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A NECESSIDADE DA CONVERSÃO PASTORAL E DAS ESTRUTURAS ECLESIAIS

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 9 de março de 2011 | 16:22


Pe. J.B. Libanio



Conversão pastoral e Estruturas Eclesiais

Autor: J. B. Libanio


Revista Medellín




Contra o pano de fundo da situação cultural e religiosa do Continente latino-americano e caribenho, a Conferência de Aparecida buscou provocar vigoroso incentivo em vista de acordar os católicos para amplo mutirão evangelizador. 

Dois fatos influenciaram tal grito de alerta: a perda de católicos e o embate da modernidade. 


A Igreja católica vem cedendo terreno na América Latina ( ). A cada pesquisa, os números baixam. Além disso, a cultura moderna e pós-moderna solapa os alicerces da fé. 

Fenômeno profundo cujos efeitos se fazem sentir com maior distância de tempo. A estatística fala logo. 

A crítica da modernidade prolonga a ação. Que fazer? 

Os bispos traçaram um projeto pastoral que atingisse as pessoas e as estruturas da Igreja.




De fato, em todos os países do Continente, cresce o número daqueles que migram da Igreja católica para outras denominações evangélicas ou religiões, sem falar do aumento dos sem religião ou mesmo ateus. E então quem serão os missionários de amanhã? 

Nos tempos do Papa João XXIII, ele lançou um apelo às Igrejas da Europa para que enviassem missionários para a América Latina. Hoje a Europa mingua em vocações. Ao lado de um exército envelhecido de sacerdotes, religiosos e religiosas, não surge nenhuma geração nova que os venha substituir com igual zelo apostólico. São Igrejas antes a apagarem as luzes do que a acenderem fanais de esperança.

Inverteram-se os sinais. 

A América Latina, a Ásia e outras regiões de Cristianismo novo prometem tornar-se celeiro missionário enquanto o Velho Continente se torna cemitério dos antigos sonhos evangelizadores. 

Ao deixar de pensar somente em si, as Igrejas do Continente defrontam-se com a primeira, básica e evidente constatação das “grandes mudanças que afetam profundamente” ( ) a vida dos povos da América Latina. Novidades de alcance mundial. 

Para Aparecida, o fenômeno da globalização constitui o desafio maior para a evangelização no nível cultural. Cabe discernir a dupla valência: positiva e negativa. 

Aproveitar das oportunidades que ela oferece e contrapor-se criticamente aos malefícios que causa.


O sistema financeiro, as ciências, as tecnologias especialmente as da informática alimentam-se da globalização e a alimentam. Desafia-nos, ao fragmentar os sentidos.

Ela rompe a unidade da visão religiosa, corrói a religiosidade popular, debilita a família, semeia descrença em Deus, desintegra a concepção de ser humano, coisifica os valores e, finalmente, gera aguçada subjetivização e galopante consumismo. Essa avalanche mina o alicerce da fé cristã.

Em perspectiva positiva, a globalização possibilita a valorização da pessoa humana, a democratização da cultura, a responsabilidade social, a consciência da diversidade cultural dos povos da América Latina. Fica no horizonte a criação de uma globalização diferente, regida pela solidariedade, pela justiça e pelo respeito aos direitos humanos ( ).

Para acordar-nos a consciência e questionar-nos, os bispos pintam-nos os rostos dos latino-americanos em sua pobreza e situação marginalizada.

São as mais belas e dramáticas páginas do documento. Que o leitor as consulte e as leia, deixando-se tocar pela força profética do texto ( ). Esse desfile trágico de rostos sofridos interpela a Igreja na sua prática evangelizadora. Está a pedir a conversão pessoal de cada um de nós e da pastoral do conjunto da Igreja.

Nem faltou, em Aparecida, um momento de autocrítica da própria Igreja, ao reconhecer suas deficiências no campo do discipulado e da evangelização. Uma primeira constatação refere-se à desproporção entre o crescimento demográfico populacional do Continente e o número do clero e das religiosas, alargando assim a distância quantitativa. Reconhece surtos eclesiológicos e espirituais com interpretações reducionistas que falseiam a renovação do Concílio Vaticano II. 

E segue-se uma ladainha de deficiências: 

clericalismo, falta de autocrítica, falha na obediência de um lado e no exercício evangélico da autoridade de outro, moralismos, infidelidades à doutrina, à moral e à comunhão, fraqueza da vivência da opção pelos pobres, recaídas secularizantes da vida consagrada, deficiência evangélica na concepção do ser humano, enfraquecimento da vida cristã no conjunto da sociedade e da própria pertença à Igreja, falha na evangelização, espiritualidade individualista, mentalidade relativista, linguagem da evangelização e da catequese inadaptada às experiências das pessoas, milhares de comunidades sem poder celebrar a eucaristia por falta de ministro, e outros muitos aspectos.





