RITO ROMANO DO OFÍCIO DAS TREVAS
(Obs.: Para este ofício utilizamos como base o a estrutura do Ofício Divino das Comunidades).
Havendo sacerdote ou
diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir vestes corais de
acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os demais clérigos usam
também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir, deve haver um
cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É
bom haver um grupo de cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos.
Se
apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações
indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar
ou hábito, com sobrepeliz.
No centro do local onde
se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro antes do presbitério,
coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e orações. O presbítero
sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um diácono e o
cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo o diácono a
presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se houver. O
Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do
Cerimonial dos Bispos.
O candelabro de trevas, é
colocado em frente ao altar, à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos
poucos, durante o rito. Além do candelabro de trevas, as velas que circundam o
Altar podem estar acesas, como se faz durante a Missa, e serão apagadas durante o Cântico de Simeão. Um apagador de velas é
colocado perto do candelabro de trevas.
Não se
usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das
Trevas.
Dando início à
celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e cantores ou
coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo o celebrante
por último, e se aproximam do altar. Genuflectem
ao Santíssimo Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do
altar, e vão para seus lugares.
Para a extinção de cada
vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o altar e vai ao
candelabro para cumprir sua função.
Na
Abertura, no Cântico de Simeão, nas orações, bem como na despedida, todos
permanecem de pé. No salmo e leituras, permanecem sentados, exceto quem lê ou
entoa o salmo. Na Abertura , faz-se o sinal-da-cruz sobre o corpo, e no Cântico
de Simeão e na bênção, também.
ANTÍFONAS:
1)- Tenho estado todos os dias convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim, mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.(Lucas 22,53)
2)- Seguiu Jesus com seus discípulos e chegando a um lugar chamado Getsêmani disse-lhes: “Assentai-vos por aqui, enquanto vou ali para orar”. Levou consigo a Pedro e os dois filhos de Zebedeu, e começando a entristecer-se ficou profundamente angustiado. Então compartilhou com eles dizendo: “A minha alma está sofrendo dor extrema, uma tristeza mortal. Permanecei aqui e vigiai junto a mim”. Seguindo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Ó meu Pai, se possível for, passa de mim este cálice! Contudo, não seja como Eu desejo, mas sim como Tu queres”. Mas, ao retornar à presença dos seus discípulos os encontrou dormindo e questionou a Pedro: “E então? Não pudestes vigiar comigo durante uma só hora? Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito, com certeza, está preparado, mas a carne é fraca”. E afastando-se uma vez mais, orou dizendo: “Ó meu Pai, se este cálice não puder passar de mim sem que eu o beba, seja feita a tua vontade”. Quando voltou, entretanto, surpreendeu novamente seus discípulos dormindo, pois não suportaram os olhos pesados de sono. Então, retirou-se novamente, e foi orar pela TERCEIRA VEZ, proferindo as mesmas palavras. Passado algum tempo, voltou aos discípulos e indagou: “Ainda dormis e descansais? Eis que a hora é chegada! Agora o Filho do homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. Levantai-vos e sigamos! Eis que meu traidor está se aproximando...”(Mateus 26,36-46).
3)- Então, profundas trevas caíram por sobre toda a terra, do meio-dia às três horas da tarde daquele dia. E, por volta das três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que significa “Meu Deus, Meu Deus! Por que me abandonaste?”(Mateus 27,45-46).
O ofício de trevas (matutina tenebrarum) é o ofício das matinas e laudes dos
três últimos dias da semana santa (quarta, quinta e sexta-feira).O ofício é cantado ao
cair da noite O nome deriva-se de três situações de trevas:
1 - As trevas naturais de meia-noite ao
anoitecer, ou seja, as horas destinadas à
recitação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso nas trevas da noite:
"Haec est hora vestra et potestas tenebrarum" (Esta é a vossa hora e
do poder das trevas.) (Lc 22, 53).
2 - As trevas litúrgicas, quando durante as cerimonias da paixão apagam-se
todas as luzes na igreja, exceto uma.
3 - As trevas simbólicas da paixão.
Canta-se este ofício
ao cair da noite. Por este motivo o auxílio das luzes de velas torna-se
indispensável.
Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite é luminosa como o
dia.”
Abertura: Canto apropriado
Recordação Vivacional :Irmãos
e irmãs, recordamos nesta noite a hora em que Cristo Jesus entrou em agonia no
Horto das Oliveiras, recordemos todos aqueles que no mundo inteiro, a estas
horas, se encontram angustiados, e desesperados, porque a vida tornou-se trevas:
Seja pelas ameaças iminentes da morte, dores físicas, ou angustias por
situações vividas. Trazemos para este momento de oração os irmãos e irmãs que
se encontra nas trevas dos vícios, das drogas; vítimas da violência, que estão
nas trevas das prisões, dos hospitais; do mundo da prostituição, da
corrupção...enfim, todos aqueles que sofrem e nos quais Cristo sofre neles e
com eles.
*Coloquemos aqui as nossas próprias angústias
(silêncio).
Cântico motivacional, e logo após vai-se silenciando e baixando-se
o tom do cântico, prepara-se para a leitura do texto:
Texto: Is 55, 6-7 - “Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado;
invocai-o enquanto ele está perto. Abandone o ímpio seu caminho, e o homem
injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte
para nosso Deus, que é generoso no perdão.”
*Sob cântico motivacional ou simples
refrão, apaga-se a PRIMEIRA vela da direita.
*Silenciando e baixando
o tom do cântico prepara-se para a leitura do próximo texto:
Texto: Ez 18, 30b-32 :“Arrependei-vos, convertei-vos de todas
as vossas transgressões, a fim de não terdes ocasião de cair em pecado.
Afastai-vos de todos os pecados que praticais. Criai para vós um coração novo e
um espírito novo. Por que haveis de morrer ó casa de Israel? Pois eu não sinto
prazer na morte de ninguém – oráculo do Senhor Deus. Convertei-vos e vivereis!”
*Refrão: “Mesmo as trevas não são
trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
*Sob cântico motivacional ou simples
refrão, apaga-se a SEGUNDA VELA (Alternando agora na esquerda).
*Silenciando e baixando
o tom do cântico prepara-se para a leitura do próximo texto:
Texto: Is 1, 16-18 : “Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade
de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem!
Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a
viúva. Vinde, debatamos – diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como
púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim,
tornar-se-ão como lã.”
*Refrão: “Mesmo as trevas não são
trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
*Sob cântico motivacional ou simples
refrão, apaga-se A TERCEIRA VELA.
*Silenciando e baixando
o tom do cântico prepara-se para a leitura do próximo texto:
Texto: Is 53, 11b-12 : “Meu Servo, o justo, fará justos
inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. Por isso, compartilharei com
ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois
entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor; ele, na verdade,
resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores.”
*Refrão: “Mesmo as trevas não são
trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
*Sob cântico motivacional ou simples
refrão, apaga-se A QUARTA VELA.
*Silenciando e baixando
o tom do cântico prepara-se para a leitura do próximo texto:
Texto: 2Cor 6, 1-4ª : “Nós vos exortamos a não
receberdes em vão a graça de Deus, pois ele diz: “No momento favorável, eu te
ouvi e no dia da salvação, eu te socorri”. É agora o momento favorável, é agora
o dia da salvação. Não damos a ninguém nenhum motivo de escândalo, para que o
nosso ministério não seja desacreditado. Mas em tudo nos recomendamos como
ministros de Deus.”
*Refrão: “Mesmo as trevas não são
trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
*Sob cântico motivacional ou simples
refrão, apaga-se A QUINTA VELA
*Silenciando e baixando
o tom do cântico prepara-se para a leitura do próximo texto:
Texto: 2Cor 4, 10-11 : “Por toda parte e sempre
levamos em nós mesmo os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de
Jesus seja manifestada em nossa frágil natureza. De fato, nós, os vivos, somos
continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de
Jesus seja manifestada em nossos corpos.”
