O QUE É O
“ESTADO?” - ENTENDA A CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE POLÍTICA
O entendimento de o que
é Estado e sociedade política vem evoluindo desde a Antiguidade, mas já
sabemos que ele possui poder de zelar e tomar decisões em nome da coletividade.
Ao decorrer deste texto, abordaremos a definição, o contexto histórico, os três
elementos básicos e a atuação do Estado, levando em conta o nosso dia a dia.
Preparados? Então, vamos lá!
QUAL É A DEFINIÇÃO CLÁSSICA DE ESTADO?
Para compreendermos a
definição de Estado, basta observar que fazemos parte de
instituições ou sociedades. Estas, por sua vez, são
formadas por interesses materiais, níveis de parentescos ou objetivos espirituais,
por exemplo. É na convivência
entre essas sociedades que desenvolvemos nossos conceitos e aptidões físicas,
morais e intelectuais. Ao analisar esses aspectos, entende-se que o
Estado nada mais é do que uma sociedade constituída por um grupo de indivíduos
organizados, como: os grupos familiares, profissionais, educativos, políticos,
religiosos, que buscam objetivos em comum. Esses objetivos podem ser
caracterizados por ações realizadas pelas pessoas com finalidades em comum, um
exemplo seria o desejo de alcançar metas ou desenvolver-se melhor no trabalho. Além
disso, o Estado se apresenta como uma organização denominada sociedade
política. Nessa sociedade, existem:
1)-Normas jurídicas escritas (Constituição Federal, Código
Civil, Código Penal, Código de Defesa do Consumidor, etc.).
2)-E também uma
hierarquia entre os governantes e governados, todos sujeitos a
buscar o bem público, sendo exemplos: a saúde, educação, justiça e defesa
nacional.
EM QUE
CONTEXTO HISTÓRICO SURGE O ESTADO?
O conceito de Estado vem
evoluindo desde a Antiguidade, a partir da Polis Grega e das
Civitas Romana. A Itália foi o primeiro país a empregar a
palavra Stato, embora tenha um significado vago. Já a Inglaterra, no século XV,
e
posteriormente a França e a Alemanha, no século XVI, usaram o termo Estado como
uma definição da ordem pública. Porém, quem introduziu efetivamente a
expressão na literatura científica foi o filósofo Maquiavel, em seu livro “O
príncipe”, escrito em 1513.Não é uma tarefa fácil investigar com precisão o
aparecimento do Estado, mas a análise das concepções antropológicas, jurídicas
e filosóficas ajudam a desvendar paradigmas encontrados na Antiguidade e na
Idade Média.
Existem três posições sintetizadas pelo jurista brasileiro
Dalmo de Abreu Dallari para a formação do Estado:
1º Posição: conceitua que o
Estado sempre existiu, desde que o homem habita o planeta Terra.
Encontra-se em um contexto de organização social.
2º Posição: a sociedade humana existia antes mesmo do
Estado,
assim ele foi criado para atender às necessidades do grupo social.
3º Posição: o Estado como uma
sociedade política é dotado de certas características bem definidas. Assim,
ele é concreto e histórico, não de caráter geral e universal. O Estado
surgiu quando nasceu a ideia de “soberania”.
Após essa
contextualização, torna-se essencial aprendermos os elementos básicos para a
formação do Estado. Vamos entender quais são eles?
POVO,
TERRITÓRIO E SOBERANIA -A
formação de um Estado consiste em três elementos:
a)-Uma população.
b)-Um território.
c)-Um governo.
Esses aspectos são
essenciais, porque sem eles não poderia existir um Estado. Vamos entender cada
um deles?
Povo (População)
Diz respeito a todos
que habitam o território, englobando todas as pessoas, mesmo que elas
estejam temporariamente no território ou que não tenham qualquer vínculo com o
Estado. Mas há uma diferença entre as referências de população, povo e cidadão. Para
entender: a população refere-se brasileiros e estrangeiros (em território
nacional), a palavra povo se caracteriza pelos natos e naturalizados, e os cidadãos são
os nacionais que possuem direitos políticos.