A conversão pessoal parte de profunda experiência de Deus trino no coração da realidade latino-americana, como a já consolidada experiência da Igreja da libertação, em parte assumida pelo documento, frisa. Inserido nessa realidade, analisada com a ocular das mediações sócio-analíticas na sua terrível conflituosidade e injustiça social, o discípulo recebe o impacto da pessoa de Jesus. 

Ele viveu, no seu tempo, inserido no coração da realidade dos pobres e pecadores, e a partir daí interpretou a experiência que ele mesmo fazia do Pai no Espírito Santo. E de dentro dela anunciou o Reino de Deus como Boa Nova para os pobres. “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus” (Lc 6, 20).





Portanto, duas realidades básicas: inserção na realidade e experiência teologal de Deus. 

Vale acrescentar que experiência de Deus não se identifica com qualquer experiência religiosa. 

Esta tange mais a parte emocional e sensível pela força do Sagrado que atrai, seduz, mas também que atemoriza. 

Mesmo sem ainda ter penetrado o mistério de Jesus, vemos nas narrações do evangelho como o povo se sentia tocado pela presença de Jesus. Experiência de atração e de medo. Mas ela não levava necessariamente ao seguimento de Jesus. Produziu, em alguns casos, o contrário. Haja vista o exemplo dos gerasenos. Depois que eles viram o possesso vestido e em perfeito juízo e ouviram o relato dos cuidadores de porcos sobre a estória da legião de demônios entrando nos porcos e os precipitando no lago, pediram, transidos de medo, a Jesus que fosse embora. Jesus entrou no barco e voltou (Lc 8, 26-39). 


A experiência de Deus toca a pessoa, no seu cerne, como sentido radical, transcendente e último da vida. Provoca a conversão e o compromisso. 

Ora, Aparecida compreende o seguimento de Jesus a partir de tal encontro radical com ele, como sentido último da vida. E o próprio Jesus explicita que tal atração vem do Pai no Espírito. “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (Jo 6, 44).

E noutro momento, afirma o contrário que ninguém vai ao Pai a não ser por ele (Jo 14, 6). 

Essa experiência está na origem do encontro do fiel com Cristo. E tudo se faz no Espírito. Experiência estritamente trinitária.


O encontro com Cristo causa o efeito primeiro de encher o cristão de imensa alegria, entusiasmo e gratidão com o conseqüente desejo de segui-lo.

Do seguimento, decorre a vontade de comunicar aos outros a beleza de tal experiência. Nasce a vocação missionária. Seguidor missionário. 

Esse movimento interior relaciona-se duplamente com as estruturas da Igreja. Carece delas para continuar vivo. 

E, por sua vez, produz transformações nessas estruturas. Processa-se verdadeira conversão pastoral.





Conversão acontece, em primeiro lugar, no nível pessoal. 


Associamo-la aos momentos de graça que nos leva a tomar consciência dos pecados, a nos arrepender deles e a buscar vida nova. Os Exercícios Espirituais, as missões populares, as pregações das verdades eternas focalizavam, sobretudo, tal dimensão. No fundo, tratava-se da mudança de orientação de vida. Antes alguém se entregava à vida de pecados, de vícios, de abandono da fé e então muda de atitude fundamental. É a conversão pessoal.

E que vem a ser então a conversão pastoral? 

Há dois sentidos básicos.

Num primeiro momento, estabelecemos relação diferente com a pastoral. E, em decorrência disso, enfrentamos a mudança de estruturas eclesiais.





Tal virada se alimenta de nova maneira de entender o encontro com Jesus. O intimismo da conversão se nutria da interpretação correspondente de Jesus. Com efeito, a figura de Cristo permite muitas interpretações. 


No Novo Testamento e através dos escritos dos Santos Padres e teólogos firmaram-se duas grandes leituras de Jesus, consagradas, por sua vez, pelas escolas de Alexandria e de Antioquia. 


Alexandria teve como principais corifeus Clemente, Orígenes e Cirilo, enquanto Antioquia se deixou representar por Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Ciro e por Nestório a quem consideraram mais herege que de fato foi. 


A Escola de Alexandria acentuava a divindade de Jesus Cristo com preferência pelo evangelho de João, e alimentou muitas vezes uma espiritualidade individualista, sem repercussão pastoral. 


O lado divino de Jesus causa antes adoração e sentimento de admiração do que seguimento e compromisso concreto com as realidades do mundo. As conversões pessoais viveram muito de tal compreensão de Jesus.