*Refrão: “Mesmo as trevas não são
trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
*Sob cântico motivacional ou simples
refrão, apaga-se A SEXTA VELA
*Silenciando e baixando
o tom do cântico prepara-se para a leitura do próximo texto:
Texto: At 13, 26-30a (5º
DQ): “Irmãos,
a nós foi enviada esta mensagem de salvação. Os habitantes de Jerusalém e seus
chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se
leem todos os sábados. Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua
condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. Depois de realizarem tudo o que
a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o colocaram num
túmulo. Mas Deus o ressuscitou dos mortos.”
*Refrão: “Mesmo as trevas não são
trevas para ti. A noite é luminosa como o dia.”
*Sob cântico motivacional ou simples
refrão, apaga-se A SÉTIMA VELA
*Silenciando e baixando
o tom do cântico prepara-se para a leitura do próximo texto:
Do Tratado sobre o
Evangelho de São João, de Santo Agostinho, bispo - (Tract.
84,1-2:CCL36,536-538)
A plenitude do amor:
“Irmãos
caríssimos, o Senhor definiu a plenitude do amor com que devemos amar-nos uns
aos outros, quando disse: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida
pelos amigos (Jo 15,13). Daqui se conclui o que o mesmo evangelista João diz em
sua epístola: Jesus deu a sua vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a
vida pelos irmãos (1Jo 3,16), amando-nos verdadeiramente uns aos outros, como
ele nos amou até dar a sua vida por nós. É certamente a mesma coisa que se lê
nos Provérbios de Salomão: Quando te sentares à mesa de um poderoso, olha com
atenção o que te é oferecido; e estende a tua mão, sabendo que também deves
preparar coisas semelhantes (cf. Pr 23,1-2 ).Ora, a mesa do poderoso é a mesa
em que se recebe o corpo e o sangue daquele que deu a sua vida por nós.
Sentar-se à mesa significa aproximar-se com humildade. Olhar com atenção o que
é oferecido, é tomar consciência da grandeza desta graça. E estender a mão sabendo que também se devem preparar coisas
semelhantes, significa o que já disse antes: assim como Cristo deu a sua vida
por nós, também devemos dar a nossa vida pelos irmãos. É o que diz o apóstolo
Pedro: Cristo sofreu por nós, deixando-nos um exemplo, a fim de que sigamos os
seus passos (cf. 1Pd 2,21). Isto significa preparar coisas semelhantes. Foi
o que fizeram, com ardente amor, os santos mártires. Se não quisermos celebrar
inutilmente as suas memórias e nos sentarmos sem proveito à mesa do Senhor, no
banquete onde eles se saciaram, é preciso que, como eles, preparemos coisas
semelhantes. Por isso, quando nos aproximamos
da mesa do Senhor, não recordamos os mártires do mesmo modo como aos outros que
dormem o sono da paz, ou seja, não rezamos por eles, mas antes pedimos para que
rezem por nós, a fim de seguirmos os seus passos. Pois já alcançaram a
plenitude daquele amor acima do qual não pode haver outro maior, conforme disse
o Senhor. Eles apresentaram a seus irmãos o mesmo que por sua vez receberam
da mesa do Senhor. Não queremos dizer com isso que possamos nos igualar a
Cristo Senhor, mesmo que, por sua causa, soframos o martírio até o derramamento
de sangue. Ele teve o poder de dar a sua vida e depois retomá-la; nós, pelo
contrário, não vivemos quanto queremos, e morremos mesmo contra a nossa
vontade. Ele, morrendo, matou em si a morte; nós, por sua morte, somos
libertados da morte. A sua carne não sofreu a corrupção; a nossa, só depois de
passar pela corrupção, será por ele revestida de incorruptibilidade, no fim do
mundo. Ele não precisou de nós para nos salvar; entretanto, sem ele nós não
podemos fazer nada. Ele se apresentou a
nós como a videira para os ramos; nós não podemos ter a vida se nos separarmos
dele. Finalmente, ainda que os
irmãos morram pelos irmãos, nenhum mártir derramou o seu sangue pela remissão
dos pecados de seus irmãos, como Ele fez por nós. Isto, porém, não para que o
imitássemos, mas como um motivo para agradecermos. Portanto, na medida em que
os mártires derramaram seu sangue pelos irmãos, prepararam o mesmo que tinham
recebido da mesa do Senhor. Amemo-nos também a nós uns aos outros, como Cristo
nos amou e se entregou por nós.”
