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Segundo o filósofo Leibniz estamos no MELHOR DOS MUNDOS POSSÍVEIS - Como entender isto ?

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013 | 15:49




Afirmava Leibniz que este era o melhor dos mundos possíveis, ao que Bradley acrescentou, ironicamente, "e nele todo o mal é necessário".

De acordo com Leibniz, são infinitos os mundos possíveis dentre os quais Deus escolhe o melhor para existir. Não só o mundo eleito como os demais têm restrições em cada uma das séries neles contidas.

Cada mundo é um conjunto completo; isso significa que nenhum elemento ulterior pode ser acrescentado a ele sem torná-lo inconsistente ou sem diminuir a riqueza de suas misturas de variedade e ordem.

A distinção entre um mundo e outro está no fato de seus membros operarem de acordo com diferentes leis. Cada mundo impõe certas restrições às mônadas (as unidades substanciais que formam tais mundos).

Assim, uma mônada pertencente a um mundo possível desenvolve-se de acordo com as leis do mundo do qual ela participa. Isso faz com que seja inviável que uma mônada junte-se a outras que estejam subordinadas a outras leis designadas por Deus.

Esse é o motivo de algumas substâncias possíveis serem inadmissíveis em outra seleção possível. Daí os mundos não poderem ser levados para caminhos incompatíveis com as leis que os governam.


Todos os acidentes estão incluídos desde sempre na essência da mônada, ou seja, ela traz em si tudo aquilo que aconteceu e o que lhe acontecerá; seus estados passados, presentes e futuros, bem como todos os estados do universo inteiro.
Ela reflete todo o universo a partir de certa perspectiva; contém não só aquilo que é relativo ao seu próprio estado como também todas as coisas com as quais ela se relaciona. Tais relações externas aparecem nas mônadas como modificações internas, pois elas são fechadas em si; sendo assim, não têm relação direta umas com as outras.

A mônada é desprovida de um canal de comunicação para fora de si; apesar disso, indiretamente ocorre uma influência mútua na medida em que cada mudança externa é expressa por uma alteração no interior da mônada.

A relação entre elas se dá através das respectivas percepções de cada uma delas. Cada mônada é como um espelho que reflete tudo que acontece, mas não interage com as outras. Isso, posteriormente, aparecerá no sistema como sendo a harmonia preestabelecida:

“Deus produz diversas substâncias conforme as diferentes perspectivas que tem do universo e, por sua intervenção, a natureza própria de cada substância implica que o que acontece a uma corresponda ao que acontece a todas as outras, sem que ajam imediatamente umas sobre as outras (LEIBNIZ, 2004, p. 29).”

Dessa forma, tudo que acontece a uma substância é consequência dela própria, do mundo interno dela.

As percepções nas substâncias ativas são mais distintas, enquanto nas substâncias consideradas passivas tais percepções se dão de maneira mais confusa.

De acordo com Leibniz, Deus não dá simplesmente origem às criaturas, deixa-as livres; sua criação se dá de forma contínua, se dá por emanação.

Tal relação de conservação causa dependência perpétua dos seres com Deus. Apesar de tal relação, cada substância é um mundo particular. Isso, porém, não impede que seja possível prever algumas atitudes futuras delas, não apenas devido a determinadas características que cada uma possui como também devido às suas atitudes passadas. A substância expressa também o conteúdo de Deus; apesar disso, ela não sabe com certeza como agir da melhor forma.

Ela, assim como Deus, tem a visão geral do mundo. O que irá diferenciar uma substância de outra é o modo de percepção das coisas ao seu redor, ou seja, o grau de clareza ou obscuridade que tem em relação às coisas.

Há, contudo, pontos de convergência entre as substâncias, como ocorre, por exemplo, quando várias substâncias presenciam um mesmo fato. A despeito disso, cada uma terá uma perspectiva própria sobre o ocorrido, mas não tão distante a ponto de não se entenderem.

Se assim não fosse, se cada substância tivesse uma visão particular que não fosse compartilhada com as das outras, não haveria nenhuma ligação entre elas, e não é o que ocorre. Vemos, nesse caso, que ligação apresenta um sentido bem diferente de dependência.

Deus, apesar de ter uma visão do todo, sabe como cada substância enxerga individualmente.

Ele é o responsável por tornar o ponto de vista individual algo geral compartilhado por elas. É assim que ocorre a ligação entre elas.

Façamos Jus a este grande pensador filho de seu tempo e das circunstâncias(E quem não é ?), mas que com todas as suas falhas e limitações muito contribuiu e ainda contribui para o pensamento moderno:


Leibniz – biografia e pensamentos 





Gottfried Wilhelm Leibniz – (1646- 1716) nasceu no dia primeiro de julho, na cidade alemã de Leipzig. Era filho de um professor de filosofia moral. Sua família era de origem eslava. Criança ainda, explorava a biblioteca do pai. Viu os autores antigos e escolásticos.

Tomou contato com Platão e Aristóteles. Com quinze anos começou a ler os filósofos modernos: Bacon, Descartes, Hobbes e Galileu.


Leibniz foi de um espírito universal, muito inteligente, que revelou aptidão e genialidade em diversos campos. Bertrand Russel fala que era admirável, mas não como pessoa; pois escreveu para ser popular e agradar os princípes.

Cursou filosofia na cidade natal, matemática em Jena, com vinte anos. Cursou também jurisprudência em Altdorf. Em 1663, aluno da faculdade de filosofia, escreveu um trabalho sobre individualização.

Influenciado pelo mecanicismo de Descartes, que mais tarde refutou, expôs suas idéias em um livro, onde associava a filosofia e a matemática. Esboçou as primeiras considerações do que viria a ser sua grande descoberta matemática: o cálculo infinitesimal. Leibniz o desenvolveu na mesma época que Newton, um pouco depois.
Ingressou na sociedade secreta e mística dos sábios Rosacruzes. Em 1668 entrou na corte de Eleitor de Mogúncia. Ganhou uma pensão participando da Rosa cruz em Nuremberg, que lhe abriu as portas para a política.
Quando ingressou na corte, traçou um caminho que podemos associar ao de Bacon. Era ambicioso e movia-se agilmente pela corte em busca de seus projetos , muitos dos quais utópicos. Um de seus projetos filosóficos; antigo já , era a criação de um alfabeto do conhecimento humano. Foi nesse sentido influenciado pela lógica de Aristóteles.


CRONOLOGIA:


Em 1670, Leibniz ascendeu para conselheiro da corte de justiça, em Mogúncia. No seu novo cargo, partiu para uma missão diplomática: convencer o rei absolutista francês (Luís XIV) a conquistar o Egito para proteger a Europa da Invasão dos turcos e mouros. Esse pedido foi recusado.


De 1672 a 1676 Leibniz viveu em Paris. Sua missão que resultou em fracasso procurava evitar guerras entre os Europeus, desviando as tropas francesas para o Egito. Conseguiu permissão para continuar em Paris, o que lhe foi vantajoso para estudar, pois gozou do contato com a elite intelectual francesa.

