e apostasía”,
foi traduzido, e parcialmente adaptado para esta publicação.
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