A linha antioquena Antioquia insiste na verdadeira humanidade de Jesus nas pegadas dos sinóticos. 


teologia da libertação da América Latina aproximou-se mais dela, ao valorizar a humanidade de Jesus. 


Uma frase lapidar define bem essa postura teológica: “Tão humano assim só pode ser Deus mesmo” ( ). Jesus revelou a sua face divina pelo extremo de humanidade. 


A linha de S. João, de Alexandria partia do Verbo divino que se fez homem. E Jesus nos trouxe a vida divina. Ao escolher a frase do evangelho de João – Jesus caminho, verdade e vida – como referência importante, Aparecida, nalguns momentos, acercou-se da interpretação joanina e alexandrínica. 

O cristão encontra-se com o Cristo que nos trouxe a vida divina para imbuir-se dela e comunicá-la aos outros. A riqueza dessa visão mostra-se na força divina de Jesus. O limite vem de diminuir o peso do Jesus histórico, que, metido na vida do povo e de dentro dela, foi tecendo seu ministério. 


Favorece pensar um Jesus que já tinha desde o início todo o projeto do Pai que veio realizar: comunicar a vida divina, enquanto a leitura da teologia da libertação prefere seguir a Jesus no duro caminhar histórico de quem vai discernindo nos acontecimentos a vontade do Pai sobre sua vida. São acentos diferentes. Ambas são teologias de longa tradição eclesial.

A primeira interpretação favorece a conversão pessoal enquanto a outra conduz-nos à conversão pastoral. 

Acolher a vida divina como dom que termina em nós, deixa-nos felizes. Mas não necessariamente nos arranca de nós mesmos para os outros. Por sua vez, o seguimento do Jesus histórico põe-nos nas suas pegadas. E traduzindo isso em termos de hoje, engaja-nos na pastoral.

Nas igrejas particulares, temos a liberdade de trabalhar mais a linha cristológica que corresponda melhor a situação dos fiéis. Em geral, na América Latina a experiência tem mostrado que o acento sobre a humanidade de Jesus na sua vida junto ao povo, aos pobres, doentes tem mais força de atração e de conversão.

A partir dela se forma o discípulo missionário. Aqui aparece melhor a conversão pastoral.





Conversão na pastoral 


O Concílio Vaticano II por meio da Constituição Pastoral Gaudium et spes provocou verdadeira revolução na concepção de Igreja com os seus múltiplos órgãos, ministérios, instituições. Inverte a maneira de considerar o movimento entre Igreja e mundo.

A visão tradicional entendia uma Igreja já completamente munida de todas as verdades, dos meios de evangelização, dos ensinamentos prontos. E assim ela se aproximava do mundo para convertê-lo para o que ela já tinha de antemão.

O Concílio entendeu que no contacto com o mundo, a Igreja se refaz, se modifica, se converte, aprende. Na pastoral, dá-se também uma conversão. No interagir com as realidades terrestres, a Igreja processa nova reinterpretação de si, do que tem a comunicar ao mundo.

Aparecida incentiva a que a Igreja da América Latina concretize mais uma vez esse chamado do Vaticano II.

Ao olhar para a realidade social do Continente, ela se pergunta: que mudanças internas temos que fazer para responder aos desafios atuais? 

A conversão na pastoral pede que se volte ao método do ver-julgar-agir. Pois, o ver a realidade repercute para dentro da Igreja e a obriga a repensar-se em vista da evangelização e da missão.

Conversão para a pastoral

Ela rompe o intimismo de uma conversão pensada unicamente em termos individuais. Mostra que a fé cristã compromete necessariamente o cristão com a comunidade e com o mundo. Aí aparecem as duas dimensões de pastoral.

Pastoral significa as práticas internas da Igreja que a constituem: catequese, liturgia, homilética, sacramentos, sacramentais, etc. Implica também a dimensão social, que leva a Igreja a inserir-se no coração do mundo. 

A conversão para a pastoral exige que o católico se entenda doravante como alguém que consagre os próprios talentos nas ações da vida interna da Igreja e também se comprometa com sua presença no mundo. 

Conversão pela pastoral


A pastoral transforma-se, às vezes, em instância que critica e purifica a fé do cristão. Imerso na pastoral, vê-se confrontado com a dureza da realidade que tem força de convertê-lo.

Mais: a pastoral oferece critérios para testar a autenticidade da fé. Em linguagem simples de São Tiago, as obras salvam a fé. 

A pastoral salva a conversão do cristão de permanecer em nível estritamente individual. Ela insere na reflexão teológica os problemas novos que a realidade desperta e obriga a fé reformular-se continuamente.