Responsório 1Jo 4,9.11.10b:
Padre. Foi nisto que a nós se mostrou o amor que
Deus Pai tem por nós: enviou-nos seu Filho Unigênito para que nós vivamos por
ele.
Todos: Se Deus nos amou deste modo, também nós nos devemos amar.
Padre. Deus nos amou , por primeiro, e enviou-nos
seu Filho Unigênito, como vítima por nossos pecados.
Todos: Se Deus nos amou deste modo, também nós nos devemos amar.
Cântico de Simeão (Lc 2, 29-32)
(obs.: apagam-se as velas
do Altar: primeiro da esquerda e depois da direita)
Como o velho Simeão, figura de todos os que esperam
a realização das promessas de Deus, cantemos nossa certeza de recebermos d’Ele,
cada dia, sua paz e salvação.
1. Agora, Senhor, podes deixar / Partir em paz
teu servidor, / Porque os meus olhos já contemplam, / Da salvação o resplendor!
/ Segundo a tua palavra, / Vi a tua salvação, / Manda em paz teu servidor, / No
fulgor do teu clarão!
2. Pra todos os povos preparaste / A salvação
que resplendeu, / A luz que ilumina as nações todas, / A glória deste povo teu!
/ Glória ao Pai, glória ao Menino, / Deus que veio e Deus que vem; / Glória
seja ao Deivino, / Que nos guarde sempre. Amém!
Pai nosso
Ave Maria
Oração:
Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o
suplício da cruz para arancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vosos
servos e servas, a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.
Bênção e Despedidas
*Faz-se
o strepitus com um pedaço de
madeira ou o breviário, significando o terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os
demais podem juntar-se ao strepitus
com seus breviários. Apaga-se a última vela do candelabro de trevas ou pode
retirá-la e colocá-la atrás do Altar, como uma das tradições antigas. Este
último gesto, como também as trevas em si, simboliza que Cristo sofreu um
temporário abafamento das trevas.
Ofício das Trevas da
Liturgia da Horas:
Invitatório
V:
† Abri os meus lábios, ó Senhor.
R: E minha boca
anunciará vosso louvor.
Salmo
94 (95)
Convite
ao louvor de Deus
Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser
‘hoje’. (Hb 3,13)
Ant.
Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos,
adoremos!
Vinde, exultemos de alegria no Senhor; *
aclamemos o rochedo que nos salva.
Ao seu encontro caminhemos com louvores, *
e com cantos de alegria o celebremos!
Ant.
Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos,
adoremos!
Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *
o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram.
Ant.
Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos,
adoremos!
Vinde adoremos e protremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão.
Ant.
Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos,
adoremos!
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †
"Não fecheis os corações como em Meriba, *
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras. "
Ant.
Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos,
adoremos!
Quarenta anos desgostou-me aquela raça, †
e eu dise: "Eis um povo transviado, *
seu coração não conheceu os meus caminhos!"
E por isso lhes jurei na minha ira: *
"Não entrarão no meu repouso prometido! "
Ant.
Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos,
adoremos!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.
Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos,
adoremos!
Ofício de Leituras
1 Cantem meus lábios a
luta
que sobre a cruz se travou;
cantem o nobre triunfo
que no madeiro alcançou
o Redentor do Universo
quando por nós se imolou.
2 O Criador teve pena
do primitivo casal,
que foi ferido de morte,
comendo o fruto fatal,
e marcou logo outra árvore,
para curar-nos do mal.
3 Tal ordem foi
exigida
na obra da salvação:
cai o inimigo no laço
de sua própria invenção.
Do próprio lenho da morte
Deus fez nascer redenção.
4 Na plenitude dos
tempos,
a hora santa chegou
e, pelo Pai enviado,
nasceu do mundo o autor;
e duma Virgem no seio
a nossa carne tomou.
5 Seis lustros tendo
passado,
cumpriu a sua missão.
Só para ela nascido,
livre se entrega à Paixão.
Na cruz se eleva o Cordeiro,
como perfeita oblação.
6 Glória e poder à
Trindade.
Ao Pai e ao Filho, louvor.
