Por o catequista
Em uma homilia recente, o Papa Francisco disse: “não é possível encontrar Jesus fora da Igreja! O grande Paulo VI dizia: é uma dicotomia absurda querer viver com Jesus sem a Igreja, seguir Jesus fora da Igreja, amar Jesus sem a Igreja...”
Papa Francisco deixou bem claro que estava falando da Igreja “hierárquica e católica”. Bem, se não é possível encontrar Jesus fora da Igreja Católica, não é possível salvar-se fora dela. Afinal, ninguém chega ao Pai senão por meio dEle. E como ficam os membros de outras religiões? Sabemos que existem muitos membros de outras religiões que dão um testemunho belo e sincero de fé até melhor do que nós Cristãos! E as pessoas de outras religiões que nunca tiveram a oportunidade de receber o anúncio de evangelho e não foram devidamente catequisadas?Em primeiro lugar, é preciso que tenhamos claro uma coisa: Deus não é um legislador legalista, frio e inflexível. Ele sabe que há pessoas que não têm culpa de não crerem em Seu Filho e na Sua Igreja (ou que têm sua culpabilidade atenuada). E isso pode ocorrer por diversas razões:
1)- Porque ainda não tiveram a graça de serem alcançadas pelo anúncio do
Evangelho como nós tivemos.
2)-Porque infelizmente pelo nosso contra testemunho de Cristãos tiveram
uma experiência negativa com os católicos,evangélicos,ou Cristãos de vida
medíocre,e contrária ao ensinamento de Cristo, ou porque receberam uma
catequese ruim, e assim formaram uma má impressão da Igreja e do Cristianismo.
3)-Porque estão submetidos a fortes condicionamentos culturais: Nascidos
em países não Cristãos, ateus, etc.
“Ignorância invencível” - é assim que a Igreja nomeia essas condições extremamente desfavoráveis para o conhecimento e o acolhimento da verdadeira fé
É como um forte bloqueio, que impede a pessoa de dizer sim a Cristo e à Sua Igreja. Por isso, Deus não vê como culpados aqueles que ignoram a verdadeira religião, quando sua ignorância é invencível.Existem na Igreja dois princípios fundamentais a cerca deste assunto:
1)-O primeiro é que Deus quer que todos os homens
se salvem e que cheguem ao conhecimento da verdade, como diz Paulo na segunda
carta a Timóteo. Conhecer, neste sentido, equivale a aderir, acolher na própria
vida o Senhor.
2)- O segundo: historicamente, o Evangelho não
chegou a conquistar todos os corações, seja porque não chegou materialmente a
todos os lugares da Terra, seja porque, ainda que chegue, nem todos o acolhem.
Sobre isso, nos diz a teóloga Ilaria Morali, professora de teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, especializada no tema da Graça:“A doutrina cristã da salvação é muito clara”. Para explicá-la, recorreria a dois textos do Magistério:
1)-O primeiro é um discurso de Pio IX com ocasião do consistório que aconteceu em 8 de dezembro de 1854, por ocasião da solene proclamação do dogma da Imaculada Conceição. O Papa disse que:
“Os que ignoram a verdadeira religião, quando sua ignorância é invencível, não são culpados deste fato ante os olhos de Deus.”
2)- Anos depois quis retomar este ensinamento declarando o sentido da ignorância invencível na carta encíclica «Quanto conficiamur moerore», de 1863.É sabido que escreveu:“Os que observam com zelo a lei natural e seus preceitos esculpidos por Deus no coração de todo homem podem alcançar a vida eterna se estão dispostos a obedecer a Deus e se conduzem numa vida reta...”
Pio IX voltou a propor uma convicção consolidada já há séculos na teologia cristã:“há homens e mulheres que, por várias razões, seja por condicionamentos culturais, seja por uma experiência ou um contato negativo com a fé cristã, não chegam ao consentimento da fé.” Ainda que pareça que estas pessoas rejeitem conscientemente a Cristo, não se pode emitir um juízo inquestionável sobre esta rejeição. Ignorância invencível indica precisamente uma condição de falta de conhecimento com respeito a Cristo, à Igreja, à fé, falta de conhecimento que, pelo momento, não pode ser superado com um ato de vontade.