Território
É o lugar onde há
aplicação do ordenamento jurídico, a base física em que está fixado o elemento
humano. É nele que o governo pode exercer a sua organização e validar suas
normas jurídicas. Constitui-se do solo, subsolo, águas territoriais,
ilhas, rios, lagos, portos, mar e espaço aéreo.
Soberania governamental
Para o Jurista Miguel
Reale, a soberania é o “poder que tem uma nação de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas
decisões nos limites e dos fins éticos de convivência”. Soberania
é
uma autoridade superior que não pode ser limitada por nenhum outro poder.
Com isso em mente, sabemos que a
soberania possui estas características:
1ª)-Una: é sempre um poder superior. Não podem existir
duas soberanias dentro de um mesmo Estado, por exemplo.
2ª)-Indivisível: aplica-se a todos os fatos ocorridos no
Estado.
3ª)-Inalienável: quem a detém desaparece ao ficar sem ela, seja
o povo, nação ou o Estado.
4ª)-Imprescritível: não tem prazo de duração.
ATUAÇÃO DO ESTADO
Como vimos
anteriormente, o Estado é formado por grupos de pessoas convivendo em sociedade e que
buscam metas em comum. Para a garantia da sociedade, o Estado reúne objetivos de caráter fundamental,
que são efetivados pelos órgãos estatais, o Poder Legislativo, Poder Executivo,
e um conjunto de políticas de Estado e de governo.
A
Constituição Federal de 1988 descreve em seu artigo 3º "as 4 LINHAS fundamentais" que constituem a República Federativa do Brasil:
I – construir
uma “sociedade livre”, justa e solidária.
O Estado tem como
objetivo propiciar o bem estar, harmonia social, qualidade de vida e
garantir todos os meios para que a democracia seja exercida. Visa a um modelo de igualdade de oportunidades entre as
pessoas. Também são expostos os
direitos fundamentais da primeira e terceira geração, sendo
a primeira “Liberdade”, enquanto a “Solidariedade” pertence à terceira
geração. São exemplos disso:
a)-O direito à vida.
b)-À liberdade.
c)-À propriedade.
d)-À liberdade de
expressão.
e)-À participação
política e religiosa.
f)-Direitos do consumidor, entre outros.
II – garantir o desenvolvimento nacional
A garantia do
desenvolvimento nacional é a competência de prover e melhorar o bem estar
social, sendo estendido pela política, economia e a vida social. O
processo de desenvolvimento nacional, leva em conta diversos fatores, como o
movimento popular. Disso se extrai a consciência de tornar-se parte da vida
política e nas decisões de nossos governantes, com a
posterior fiscalização de todas
as iniciativas implantadas.
III – erradicar a pobreza, a marginalização, e
reduzir as desigualdades sociais e regionais
A erradicação da
pobreza e a marginalização foi desenvolvida com a finalidade de reduzir as
desigualdades sociais e regionais. Com isso, busca-se condições mais
apropriadas à dignidade. A essência da Constituição Federal está
inteiramente ligada ao respeito e à dignidade da Pessoa Humana.
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Todo Estado
é composto por uma "sociedade heterogênea", seja por meio de ideologias,
política, diferenças religiosas, culturais e étnicas. A função desse
fundamento é reconhecer, indistintamente, possíveis condições referentes à
igualdade, evitando a discriminação e levando a harmonia entre os povos. Agora
você já sabe, de um modo mais amplo, como funciona o Estado. Mas fique atento e
continue estudando ele, na busca de novas visões e
mecanismos ainda mais eficientes para
a proteção dos direitos fundamentais. Combinado?
Por: Milena Dartora Bof - Estudante de Direito
em Univel Centro Universitário – Paraná. Estagiária na Delegacia de Policia
Federal. Redatora voluntária no Politize!
Fonte:https://www.politize.com.br/estado-o-que-e/
Uma
reflexão "da ESQUERDA" sobre o Estado em tempos de crise!
