O
olhar do teólogo: Renovação Carismática Católica
(J. B. Libanio -
abril 2010)
Renovação
carismática, à primeira vista, soa um desejo de pôr algo de novo em ação:
re-nova-ação.
Esse novo surge com
força de dupla percepção, a saber, perdemos alguma coisa importante e o
presente pede que a redescubramos em forma diferente.
Que perdemos? Que
queremos recuperar? O carisma. Daí o termo “renovação carismática”.
E
agora, que fazer?
Então a renovação
carismática assumiu duas formas fundamentais. Uma primeira quis acentuar o lado
do carisma. E aqui nos vem à mente a distinção entre carisma e instituição.
O lado institucional da Igreja
a pesar forte e necessariamente,a onda secularizante a esfriar o coração
religioso, o compromisso da libertação a jogar as pessoas na luta contra a
opressão de forma maçante e materialista pareceram secar a seiva da
espiritualidade.
Então, soltemos o
carisma por todos os lados. Multipliquemos as celebrações festivas. Cantemos
bem alto aleluias para levar alegria e leveza à burocracia fria, a ambientes
pesados, a celebrações ritualistas e despojadas. Substituamos as ações e
planejamentos humanos pela ação do Espírito Santo.
Cria-se um clima
carismático. Participa da natureza do anárquico. Distancia-se de normas,
regras, cânones que prendem a espontaneidade para dar largas à fantasia, ao
afeto, à criação de um clima gostoso e feliz.
O carismático gira por todos os
lados sem eira nem beira. Mexe com muitas realidades. Tocou de leve as comunidades
eclesiais de base, cujos encontros se vestiram de cantos novos, de musicalidade
prazerosa.
A experiência humana
ensina-nos que o carisma solto não resiste ao tempo. Morre com as pessoas que o
vivenciaram por primeiro. Espalha-se como as águas de rio em baixada. O sol
seca-as facilmente. Não represam nem geram força motriz da história.
Quantos
carismas maravilhosos se extinguiram rapidamente. E isso acontece especialmente
no mundo jovem. Onde estão os hippies de ontem?
E os jovens de 1968?
E as mobilizações grandiosas da UNE? E os encontros de grupos numerosos de
jovens cursilhistas?
Ao perceber tal
risco, pessoas canalizam o carisma. Criam instituições para preservá-lo e
transmiti-lo às gerações seguintes.
O carisma de
Francisco encarnou-se em formas religiosas e leigas, e permanece até hoje, sem
naturalmente a leveza e a explosão inicial.
Inácio de Loyola
imaginou companheiros de Jesus, enviados ao mundo inteiro, para levar a
mensagem do evangelho naquele momento da descoberta dos Continentes e do início
das grandes viagens. Estão aí até hoje os jesuítas missionando pelo mundo.
A renovação carismática, como
movimento, aceitou o duro preço de perder muito do vigor e da criatividade original
em nome da organização, centralização, engessamento e uniformidade de comandos.
Entram a rotina, a
regularidade. Músicas standartizadas, celebraçõescom dia e hora marcadas,
lugares definidos, controle das iniciativas, das doutrinas, dasatividades a
institucionalizam.
E então participam
das oscilações de crescimento e envelhecimento, de pujança e de cansaço de todo
movimento. Aí estamos.
Quarenta
anos da Renovação Carismática Católica
Para a Bíblia o número
quarenta goza de significado especial. Serve para cobrir totalmente uma
realidade. Choveu quarenta dias e quarenta noites no dilúvio, Moisés passou
quarenta dias e quarenta noites no Sinai em jejum antes de receber a Lei, o
povo de Israel peregrinou quarenta anos, Jesus jejuou quarenta dias, etc. Enfim
número consagrado biblicamente.
A origem remonta à
idéia de que o homem judeu ao atingir quarenta anos cumprira já a maiorfunção
da vida: ter gerado um filho que tenha atingido a maior idade.
Nesta
perspectiva judaica, surge a pergunta à RCC ao atingir quarenta anos: que filho
gerou? Já chegou à idade adulta?