Conversão a partir da pastoral


A fé carece de alimento. O principal vem da Revelação que nos chega por meio da Sagrada Escritura inserida na longa Tradição da Igreja. Para que tais verdades não fiquem no nível puramente abstrato, da cabeça e desçam até o campo da vida, da existência, da prática do cristão, a pastoral aponta para questões bem concretas. Essas tornam-se o próprio material da reflexão da fé.

Conversão motivada pela pastoral


A conversão nasce naturalmente da ação de Deus. Só Deus converte alguém. A transformação se dá em grau muito profundo só atingível por Deus. Ao sentir-se tocado para mudar de vida, o fiel experimenta nesse momento a graça do Deus infinito. No entanto, Ele age nas criaturas.

Acontecimentos, à primeira vista alheios a qualquer sentido religioso, de repente, abalam alguém e este se volta para Deus.

No coração do acontecido, estava Deus agindo. Ora bem, a pastoral tem sido para muitos o lugar privilegiado do encontro transformador com Deus. Motivados por ela, muitos se modificam radicalmente e se comprometem com a ação pastoral no interior da Igreja ou no mundo.





As paróquias e comunidades de base têm sido espaço privilegiado para a catequese de iniciação aos sacramentos e de perseverança. Além disso, elas oferecem campo enorme de atuação pastoral tanto no interior das comunidades como no compromisso social. Nelas se pratica a pedagogia da e na ação. 

As igrejas particulares, as congregações religiosas, os novos movimentos eclesiais e outras instituições abrem amplo horizonte de ações pastorais

A Igreja constitui também o lugar teologal. Aqui reside a sua força. Significa que o fiel se forma no espírito comunitário, ao superar o individualismo, a atitude de franco-atirador, para pensar-se dentro de um corpo apostólico, missionário.

A pastoral implica estar dentro da Igreja e atuar nela e com ela no mundo.





A Palavra de Deus na lídima tradição teológica vincula-se profundamente com os sacramentos. K. Rahner atualizou a teologia do sacramento, apresentando-o como a forma mais densa e profunda da Palavra ( ). 


E a liturgia eucarística visibiliza tal relação ao articular numa mesma celebração o momento da palavra e o do memorial da morte e ressurreição de Cristo. 


A Eucaristia ocupa o centro e ápice da vida do discípulo. Os sacramentos da iniciação – batismo e confirmação – orientam-se para introduzir o fiel no mistério eucarístico. 


Tal processo não acontece sem profunda conversão e reconciliação. Dois movimentos que se unem. Há um itinerário pessoal, do coração.

A palavra grega para conversão – metanoia – traduz bem essa mudança de mente, enquanto maneira de pensar, viver e agir. Aqui se retoma o que se viu no início.

Não se trata de uma conversão em perspectiva unicamente individual no sentido do mero livrar-se dos pecados passados. Isso sim. Mas mais. 

Os pecados pessoais se envolvem com as estruturas de pecado da sociedade. Aqui se exige o mais grave. Conversão que repercuta nas estruturas sociais. A vida sacramental, como também a leitura e a meditação da Palavra, conduzem, portanto, à prática. As pastorais bíblica e sacramental entrelaçam-se com a pastoral missionária.


Aqui se manifesta mais claramente a verdade do discípulo de Jesus. O seu encontro com Jesus Cristo pede aprofundamento pelo conhecimento e meditação da Palavra, pela vida sacramental a fim de desabrochar na prática missionária. Essa se faz, ao anunciar aos outros a experiência de Jesus por quem fora seduzido. E com a convicção de tal vivência, tem energia para comunicá-la a outros. Não basta.

São Tiago nos recorda. “Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé seria então capaz de salvá-lo? A fé se não se traduz em obras, por si só está morta” (Tg 2, 14.17).

Aí está o último desafio do discípulo missionário: uma práxis cristã que transforme a realidade de injustiça em justiça, de ódio em amor, de segregação em comunhão, de discriminação em acolhida, de morte em vida. E a vida de Cristo que ele anuncia abraça toda a realidade humana até a comunhão com Deus trino.


Palavra de Deus, vida sacramental e práxis da justiça e da caridade sustentam o discípulo por dentro. Ele vive dentro de uma Igreja concreta, histórica. Esta lhe oferece muitas ajudas. A conferência dos bispos aconteceu num dos maiores Santuários marianos de peregrinação do mundo.

E os bispos puderam vivenciar, todos os dias, a beleza e pureza da religiosidade popular. Perceberam que ela oferece excelente alimento para a pastoral do discípulo. 

A Igreja da América Latina carece de repensar as estruturas pastorais que alimentam a religiosidade popular. 

O momento presente é de discernimento. Vivemos movimento paradoxal. Sob certo aspecto, a secularização da modernidade avança. Não destrói as formas religiosas, mas relega-as para o estrito mundo individual, sem alcance político-social. No entanto, pululam manifestações espirituais e a religião invade campos importantes e influentes da sociedade, sobretudo a mídia. Multiplicam-se as TVs confessionais ou com programas religiosos.