(Em: 15/04/2020)
Se
a atividade econômica deve ser conduzida pelo setor privado, como defende o
atual governo, seria plausível esperar que o
empresariado cumprisse algum papel, junto a este, para mitigar os efeitos da
crise. O momento de crise
chama mais uma vez a atenção para um debate que, vez por outra, ganha destaque
entre os economistas: o papel do Estado na sociedade e na economia. Mais uma vez, a situação de caos promove a rara união entre as mais diferentes
escolas do pensamento econômico, todas elas certas de que neste momento cabe ao
Estado a solução, ou a mitigação, dos efeitos danosos de uma crise sanitária
que tem tido reflexos proeminentes sobre a atividade econômica, a ponto de
considerarem que essa crise terá proporções mais amplas que a grande crise
capitalista de 1929.
Mas qual é a função do Estado em meio à crise?
Fazer uma reflexão
sobre o papel do Estado na crise é fazer uma reflexão sobre o papel do Estado
em si. É partir da compreensão de que estamos
tratando de um Estado burguês, pensado e organizado para a promoção da
atividade econômica e, nesse sentido, para a valorização do capital. Tal
tem sido a função histórica do Estado: Atrelado
às classes detentoras do poder econômico e dependente destas, implementa políticas no sentido da promoção do
desenvolvimento econômico, da perpetuação destes poderes e da manutenção
das suas bases de sustentação.
Não é por outra razão que, ao olharmos para a história,
percebemos o protagonismo do Estado na:
a)-Consolidação do modo de produção capitalista.
b)-Na organização das estruturas que particularizam suas
diferentes fases.
c)-E, no mesmo sentido, na recuperação da atividade
econômica em momentos de crise.
Esta é, por exemplo, a
visão que temos quando olhamos para as grandes crises do modo de produção. Nas
principais crises do modo de produção capitalista, ao Estado coube o papel
central de formulação de políticas anticíclicas. Tais foram os casos da
organização do movimento capitalsita, para resolver a crise do final do século
19; do New Deal estadunidense, para equacionar os efeitos da crise de 1929; e
das intervenções bancárias em 2009 para frear os impactos da crise do
subprime. Durante as duas grandes guerras
mundiais, aos Estados coube a organização dos mecanismos da chamada “economia
de guerra”.A
partir desses poucos exemplos, percebe-se muito claramente que o Estado é
sempre demandado como “colchão amortecedor” nos momentos de crise.
A
experiência de consolidação do
capitalismo nos países periféricos, no
entanto, nos mostrou uma outra feição do Estado:
1ª)-Nos países
latino-americanos, ao Estado coube o papel central nos respectivos processos de
industrialização, através da formulação de um planejamento econômico
centralizado voltado exclusivamente para a montagem do setor industrial.
2ª)-Ademais, em
momentos específicos, coube também ao Estado a formulação de políticas voltadas
à proteção do trabalhador e à redução da desigualdade de renda, ainda que sem
deixar de atender aos interesses das classes dominantes – já que, apesar das
especificidades, mantem-se como Estado burguês.
Todos esses aspectos
são apresentados com o intuito de lançar um olhar sobre a atual situação da
relação Estado e sociedade no Brasil. De fato, desde a mudança de governo 2016,
as políticas neoliberais – no seu sentido mais genuíno –
voltaram a ser o direcionador das políticas públicas. De forma mais
proeminente, desde 2019, a equipe econômica do governo Bolsonaro – chefiada por
Paulo Guedes – tem repetido o mantra da ineficiência do Estado, do excesso de
endividamento público, do colapso das contas do governo e dos privilégios do
funcionalismo público, tudo isso com o objetivo de lançar um conjunto de
reformas que, às custas dos direitos trabalhistas, cria uma série de benefícios
ao setor privado e ao capital financeiro. No bojo dessas formulações – e com
questionável apoio popular – o atual governo aprovou a reforma da previdência e
avançava a passos largos na aprovação da reforma administrativa. Com a chegada dos
reflexos da crise, não houve alternativa: o Estado foi demandado a resolvê-la.