A pessoa está bloqueada, como impossibilitada para chegar ao «sim» da fé.Como experimentamos todos os dias entre nossos conhecidos, as razões pelas quais muitas pessoas dizem não a Cristo são múltiplas: Uma desilusão, uma traição, uma má catequese, um condicionamento cultural e social,etc.Pio IX mesmo admitiu a dificuldade de delimitar os casos de ignorância invencível, perguntando-se:«quem terá o poder de determinar os limites dessa ignorância segundo a índole e a variedade dos povos, das regiões, dos espíritos e de tantos outros elementos? » Pio IX ensina-nos, pois, uma grande prudência e um grande respeito por quem não tem o dom da fé em Cristo:
1)- Não somos capazes de compreender plenamente as
razões de uma rejeição da fé, nem podemos saber com certeza, quem
aparentemente parece que não ter fé, na realidade, muitos tem uma forma apenas imperfeita de fé.
2)- Para nós, cristãos batizados é bom recordar que nosso batismo não é uma garantia automática de salvação. Se assim fosse, o esforço por conduzir uma vida cristã seria inútil.Cada cristão deve esforçar-se por merecer esta salvação com uma vida de fidelidade a Deus, de caridade para com os irmãos, de boas obras. Contudo, ninguém pode estar seguro da própria salvação, porque só Deus tem o poder de concedê-la.”
Nos ensinou o Concílio de Trento:
"Depois da promulgação do Evangelho, não pode
dar-se [a justificação do ímpio] sem o lavatório da regeneração [Cânon 5, sobre
o Batismo] ou por seu desejo, conforme está escrito: "Se alguém não tiver
renascido pela água e pelo Espírito Santo, não pode entrar no reino de
Deus"( Jo. VIII, 5) ( Denzinger, 796).
Portanto, o Concílio de Trento ensinou infalivelmente que existe o batismo de desejo.Esse batismo de desejo, que, como dissemos, é o de uma pessoa que pratica a lei de Deus como está inscrita na natureza, não tem necessidade de ser explícito. Aliás, não poderia ser de outro modo, naturalmente, pois a pessoa em estado de ignorância invencível não pode conhecer que existe o sacramento do Batismo. Conclui-se, pois, que uma pessoa em estado de ignorância invencível pode possuir o batismo de desejo, ainda que simplesmente implícito, e, por esse batismo de desejo, ela pertence à alma da Igreja, embora não a seu corpo visível, e pode se salvar.“Deste modo, o dogma que ensina que "fora da Igreja não há salvação" continua firme e válido, pois a pessoa em ignorância invencível, e que obedece à lei natural, pertence, de fato, à alma da Igreja.”Por isso, o Papa Pio IX, depois de reafirmar o dogma de que:"Fora da Igreja não há salvação, ressalvou na Alocução Singulari Quadam, de 1854, que deve ser entendido que não têm salvação os que estão fora da Igreja por alguma culpa própria.” Ensinou Pio IX:"Com efeito, pela fé há de sustentar-se que fora da Igreja Apostólica Romana ninguém pode salvar-se; que esta é a única arca da salvação, que quem nela não tiver entrado, perecerá como no dilúvio. Entretanto, também é preciso ter por certo que aqueles que sofrem de ignorância da verdadeira religião, se aquela [ignorância] é invencível, não são eles ante os olhos do Senhor réus por isso de culpa alguma. Ora pois, quem será tão arrogante que seja capaz de assinalar os limites desta ignorância, conforme a razão e a variedade de povos, regiões, caracteres e de tantas outras e tão numerosas circunstâncias?" (Pio IX, Alocução Singulari Quadam, 1854, Denzinger, 1647). Pio IX confirmou a mesma doutrina na Encíclica Quanto Confficiamur Moerore de 10-VIII-1863 - Condenado que o liberalismo, defensor da tese de que há salvação fora da Igreja, quanto o rigorismo jansenista, que não admitia que Deus concedesse qualquer graça capaz de salvar fora da Igreja, ou que recusava o batismo de desejo.Ensinou Pio IX de novo: "E aqui, queridos Filhos e Veneráveis Irmãos, é preciso recordar e repreender novamente o gravíssimo erro em que se acham miseravelmente alguns católicos, ao opinar que homens que vivem no erro e alheios à verdadeira fé e à unidade da católica