O discípulo missionário necessita discernir em que tal religiosidade lhe alimenta a vida pessoal e lhe oferece ânimo e coragem para enfrentar criticamente a sociedade secularista, hedonista e materialista. Nisso a religião tem papel relevante a cumprir: salvaguardar valores religiosos e enfrentar corajosamente uma sociedade sem alma e sem amor.

No contexto dessa religiosidade, os bispos recordam-nos a relevância de Maria e dos santos na pastoral. Eles viram, de perto, no Santuário mariano, a importância de Maria na vida do povo. 

Ao lado dos pobres, vê o desmoronar dos poderosos. D. Hélder, em uma das orações bem típicas, rezava: “Miriam, ensina-me o jeito de realizar o teu canto a um Deus que ´derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou`”. Esta é Maria, estrela da libertação que anima a Igreja do Continente.

E quanto aos santos, o Documento, depois de falar dos apóstolos, reconheceu “o testemunho cristão de tantos homens e mulheres que espalharam em nossa geografia as sementes do Evangelho, vivendo valentemente sua fé, inclusive derramando seu sangue como mártires” ( ).

Esta alusão aos mártires da América Latina quebra um tabu importante.

Muitos não os aceitavam por julgar eles terem sido mortos por razões ideológicas.

Aparecida, porém, reconhece neles e nelas pessoas que deram o sangue pelo evangelho.

Seja recordado aqui, como símbolo importante, a figura de D. Oscar Romero que ainda esteve em Puebla e pouco depois morreu assassinado, em conseqüência da postura profética que assumira.



Ainda que teologicamente tal tendência seja sedutora, os fatos, as decisões principais da história dos homens vão noutra direção. Cada vez fica mais difícil de pensar uma Igreja a partir das comunidades de vida em que os pobres sejam o sujeito principal nucleador.

As lutas do povo, as reflexões da fé e da vida em grupos, a discussão dos problemas concretos locais tornam-se cada vez menos pólos de aglutinação em torno de onde se habita. 

Tais atividades deslocam-se para outros lugares. Em outras palavras, as pessoas cada vez menos se reúnem em volta do lugar de moradia, base social de muitas comunidades de vida entre os pobres. Buscam-se outros centros de interesses.

A tendência urbanizadora não poupa os bairros populares e as regiões rurais. Além do mais, os meios de comunicação social vão produzindo uma homogeneização de interesses, expectativas, necessidades, que terminam por anular a força atrativa das comunidades de interesses estritamente populares.


O futuro de tal cenário de Igreja dependerá muito da articulação entre as CEBs e os vários tipos de comunidade de vida dos novos movimentos eclesiais . 

Se ambos investirem na formação de comunidades menores de vida cristã, faz-se possível caminhar para uma Igreja, rede de comunidades.

O futuro da pastoral parece apontar para um jogo bem articulado entre as pequenas comunidades em todos os setores e níveis de vida eclesial entre si interligadas em rede e momentos ricos mais raros de macro-experiências eclesiais.


A vida de fé concreta seria alimentada nas pequenas comunidades de celebração, de vivência, de estudo, de oração. E a unidade da fé e da Igreja seria garantida pelas estruturas maiores - Igreja universal, diocese, paróquia - que teriam seus momentos de visibilização, mais raros, mas fundamentais e indispensáveis.

A paróquia iria deixando de ser o único lugar do encontro para a maioria dos católicos para transformar-se no pólo dinamizador das pequenas comunidades e o centro simbólico da unidade em celebrações maiores e mais raras.

Na perspectiva de futuro, permanece o desafio de pensar uma Igreja como rede de comunidades e as Igrejas de uma região, como rede de Igrejas. 

A concepção “monárquica” do bispo e do pároco dificulta tal tarefa. No entanto, a crescente mentalidade de rede tem condições de produzir novo modelo eclesiológico, respeitando a ordem sacramental. As redes se constituem tanto por áreas geográficas quanto por interesses. 

Além das redes reais, em tempo e espaço circunscriptivo, abre-se um campo ainda apenas explorado pela pastoral das redes virtuais com uso da Internet e outros recursos de natureza similar. Estas funcionam on line e gozam de ubiqüidade inimaginável.


Haja vista o exemplo de Partenia, a “Diocese sem fronteira” do bispo francês J. Gaillot, de realidade virtual ( ). Algo absolutamente inédito até então que rompe barreiras ancestrais e anuncia possibilidades impensáveis para a evangelização e vida eclesial.