Honra ao Espírito Santo.
Eterna glória ao Senhor,
que nos salvou pela graça
e nos remiu pelo amor. Amém.
Ant. 1 Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus
Salmo 68(69),2-22.30-37
O
zelo pela vossa casa me devora
Deram vinho misturado com fel para Jesus beber. (Mt 27,34)
I
Salvai-me, ó meu Deus, porque as águas *
até o meu pescoço já chegaram!
Na lama do abismo eu me afundo *
e não encontro um apoio para os pés.
Nestas águas muito fundas vim cair, *
e as ondas já começam a cobrir-me!
À força de gritar, estou cansado; *
minha garganta já ficou enrouquecida.
Os meus olhos já perderam sua luz, *
de tanto esperar pelo meu Deus!
Mais numerosos que os cabelos da cabeça, *
são aqueles que me odeiam sem motivo;
meus inimigos são mais fortes do que eu; *
contra mim eles se voltam com mentiras!
Por acaso poderei restituir *
alguma coisa que de outros não roubei?
Ó Senhor, vós conheceis minhas loucuras, *
e minha falta não se esconde a vossos olhos.
Por minha causa não deixeis desiludidos *
os que esperam sempre em vós, Deus do universo!
Que eu não seja a decepção e a vergonha *
dos que vos buscam, Senhor Deus de Israel!
Por vossa causa é que sofri tantos insultos, *
e o meu rosto se cobriu de confusão;
eu me tornei como um estranho a meus irmãos, *
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.
Pois meu zelo e meu amor por vossa casa *
me devoram como fogo abrasador;
e os insultos de infiéis que vos ultrajam *
recaíram todos eles sobre mim!
Se aflijo a minha alma com jejuns, *
fazem disso uma razão para insultar-me;
se me visto com sinais de penitência, *
eles fazem zombaria e me escarnecem!
Falam de mim os que se assentam junto às portas, *
sou motivo de canções, até de bêbados!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus
Apagam-se
as duas velas mais ao extremo do candelabro de trevas.
Ant. 2 Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me
vinagre.
II
Por isso elevo para vós minha oração, *
neste tempo favorável, Senhor Deus!
Respondei-me pelo vosso imenso amor, *
pela vossa salvação que nunca falha!
Retirai-me deste lodo, pois me afundo! †
Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, *
e salvai-me destas águas tão profundas!
Que as águas turbulentas não me arrastem, †
não me devorem violentos turbilhões, *
nem a cova feche a boca sobre mim!
Senhor, ouvi-me pois suave é vossa graça, *
ponde os olhos sobre mim com grande amor!
Não oculteis a vossa face ao vosso servo! *
Como eu sofro! Respondei-me bem depressa!
Aproximai-vos de minh’alma e libertai-me, *
apesar da multidão dos inimigos!
Vós conheceis minha vergonha e meu opróbrio, †
minhas injúrias, minha grande humilhação; *
os que me afligem estão todos ante vós!
O insulto me partiu o coração; *
não suportei, desfaleci de tanta dor!
Eu esperei que alguém de mim tivesse pena, †
mas foi em vão, pois a ninguém pude encontrar; *
procurei quem me aliviasse e não achei!
Deram-me fel como se fosse um alimento, *
em minha sede ofereceram-me vinagre!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me
vinagre.
Apagam-se
as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant. 3 Procurai o Senhor continuamente, e o vosso coração reviverá.
III
Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! *
Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus!
Cantando eu louvarei o vosso nome *
e agradecido exultarei de alegria!
Isto será mais agradável ao Senhor, *
que o sacrifício de novilhos e de touros.
Humildes, vede isto e alegrai-vos: †
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos.
Que céus e terra glorifiquem o Senhor *
com o mar e todo ser que neles vive!
Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, †
reconstruindo as cidades de Judá, *
onde os pobres morarão, sendo seus donos.
A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Procurai o Senhor continuamente, e o vosso coração reviverá.
Apagam-se
as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
V. Quando eu for elevado da terra,
R. Atrairei para mim todo ser.
PRIMEIRA LEITURA
Da Carta aos Hebreus 4,14–5,10
Jesus Cristo, sumo sacerdote
Irmãos: Temos um sumo-sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o
Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. Com efeito,
temos um sumo-sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele
mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos
então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia
e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno.