possam chegar à eterna salvação. O que certamente se opõe em sumo grau à doutrina católica. Coisa notória é para Nós e para Vós que aqueles que sofrem de ignorância invencível acerca de nossa santíssima religião, que cuidadosamente guardam a lei natural e seus preceitos, esculpidos por Deus nos corações de todos e que estão dispostos a obedecer a Deus e levam vida honesta e reta, podem conseguir a vida eterna, pela operação da virtude da luz divina e da graça; pois Deus, que manifestamente vê, esquadrinha e sabe a mente, ânimo, pensamentos e costumes de todos, não consente, de modo algum, conforme sua suma bondade e clemência, que ninguém seja castigado com eternos suplícios, se não é réu de culpa voluntária. Porém, bem conhecido é também o dogma católico, a saber, que ninguém pode salvar-se fora da Igreja Católica, e que os contumazes contra a autoridade e definições da mesma Igreja, e os pertinazmente divididos da unidade da mesma Igreja e do Romano Pontífice, sucessor de Pedro, 'a quem foi encomendada pelo Salvador a guarda da vinha', não podem alcançar a eterna salvação" (Pio IX,Quanto Confficiamur Moerore, Denzinger, 1677). - Ainda no século XX, durante o pontificado de Pio XII, o Santo Ofício, ao ter que condenar os erros do Padre Leonard Feeney,negador da existência do batismo de desejo , reafirmou em carta ao Arcebispo de Boston, tanto o dogma de que "fora da Igreja não há salvação", como a legitimidade do chamado "batismo de desejo".
Ensinou o Santo Ofício, em 1949, nessa carta contra
o Padre Feeney:
"Entre as coisas que a Igreja sempre pregou e
nunca deixa de pregar, está contida aquela sentença infalível que nos
ensina que "fora da Igreja não há salvação". Este dogma,
entretanto, deve ser entendido no sentido em que a própria Igreja o entende.
Nosso Senhor, de fato, não confiou a explicação das coisas contidas no depósito
da fé aos julgamentos privados, mas sim ao magistério eclesiástico."
"E em primeiro lugar, a Igreja ensina que
neste caso se trata de um rigorosíssimo preceito de Jesus Cristo. De fato, Ele
mesmo disse explicitamente aos seus discípulos que ensinassem todos os povos a
observar o que Ele havia ordenado. (cfr. Mt XXVIII, 19-20). Entre os
mandamentos de Cristo, não tem menos valor aquele que nos ordena que os
incorporemos, com o batismo, ao Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, e a
aderirmos a Cristo e ao seu Vigário, por meio de quem Ele mesmo governa na
terra de modo visível a Igreja. Por isso, não se salvará aquele que,
sabendo que a Igreja foi divinamente instituída por Cristo, não aceitar, mesmo
assim, submeter-se à Igreja, ou recusar a obediência ao Pontífice Romano,
Vigário de Cristo na terra.
"O Salvador, então, não só predispôs em um
preceito que todos os povos deveriam aderir à Igreja, como chegou a estabelecer
que a Igreja era o meio de salvação sem o qual ninguém poderia entrar no Reino
da glória celeste."
"Daqueles meios para a salvação que só por
instituição divina, e não por necessidade intrínseca, estão dirigidos para o
fim último, Deus, na sua infinita misericórdia, quis que, em certas
circunstâncias, seus efeitos, necessários para a salvação, pudessem ser obtidos
também quando estes meios sejam ativados apenas pelo anseio ou
pelo desejo. Isso vemos claramente enunciado no sagrado Concílio de
Trento, quer em relação ao sacramento da regeneração, quer a respeito do
sacramento da penitência."
"Nas devidas proporções, o mesmo deve ser dito com relação à Igreja, já que esta é um meio geral de salvação. Pois, para se obter a salvação, não se exige a incorporação real (reapse), como membro, à Igreja, mas é exigido, pelo menos, a adesão a esta pelo voto e o desejo (voto et desiderio). Não é necessário que este voto seja sempre explícito, como se exige dos catecúmenos. Se o homem sofre de ignorância invencível, Deus aceita um voto implícito, assim chamado porque contido naquela boa disposição da alma com a qual o homem quer a sua vontade conforme à vontade de Deus."
