“Buscar-me-eis
e me encontrareis: procurar-me-eis do fundo do coração, e eu me deixarei
encontrar por vós.”( Jer 29,13s )
Santa Teresa nos diz que “a oração é um trato de amizade com Deus”. Nossa
motivação para a oração deve ser sempre o amor a Deus. É o amor a Deus que nos
impulsiona aos desafios de tão grande bem. É o Senhor que toma a iniciativa de
se relacionar conosco.
Quando eu me disponho a ter uma vida de oração,
Deus não vai permitir que eu continue a mesma pessoa, pois a cada encontro com
o Senhor o Espírito vai com a sua luz me revelando QUEM É DEUS E QUEM SOU EU.E
como dizia Santa Teresinha do menino Jesus: “Eu não sou o que pensam de mim,
mas eu sou aquilo que Deus pensa de mim...”
Este conhecimento de nós mesmos em uma amizade com
Deus e com o próximo é essencial para percebermos que não somos perfeitos e que
não precisamos ser perfeitos para nos relacionarmos com Deus e nem com próximo,
que também é imperfeito.
Se vamos para junto de Deus e do próximo usando uma
máscara de bonzinhos e não vou com os meus pecados e a maldade que há no meu
coração, eu já levo a casa arrumada, então eu já não preciso do Espírito e nem
muito menos de uma sadia amizade para arrumar tudo e nem mesmo posso agradar a
Deus e o próximo na mentira, pois um relacionamento de amizade requer
acima de tudo sinceridade e confiança para conhecer o outro e deixar-se
conhecer.
Devemos ser como o publicano que batia no peito
diante de Deus e rezava: “Tem piedade de mim que sou pecador” e não como
fariseu que se justificava com as suas obras e negava a sua verdade. A humildade
é uma virtude essencial na amizade. Ela nos leva a permitir que o Senhor dê o
primeiro passo e inicie este diálogo de amor conforme Ele deseja.
No início
de uma amizade com Deus e com o próximo são necessários alguns passos:
1)- O
primeiro deles é a escolha mútua: Não podemos escolher nossos pais,irmãos e colegas
de trabalho, mas podemos escolher nossos amigos.Ser escolhido sem que eu tenha
escolhido esta pessoa, ou escolher e não ser aceito na escolha pelo outro não
levam adiante uma amizade. Quando escolho e sou escolhido, a amizade
acontece na alegria e na tristeza. Deus é o amigo que estará sempre
escolhendo e acolhendo. Dele vem a possibilidade de acolhê-lo e acolher o
próximo escolhido por nós para ser nosso amigo.
2)- O
segundo passo é a abertura: Conhecer e deixar-se conhecer;a amizade é uma doação de igual para
igual. Não posso pensar que não tenho nada para dar a Deus e ao próximo, e me
colocar somente como aquele que acolhe.Esta dinâmica da amizade é saudável
tanto em nossa amizade com Deus, bem como com o próximo.
3)- O terceiro
passo é a honestidade: para Santa Teresa a verdade é fundamental na oração como trato de
amizade. Ser verdadeiro com Deus e com o próximo é essencial na amizade.
4)- O
quarto é a fidelidade: sabemos que da parte de Deus isto nunca faltará e, será até mesmo Sua
fidelidade para conosco que nos ensinará a sermos fiéis a Ele. Com certeza se
marcamos com o Senhor às quatro horas para rezar, às três horas, Ele já estará
ansioso esperando por nós. Então sentiremos impulsionado o nosso coração para
não permitir que o nosso amigo fique a nos esperar.A amizade precisa ser cultivada,
pois como uma planta, se não for regada, ela seca e morre por falta de atenção.
Quando nos elegeu o Senhor nos fez um convite para
sermos seus amigos, e nos disse: Já não vos chamo de servo, mas de amigo. A nós
cabe responder com compromisso e interesse a divina proposta. Esta sem dúvida é
uma resposta de amor e alguém que ama e se sabe amado por Aquele que com tanto
zelo nos escolheu e nos amou primeiro, e que nos capacita a uma amizade
libertadora e não dependente com o próximo.
“Louvado seja Nosso Senhor Jesus
Cristo”
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