Em 1676 , completou a descoberta do cálculo infinitesimal. Newton tinha inventado um novo método de cálculos. Embora as descobertas tivessem o mesmo objetivo, forma feitas sob pontos de vista diferentes. Leibniz calculava através do infinitamente pequeno.


Em Paris havia conhecido e ficado amigo do matemático Huyghens. Conheceu também o filósofo Arnauld (1612-1694) e Malembranche. Viajou para Londres e entrou para a Royal Society. Voltou para Paris. Sua estada lá, continuou sendo importante intelectualmente. O alemão ainda não era uma língua culta, e ele aprendeu francês perfeitamente.


Quando voltava para a Alemanha, passou de novo por Londres, onde conheceu newton. Na Holanda, conheceu Spinoza. Conversaram sobre metafísica e Spinoza mostrou a Leibniz os originais de Ètica.


Em 1676, vai para Hanôver, onde se torna bibliotecário chefe. Passou os  anos finais de sua vida nessa cidade, salvo algumas viagens. Foi conselheiro da corte, historiógrafo da dinastia e um dos reponsáveis por Hanôver ter se tornado um eleitorado.


Viajou pela Europa para conseguir documentos que fossem importantes para o seu papel de historiador. Foi para Áustria , Itália. Na Itália, passou por Nápoles, Florença e Veneza.


Leibniz era a favor da união das igrejas. Foi sócio da academia científica de Paris e de Berlim, que fundou.


Em 1711, viajou para a Rússia, onde aconselhou Pedro o grande, czar russo. Pedro queria elevar a Rússia ao nível dos maiores reinados europeus. Em 1713 Leibniz foi elevado conselheiro da corte de Viena.


Os últimos anos da vida de Leibniz foram tristes e solitários. Sua protetora, a princesa Sofia, havia morrido. Jorge I da Inglaterra não o queria mais por lá. As diversas cortes e academias de que fez parte esqueceram-no . Assim , perdeu prestígio. A Royal Society deu o crédito da invenção do cálculo infinitesimal para Newton.


Leibniz, que teve uma vida agitada, escrevia e meditava à noite. Seus trabalhos são breves em tamanho, não exigiram muito elaboração. Leibniz escreveu em latim e francês. Morreu com setenta anos em funeral acompanhado apenas por seu secretário. Havia brigado com a corte de Hanôver.


Dentre as muitas obras de Leibniz se destacam: Discurso da Metafísica, Novos ensaios sobre o entendimento humano (resposta a Locke), Sobre a origem das coisas, Sobre o verdadeiro método da filosofia , Teologia e correspondência.
Leibniz procurou expôr conceitos de validade atemporal na sua filosofia. Ele chamava tal filosofia de perene. E quis conciliá-la com a filosofia moderna. A filosofia moderna havia tomado caminhos diferentes da antiga e escolástica. Leibniz descobriu que era uma questão de perspectiva , mas todas as filosofias podiam ser unidas sob muitos aspectos. Ele resgatou a visão teleológica escolástico-aristotélica, que atribuía uma causa a tudo. De Descartes aproveitou a aplicação da matemática ao mundo.

Leibniz criticou a materialismo moderno. Apesar disso, era um racionalista. Seu racionalismo, como o de Zenão, chegava ao paradoxo.

Usando a teoria da causalidade, Leibniz explica a existência de Deus. Diz que ele não faz nada ao acaso, é supremamente bom.

O universo não  foi feito apenas pelo homem, mas o homem pode conhecer o universo inteiro. Deus é engenhoso, é capaz de formar uma “máquina” com apenas um simples líquido, sendo necessário apenas a interação com as leis da natureza para desenvovê-la.
A vontade do criador está submetida à sua lógica e a de seu entendimento. É uma visão racionalista do mundo, e a mente divina seria impregnada de racionalidade. Mas o mundo é mais do que a razão pode concatenar. O valor da razão reside no seu lado prático. Ela pode conhecer o princípio matemático das coisas, do conhecimentos específicos, mas ignora as causas últimas.


Leibniz, apesar de ser influenciado por Descartes, zombou da simplicidade do método. E refuta o mecanicismo. Diz que a extensão e o movimento, figura e número, não passam das aparências, não são a essência. Existe algo que está além da física da extensão e movimento, e é de natureza metafísica, uma força.Descartes havia dito que a constante nos fenômenos mecânicos é a quantidade – movimento. Leibniz fala que isso é um erro, para ele a constante é a força viva, a energia cinética.

O ponto principal do pensamento de Leibniz é a teoria das mônada:

É um conceito neoplatônico, que foi retomado por Giordano Bruno e Leibniz desenvolveu. 

As mônadas (unidade em grego) são pontos últimos se deslocando no vazio. Leibniz chama de enteléquia e mônada a substância tomada como coisa em si, tendo em si sua determinação e finalidade.

Para Leibniz, o espaço é um fenômeno não ilusório. É a ordem das coisas que se relacionam. o espaço tem uma parte objetiva, a da relação, mas não é o real tomado em si mesmo. Assim como o espaço, o tempo também é um fenômeno.

As leis elaboradas pela mecânica são leis de conveniência, pela qual Deus criou o melhor dos mundos.

Assim como o mecanicismo, Leibniz critica a visão cartesiana de máquinas. Os seres orgâncicos são máquinas divinas. Em cada pequena parte desses seres, há uma peça dessas máquinas, que são do querer divino. É a maneira pela qual se realiza o finalismo superior.Para conhecermos a realidade precisamos conhecer os centros de força que a constituem, as mônadas. São pontos imateriais como átomos. São e formam tudo o que existe. São unas assim como a mente. A mente apresenta diversidade, bem como várias representações. A mônada deve ser pensada junto com a mente. As atividades principais das mônadas são a percepção e a representação. Elas tem tendências à várias percepções.Uma mônada só é distinta da outra pela sua atividade interna. As mônadas tem dois tipos de percepção, a simples e a consciente. A última é chamada de apercepção. Somente algumas mônadas apercebem, e elas tem mais percepções inconscientes que conscientes.

Leibniz identificou a percepção inconsciente na natureza humana:

É aquele estado de consciência no qual a alma fica sem perceber nada distintamente, nós não nos recordamos do que vivemos. Certamente Leibiniz falava daquela estado especial de não entendimento e não associação em que a alma fica “amorfa”. Mas tal estado não é duradouro. enquanto estamos nele, parecemos as mônadas.Leibniz, na sua doutrina das mônadas, fala que cada mônada espelha o universo inteiro. Tudo está em tudo. Isso se aplica também ao tempo, ele diz: “o presente está grávido do futuro.” Uma mônada se diferencia da outra, poque as coisas estão presentes em maior ou menor grau nelas, e sob diferentes ângulos e aspectos.Não existem duas substâncias exatamente idênticas, pois se houvesse, elas seriam a mesma. A realidade é composta de mínusculas partículas, tem uma riqueza infinita. Deus conhece a tudo perfeitamente.
Leibniz fala da lei da continuidade. Uma coisa leva a outra, na natureza não há saltos. Entre um extremo e outro, há um nível médio.