"Estas coisas são claramente ensinadas na
[encíclica de Pio XII Mystici Corporis Christi] em relação ao Corpo
Místico de Jesus Cristo [...] Quase no final desta encíclica [...] convidando à
unidade, com o espírito cheio de amor, aqueles que não pertencem à estrutura da
Igreja Católica [o Sumo Pontífice] recorda aqueles que, "por anseio
ou desejo inconsciente, estão ordenados para o Corpo Místico do Redentor";
não os exclui absolutamente da salvação eterna, mas, por outro lado, afirma que
eles se encontram em um estado no qual "nada pode assegurar-lhes a
salvação [...] pois que são privados de muitos e grandes socorros e favores
celestes que só podem ser desfrutados na Igreja católica."
"Com estas prudentes palavras, desaprova tanto
aqueles que excluem da salvação eterna todos os que aderem à Igreja apenas com
um voto implícito, como aqueles que defendem falsamente que os homens podem ser
igualmente salvos em qualquer religião."
"E não se deve nem mesmo pensar que seja
suficiente um desejo qualquer de aderir à Igreja para que o homem seja salvo.
Exige-se, realmente, que o desejo mediante o qual alguém é ordenado à Igreja
seja moldado pela perfeita caridade; e o voto implícito não poderá ter efeito
se o homem não tiver a fé sobrenatural" (Carta do Santo Ofício ao
Arcebispo de Boston, 1949. Denzinger, 3866 -3872).
Nesses vários documentos do Magistério
Extraordinário e Ordinário da Igreja, fica patente a extrema Sabedoria
infalivelmente divina com que os Papas ensinam os fiéis da Santa Igreja,
evitando todos os excessos e erros, quer por laxismo liberal, quer por um
rigorismo sem misericórdia, típico do jansenismo.
APROFUNDAMENTO TEOLÓGICO SOBRE A IGNORÃNCIA "VENCÍVEL E INVENCÍVEL"
A ignorância é a falta de conhecimento devido. Como
a privação ignorância é ruim para a inteligência. A ignorância pode ser
vencível e invencível:
1)- Ignorância vencível: não completa e pode ficar de fora. Antes de agir deve deixar dúvidas. Se você não quer saber, não desculpa a ignorância da culpa, no entanto, pode agravar a culpa, como ignorância ou querido diretamente vagamente estragado. Embora a ignorância vencível alivia a culpa, permanece o dever de buscar a verdade, para agir conscientemente. A ignorância é superável quando você tem os meios suficientes para sair dela, quer sejam ou não obrigados a fazê-lo, já que não há obrigação de comprar o conhecimento do que é ignorado, e que o aviso de objetivamente existe. Esta ignorância é chamada crassa ou supina se não for aplicado quase todos os meios para eliminá-lo, especialmente quando se lida com pessoas cuja profissão é forçada sobre eles. É afetada, quando realizada em finalidade; quer positiva quer fomentar embolsando saber o que pedir para permanecer firme realizando algum mau propósito, que a vontade podia recusar se propor a compreensão da verdadeira condição de coisas. A ignorância é simplesmente grave, quando, sem ser grosseiro, ainda mantém grande risco conscientemente cometer desordens morais notáveis por sua causa. E então, assim como o crasso e os afetados podem temer as mesmas conseqüências, é pecado grave.
2)- Ignorância invencível: é completa e, portanto, não se reconhece ignorada e por esta razão é insuperável. Precede a ação e conhecimento suficiente para prevenir, destruir ou responsabilidade voluntáriaDenomina ignorância invencível, quando não pode ser superada física ou moralmente, ou seja, incapacidade absoluta, como em crianças e os loucos, ou sobre a deficiência, e os adultos em uma dada situação não tem os meios para sair lo. Esta ignorância vem, portanto, de uma causa involuntária, ou que não tenham vindo a perceber, sem negligência culposa, quando era hora de ser capaz de informar, em seguida, descobriu que era impossível sair deste estado. Entendemos que pode haver uma ignorância invencível sim, mas que pode ser batida na causa, quando no momento de fazer que não pode ser ultrapassado, mas pode e deve evitar que a situação antes, quando era conhecido, pelo menos, de forma desordenada, dever de fazê-lo.
Princípios morais gerais:
1)- A Ignorância priva o ato (em si mesmo ou
aspecto ignorado ou despercebido do ato) têm moralidade formal por objeto ou
por as mesmas circunstâncias desconhecidas em si ou em relação a este assunto,
se conhecido como essas modalidades, quando o ato foi executado precisamente
por causa do que a ignorância.