Bom momento para
autoavaliação crítica com a contribuição de todos que se interessam pela vida
da Igreja.
Os termos não se
dizem inocentemente “Renovação” se pensa diante de realidades velhas que
carecem de mudança.
Só
se renova o velho. Mas que realidades velhas? Que mudanças?
Os iniciadores do
movimento sentiam-se cansados com a rotina da vida eclesial que já não satisfazia
aos anseios de nova geração. Nos EUA, onde surgiu a última onda da Renovação Carismática,
estavam em jogo jovens drogados.
A regularidade
saxônica das liturgias, a frieza e formalidade dos cultos não respondiam ao
abismo de carência afetiva que jogara-os nos precipícios da droga.
E lá, no meio
universitário, nascem grupos fervorosos que conseguem transferir para
experiências espirituais aquela pulsão que se gastava na droga.
No Brasil, a RCC
acordou muitos fiéis de religiosidade adormecida pelo cotidiano anódino da vida
cristã. Confeccionou hinário festivo e jovial, trazendo fervor, alegria às celebrações.
Alguns grupos
assumiram atividades pastorais regulares nas comunidades. Outros se
interessaram por grupos de carentes materiais e espirituais, levando-lhes
consolo e conforto.
O adjetivo “carismática” conota
a qualidade da renovação. Acredita e aposta no carisma no sentido paulino do
termo. Dons concedidos pelo Espírito Santo em benefício de toda a comunidade.
Não param na pessoa agraciada e sim expandem-se sobre o inteiro corpo eclesial.
O outro adjetivo
“católica” marca a diferença respeito a outros surtos carismáticos.
Confessafidelidade ao preceituário da Igreja. A CNBB publicou estudo sobre ela
com orientaçõespastorais.
Enquanto realidade
humana e histórica, a RCC participa dos limites e falhas à espera de
perseverante conversão e melhora. As experiências entusiásticas, de que a RCC
participa, apelam diretamente à emoção. Nada mal. Todos nos reconhecemos a
emoção como elemento humano e necessário.
O risco existe no momento
em que ela desborda das margens da razão e inunda a subjetividade individual
longe do social e do eclesial.
Fica o alerta.
(J. B. Libanio - Jornal
de Opinião – Outubro de 2007)
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GRUPOS SINCRÉTICO RELIGIOSOS, SEITAS PROTESTANTES PENTECOSTAIS OU RCCs CATÓLICOS?
Satanás esforça-se a subverter os católico alienando-os, mais ainda nos inúmeros de fé mal formados ou deformados por alguns leigos e sacerdotes apostasiados e da esquerdo-comunista Teologia da Libertação-TL, espiritismo, mídia, etc., infestando ainda mais a Igreja de dissidências.
Doutro lado, as seitas evangélicas quase todas pentecostais, dezenas de milhares dissensas entre si, similares a centros espíritas: "auês" histérico- coletivos, supostos exorcismos de maus espíritos para curas - o pastor ao enfermar-se não convoca outro para o exorcizar, vai ao médico; pessoas em aparentes transes etc., semelhantes a grupos hilariantes "auês" RCCs, rebeldes às normas da Igreja, falsos católicos. Até os protestantes tradicionais censuram os irmãos de fé pentecostalistas, tachando-os de "espíritas disfarçados de evangélicos"! Sectários acusando a irmãos de hereges...
Note-se que Stálin e sucessores infiltram a Igreja desde a década de 30 de comunistas, mais sociedades secretas, como a maçonaria, todos insuflando a confusão em seu núcleo, como nas CEBs, CIMIs e CPTs etc., e anexas às interpretações propositais fraudulento-sectárias do Vaticano II que proviriam de altos membros apostasiados para a fustigarem ainda mais a Igreja na difícil missão de evangelizar.
Situação complexa: a Igreja sofre conspirações interna como dos RCCs autonomistas, privilegiando o espalhafatoso e os emotivismos, podendo até confundir fenômenos psicológicos com dons do Espírito Santo; os grupos RCCs são válidos se devidamente orientados por eclesiásticos competentes, sob rígidas normas às reuniões; agindo fora das nomas determinadas, são garantidamente protestantes pentecostais travestidos de católicos.