Deus é a mônada das mônadas:

Uma substância incriada, original e simples. Deus criou e cria, a partir do nada, todas as outras substâncias. Uma substância, por meio natural, não pode perecer. Só através da aniquilação . Também, de uma não se criam duas. Uma mônada é uma substância, e é uma coisa sem janela, encerra em si mesma sua finalidade.
Como já disse, a mônada é imaterial:

Porém é da relação entre elas que nasce o espaço e matéria. A mônada é atividade limitada, pois a atividade ilimitada só se encontra em Deus (um tipo especial ). É dessa imperfeição, que torna a essência obscura que nasce a matéria.
Os organismos são um agregados de mônadas unidos por uma enteléquia superior. Nos animais essa enteléquia é a alma. Nos homens, a alma é entendida como espírito.

Uma coisa já está em potência na semente - Até aí nada de novo:

O original em Leibniz, é que não existe geração nem morte. Só existe desenvolvimento, no sêmem já existe um animal. Ele só precisa se desenvolver.

A substâncias brutas espelham mais ao mundo do que a Deus. O contrário nas substâncias superiores: Deus governa o mundo com leis materiais e espirituais. Existem vários pequenos deuses, controlados pelo grande Deus.
Leibniz,para explicar a interação entre a matéria e o espírito, formulou três hipóteses:

1) uma ação recíproca

2) intervenção de Deus em todas as ações

3) A harmonia pré-estabelecida. Cada substância tira tudo de seu interior,segundo a vontade divina.
O famoso princípio da razão suficiente de Leibniz, é junto com sua mônadologia,a pedra lapidar de sua metafísica. Esse princípio postula que cada coisa existe com uma razão de ser. Nada acontece ao acaso.

Estamos no melhor dos mundos possíveis,o ser só é,só existe,porque é o melhor possível:

A perfeição de Deus garante essa vantagem . Deus escolheu dentre os mundos possíveis,o que melhor espelhava sua perfeição. Ele escolheu esse mundo por uma necessidade moral.

Mas se esse mundo é tão bom porque existe o mal? Na Teódiceia, Leibniz indentifica três tipos de mal:


1) O mal metafísico,que deriva da finitude do que não é Deus

2) O mal moral,que advém do homem, não de Deus. É o pecado.

3) O mal físico. Deus o permite  para evitar males maiores, para corrigir.

Leibniz diferencia a verdade de razão da verdade de fato:

A verdade de razão é absoluta, pois está no intelecto de Deus:

Por exemplo, as leis da matemática e as regras de justiça e bondade. O oposto dessas verdades é impossível. As verdades de fato admitem opostos. Elas poderiam não existir, mas tem um motivo prático para existirem.

No livro Novos ensaios sobre o entendimento humano, Leibniz analisa o livro de Locke, Ensaio sobre o entendimento humano.

Ele critica o empirismo de Locke (nada existe na mente que não tenha estado nos sentidos) e defende, como Descartes, um inatismo. Ele localiza qualidades inatas na alma, como o ser , o uno, o idêntico, a causa, a percepção e o raciocínio. Leibniz retoma Platão, e sua teoria de reminiscência das idéias, dizendo que a alma reconhece virtualmente tudo.

Leibniz coloca que as condições para a liberdade são três:

A inteligência, a espontaneidade e a contingência. A liberdade da alma consiste em nela encerrar um fim em si mesma, não dependendo de externos.

Princípios de Filosofia ou Monadologia:



