Artistas são pagos para mentir melhor que
ninguém. E ninguém é melhor nisso que a senhora Mary Louise. Meryl Streep é realmente uma atriz, exageradamente atriz.
Em seu discurso no Golden Globes citou que Hollywood é um dos segmentos mais
vilanizados pela sociedade americana, logo ela e seus colegas que faturam em
milhões, para depois vir com o discurso de querer 'redistribuir' o dinheiro dos
outros ?...Não é à toa que Trump
chama Meryl Streep de ‘amante de Hillary Clinton’
Meryl Streep foi indicada 19 vezes ao Oscar de
melhor atriz, seja no papel principal ou como coadjuvante. Venceu três vezes.
Das trinta vezes que foi indicada ao Globo de Ouro, levou o prêmio oito vezes
para casa. Já encarnou papéis tão distintos quanto a editora de moda com
pendores tirânicos Miranda Priestly em “O Diabo Veste Prada”, a
ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e uma mãe desesperada em “A
Escolha de Sofia”. Neste domingo (08), no Globo de Ouro, ao receber o prêmio
Cecil B. DeMille pelo conjunto de sua obra, mais uma vez entrou no personagem:
no de vítima.Com a classe, carisma e inteligência de quem é a melhor atriz do
mundo, Meryl Streep fez um discurso que certamente entrará para a história dos
Globo de Ouro. Subiu ao centro do palco e quase sem voz iniciou seu discurso,
de uma eloquência de fazer inveja a qualquer político profissional. E, a poucos
dias da posse de Donald Trump, a atriz tomou para si a defesa dos estrangeiros,
jornalistas (muito obrigado!) e artistas de Hollywood.
Falácia do espantalho conhecem ?
Quando Streep diz “se você expulsar todos”, está
recorrendo à manjadíssima falácia do espantalho. É o velho truque de acusar seu
adversário de estar a favor de algo que ele jamais sugeriu ou defendeu. A
desinformação é grande, mas Donald Trump jamais sugeriu expulsar todos os
imigrantes e estrangeiros dos Estados Unidos. Somente os ilegais. É algo que
qualquer país faz, às vezes até quando não deve — como quando o Brasil deportou
para Cuba pugilistas que resolveram ficar por aqui e não voltar para a ditadura
dos Castro logo após os Jogos Panamericanos de 2007.A falácia do espantalho é
fácil de identificar. Geralmente tem um quê de fantasia, de um cenário louco e
exagerado, criado de propósito para impressionar a audiência. É o caso do
“expulsar todos”. Ninguém defendeu essa barbaridade.
Quanto a dizer que os segmentos mais vilipendiados
da sociedade americana são atores de “Hollywood, estrangeiros e imprensa”, Streep
mostra um dos motivos que levaram à vitória de Trump: a falta de conexão com o
povo. Estrangeiros são vilipendiados pela sociedade americana?
Muçulmanos e hispânicos certamente são. Mas não todos. Mas o que dizer dos
milhares de trabalhadores que perderam seus empregos e a renda ao longo das
últimas décadas? São menos vilipendiados que atores que recebem cachês na casa
dos sete dígitos por filme?
Argumento de autoridade
É normal se emocionar com o discurso de alguém como
Meryl Streep. Existe algo que os especialistas em lógica chamam de argumento de
autoridade (argumentum magister dixit, em latim). Nós, pessoas inteligentes,
somos levados a crer que sempre damos mais valor ao conteúdo de uma mensagem do
que à pessoa que a transmite. Na verdade as coisas não acontecem desse jeito.
Mesmo que não queiramos, inconscientemente vamos valorizar mais uma atriz
vencedora do Oscar várias vezes, eloquente, do que um zé mané qualquer. Mesmo
que a verdade esteja sendo dita pelo zé mané. Não é à toa que as redes sociais
amanheceram com seu discurso compartilhado por milhares. Somente o vídeo com o
discurso no site da revista Hollywood Reporter tinha mais de 5 milhões de
visualizações.
Então, se você se emocionou, não tem
problema. Mas é bom lembrar: atores são pagos para mentir. E neste mundo de
mentiras encenadas, ninguém é melhor que Meryl Streep (cujo nome real, fique
sabendo, é Mary Louise).
Fonte: Gazeta do Povo
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.