De fato, todo o sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído
em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e
sacrifícios pelos pecados. Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no
erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. Por isso, deve oferecer
sacrifícios tanto pelos pecados do povo, quanto pelos seus próprios. Ninguém
deve atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus, como Aarão.
Deste modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo a honra de ser
sumo-sacerdote, mas foi aquele que lhe disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te
gerei”. Como diz em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de
Melquisedec.”
Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com
forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi
atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que
significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de
sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem. De
fato, ele foi por Deus proclamado sumo-sacerdote na ordem de Melquisedec.
RESPONSÓRIO Cf. Hb 5,8.9.7
R. Embora fosse o próprio Filho, aprendeu a obediência através do
sofrimento * E para quem lhe obedece tornou-se uma fonte de eterna salvação.
V. Nos seus dias deste mundo fez subir preces e súplicas com clamores
veementes e por sua piedade Jesus foi atendido. * E para quem lhe obedece tornou-se uma
fonte de eterna salvação.
Apaga-se
a próxima vela, à esquerda, no candelabro de trevas.
SEGUNDA LEITURA
Da Homilia sobre a Páscoa, de Melitão de Sardes, bispo
(N. 65-71: SCh 123,94-100)
(Séc. II)
O Cordeiro imolado libertou-nos da morte para a vida
Muitas coisas foram preditas pelos profetas sobre o mistério da Páscoa,
que é Cristo, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém
(Gl 1,5). Ele desceu dos céus à terra para curar a enfermidade do homem;
revestiu-se da nossa natureza no seio da Virgem e se fez homem; tomou sobre si
os sofrimentos do homem enfermo num corpo sujeito ao sofrimento, e destruiu as
paixões da carne; seu espírito, que não pode morrer, matou a morte homicida.
Foi levado como cordeiro e morto como ovelha; libertou-nos das seduções
do mundo, como outrora tirou os israelitas do Egito; salvou-nos da escravidão
do demônio, como outrora fez sair Israel das mãos do faraó; marcou nossas almas
com o sinal do seu Espírito e os nossos corpos com seu sangue.
Foi ele que venceu a morte e confundiu o demônio, como outrora Moisés ao
faraó. Foi ele que destruiu a iniqüidade e condenou a injustiça à esterilidade,
como Moisés ao Egito.
Foi ele que nos fez passar da escravidão para a liberdade, das trevas
para a luz, da morte para a vida, da tirania para o reino sem fim, e fez de nós
um sacerdócio novo, um povo eleito para sempre. Ele é a Páscoa da nossa
salvação.
Foi ele que tomou sobre si os sofrimentos de muitos: foi morto em Abel;
amarrado de pés e mãos em Isaac; exilado de sua terra em Jacó; vendido em José;
exposto em Moisés; sacrificado no cordeiro pascal; perseguido em Davi e
ultrajado nos profetas.
Foi ele que se encarnou no seio da Virgem, foi suspenso na cruz,
sepultado na terra e, ressuscitando dos mortos, subiu ao mais alto dos céus.
Foi ele o cordeiro que não abriu a boca, o cordeiro imolado, nascido de
Maria, a bela ovelhinha; retirado do rebanho, foi levado ao matadouro, imolado
à tarde e sepultado à noite; ao ser crucificado, não lhe quebraram osso algum,
e ao ser sepultado, não experimentou a corrupção; mas ressuscitando dos mortos,
ressuscitou também a humanidade das profundezas do sepulcro.
RESPONSÓRIO Rm 3,23-25a; Jo 1,29b
R. Pois todos os homens pecaram e carecem da glória de Deus, sendo
justificados, de graça, mediante a libertação, realizada por meio de Cristo. * Deus destinou que
Cristo fosse, por seu sangue, a vítima da propiciação, pela fé que colocamos
nele mesmo.
V. Eis aqui o Cordeiro de Deus, o que tira o pecado do mundo. * Deus destinou que
Cristo fosse, por seu sangue, a vítima da propiciação, pela fé que colocamos
nele mesmo.