1 — A Mónada, de que iremos aqui falar, não é outra coisa senão uma substância simples, que entra nos compostos; simples, quer dizer, sem partes. (Teodíceia, § 10).
2 — E, como há compostos, é necessário que haja substâncias simples; porque o composto não é outra coisa senão um montão ou AGGREGATUM dos simples.
3 — Ora, onde não há partes, não há nem extensão, nem figura, nem divisibilidade possível. E estas Mónadas são os verdadei­ros Átomos da Natureza ou, numa palavra, os Elementos das coisas.
4 — Não há também dissolução a temer, e não há nenhuma maneira concebível pela qual uma substância simples possa perecer naturalmente.
5 — Pela mesma razão, não há nenhuma maneira pela qual uma substância simples possa começar naturalmente, pois não pode­ria ser formada por composição.
6 — Assim, pode dizer-se que as Mónadas não poderiam começar nem acabar senão instantaneamente, isto é, elas não poderiam começar senão por criação e acabar senão por aniquilação; ao contrário, o que é composto começa e acaba por partes.
7 — Não há igualmente meio de explicar como uma Mónada pode ser alterada ou mudada no seu interior por outra qualquer cria­tura; Pois nada se lhe pode transpor, nem conceber algum movimento interno que pudesse ser excitado, dirigido, aumen­tado ou diminuído dentro dela, como acontece nos compostos, onde há mudança entre as partes. As mónadas não têm janelas por que alguma coisa pudesse entrar ou sair. Os acidentes não poderiam separar-se, nem passear-se fora das substâncias, como faziam outrora as espécies sensíveis dos escolásticos. Assim, nem substância, nem acidente pode vir de fora para uma Mónada.
8 — No entanto, é necessário que as Mónadas tenham algumas qua­lidades; de outro modo, nem sequer seriam Seres. E se as subs­tâncias simples não diferissem pelas suas qualidades, não ha­veria meio de se aperceber de qualquer mudança nas coisas; porque o que está nos compostos só pode provir dos ingre­dientes simples; e as Mónadas sendo sem qualidades, seriam indistinguíveis uma da outra, já que elas em nada diferem em quantidade. E, consequentemente, o pleno sendo suposto, cada lugar só receberia em movimento o Equivalente do que tinha tido, e um estado de coisas seria indistinguível de outro.
9 — É mesmo necessário que cada Mónada seja diferente de cada outra. Porque não existe nunca na natureza dois Seres que sejam perfeitamente um como o outro e onde não seja possível encontrar uma diferença interna ou fundada sobre uma deter­minação intrínseca.
10 — Temo igualmente por aceite que todo o ser criado está sujeito à mudança, e por conseqüência a Mónada, criada ela também; e mesmo que esta mudança é contínua em cada uma.
11 — Segue-se do que dissemos, que as mudanças naturais das Mó­nadas provêm de um PRINCÍPIO INTERNO, já que uma causa externa não poderia influir no seu interior. (Teod., §s. 396 e 400).
12 — Mas também é necessário que, para além do princípio de mu­dança, haja um DETALHE DO QUE MUDA, que faça, por assim dizer, a especificação e a variedade das substâncias simples.
13 — Este detalhe deve envolver uma multiplicidade na unidade ou no simples. Porque como toda a mudança natural se faz por degraus, alguma coisa muda e alguma coisa permanece; e, con­sequentemente, é necessário que na substância simples haja pluralidade de afecções e de relações, ainda que nela não haja partes.
14 — O estado passageiro que envolve e representa uma multiplicidade na unidade ou na substância simples não é outra coisa senão o que se chama a PERCEPÇÃO, a qual deve distinguir-se da apercepção ou da consciência, como se mostrará adiante. E foi nisto que os cartesianos falharam bastante, não tendo considerado para nada as percepções que não se aperce­bem. Foi igualmente o que fez acreditar que só os Espíritos eram Mónadas e que não havia Almas dos Animais nem outras Enteléquias; e que os fez confundir, com o vulgo, um longo atordoamento com uma morte a rigor, o que os fez ainda cair no preconceito escolástico das almas totalmente separadas e, do mesmo modo, fortaleceu os espíritos mal formados na opinião da mortalidade das almas.
15 — A Ação do princípio interno que faz a mudança ou a passa­gem de uma percepção a outra pode ser chamada APETIÇÃO. É verdade que o apetite não pode sempre adequar-se inteira­mente a toda a percepção para onde ela tende, mas consegue sempre qualquer coisa e alcança percepções novas.
16 — Nós próprios experimentamos uma multiplicidade na substân­cia simples logo que notamos que o menor pensamento de que nos apercebemos envolve uma variedade no objeto. Assim, todos os que reconhecem que a Alma é uma substância simples deviam reconhecer esta multiplicidade na Mónada, e Bayle não devia encontrar aí uma dificuldade, como o fez no seu Dicio­nário, artigo Rorarius.
17 — De resto, é-se obrigado a confessar que a PERCEPÇÃO e o que dela depende é INEXPLICÁVEL POR RAZÕES ME­CÂNICAS, isto é, pelas figuras e pelos movimentos. E fingindo existir uma Máquina cuja estrutura fizesse pensar, sentir, ter percepção, poder-se-ia, conservando as mesmas proporções, concebê-la aumentada de tal modo que nela se pudesse entrar como num moinho. E assim, percorrendo-a por dentro, não encontraríamos senão peças impulsionando-se umas às outras e nada por que explicar uma percepção. Assim, é na substãncia simples, e no composto ou na máquina, que é preciso procurá-la. Também nada senão isso se poderá encontrar nas substâncias simples, isto é, as percepções e as suas mudanças. E é só nisso igualmente que podem consistir todas as AÇÕES INTERNAS das substâncias simples.
18 — Poder-se-ia dar o nome de Enteléquias a todas as substâncias simples ou Mônadas criadas porque elas contêm uma certa per­feição, (echousi to
enteles) e possuem uma suficiência (autarkeia) que as torna fontes das suas próprias acções internas e, por assim dizer, em Autômatos incorporais. (Teod., § 87).
19 — Se queremos chamar alma a tudo o que tem PERCEPÇÕES e APETITES no sentido geral que acabo de explicar, todas as substâncias simples ou Mónadas criadas poderiam ser chama­das Almas; mas como o sentimento é algo mais que uma simples percepção, concordo que o nome geral de Mónadas e Entelé­quias baste para as substâncias simples que só têm percepção e que se chame Almas somente àquelas cuja percepção é mais distinta e acompanhada de memória.
20 — Nós próprios experimentamos um Estado em que não nos lembramos de nada nem temos nenhuma percepção distinta, como quando desfalecemos ou quando estamos abatidos num pro­fundo sono sem nenhum sonho. Neste estado, a alma não difere em nada de uma simples Mónada; mas como este estado não é durável, e dele se liberta, a alma é algo mais. (Teod., § 61).
21 — Disto não se infere que, naquele estado, a substância simples esteja sem qualquer percepção. Tal não é possível, até pelas razões já apontadas; porque tal como não poderia perecer, as­sim também não poderia subsistir sem nenhuma afecção, que não é outra coisa que a sua percepção. Mas quando há uma grande quantidade de pequenas percepções, onde nada se en­contra distinto, é porque se está atordoado, como quando se anda continuamente à volta num mesmo sentido várias vezes, de modo que advém uma vertigem que nos faz desmaiar e na­da nos deixa distinguir. E a morte pode conferir por uns tempos este estado aos animais.
22 — E como todo o estado presente de uma substância simples é naturalmente uma conseqüência do seu estado precedente, do mesmo modo o presente está prenhe do futuro. (Teod., § 360).
23 — Assim, pois que despertada do atordoamento APERCEBE-SE das suas percepções, é necessário que também as tivesse tido imediatamente antes, ainda que tal fosse imperceptível; porque uma percepção não poderia provir naturalmente senão de outra percepção, como um movimento não provém natural­mente senão doutro movimento. (Teod., §s. 401-403).
24 — Daqui se conclui que, se não tivéssemos nada de distinto e, por assim dizer, de recortado e de um mais alto gosto nas nos­sas percepções, estaríamos num contínuo atordoamento. É este o estado das Mónadas nuas.
25 — Assim, vemos que a Natureza deu percepções recortadas aos animais, graças aos cuidados que ela toma de lhes fornecer os órgãos que conjugam vários raios de luz ou várias ondulações do ar, de modo a que, pela sua união, tivessem mais eficácia. Há algo de semelhante no odor, no gosto e no tacto, e talvez em muitos outros sentidos que nos são desconhecidos. Em breve explicarei como o que se passa na Alma representa o que sucede nos órgãos.
26 — A memória fornece às almas uma espécie de CONSECUÇÂO que imita a razão, mas que se lhe deve distinguir. É que vemos que os animais tendo a percepção de algo que os incomoda, e da qual tinham antes uma percepção semelhante, aguardam através da representação da sua memória o que esteve junto nessa percepção precedente e, assim, são levados a sentimentos semelhantes aos de então. Por exemplo, quando se mostra um pau aos cães, eles recordam-se da dor causada anteriormente e, ganindo, fogem. (Prelimin., § 65).
27 — E a imaginação forte que os perturba e agita provém ou da grandeza ou da quantidade das percepções precedentes. Porque muitas vezes uma impressão forte provoca de uma só vez o efeito de um longo HÁBITO ou de muitas fracas percepções reiteradas,
28 — Os homens, enquanto as consecuções das suas percepções só se fazem pelo princípio da memória, agem como os animais,
assemelhando-se aos Médicos Empíricos que têm uma simples prática sem teoria; o nós somos somente Empíricos em três quartos das nossas Acções. Por exemplo: quando se espera pelo dia de amanhã porque assim sempre sucedeu até agora, age-se empiricamente. Neste caso, só o Astrônomo julga pela razão. (Prelimin.. § 65).
29 — Porém, o conhecimento das verdades necessárias e eternas é o que nos distingue dos simples animais e nos faz possuir a RAZÃO e as Ciências, elevando-nos ao conhecimento de nós próprios e de Deus. E é o que se chama em nós Alma Racio­nal ou Espírito.
30 — É também pelo conhecimento das verdades necessárias e pelas suas abstracções que nos elevamos aos ACTOS REFLEXIVOS, que nos fazem pensar no que se chama Eu e a considerar que isto ou aquilo existem em nós. E é assim que pensando em nós pensamos no Ser, na Substância, no simples e no composto, no imaterial e no próprio Deus, concebendo que aquilo que é limitado em nós é nele ilimitado. E estes Actos reflexivos for­necem os objectos principais dos nossos raciocínios. (Teod., Prefácio).
31 — Os nossos raciocínios estãp fundados em DOIS GRANDES PRINCÍPIOS, O DA CONTRADIÇÃO em virtude do qual julgamos FALSO o que implica contradição e VERDADEIRO o que é oposto ou contraditório com o falso. (Teod., §s. 44 e 169).