E, nesse ponto, se estabelece o grande paradoxo entre um governo cuja
orientação ideológica defende a não intervenção do Estado na economia e na
sociedade, e as irrestritas necessidades que se colocam para impedir que a
crise se desdobre em um caos com consequências imprevistas. Nesse interim, duas
questões ganham relevo:
1ª)-As ações até então
implementadas pelo governo brasileiro.
2ª)-O papel do setor
privado na crise.
Ao analisar as medidas
até então implementadas pelo governo, não há dúvidas de que, em sua natureza,
estão voltadas à salvaguarda dos interesses do setor privado. Tal é o caso,
inclusive, quando analisamos os termos da Medida Provisória 936 que, chamada de
“programa emergencial para a manutenção do emprego e da renda”, cria direitos
de redução de jornada e salários – beneficiando a classe empresarial – ao passo
que cria um mecanismo de reposição salarial que, em todos os casos, resulta em
perdas para o trabalhador (em crises é preciso todos cederem algo, pois
empregados e patrões precisam um do outro). Por sua vez, o auxílio emergencial
de R$ 600 aprovado pelo governo, para pagamento a trabalhadores informais,
desempregados e microempreendedores individuais, é relativamente baixo (?) se
considerarmos que, em muitos casos, será o único rendimento para o sustento de
famílias. No mesmo sentido, análises apontam que apenas 36% dos
microempreendedores individuais no Brasil terão acesso ao auxílio emergencial
de R$ 600. Trata-se de informações preocupantes, especialmente se considerarmos
as frações mais vulneráveis da população (e governadores e prefeitos de oposição
ainda querem obrigar esta parcela da população a ficar em casa).
E o papel do setor privado?
Em tempos em que a
perspectiva ideológica do governo defende que a atividade econômica deve ser
conduzida pelo setor privado, e que as políticas implementadas são
voltadas efetivamente à defesa dos interesses deste, seria plausível esperar
que o empresariado cumprisse algum papel, juntamente com o governo, para
mitigar os efeitos da crise (micro empreendedores?) Mas em meio ao caos o setor
privado precisa, mais do que nunca, dos recursos públicos. O Estado brasileiro, assim,
parece só ganhar importância em meio ao caos. Porém, nas atuais circunstâncias,
o Estado parece ainda não ter encontrado os caminhos para refrear os efeitos da
crise (qual a solução então? O Comunismo?). O lugar para onde
caminhamos é incerto, mas inegavelmente obscuro. Razões pelas quais cabe, à
classe trabalhadora, a organização e a luta pela garantia de seus direitos...(GRIFOS NOSSOS: "não
pergunte sempre o que o Estado pode fazer por você, mas o que você pode fazer
pelo Estado?").
Por: Pedro Henrique Evangelista Duarte - É professor da
Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade
Federal de Goiás e pesquisador do International Center for Development and
Decent Work
Fonte: http://brasildebate.com.br/uma-reflexao-sobre-o-estado-em-tempos-de-crise/
ANALISE
DO ESTADO "pela DIREITA": “O estado destruiu a economia brasileira e o bem-estar
da população”
“Para
a economia voltar a crescer, os políticos e o estado brasileiro terão de
encolher”
A institucionalização
das incertezas políticas e econômicas no Brasil foi iniciada pelo governo
Dilma! Tudo começou quando seu governo, em novembro de 2012, decidiu
unilateralmente revogar os contratos de concessão das empresas de geração e
transmissão de energia (os quais terminariam entre 2014 e 2018) com o intuito
de fazer novos contratos e impor tarifas menores. A partir daquele momento, o
governo deixava claro que "não respeitava contratos!"
A situação se intensificou quando:
1º)-O governo optou por
fazer concessões de aeroportos e poços de petróleo seguindo um modelo que
tabelava o lucro permitido e impunha regulamentações esdrúxulas. Os grandes investidores não se interessaram.
2º)-A adoção de tarifas
de importação — as quais tornaram o Brasil o país mais fechado do mundo — com o
intuito de incentivar alguns setores escolhidos segundo critérios políticos não
apenas não ajudou em nada, como ainda piorou a vida de empreendedores
dependentes de insumos importados.