2)- Quando você vai executar algo por desconhecimento da história e entendimento, ou seja, não está pronto para ser executado se soubesse a verdadeira realidade, que ele faz é estritamente não-intencional. A Igreja condenou a proposição jansenista que:"mesmo se a ignorância invencível da lei natural no estado de natureza decaída do pecado não é desculpa faz formais atos pecaminosos" (Denz.Sch. 2302).
3)- Educadores tem que colocar um grande esforço
para aumentar a consciência do dever de todo homem de procurar a verdade e
saber a ordem certa da moral, aplicando-se diligentemente para adquirir o
conhecimento necessário para o cumprimento dos deveres naturais (profissional,
social, etc .), aquelas feitas pelo batismo ou casamento, e, em geral, para
qualquer compromisso pessoal.
Sobre a salvação dos "não-católicos",
duas coisas devem ficar claras:
1. fora da Igreja não
há salvação! Isso é dogma, ou seja, é uma verdade de fé que deve ser aceita por
todo católico.
2. aqueles que,
sem culpa, desconhecem Cristo e a Sua Igreja, mas buscam a Deus sinceramente e
tentam cumprir a Sua vontade não estão fora da Igreja. Eles fazem parte da
alma da Igreja e, assim, podem conseguir a salvação.
Como serão julgados os
não-católicos?
São Paulo, em uma de suas cartas, fala que a noção básica do que é bom e do que é mau está inscrita nos corações das pessoas, inclusive daquelas que jamais ouviram falar de Jesus. Isso se chama “lei natural”. “Os pagãos não têm a Lei. Mas, embora não a tenham, se fazem espontaneamente o que a Lei manda, eles próprios são Lei para si mesmos.Assim mostram que os preceitos da Lei estão escritos nos seus corações; a sua consciência também testemunha isso, assim como os julgamentos interiores, que ora os condenam, ora os aprovam.” (Romanos 2, 14-15). Diante de Deus, então, os não-católicos serão julgados conforme a sua fidelidade àquilo que aprenderam que é certo ou errado. Certamente, seus conhecimentos sobre o bem e o mal são muito limitados, pois não puderam conhecer a plenitude da verdade na Igreja Católica. E Deus levará essa desvantagem em conta, como atenuante.É justo que os menos favorecidos sejam menos cobrados. Afinal, Deus julga não somente as ações, mas as intenções e a condição que cada um tem para compreender se o que faz é bom ou mau. Na parábola do mau administrador, Cristo diz:“Todavia aquele empregado que, mesmo conhecendo a vontade do seu senhor, não ficou preparado, nem agiu conforme a vontade dele, será chicoteado muitas vezes.Mas o empregado que não sabia e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido…” (Lucas 12, 47-48).Isso quer dizer que nós católicos seremos julgados com muito mais rigor do que aqueles que ignoram a palavra de Deus, ou aqueles que a conhecem de modo parcial. Somos privilegiados: tivemos a oportunidade de receber muito mais amor, muito mais graças, muito mais consolações e muito mais sabedoria do que os demais membros de outras religiões e ou, denominações Cristãs.
UM EXEMPLO:
Em muitas tribos indígenas brasileiras, são enterrados vivos bebês e crianças com deficiência, filhos de mães solteiras e gêmeos. Notem que tal crueldade é feita com base nas crenças arraigadas da tribo, que julgam estar realizando algo bom para o grupo, e não por crueldade. Agora, imaginem um casal católico, que recebeu a catequese de modo adequado, que frequenta as missas… A esposa, grávida, descobre que o bebê tem Síndrome de Down ou anencefalia e, então, o casal resolve fazer um aborto. Será que no dia do Juízo a mão de Deus recairá sobre esses índios não-catequizados com o mesmo peso que sobre o casal católico? Lembremos que o princípio da ignorância invencível não se aplica a todos os casos de descrença na fé da Igreja. Por isso, não terão salvação aqueles que, voluntariamente, fazem-se cegos e surdos para o Evangelho. “Quem não crer, será condenado” (Marcos 16,16). Rezemos pela conversão dos pecadores. Rezemos também para que sejamos capazes de dar testemunho de Cristo com nossas palavras e ações, já que muitos não creem por nossa culpa, quando escandalizamos os demais com a nossa falta de amor e incoerência.
"Que todos sejamos um, para que Cristo seja um com todos!"
Fonte: O Catequista
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