32 — E O DA RAZÃO SUFICIENTE, em virtude do qual consideramos que nenhum Jacto poderia ser verdadeiro ou existen­te, nenhuma Enunciação verídica sem que haja uma razão suficiente para que isso assim seja e não de outro modo, ainda que estas razoes as mais das vezes não possam ser conhecidas por nós. (Teod., §s. 44 e 196).

33 — Há duas espécies de VERDADES; as de RACIOCÍNIO e as de FACTO. As verdades de Raciocínio são necessárias e o seu oposto é impossível; e as de facto são contingentes e o seu oposto é possível. Quando uma verdade é necessária pode encontrar-se a sua razão pela análise, resolvendo-a em idéias e verdades mais simples até se chegar às primitivas. (Teod, §s. 170, 174, I89, 280-282, 367; Resumo, 3.ª Objecção).
34 — Ê assim que os Matemáticos reduzem os TEOREMAS de especulação e as REGRAS da prática através da Análise às Definições, Axiomas e Postulados.

35 — Enfim, há IDÉIAS SIMPLES cuja definição não se pode dar; há também Axiomas e Postulados ou, numa palavra, PRIN­CÍPIOS PRIMITIVOS que não poderiam ser provados e que também não têm necessidade de sê-lo; são as ENUNCIAÇÕES IDÊNTICAS, cujo oposto contém uma contradição expressa.

36 — Mas a RAZÃO SUFICIENTE deve encontrar-se também nas VERDADES CONTINGENTES ou DE FACTO, isto é, na série das coisas que se encontram repartidas pelo universo das criaturas, onde a resolução em razões particulares poderia ser levada a um detalhe sem limites devido à variedade imensa das coisas da Natureza e à divisão dos corpos ao infinito. Há uma infinidade de figuras e movimentos presentes e passados que entram na causa eficiente da minha presente escrita e há uma infinidade de pequenas inclinações e disposições da minha alma, presentes e passadas, que entram na causa final. (Teod., §s. 36, 37, 44, 45, 49, 52, 121, 122, 637, 340-344).

37 — E como todo este DETALHE envolve ainda outros contingentes anteriores ou mais detalhados, dos quais cada um tem ainda necessidade de uma Análise semelhante para lhe confe­rir razão, nunca mais se avança na análise; e é preciso que a razão suficiente ou última esteja fora da seqüência ou SÉRIES deste detalhe dos contingentes por mais infinito que ele possa ser.

38 — E é assim que a última razão das coisas deve estar numa substância necessária, na qual o detalhe das mudanças não esteja senão eminentemente, como na origem: e é o que chamamos Deus. (Teod., § 7).

39 - Ora, esta substância sendo uma razão suficiente de todo este detalhe, o qual está igualmente ligado por todo o todo o lado, NÃO HÁ SENÃO UM DEUS E ESTE DEUS BASTA.

40 — Pode julgar-se também que esta Substância Suprema que é única, universal e necessária, não tendo nada fora dela que lhe seja independente, e sendo uma conseqüência simples do ser possível, deva ser incapaz de limites e deva conter tanta realidade quanto lhe seja possível.

41 — Donde se segue que Deus é absolutamente perfeito, não sendo outra coisa a perfeição senão a grandeza de realidade positiva tomada rigorosamente, excluindo os limites ou restrições nas coisas que as têm. E onde não há limites, isto é, em Deus, a perfeição é absolutamente infinita. (Teod., § 22, Prefácio, § 4).

42 — Segue-se igualmente que as criaturas têm as suas perfeições a partir da influência de Deus, mas que elas têm também as suas imperfeições a partir da sua própria natureza, incapaz de ser sem limites. Porque é nisto que elas são distintas de Deus. (Teod., §s. 20, 27-30, 153, 167, 377 e ss.).

43 — Ê igualmente verdade que em Deus está não somente a fonte das existências, mas ainda a das essências, enquanto reais, ou o que há de real na possibilidade. E isto é assim porque o Entendimento de Deus é a região das verdades eternas ou das idéias de que se dependem, e sem ele nada de real haveria nas possibilidades; e não somente nada de existente, mas tão-pouco nada de possível. (Teod., § 20).

44 — Porque é necessário que, se há uma realidade nas Essências ou possibilidades ou nas verdades eternas, esta realidade seja fun­dada em algo de existente e Actual; e, consequentemente, na Existência do Ser necessário, no qual a Essência implica a Existência ou no qual basta ser possível para ser Actual. (Teod,, §s. 184-189, 335).

45 — Assim, só Deus (ou o Ser Necessário) tem este privilégio: se é possível tem de existir necessariamente. E como nada pode impedir a possibilidade do que não contém nenhuns limites, nenhuma negação, e, consequentemente, nenhuma contradição, isto basta para conhecer a Existência de Deus A PRIORI.

Demonstramo-la igualmente pela realidade das verdades eter­nas. Mas acabamos também de prová-la A POSTERIORI pela existência de seres contingentes, os quais não poderiam ter a sua razão última ou suficiente senão no ser necessário o qual tem a razão da sua existência em si próprio.

46 — Porém, não é preciso imaginar-se, como alguns, que as verdades eternas, sendo dependentes de Deus, são arbitrárias e dependentes da sua vontade, como Descartes parece tê-lo feito e, posteriormente, Poiret. Isto não é verdade senão para as verdades contingentes, cujo princípio é a CONVENIÊNCIA ou a escolha do MELHOR, ao passo que as Verdades Neces­sárias dependem unicamente do seu objecto interno. (Teod., §s. 180-184, 185, 335, 351, 380).

47 — Assim, só Deus é a Unidade Primitiva ou a substância simples originária, da qual todas as Mónadas criadas ou derivativas são produções; e nascem, por assim dizer, por Fulgurações contí­nuas da Divindade de momento a momento, limitadas pela receptividade da criatura, à qual é essencial ser limitada. (Teod., §s. 382-391, 398, 395).