3º)-O aparelhamento das
estatais e o uso do BNDES para a escolha de campeãs nacionais (o que agravou a
situação das contas do governo) deteriorou ainda mais a confiança nas
instituições.
4º)-A adoção de uma
política econômica totalmente heterodoxa, sem um único histórico de êxito ao
redor do mundo, comprovou que o governo era comandado por comediantes sádicos.
5º)-A leniência para
com a inflação, a maquiagem das contas públicas e os crescentes déficits
orçamentários do governo — que geram a perspectiva de aumentos de
impostos no futuro — só fizeram piorar o ambiente de negócios no Brasil.
6º)-E tudo isso foi
intensificado pela crise política — sobre a qual já é possível escrever uma
enciclopédia, tamanhos seus desdobramentos e surpresas — iniciada
em 2015 e intensificada em 2016.
O fato é que, desde o
final de 2012, a única certeza que se tem no Brasil é que até mesmo o curto
prazo é completamente imprevisível! E, em 2016, tal imprevisibilidade foi
levada ao paroxismo:
a)- A destituição de
uma presidente, as prisões de políticos e empreiteiros, a condução coercitiva
de um ex-presidente, a queda de vários ministros, a ascensão de suplentes
espalhafatosos à presidência da Câmara, procuradores que adoram holofotes,
integrantes do Supremo que adoram aparecer e brigar entre si, e um Senado
comandado por um réu.
b)-Pautas e reformas
econômicas que avançam sob o comando de um deputado ou senador são
interrompidas e até mesmo revertidas quando este é derrubado e substituído por
outro, normalmente um opositor.
c)-Não se sabia se Vice
- presidente Temer terminaria o mandato-tampão ou se seria preso antes disso.
Se sua equipe econômica será mantida ou será trocada por uma mais
desenvolvimentista.
d)-Para piorar, as
opções presidenciais para 2018 ou estão enroladas na Lava-Jato ou são
populistas de extrema-esquerda!
O que não falta ao
Brasil, portanto, é emoção! Só que essa emoção gera consequências trágicas
sobre a economia.
Sem luz no fim do túnel (?)
A economia brasileira
está encolhendo há 10 trimestres seguidos. A última vez que houve algum
crescimento foi no primeiro trimestre de 2014 em relação ao primeiro trimestre
de 2013. O principal causador dessa contração econômica tem sido a queda —
aliás, queda não; desabamento — dos investimentos. É sempre importante
ressaltar que os investimentos são a variável mais importante do PIB
porque são eles que indicam a saúde atual da economia e permitem que a situação
futura seja melhor. Analisando
o que houve com os investimentos em máquinas, equipamentos, instalações
industriais e comerciais, e infraestrutura no Brasil, o quadro é desolador. Na
era Ptista, nos últimos 4 trimestres, os investimentos encolheram nada menos
que 13,5%. Os investimentos
pararam de crescer no segundo trimestre de 2013, muito provavelmente por causa das
inquietações trazidas pelas manifestações de junho daquele ano. De lá
para cá, com a intensificação de todas aquelas incertezas listadas no início do
artigo, os investimentos já encolheram nada menos que 29%.Não
há crescimento econômico sem investimentos. Não há empregos sem investimentos. Investimentos
— nacionais e estrangeiros — só ocorrem quando o
ambiente econômico e político do país é propício. Se o ambiente
econômico e político for seguidamente vituperado pelo estado, não há
investimento. Empreendedores são, por
definição, indivíduos que gostam de se arriscar. Quando empreendedores talentosos
de todos os cantos do globo decidem investir em um país, eles estão correndo
riscos e esperam enriquecer em decorrência disso. No entanto:
1)-Se o preço a ser
pago — além dos impostos altos e da complexa burocracia — são as incertezas
políticas.
2)-As exigência de
propinas.
3)-O desrespeito a
contratos.
4)-A insegurança
jurídica.
5)-A moeda instável.
6)-E déficits
orçamentários (que aumentam as incertezas futuras e elevam os juros dos
empréstimos).
