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São as Procissões Católicas uma Invenção ou uma Prática Bíblica? Descubra o Que Revelam as Escrituras

Written By Beraká - o blog da família on domingo, 4 de maio de 2014 | 21:37




por *Francisco José Barros de Araújo 



As Procissões são, ou não, bíblicas? será apenas uma invenção dos Católicos ?


A prática das procissões e peregrinações ocupa, desde os primórdios do cristianismo, um lugar privilegiado na expressão da fé católica. Entretanto, não são raras as objeções de que tais manifestações seriam meras invenções humanas, acréscimos posteriores sem fundamento bíblico. Essa percepção, contudo, revela desconhecimento tanto da Escritura quanto da Tradição viva da Igreja. O Antigo e o Novo Testamento estão repletos de exemplos de procissões, caminhadas sagradas e atos simbólicos de seguimento, nos quais o povo de Deus expressava publicamente sua fé, sua penitência e sua esperança. As peregrinações, por sua vez, recordam a condição da Igreja como Povo de Deus em caminho rumo à Casa do Senhor. Assim, a procissão cristã, longe de ser um costume inventado, é uma expressão visível da vida espiritual, profundamente enraizada na revelação bíblica e na experiência litúrgica da Igreja. À luz das Escrituras, veremos que as procissões são, antes de tudo, uma forma concreta de imitar Cristo e seus santos, testemunhando publicamente a fé daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).





Atentemos para estas passagens bíblicas que fundamentam a procissão e a imitação dos santos






-Efésios 5,1:Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;


1 Cor 11,1Sêde meus imitadores como eu sou de cristo 


-Hebreus 6,12: de modo que vocês não se tornem negligentes, mas imitem aqueles que, por meio da fé e da paciência, recebem a herança prometida.


-Hebreus 13,7: Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.


-Tiago 5, 10-11 Irmãos, tenham os profetas que falaram em nome do Senhor como exemplo de paciência diante do sofrimento.Como vocês sabem, nós consideramos BEATOS aqueles que mostraram perseverança. Vocês ouviram falar sobre a perseverança de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia.


-Josué 6,6-9:Josué, filho de Nun, convocou os sacerdotes e disse-lhes: Levai a arca da aliança, e sete sacerdotes estejam diante dela tocando as trombetas.E disse em seguida ao povo: Avante! Dai volta à cidade, marchando os guerreiros diante da arca do Senhor.      Logo que Josué acabou de falar, os sete sacerdotes, levando as sete trombetas, retumbantes, puseram-se em PROCISSÃO diante do Senhor, tocando os seus instrumentos; e a arca da aliança do Senhor os seguiu.Marcharam os guerreiros diante dos sacerdotes que tocavam a trombeta, e à retaguarda seguia a arca; e durante toda a marcha ouvia-se o retinir das trombetas.


-NEEMIAS 12,31Então fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro, e ordenei dois grandes coros em procissão, um à mão direita sobre o muro do lado da porta do monturo.


-Lucas 19,36-38:Seguindo Jesus muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!





AFINAL, A PROCISSÃO É ALGO ESTRANHO ÀS ESCRITURAS?














Em todas as Procissões Católicas o que vai a frente de toda elas é a Cruz Processional de bronze, uma alegação à serpente de bronze no deserto lembrado pelo próprio Cristo:






“E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna...”(João 3,14-16).




Portanto toda procissão é uma peregrinação de seguimento e imitação de Cristo, e ou uma recomendação explícita a seguir um exemplo ou imitação de seguimento de Cristo feito em perfeição ao Cristo Pobre, casto e obediente feito por um santo canonizado, bem como a virgem Maria, sua primeira dicípula, aquela que perseverou até o fim (Na Cruz e em Pentecostes).Os Salmos 120-134 formam um pequeno livreto, um saltério dentro do Saltério, que poderia ser intitulado:  SALTÉRIOS DAS PEREGRINAÇÕES E OU ROMARIAS À CASA DO SENHOR. Cada um destes Salmos tem semelhantemente o título de "Cântico de romagem" ou "Cântico das Subidas,”Poderiam ser cânticos sobre "subir" do cativeiro da Babilônia para Jerusalém ( Ver Esdras 7,9).Provavelmente, estes cânticos foram cantados por "peregrinos" subindo em procissões para Jerusalém, para as festas Judaicas no Templo.Vem à lembrança o Salmo 84, quando os Filhos de Coré cantam: 




"Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos!"  O salmista ali está longe da casa de Deus, com muitas saudades dos "átrios do Senhor”.





Estes quinze Salmos amplificam o tema dos peregrinos saudosos dos pátios de Deus.  Há um desejo intenso por parte dos "sem lar" de estarem "na Casa do Senhor" (134:1), porque é onde mora o Senhor (132:14). Portanto, o salmista está alegre "quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor" (122:1). Mas, antes que pudessem permanecer na casa de Deus, eles tinham que fazer uma PEREGRINAÇÃO, uma viagem cheia de perigos e armadilhas.  Esta viagem ficava deprimente, às vezes: 




"A nossa alma está saturada do escárnio dos que estão à sua vontade e do desprezo dos soberbos" (123:4).  Mas continuavam caminhando, sabendo que: "O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra" (124:8).