João Paulo II considerava os movimentos de espiritualidade e apostolado de leigos como um dos brotos espirituais e promissores do Concílio. O cardeal Ratzinger, então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, exprimiu-se várias vezes de maneira entusiasta sobre “o aparecimento de novos movimentos que ninguém previu, mas que brotaram espontaneamente da vitalidade interior da fé mesma”, “algo como um período de Pentecostes na Igreja” ( ).

Trouxeram novo vigor à Igreja. Embora tenham entrado em choque com algumas igrejas locais, o Cardeal Ratzinger interpretou tal fato como conseqüência do zelo juvenil e entusiasta de tais movimentos em contraste com a lentidão e acomodação estrutural de certas igrejas locais ( )

Respeito à América Latina, Santo Domingo reafirmou o protagonismo dos leigos, recordando-lhes a missão de presença renovadora no interior da Igreja, mas sobretudo no mundo da tecnociência, da modernidade avançada. É-lhes demandada melhor formação biblicoteológica, pastoral e espiritual. 


Anuncia-se o milênio do leigo. 

A Igreja, especialmente na Europa onde o clero e a vida religiosa minguam a olhos vistos, aposta para sua sobrevivência na criatividade dos fiéis cristãos, apoiada no “direito de fundar e dirigir livremente associações para fins de caridade e piedade, ou para favorecer a vocação cristã no mundo, e de se reunirem para a consecução comum dessas finalidades” ( ). 

E o cânone seguinte reafirma que “todos os fiéis, já que participam da missão da Igreja, têm o direito de promover e sustentar a atividade apostólica, segundo próprio estado e condição, também com iniciativas próprias”. 

O consentimento da autoridade eclesiástica competente se faz necessário para que os fiéis reivindiquem para sua iniciativa o nome de católica. Apesar dessa limitação, o Direito Canônico abre enorme espaço para a atuação apostólica do fiel cristão.


Surge “um inaudito florescimento de novos ministérios, ou, pelo menos, de serviços eclesiais e de atividades apostólicas, relacionados com a missão da Igreja, assumidos por leigos na América Latina”. 

Eis alguns exemplos: 

catequistas populares (Barra do Piraí), delegados da Palavra (Honduras), ministros extraordinários da Eucaristia (ampla difusão), ministros extraordinários de diaconia (Apucarana), camponeses missionários (Riobamba). 

Eles revelam “o clima de liberdade e de responsabilidade”, a “referência ao ministério pastoral, com suas funções de animação, discernimento, coordenação” ( ). As Igrejas locais nessa perspectiva adquirem relevância, já que lhes toca traçar os critérios de criação de tais ministérios.


Embora tenha sido desejo de Paulo VI que mais pessoas, inclusive fiéis cristãos, participassem na escolha dos ministros ordenados, ainda esse processo se faz de maneira pouco transparente, sobretudo na dos bispos. 

Essa questão tem sido abordada por vários analistas. O arcebispo emérito J. Quinn lhe deu uma tratação histórica ampla, ao desocultar a eclesiologia subjacente do atual procedimento e seus inconvenientes ( ).


A Constituição dogmática Lumen gentium restabelece o diaconato como grau próprio e permanente, facultado a homens casados. É uma experiência que ainda está em andamento.

Em alguns lugares, têm-se convocado Assembléias do Povo de Deus, com a liberdade de uma estrutura não prevista no Direito.

Dependem muito da caminhada da Igreja particular. Em algumas alcançou-se, com o aval do bispo, significativo avanço a ponto de elas decidirem por voto dos presentes as linhas pastorais mestras da diocese. 

João Paulo II ensaiou outro tipo de Sínodo regional. A novidade dessa estrutura não significou necessariamente avanço, já que alguns foram fortemente influenciados pelas instâncias romanas. Mas não deixa de ser uma possibilidade que, em outro momento conjuntural, tenha chances de favorecer a colegialidade.

Retomando uma idéia de Mgr. J. Doré, importa mais criar um espírito conciliar ou sinodal do que reunir concílios ou sínodos. Ele propõe a passagem de uma Igreja que reúne concílios a uma Igreja que vive conciliarmente ( ). 

Muito desafiante para a tradição semita-cristã, marcadamente machista, o papel da mulher. Na prática ela sustenta grande parte das pastorais, no entanto permanecem excluídas do universo das decisões mais importantes e no exercício do ministério ordenado. No momento, a questão está fechada para a Igreja católica. 

No entanto, há razões graves históricas, antropológicas e ecumênicas que impedem o fechamento total dessa questão.

Aparecida deu um passo para frente ao “garantir a efetiva presença da mulher nos ministérios que na Igreja são confiados aos leigos, como também nas instâncias de planejamento e decisão pastorais, valorizando sua contribuição” ( ). O novo ficou por conta da participação no campo das decisões, em geral reservado ao clero masculino.