Com estas variáveis
acima, esses empreendedores ficam desestimulados, e seus vários investimentos
não ocorrerão. E aí não haverá nem crescimento econômico nem criação de empregos.
Os atuais 12 milhões de desempregados estão vivenciando essa consequência de
maneira intensa.
Incertezas gerada pelo regime
Essa questão
da confiança, da previsibilidade e das expectativas (positivas ou negativas)
geradas por um governo é tão essencial, que os
economistas seguidores da Escola Austríaca cunharam o termo "Incerteza
Gerada pelo Regime" para
explicar como o governo pode destruir uma economia — afugentando investimentos
produtivos — ao simplesmente gerar incertezas políticas e jurídicas.
Um dos principais motores do investimento é a confiança:
Poupadores,
investidores e empreendedores arriscam seu capital porque esperam obter um
retorno. Mas se o estado cria um ambiente de incerteza econômica e
institucional, fazendo com que não haja nenhuma confiança de que este possível
retorno seja realmente alcançável, então os investimentos simplesmente não
ocorrem. Quem
vai ser louco de se arriscar? Quando a confiança na estabilidade e na
previsibilidade do cenário político, jurídico e institucional se esvai, os
investimentos de longo prazo desabam. E com ele vão juntos os empregos, os
salários, o bem-estar e a economia como um todo.
CONCLUSÃO:
Para o Brasil voltar a
crescer, é necessário retomar os investimentos! E para que os investimentos
voltem é necessário haver um clima de estabilidade, confiança e flexibilidade.
Mas a 'incerteza de regime' criada pelos políticos brasileiros não só vem
destruindo a economia, como tudo ainda aponta para a continuidade deste
processo. O
governo não pode enriquecer as pessoas, mas pode
perfeitamente empobrecê-las. E uma das formas mais eficazes de empobrecer a
população é criando um ambiente político turbulento e instável, em
conjunto com um marco institucional imprevisível, arbitrário, repleto de
intervenções, corrupção, privilégios e protecionismos. Necessitamos, com
urgência, de novas empresas e novos setores econômicos. Mas ambos só podem ser criados
com um volume crescente de investimentos. Só que os investimentos não
só não estão crescendo, como, pavor dos pavores, estão se contraindo.
Desgraçadamente, se a roda empreendedorial para de girar, como já parou no
Brasil, todo o nosso dinamismo futuro entra em risco. O
crescimento econômico não é algo automático. Neste contexto global cada vez
mais incerto, é absolutamente crucial restituir um
mínimo de confiança e credibilidade na economia brasileira, tornando-a atraente
para empreendedores de todos os cantos do mundo. Caso contrário, a
economia seguirá afundando, fazendo com que inquietações civis e distúrbios
violentos — principalmente nas grandes cidades — se tornem um futuro possível. Por tudo isso, é hora
de completar o ajuste fiscal para estancar o déficit — a aprovação da PEC do
Teto é um passo inicial nessa direção —, e reduzir os impostos. A
redução de impostos implica necessariamente o corte de gastos e a consequente
redução drástica do estado e de sua burocracia, a qual impede o desenvolvimento
econômico e garante nababescos privilégios aos seus integrantes à custa
da população que trabalha e produz. Acima de tudo, é crucial liberalizar
amplamente nossos setores produtivos, facilitando ao
máximo o empreendedorismo (sem o qual não há empregos nem salários).
"Igualmente importante é acabar com a participação do
estado na economia, desestatizando estatais e abolindo os conluios
corporativistas entre estado e grandes empresas, que tantas desgraças trouxeram
ao país. Com estado grande, intervencionista e ultra-regulador, lobbies, grupos
de interesse, propinas e subornos empresariais sempre serão a regra. Não há como reduzir a corrupção e os privilégios sem se
reduzir o estado!"
Para a economia
voltar a crescer, os políticos e o estado brasileiro terão de encolher! Todo o nosso futuro
depende disso! Ou então podemos ir fazer companhia à Venezuela.
Fonte:https://www.mises.org.br/article/2581/o-estado-destruiu-a-economia-brasileira-e-o-bem-estar-da-populacao
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