Dever-se-ia melhor objetivar a fé, ao invés de ficar à cata de dons especiais carismáticos individuais que sugeririam egoísmo, orgulho e (ou) o típico luteranismo subjetivista: fé prazeirosa, êxtases, experiências místico-divinas, etc. Sobre o "falar em línguas", diz S Paulo: 1 Cor 14,19: Mas numa assembléia, prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência, para instruir também os outros, a dizer dez mil palavras em línguas. E em 1 Cor 14,22:...as línguas são um sinal não para os que crêem, mas para os que não crêem. São dons individuais, de difícil detecção se provém de si ou do animador com o grupo reunido, aportando mais individualismo que partilha de dons; idem, exorta-nos em aperfeiçoar-se na caridade que é perene. Veja 1 Cor 12,31 e 13+.
Restrições maiores ao "repouso no Espírito" em reuniões, por necessitar de "aprofundamento, estudo e discernimento"; quanto a exorcismos, atente-se ao cânon 1172, reservado ao Ordinário local ou seu preposto para discernir com perícia e objetividade o caso, jamais exercido por afoitos dirigentes RCCs. Rejeitem-se veementemente imposição de mãos em (ou) gestos de pedidos de curas simulando algo mágico ou ações similares comunicando dons, fluidos espirituais etc.; evitem-se termos como "batismo, ministério" e similares para não suporem ambiguidades com os sacramentos.
Aliás, o S Padre Bento XVI em viagem a Benin, África, como noutras ocasiões, criticou as liturgias "atraentes": emotividades e manifestações ruidosas ou culturais às celebrações litúrgicas como anti eclesiais, instando-nos a um cristianismo "mais simples, profundo e compreensível", sob normas oficiais da Igreja, afirmando que tais manifestações sentimentalistas provêem de seitas pentecostalistas "aparentemente compreensivas e atraentes" mas são "sincretismo religioso e pentecostalismo protestante", advertindo-nos jamais os imitar; caso contrário, aparentaria sincretismo oriundo da própria Igreja praticado por aparentes membros, confundindo os incautos.
Muito interessante a conclusão do Pe Libanio, apesar de ser da esquerdo-comunista Teologia da Libertação, que foi:... o risco existe no momento...
Isaias,
Sua análise é totalmente distocida, parcial e parte de sua achologia pessoal que não condiz com a realidade do Movimento Carismático verdadeiramente Católico e apoiada pela Igreja e pelos Próprios Papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI (Ver Pronunciamentos deles nos congressos Internacionais da RCC).
No Brasil, a RCC acordou muitos fiéis de religiosidade adormecida pelo cotidiano anódino da vida cristã. Confeccionou hinário festivo e jovial, trazendo fervor, alegria às celebrações.
Alguns grupos assumiram atividades pastorais regulares nas comunidades. Outros se interessaram por grupos de carentes materiais e espirituais, levando-lhes consolo e conforto.
O adjetivo “carismática” conota a qualidade da renovação. Acredita e aposta no carisma no sentido paulino do termo. Dons concedidos pelo Espírito Santo em benefício de toda a comunidade. Não param na pessoa agraciada e sim expandem-se sobre o inteiro corpo eclesial.
O outro adjetivo “católica” marca a diferença respeito a outros surtos carismáticos. Confessafidelidade ao preceituário da Igreja. A CNBB publicou estudo sobre ela com orientaçõespastorais.
Enquanto realidade humana e histórica, a RCC participa dos limites e falhas à espera de perseverante conversão e melhora. As experiências entusiásticas, de que a RCC participa, apelam diretamente à emoção. Nada mal. Todos nos reconhecemos a emoção como elemento humano e necessário.
O risco existe no momento em que ela desborda das margens da razão e inunda a subjetividade individual longe do social e do eclesial.
Paulo Santiago - RJ
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