O exemplo, a palavra, a prática dos pais impregnam, em profundidade, os filhos na fé e vivência. Todo fiel já crescido tem direito de exigir que as paróquias ou comunidades eclesiais de base sejam verdadeiro lugar de formação, particularmente nas diversas catequeses, cursos, movimentos pastorais e ainda mais especialmente nas celebrações. Estas são o lugar por excelência da formação do discípulo missionário. 


Há enorme espaço de conversão pastoral no mundo das celebrações. Não se trata de instrumentalizá-las como lugar de doutrinamento, mas de fazê-las de tal modo vivas e participativas que os fiéis descubram nelas a força para a vida missionária, pastoral. A última saudação da celebração eucarística já revela tal dimensão: “Glorificai a Deus com vossa vida. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!” Que glória maior se dá a Deus que anunciar o Filho aos homens?!


O momento presente possibilita a pessoas desejosas de vida comunitária intensa participar de movimentos eclesiais e comunidades de diversos carismas.

Seminaristas e religiosos têm instâncias próprias nos seminários e nas casas de formação. Enfim, a Igreja possui rede de Escolas e Universidades com excelente potencial de formação de futuros discípulos missionários.





E, finalmente, para tal tarefa a formação se faz urgente, observando etapas e cumprindo requisitos básicos. Eis as coordenadas apontadas pelo Documento de Aparecida.



Realidade desafiante: sangria de católicos e cultura contemporânea hostil aos valores cristãos. Tudo começa com a experiência profunda de encontro pessoal com Jesus Cristo, fonte da verdadeira vida. Daí brota o seguimento, alimentado pela Palavra, pela vida sacramental e pela prática da caridade. 

Em seguida, nasce o desejo de ser missionário, de partilhar toda essa riqueza descoberta com outros. E ao olhar para as atuais estruturas eclesiais existentes percebe-se a necessidade de configurá-las a esse novo espírito missionário. Exige-se então verdadeira conversão pastoral. 


Conclusão

Que cada um se pergunte: Onde estou? Que estado de vida escolhi? Em que fase da vida me situo? 


Ao responder tais perguntas, descobriremos os lugares importantes para aquele momento. 


Aos pais jovens, fica o apelo para tornar a família primeira escolha da fé. 

Conheci, em Goiânia, no Brasil, um casal que reservou todas as noites de segundas-feiras para um encontro entre ele e os filhos em verdadeiro momento de catequese. Desligavam os celulares, a TV e não recebiam visitas para unicamente dedicar-se à conversa espiritual, a alguma leitura formativa. 



Lugares da formação

A pastoral não se conserva nem se desenvolve sem que a Igreja organize estruturas de formação de seus agentes segundo itinerários pessoais e comunitários. Aqui se abre espaço para grande diversificação. Quem se forma é toda a pessoa. Portanto, formação integral. 


As duas faces da pastoral pedem qualidades diferentes. Aquelas atividades voltadas para a catequese, liturgia, conhecimento das verdades da fé implicam vivência interna da vida eclesial. 


Quanto mais o católico participar ativa, consciente e responsavelmente da sua comunidade tanto mais apto se faz para anunciar o evangelho, como discípulo e missionário. 


Carece de formação querigmática para conhecer e vivenciar o núcleo da fé. 

Nunca ninguém está definitivamente formado. Cabem estruturas de formação que variam conforme os tempos, lugares, faixa etária. Reina clara desconfiança respeito ao autodidatismo. 

As pessoas não se formam sozinhas. A Igreja dispõe de estruturas para acompanhá-las, Hoje se torna muito relevante a figura do mestre, do guru, do orientador vocacional e espiritual que segue o discípulo pelas trilhas da verdade e do bem. 


Formam-se as pessoas para a missão no interior da Igreja e para fora dela. E a missão se alimenta do espírito. Daí a necessidade de espiritualidade missionária que anime formadores e formandos.

Estruturas de formação


Aparecida retoma aspirações dos tempos pós-conciliares no sentido de provocar uma conversão pastoral em termo de estruturas. Percebe-se ainda a existência da resistência das antigas estruturas. 


O novo causa medo. Em termos eclesiológicos na América Latina, as Comunidades eclesiais de base (CEBs) encarnam conversão pastoral profunda. 


Existe sobre elas ampla bibliografia. Indicam-se aqui alguns poucos traços significativos que visibilizam a sua novidade ( ). 


Superam o anonimato e o isolamento das estruturas tradicionais, quer na Igreja quer na sociedade, favorecendo uma relação subjetiva e intersubjetiva. 