Apaga-se
a próxima vela, à direita, no candelabro de trevas.
Laudes
Ant. 1 Olhai, Senhor, e contemplai meu sofrimento! Escutai-me e vinde logo em
meu auxílio!
Salmo 79(80)
Visitai,
Senhor, a vossa vinha
Vinde, Senhor Jesus! (Ap 22,20)
Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. *
Vós, que a José apascentais qual um rebanho!
Vós, que sobre os querubins vos assentais, †
aparecei cheio de glória e esplendor *
ante Efraim e Benjamim e Manassés!
Despertai vosso poder, ó nosso Deus, *
e vinde logo nos trazer a salvação!
Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai a vossa face! *
Se voltardes para nós, seremos salvos!
Até quando, ó Senhor, vos irritais, *
apesar da oração do vosso povo?
Vós nos destes a comer o pão das lágrimas, *
e a beber destes um pranto copioso.
Para os vizinhos somos causa de contenda, *
de zombaria para os nossos inimigos.
Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai a vossa face! *
Se voltardes para nós, seremos salvos!
Arrancastes do Egito esta videira, *
e expulsastes as nações para plantá-la;
diante dela preparastes o terreno, *
lançou raízes e encheu a terra inteira.
Os montes recobriu com sua sombra, *
e os cedros do Senhor com os seus ramos;
até o mar se estenderam seus sarmentos, *
até o rio os seus rebentos se espalharam.
Por que razão vós destruístes sua cerca, *
para que todos os passantes a vindimem,
o javali da mata virgem a devaste, *
e os animais do descampado nela pastem?
Voltai-vos para nós, Deus do universo! †
Olhai dos altos céus e observai. *
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
Foi a vossa mão direita que a plantou; *
protegei-a, e ao rebento que firmastes!
E aqueles que a cortaram e a queimaram, *
vão perecer ante o furor de vossa face.
Pousai a mão por sobre o vosso Protegido, *
o filho do homem que escolhestes para vós!
–E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! *
Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!
Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai a vossa face! *
Se voltardes para nós, seremos salvos!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 1 Olhai, Senhor, e contemplai meu sofrimento! Escutai-me e vinde logo em
meu auxílio!
Apagam-se
as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant. 2 Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo!
Cântico Is 12,1-6
Exultação
do povo redimido
Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. (Jo 7,37)
Dou-vos graças, ó Senhor, porque estando irritado, *
acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes.
Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; *
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.
Com alegria bebereis no manancial da salvação, *
e direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor,
invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, *
entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, *
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!
Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, *
porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 2 Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo!
Apagam-se
as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant. 3 Deus nos deu de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha nos
fartou.
Salmo 80(81)
Solene
renovação da Aliança
Cuidai, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado
pela incredulidade. (Hb 3,12)
Exultai no Senhor, nossa força, *
e ao Deus de Jacó aclamai!
Cantai salmos, tocai tamborim, *
harpa e lira suaves tocai!
Na lua nova soai a trombeta, *
na lua cheia, na festa solene!
Porque isto é costume em Jacó, *
um preceito do Deus de Israel;
uma lei que foi dada a José, *
quando o povo saiu do Egito.
Eis que ouço uma voz que não conheço: †
“Aliviei as tuas costas de seu fardo, *
cestos pesados eu tirei de tuas mãos.
Na angústia a mim clamaste, e te salvei, †
de uma nuvem trovejante te falei, *
e junto às águas de Meriba te provei.
Ouve, meu povo, porque vou te advertir! *
Israel, ah! se quisesses me escutar:
Em teu meio não exista um deus estranho *
nem adores a um deus desconhecido!
Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, †
que da terra do Egito te arranquei. *
Abre bem a tua boca e eu te sacio!
Mas meu povo não ouviu a minha voz, *
Israel não quis saber de obedecer-me.
Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, *
abandonei-os ao seu duro coração.
Quem me dera que meu povo me escutasse! *
Que Israel andasse sempre em meus caminhos!
Seus inimigos, sem demora, humilharia *
e voltaria minha mão contra o opressor.