48 — Há em Deus a POTÊNCIA, que é a fonte de tudo, depois o CONHECIMENTO, que contém o detalhe das idéias, e enfim a VONTADE, que faz as mudanças ou produções segundo o princípio do melhor. E isto é o que corresponde, ao que nas Mónadas criadas faz o Sujeito ou a Base, a Faculdade Perceptiva e a Faculdade Apetitiva. Mas em Deus estes atributos são absolutamente infinitos ou perfeitos; e nas Mónadas criadas ou nas Enteléquias (ou perfectihabies, como Hermolaus Barbarus traduziu esta palavra) não são senão imitações à medida da perfeição que contêm. (Teod., §s. 7, 149, 150; § 87).

49 — A criatura é dita AGIR para fora tanto quanto perfeição contém; e PADECER de uma outra tanto quanto é imperfeita. Assim, atribui-se a ACÇÃO à Mónada enquanto ela possui per­cepções distintas e a paixão enquanto ela tem percepções confusas. (Teod., §s. 32, 66, 368).

50 — E uma criatura é mais perfeita do- que outra enquanto se encontra nela o que serve para dar razão A PRIORI do que se passa noutra e é por isso mesmo que se diz que ela age sobre a outra.

51 — Mas nas substâncias simples há somente uma influência ideal de uma Mónada sobre outra, a qual não pode ter o seu efeito senão pela intervenção de Deus e tanto quanto nas idéias de Deus uma Mónada pede com razão que Deus, regulando as outras desde o começo das coisas, a tenha em consideração. Porque, já que uma Mónada criada não poderia ter uma influência física sobre o interior de outra, é somente por este meio que uma pode estar dependente de outra. (Teod., §s. 9, 54, 65, 66, 201, Resumo, 3.a Obj.).

52 — E é assim que entre as criaturas as Acções e as Paixões são mútuas. Porque Deus, comparando duas substâncias simples, encontra em cada uma razões que a obrigam a acomodar-se à outra; e, consequentemente, o que de certo ponto de vista é activo, é passivo segundo um outro ponto de consideração: ACTIVO enquanto o que se conhece distintamente nela serve para dar razão do que se passa numa outra, e PASSIVO enquanto a razão do que se passa nela se encontra no que se conhece distintamente em outra.

53 — Ora, como há uma infinidade de universos possíveis nas idéias de Deus e como não pode existir senão um só, é preciso que haja uma razão suficiente da escolha de Deus, que o determine a preferir a um mais do que a outro. (Teod., §s. 8, 10, 44, 173, 196 e ss., 225, 414-416).

54 — E esta razão não se pode encontrar senão na CONVENIÊNCIA ou nos graus de perfeição que estes mundos contêm; cada pos­sível tendo direito a pretender à existência à medida da perfei­ção que contém. (Teod., §s. 74, 167, 350, 201, 130, 352, 345 e ss., 354).

55 — E é esta a causa da Existência do Melhor, que a Sabedoria fez conhecer a Deus, que a sua bondade o fez escolher e que a sua potência o fez produzir.

(Teod., §s. 8, 78, 80, 84, 119, 204, 206, 208, Resumo 1a Obj., 8.a Obj.).

64 — Assim, cada corpo orgânico de um vivente é uma Espécie de Máquina divina, ou de um Autômato Natural, que ultrapassa infinitamente todos os Autômatos artificiais, porque uma Má­quina feita pela arte do homem não é Máquina em cada uma das suas partes. Por exemplo: o dente de uma roda de latão tem partes ou fragmentos que já não nos são algo de artificial e não contêm mais nada que indique da Máquina relativa­mente ao uso a que a roda era destinada. Mas as Máquinas da Natureza, isto é, os corpos vivos, são ainda Máquinas nas suas menores partes, até ao infinito. É isto que faz a diferença entre a Natureza e a Arte, isto é, entre a Arte divina e a Nossa. (Teod., §s. 134, 146, 194, 483).

65 — E o Autor da Natureza pôde praticar este artifício divino e infinitamente maravilhoso porque cada porção de matéria não é somente divisível ao infinito, como os antigos reconheceram, mas ainda subdividido actualmente sem fim, cada parte em partes, das quais cada uma tem algum movimento próprio. De outro modo seria impossível que cada porção de matéria pudesse exprimir todo o universo. (Prelimin., § 70; Teod., § 195).

66 — Donde se vê que há um Mundo de criaturas, de viventes, de Animais, de Enteléquias, de Almas na menor porção de matéria.

67 — Cada porção de matéria pode ser concebida como um jardim pleno de plantas.e como um lago pleno de peixes. Mas cada ramo da planta, cada membro do Animal, cada gota de seus humores é ainda um tal jardim ou um tal lago.

68 — E embora a terra e o ar interpostos entre as plantas do jardim ou a água interposta entre os peixes do lago não sejam plantas nem peixes, eles os contêm ainda, as mais das vezes de uma subtilidade imperceptível para nós.

69 — Assim, não há nada de inculto, de estéril, de morto no universo, não há caos nem confusão senão na aparência, mais ou menos como num lago à distância no qual se veria um movi­mento confuso e buliçoso, por assim dizer, de peixes no lago sem discernir os próprios peixes.

70 — Por isso se vê que cada corpo vivo tem uma Enteléquia dominante, que é a Alma no animal; mas os membros deste corpo vivo são plenos de outros corpos vivos, plantas, animais, dos quais cada um tem ainda a sua Enteléquia ou a sua alma dominante.

71 — Não é necessário imaginar, porém, como alguns que perceberam mal o meu pensamento, que cada Alma tem uma massa ou porção de matéria própria ou a ela afectada para sempre e que possui, consequentemente, outros vivos ao seu serviço. Porque todos os corpos estão num fluxo perpétuo como os rios em que as partes entram e saem continuamente.

72 — Assim, a alma não muda de corpo senão pouco a pouco e por graus, de modo que não é nunca despojada instantaneamente de todos os seus órgãos; e muitas vezes há metamorfose nos animais, mas nunca há Metempsicose nem transmigração das Almas; também não existem ALMAS completamente SEPARADAS nem Gênios sem corpo. Só Deus está inteiramente separado. (Teod., §s. 90, 124).

73 — O que igualmente faz que nunca haja nem geração inteira nem morte perfeita tomada a rigor, isto é, consistindo na separação da alma. E o que chamamos GERAÇÕES são desenvolvimen­tos e crescimentos, tal como o que chamamos MORTES são Envolvimentos e Diminuições.

74 — Os Filósofos estiveram bastante embaraçados sobre a origem das Formas, Enteléquias ou Almas; mas hoje, quando se aper­cebeu, através de investigações exactas feitas sobre as plantas, os insectos e os animais, que os corpos orgânicos da natureza nunca são produzidos a partir de um caos ou de uma putrefação, mas sempre através de sementes, nas quais sem dúvida existia alguma PREFORMAÇÃO, julgou-se que não somente o corpo orgânico já aí estava antes da concepção, mas ainda uma Alma neste corpo e, numa palavra, o próprio animal; e que, por meio da concepção, este animal foi somente disposto a uma grande transformação de modo a se tornar um animal de uma outra espécie. Vê-se mesmo algo de semelhante fora da geração, como quando os vermes se tornam moscas e as lagartas borboletas.(Teod., §s. 86, 89, 90, 187, 188, 403, 397).