Por volta do ano 125 d.C., Aristides escreveu numa carta a um amigo:





"Se qualquer homem justo entre os cristãos passa deste mundo, eles se regozijam e oferecem graças a Deus, e acompanham em procissão o seu corpo com cânticos de agradecimento, como se ele estivesse partindo de um lugar para outro próximo."





Realmente precisamos fazer a peregrinação antes de ficarmos permanentemente na casa do Senhor. Como dizem os Salmos:





Nós, também, precisamos acampar "em Meseque" e habitar "nas tendas de Quedar"! (120:5). Ficamos desiludidos com este mundo e repetimos as palavras daqueles que estão cansados dos lábios mentirosos e da língua enganadora (120:2), fartos de morar tanto tempo com aqueles que odeiam a paz (120:6), enjoados das atitudes arrogantes daqueles que são demasiadamente orgulhosos para confiar em Deus (123:4); exaustos de "sendas tortuosas" (125:5).





Nós, também estamos acostumados a perguntar:




"De onde me virá o socorro?"  A resposta: "Do Senhor, que fez o céu e a terra" (121:1-2).  




Tentações e provações são a sina dos moradores da terra.  Mas para aqueles cujos corações estão postos na peregrinação, estas mudanças induzem-nos a concentrar nossa atenção diretamente no Senhor que fez o céu e a terra.  Assim, aguardamos o Senhor e temos esperança no Senhor e em sua palavra (130:5, 6), e gozamos a vida simples de um peregrino (131:13).  Um espírito quieto e calmo prevalece, porque, apesar do tumulto à nossa volta, Deus ainda está no céu.  Então:  "Entremos na sua morada, adoremos ante estrado de seus pés" (132:7).Pagamos o preço por nos tornarmos estrangeiros na terra, mas podemos gozar o preço porque sabemos que grandes cousas o Senhor tem feito; "por isso, estamos alegres"(126:3). 




Semeamos em lágrimas aqui, mas colheremos em alegria.  "Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (126:6). 











Nosso propósito, aqui, é semear, às vezes em lágrimas.  A colheita virá mais tarde.  Mas o saber que colheremos alegra-nos agora.  Por isso mesmo agora podemos saborear um pouco do que estaremos fazendo em toda a eternidade:  estar "na Casa do Senhor", erguer nossas "mãos para o santuário", e bendizer ao Senhor (134:1-2).












Este portanto é o significado das procissões: 







Seguimento do Cristo Pobre, casto, e obediente, bem como seguir o exemplo daqueles que o imitaram perfeitamente.E como somos Igreja Peregrina, estamos ainda a caminho em procissão a casa do Senhor que fez o Céu e a terra.



Conclusão  





À luz das Sagradas Escrituras e da tradição viva da Igreja, compreende-se que as procissões não são um simples ornamento devocional, mas expressão teológica profunda da fé em Cristo. Elas simbolizam o seguimento do Senhor, que caminha à frente de seu povo sob o sinal da Cruz — assim como a serpente de bronze foi erguida no deserto para dar vida aos que olhavam com fé (Jo 3,14-16). Cada procissão é, portanto, um ato de peregrinação espiritual, imagem da jornada da Igreja terrena em direção à Jerusalém celeste. Seguir a cruz processional é confessar, em gesto e movimento, que “nossa pátria está nos céus” (Fl 3,20). Ao recordar o exemplo dos santos e da Virgem Maria, os fiéis renovam o desejo de imitar suas virtudes, perseverando na fé até o fim. Assim, as procissões revelam seu sentido mais profundo: são o retrato visível da Igreja Peregrina, que avança unida, guiada pela fé e sustentada pela esperança, rumo à eterna morada do Senhor.




*Francisco José Barros de Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17 - Perfil curricular no sistema Lattes do CNPq Nº 1912382878452130.




BIBLIOGRAFIA



-ARBEX, Pedro, Mons. Teologia orante na liturgia do Oriente. São Paulo: Editora Ave-Maria, 1998.

-BENTO XVI. A infância de Jesus. São Paulo: Planeta, 2012.

-CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Loyola, 2000.

-CONGAR, Yves. A Tradição e as tradições: ensaio histórico. São Paulo: Paulinas, 1984.

-GUARDINI, Romano. O espírito da liturgia. São Paulo: Cultor de Livros, 2018.

-JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Dies Domini: sobre a santificação do domingo. São Paulo: Paulinas, 1998.

-RATZINGER, Joseph (Bento XVI). Introdução ao espírito da liturgia. São Paulo: Loyola, 2001.





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+ Comentário. Deixe o seu! + 2 Comentário. Deixe o seu!

7 de maio de 2014 às 12:01

Infelizmente na maioria das procissões do santos não levam mais a cruz processional.

Anônimo
18 de dezembro de 2024 às 12:22

Este portanto é o significado das procissões:







Seguimento do Cristo Pobre, casto, e obediente, bem como seguir o exemplo daqueles que o imitaram perfeitamente.E como somos Igreja Peregrina, estamos ainda a caminho em procissão a casa do Senhor que fez o Céu e a terra.

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