Os que odeiam o Senhor, o adulariam, *
seria este seu destino para sempre;
eu lhe daria de comer a flor do trigo, *
e com o mel que sai da rocha o fartaria”.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 3 Deus nos deu de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha nos
fartou.
Apagam-se
as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
LEITURA BREVE Hb 2, 9b-10
Vemos Jesus coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim,
pela graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte. Convinha de fato que
aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que desejou conduzir
muitos filhos à glória, levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por
meio de sofrimentos.
V. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! * Ele é nossa salvação
e nossa glória para sempre.
R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! Ele é nossa
salvação e nossa glória para sempre.
V. Se com ele nós morremos, também, com ele viveremos.
R. Ele é nossa salvação e nossa glória para sempre.
V. Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! Ele é nossa
salvação e nossa glória para sempre.
BENEDICTUS Lc 1, 68-79
Durante
o Benedictus, se houver as seis velas do altar, o acólito responsável por
apagá-las, munido do apagador, dirige-se ao altar, faz a inclinação profunda, e
procede à cerimônia. A partir do sexto verso, ele vai à extrema esquerda do
altar, e apaga essa vela. Depois, vai à extrema direita, para apagar a vela
correspondente. Volta, então, à esquerda, para apagar a próxima, e, então, à
direita, e assim por diante, de modo a apagar todas as seis velas nos últimos
seis versos. Feita a cerimônia, inclina-se profundamente ao altar, e volta ao
seu lugar.
Ant.
Ardentemente eu desejei comer convosco esta Páscoa antes de ir sofrer a
morte.
Bendito † seja o Senhor Deus
de Israel, *
que a seu povo visitou e libertou;
e fez surgir um poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu servidor,
como falara pela boca de seus santos, *
os profetas desde os tempos mais antigos,
para salvar-nos do poder dos inimigos *
e da mão de todos quantos nos odeiam.
Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa Aliança
e o juramento a Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos sem temor †
em santidade e em justiça diante dele, *
enquanto perdurarem nossos dias.
Serás profeta do Altíssimo, ó menino, †
pois irás andando à frente do Senhor *
para aplainar e preparar os seus caminhos,
anunciando ao seu povo a salvação, *
que está na remissão de seus pecados.
Pelo amor do coração de nosso Deus, *
Sol nascente que nos veio visitar
lá do alto como luz resplandecente *
a iluminar a quantos jazem entre as trevas
e na sombra da morte estão sentados †
e para dirigir os nossos passos, *
guiando-nos no caminho da paz.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.
Ardentemente eu desejei comer convosco esta Páscoa antes de ir sofrer a
morte.
A Cristo, eterno sacerdote, a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo para
anunciar aos cativos a libertação, supliquemos humildemente; e digamos:
Senhor, tende piedade de nós!
Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na
glória,
– conduzi vossa Igreja à Páscoa da eternidade.
Senhor, tende piedade de nós!
Vós, que, elevado na cruz, deixastes a lança do soldado vos traspassar,
– curai as nossas feridas.
Senhor, tende piedade de nós!
Vós, que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida,
– concedei de seus frutos aos que renasceram pelo batismo.
Senhor, tende piedade de nós!
Vós que, pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido,
– perdoai-nos também a nós pecadores.
Senhor, tende piedade de nós!
Pai nosso que estais nos céus,
santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.
Senhor nosso Deus, amar-vos acima de tudo é ser perfeito; multiplicai em
nós a vossa graça e concedei, aos que firmamos nossa esperança na morte do
vosso Filho, alcançarmos por sua ressurreição aqueles bens que na fé buscamos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
R.
Amém.
Se um sacerdote ou diácono preside o Ofício, é ele quem despede o povo,
dizendo:
V.
O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Abençoe-vos Deus
todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo.
R. Amém.
Dada a bênção, acrescenta-se:
V. Ide em paz e o
Senhor vos acompanhe.
R. Graças a Deus.
Não havendo sacerdote, ou diácono, e na recitação individual, conclui-se
assim:
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida
eterna.
R. Amém.
Faz-se
o strepitus com um pedaço de madeira ou o breviário, significando o
terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os demais podem juntar-se ao strepitus com seus breviários.
Apaga-se a última vela do candelabro de trevas.
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