75 — Os ANIMAIS, dos quais alguns são elevados ao grau dos maioes animais por meio da concepção, podem ser chamados ESPERMÁTICOS; mas os que entre eles permanecem na sua espécie, isto é, a maioria, nascem e multiplicam-se e são des­truídos como os grandes animais, e não há senão um pequeno número de Eleitos que passam a um maior teatro.

76 — Mas isto não era senão a metade da verdade: eu julguei então que, se o animal nunca começa naturalmente, também nunca acaba naturalmente, e que não somente não haverá geração como não haverá ainda destruição inteira, nem morte tomada a rigor. E estes raciocínios feitos A POSTERIORI e tirados da experiência acordam-se perfeitamente com os seus princípios deduzidos A PRIORI e acima expostos. (Teod., § 90).

77 — Assim, pode dizer-se que não somente a Alma (espelho de um universo indestrutível) é indestrutível, como ainda o pró­prio animal, ainda que a sua Máquina pereça freqüentemente em parte e abandone ou receba despojos orgânicos.

78 — Estes princípios proporcionaram-me o meio de explicar naturalmente a união, ou melhor, a conformidade da Alma e do corpo orgânico. A Alma segue as suas próprias leis e o corpo igualmente as suas e eles se encontram em virtude da harmo­nia pré-estabelecida entre todas as substâncias, pois que todas são representações de um mesmo universo. (Teod., §s. 340, 352, 353, 358).

79 — As Almas agem segundo as leis das causas finais, por apetites, fins e meios. Os corpos agem segundo as leis das causas efici­entes ou movimentos. E os dois reinos, o das causas eficientes e o das causas finais, são harmônicos entre si.

80 — Descartes reconheceu que as Almas não podem dar força aos corpos, porque há sempre a mesma quantidade de força na matéria. Todavia, acreditou que a alma podia mudar a direção dos corpos. Mas isto foi porque no seu tempo não se conhecia a lei da natureza sobre a conservação da mesma direcção total na matéria. Se a tivesse conhecido, ele teria caído no meu Sistema da Harmonia pré-estabelecida. (Teod., §s. 32, 59, 60, 61, 62, 66, 345, 346, e ss. 354, 355).

81 — Este sistema faz que os corpos ajam como se (por impossível) não houvesse Almas e que as Almas ajam como se não hou­vesse corpos. E os dois agem como se um influísse sobre o outro.

82 — Quanto aos Espíritos ou Almas racionais, embora eu pense que haja no fundo a mesma coisa em todos os viventes e ani­mais, como acabamos de dizer (a saber, que o Animal e a Alma não começam senão com o Mundo e igualmente só aca­bam com o Mundo), há, todavia, isto de particular nos Animais racionais, que os seus pequenos Animais Espermáticos, en­quanto não são senão só isso, têm somente Almas ordinárias ou sensitivas; mas, tratando-se dos eleitos, por assim dizer, que atingem por uma actual concepção a natureza humana, as suas almas sensitivas são elevadas ao grau da razão e à prerrogativa de Espíritos. (Teod., §s. 91, 397).

83 — Entre as várias diferenças que há entre as Almas ordinárias e os Espíritos, das quais já analisei uma parte, há ainda esta: que as Almas em geral são espelhos vivos ou imagens do uni­verso das criaturas mas que os Espíritos são ainda imagens da própria Divindade ou do próprio Autor da natureza, capazes de conhecer o Sistema do Universo e de o imitar em algo atra­vés de escantilhões arquitectónicos, cada Espírito sendo como uma pequena divindade no seu domínio. (Teod., § 147).

84 — É o que faz que os Espíritos sejam capazes de entrar numa Maneira de Sociedade com Deus, e que Ele seja relativamente a eles não somente o que um inventor é à sua Máquina (como o é Deus relativamente às outras criaturas), mas ainda o que um Príncipe é a seus súbditos e mesmo um pai a seus filhos.

85 — Donde é fácil de concluir que a reunião de Todos os Espíritos deve constituir a Cidade de Deus, isto é, o mais perfeito estado possível sob o mais perfeito dos Monarcas. (Teod., § 146; Resumo, 2.a Obj.).

86 — Esta Cidade de Deus, esta Monarquia verdadeiramente universal, é um Mundo Moral no Mundo Natural e o que de mais elevado e de mais divino existe nas obras de Deus; e é nela que consiste verdadeiramente a glória de Deus, pois que não a haveria se a sua grandeza e a sua bondade não fossem conhecidas e admiradas pelos espíritos; e é também relativa­mente a esta cidade divina que há propriamente Bondade, ao passo que a sua Sabedoria e a sua Potência se manifestam por todo o lado.

87 — Do mesmo modo que acima estabelecemos uma Harmonia perfeita entre os dois Reinos Naturais, um o das causas Eficientes, outro o das Finais, devemos ainda assinalar uma outra harmonia entre o reino Físico da Natureza e o reino Moral da Graça, isto é, entre Deus considerado como Arquitecto da Máquina do universo e Deus considerado como Monarca da cidade divina dos Espíritos. (Teod., §s. 62, 74, 118, 112, 130, 147).

88 — Esta Harmonia faz que as coisas conduzam à graça pelas próprias vias da natureza, e que este globo, por exemplo, deve ser destruído e reparado pelas vias naturais e nos momentos em que o requer o governo dos Espíritos, para castigo de uns e recompensa de outros. (Teod., §s. 18 e ss. 110, 244, 245, 340).

89 — Pode dizer-se ainda que Deus como Arquitecto satisfaz em tudo a Deus como Legislador e que, assim, os pecados devem arras­tar consigo a sua pena segundo a ordem da natureza e em vir­tude da própria estrutura mecânica das coisas; e que do mes­mo modo as belas acções atrairão as suas recompensas por vias mecânicas relativamente aos corpos, ainda que isto não possa e não deva sempre acontecer imediatamente.

90 — Enfim, sob este governo perfeito não haverá boa Acção sem recompensa nem má sem castigo; e tudo deve resultar para bem dos bons, isto é, daqueles que não se encontram descontentes neste grande Estado, que confiam na providência após terem feito o seu dever e que amam e imitam como é devido o Autor de todo o bem, alegrando-se na consideração das suas perfeições segundo a natureza do verdadeiro PURO AMOR, que nos faz gozar com a felicidade do que se ama. É o que faz tra­balhar as pessoas sábias e virtuosas em tudo o que parece con­forme à vontade divina presumida ou antecedente e satisfazer–se, todavia, com aquilo que Deus faz efectivamente acontecer por via da sua vontade secreta, conseqüente ou decisiva; reconhecendo que, se pudéssemos entender suficientemente a ordem do universo concluiríamos que ela ultrapassa todos os desejos dos mais sábios e que seria impossível torná-lo melhor do que ele é, não somente para o todo em geral mas ainda para nós próprios em particular, se nos submetemos como é devido ao Autor de tudo, não só como ao Arquitecto e à causa efici­ente do nosso ser, mas ainda como a nosso Mestre e à causa Final que deve constituir todo o objecto da nossa vontade e o único que pode fazer a nossa felicidade. (Teod., § 278; Prefácio).