Articulam fé e compromisso, evitando a dicotomia entre ambas e o unilateralismo militantista.



Prática vigente da institucionalização


A conversão pastoral implica transformação das estruturas eclesiais tanto as voltadas para seu interior como aquelas que lançam ponte sobre a realidade. A estrutura fundamental da Igreja se firma no tripé: Palavra de Deus, vida sacramental e prática da caridade. Conhecemos já de longa data o vigor do movimento bíblico. E no Brasil temos o CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) com excepcional presença na pastoral bíblica. 


Produz excelente material para uso em qualquer outra comunidade eclesial na base da metodologia desenvolvida por Frei Carlos Mesters. Nunca se repete demais a importância do triângulo hermenêutico do texto, pré-texto e contexto tanto para entender a passagem bíblica na sua origem como nos dias de hoje ( ). 


O texto jaz na forma que temos e ele suporta muitos tipos de análises. Configura o pré-texto a situação social em que o texto foi escrito e em que hoje é lido. O contexto traduz a comunidade de fé geradora e interpretadora da perícopa em questão. 


Este método tão simples, usado sobretudo nos círculos bíblicos, tem formado cristãos imbuídos da Palavra de Deus. Além disso, a leitura pessoal, em família, em grupos de oração, nas comunidades da Escritura enriquece a pastoral bíblica. 



Estruturas eclesiais


A conversão tem lugares geográficos e teologais. O seu lugar físico não se reduz ao prédio da igreja. 


Pelo contrário, a vitalidade eclesial permite que se multipliquem os lugares onde o católico seja tocado. A família constitui, sem dúvida, o berço primeiro da fé. 


Muitas vezes quando ela se enfraquece ou mesmo desaparece, a família funciona como lugar de ressurreição. Nela a pessoa recorda-se de experiências de fé bonitas e felizes, como da primeira comunhão, da crisma, da catequese, do tempo em que foi coroinha, e sucede, então, converter-se para retomar a prática religiosa e pastoral.



A Igreja como lugar da conversão


A conversão se faz na pastoral, para a pastoral, pela pastoral, a partir da pastoral e por ela motivada. O jogo de preposições e locuções prepositivas permite-nos entender melhor o alcance prático da conversão pastoral.



O jogo das preposições


O cristão vivia imerso na vida individual. Cultivava até mesmo com esmero virtudes pessoais, mas não tinha no horizonte nenhum compromisso com a pastoral. 


De repente, descobre as exigências da fé como compromisso com a vida interna da Igreja e com sua ação no mundo. As duas faces da pastoral. Converte-se então pastoralmente.



Conversão pastoral


Conversão conota mudança de rota. Caminhava-se em determinada direção, e, de repente, percebe-se o equívoco e então modifica-se a orientação. 


Implica três momentos internos. Já estamos num caminhar. 



Tomamos consciência dele de maneira crítica a ponto de perceber as falhas, os desvios. E, num terceiro momento, reformulamos, refazemos a trajetória, corrigindo-a. 


Portanto, só converte quem já vivenciou alguma experiência anterior, faz autocrítica da mesma para em seguida dar-lhe orientação diferente. 



Conversão pessoal


A experiência de Deus nos pobres se dá no encontro com Jesus no Espírito. 

O “sólido fundamento da Trindade-Amor” sustenta a autêntica proposta do encontro com Jesus Cristo. 

O documento acentua a força da experiência de um Deus uno e trino, unidade e comunhão inseparáveis, para “superar o egoísmo (e) para nos encontrarmos plenamente no serviço para com o outro” ( ). E este outro naturalmente na América Latina chama-se pobre.




A experiência de Deus inserida na realidade


Diante desse quadro social, religioso, eclesial, os bispos tomaram a decisão fundamental: apelar aos católicos para fazerem uma experiência profunda de encontro com Cristo. 


A força do encontro com Cristo, fonte de vida, leva à conversão. 


Que conversão? Antes de tudo, pessoal a fim de que os católicos se entusiasmem da própria fé, sigam a Jesus – discípulos – e com alegria o anunciem aos outros – missionários. Mas tal não se concretizará na Igreja, sem conversão mais ampla. 


Conversão pastoral com repercussão nas estruturas eclesiais.




O apelo aos católicos: o encontro com Jesus Cristo


Primeiro passo: a Igreja católica necessita deixar de pensar unicamente nos próprios fiéis, que estão a ir-se, para sair de seus rincões e iniciar verdadeiro trabalho missionário ( ). 


Antes de mais nada, junto aos ex-católicos, que têm naturalmente a base católica ainda viva, talvez encoberta com cinzas de outras promessas. 


E como essas, em muitos, têm sido defraudadas, fica a esperança de acender o fogo primeiro.

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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