(a esquerda está decepcionada e dividida contra ela mesma)
Uma das máximas que, vez ou outra,
reaparece em terras tupiniquins é que na CONTRA REVOLUÇÃO COMUNISTA dos
militares, a esquerda era mais unida!De 1974 a 1980, a quase totalidade dos
agrupamentos (ou organizações de esquerda, cuja sigla “O” definia seu status de
combate) já havia realizado sua autocrítica em relação às ações armadas que
haviam afastado a luta pelo fim da ditadura dos temas de conversas de
trabalhadores e população mais sofrida. Foi a senha para a aproximação com
setores das igrejas católicas e protestantes, principalmente as envolvidas com
os princípios da Teologia da Libertação. Muitas organizações não-governamentais
e campanhas nasceram desta aliança. O trabalho de formação de lideranças foi se
multiplicando país afora, e se infiltrando em setores estratégicos.
O que unia as esquerdas brasileiras
era o fim do REGIME MILITAR. Mas, em determinado momento, o debate sobre a
construção de organizações autônomas dos trabalhadores e populações pobres
dividiu a “grande família”. Algumas organizações tradicionais da esquerda
brasileira se consideravam representantes legítimos da classe operária e não
entendiam os motivos para a criação de organismos autônomos, não alinhados aos partidos
e orientações de direções e cúpulas experimentadas. Renascia no Brasil, a
tradicional divergência sobre organizações de quadros ou organizações de massa,
enfim, A VELHA TENTAÇÃO DO PODER. Outro tema que mais dividia e unia era a
noção de “poder popular”, um mantra para qualquer pessoa de esquerda e que
também dividiu os dirigentes da revolução russa (alguns juram de pés juntos que
este foi um dos motivos da ruptura de Che Guevara com Fidel).Contra o Regime
Militar, é verdade, havia alianças com liberais e até conservadores de ilibada
condição ética, que repudiavam a violência de Estado, a censura e a
arbitrariedade. Durante a campanha das Diretas podemos citar por exemplo: "Severo
Gomes". Um gentleman. Profundamente respeitoso
e paciente. Não devia ser fácil tolerar os “barbudinhos” babando que nem
cachorro doido a criticar as "ZILITIS deste país". Este senhor que tinha um
estranho tique nervoso quando falava, era pedagógico, didático e firme. Havia
sido ministro em dois governos militares (Castelo Branco e Geisel), mas se
converteu à luta pela democracia, como Teotônio Vilela, que de udenista e
senador pela ARENA, se revelou o grande “Menestrel das Alagoas”.
A direita, contudo, era firme em seus
propósitos! Primeiro, defendia aquele momentâneo "Estado Militar" como
garantidor da ordem social e desenvolvimento. Estado e nação se confundiam no
seu discurso, tendo as armas como ameaça aos aventureiros, inflamados pelo infantilismo
doentio da sociedade civil. Havia, ainda, o discurso moralista que atacava a
corrupção. Porém num regime fechado, sem fiscalização ou possibilidade dos
cidadãos controlarem os governos, forma-se uma cadeia de lealdades
subterrâneas, tanto de direita, como de esquerda, um acobertando outro, o que
facilita o deslize moral. Num regime ditatorial, seja de esquerda ou direita, o
discurso contra a corrupção só vale para o outro, aquilo que se costuma chamar hoje de INDIGNAÇÃO SELETIVA. Hoje ambos os lados costumam
propagar que não há mais direita e esquerda, e ambos tentam roubar bandeiras, discursos, e palavras de ordem um
do outro.
Muito bem dizia Alain Touraine sobre o Brasil:
“Trata-se de um país
peculiar! Quem se diz socialista é socialdemocrata, quem se diz socialdemocrata
é liberal, e quem se diz liberal é conservador”.
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