Síntese acerca da Teoria do Conhecimento em Leibniz:


Em 10 pontos poderíamos sintetizar as idéias essenciais de Leibniz, destacando os aspectos relativos à Teoria do Conhecimento e à Metafísica:


1 – Ponto de partida: crítica à metafísica dualística de Descartes. Deus, que é perfeição infinita, não pode ter criado um universo bitolado em duas substâncias irreconciliáveis (res extensa e res cogitans), na forma em que foi pensado por Descartes.


2 – Deus, portanto, criou o “melhor dos mundos possíveis”, caracterizado pelo princípio da “harmonia preestabelecida”.


3 – O homem está chamado a tomar conhecimento da “harmonia preestabelecida” do Universo. Nisso consiste a verdade e a máxima felicidade do espírito. A nossa bem-aventurança, na Terra, consiste em contemplarmos a harmonia do Cosmo, que espelha a perfeição divina.

4 – O homem apreende, pelo seu conhecimento, a harmonia do Universo em dois níveis: matemático (pela ciência da natureza) e metafísico (pela filosofia), sendo que esta última constitui a apreensão mais completa da “harmonia preestabelecida”. Nas ciências, apreendemos a harmonia com a ajuda das matemáticas. Nelas, joga um papel importante o “cálculo infinitesimal”, que nos habilita a apreendermos a harmonia cósmica no contexto de uma infinita quantidade de variáveis. Na filosofia, apreendemo-la com a ajuda dos conceitos metafísicos, que exprimem a harmonia da totalidade. A ars combinatoria constitui, para as ciências e a filosofia, poderoso instrumento lógico que nos possibilita superar as contradições decorrentes dos significados equívocos das palavras (“calculemos para que nos entendamos”, afirmava Leibniz).


5 – Cerne da metafísica leibniziana: a monadologia. O universo foi formado mediante a criação, por Deus, de infinitas unidades substanciais de energia ou mônadas. Essas unidades estão rigorosamente hierarquizadas e organizadas pelo Supremo Arquiteto do Universo (Deus) que age à maneira de Causa Final, no contexto de um modelo que hoje caracterizaríamos como finalistico-cibernético. A matéria, em si, não existe. Ela é apenas manifestação aparente da única realidade existente: a força ou energia, constituída pelas mônadas. Estas podem, portanto, expandir no espaço a sua essência, ou contraí-la num ponto (à maneira dos buracos negros postulados pela astrofísica contemporânea). Cada uma das mônadas encerra, dentro de si, uma representação da harmonia do Cosmo. Essa representação, nos seres humanos, é consciente, sendo que os demais seres não possuem essa consciência, o que torna o homem o Rei da Criação, não para atrapalhar a ordem da “harmonia preestabelecida”, mas para, com a luz da razão, reconhecer essa ordem harmônica e louvar a Deus.


6 – A liberdade humana é um postulado teológico que se depreende da tese do “melhor dos mundos possíveis”. Se Deus não tivesse criado o homem livre, faltaria ao Cosmo uma perfeição importante, a mais exímia entre as perfeições finitas: a liberdade. Como conciliar a liberdade com a “presciência divina?” – Ao praticar o mal, o homem não está dando ensejo a um ser: o mal moral é entendido por Leibniz como ignorância (carência de conhecimento) de parte do homem, da “harmonia preestabelecida” por Deus no Cosmo. O pecador é um ignorante. A sua infelicidade consiste em desconhecer a ordem cósmica. Para Leibniz, “Deus escreve certo com linhas tortas”. Ele, na sua infinita sabedoria, antecipa-se a todos os nossos comportamentos, certos ou errados. Permite os errados, como decorrentes da nossa liberdade. Mas, tomando conhecimento do contexto em que eles acontecem, minimiza-os mediante uma ação providencial, que coloca as más ações dos pecadores junto às boas ações dos homens virtuosos, a fim de que o conjunto de todas as ações humanas seja harmonioso, como num grande mosaico bizantino. As pedrinhas escuras, irregulares, seriam as más ações. Mas estas praticamente desaparecem, ofuscadas pelo brilho das pedrinhas que representam, reluzentes e coloridas, os inumeráveis atos virtuosos dos homens bons. Assim, a ação dos maus serve como pano de fundo que ressalta a beleza das boas ações. No contexto deste arrazoado, Leibniz formula o seu “providencialismo ou lex melioris”, que se estende a todos os seres do Cosmo. Nada foi criado para ser aniquilado. Isto iria contra a bondade infinita de Deus. Todos os seres foram criados para integrarem o Universo definitivamente liberto do Mal, na Parusia (à maneira como, no século XX, Teilhard de Chardin imaginou a caminhada de toda a criação em direção ao Ponto Ômega). As unidades de energia, que são as mônadas, revestir-se-ão da mais maravilhosa materialização que poderíamos imaginar, a fim de toda a criação testemunhar a grandeza e a sabedoria infinitas do Criador.


7 – A sociedade humana, na sua organização política, deve refletir a harmonia cósmica, mediante a estruturação harmônica das instituições a serviço do bem comum dos cidadãos, preservado graças à sabedoria previdente do Rei, que constitui uma espécie de poder moderador entre todas as forças sociais e os indivíduos, a fim de que o bem de todos se realize. As teorias do poder moderador ou do poder neutro, que foram formuladas no século XIX por Jacques Necker, Benjamin Constant de Rebecque, François Guizot, Silvestre Pinheiro Ferreira, Domingos Gonçalves de Magalhães, Paulino Soares de Sousa, etc., encontram em Leibniz o seu inspirador.


8 – Do ponto de vista religioso, Leibniz apelava para o ecumenismo entre todas as Igrejas cristãs, superando o trágico período das guerras de religião, que ocorreram na Europa ao longo dos séculos XVI e XVII. O filósofo imaginava que esse ecumenismo poderia ser construído por um Monarca cristão ilustrado (Luis XIV, da França), que faria uma espécie de pacto moderador entre as várias igrejas, incluídos os católicos e os outros príncipes e soberanos europeus, a fim de fazer frente à ameaça do Islã. Leibniz chegou a cogitar numa ordem político-religiosa universal, que incluísse a China, mediante a relação de diálogo e de atividades conjuntas entre cristãos ocidentais e budistas tibetanos.



9 – Do ângulo antropológico, Leibniz considerava que os seres humanos, criados por Deus à sua imagem e semelhança, davam ensejo a criações variadas que deveriam ser conhecidas na sua origem e nas suas manifestações, não se restringindo isso à cultura européia. Para apreendermos o fenômeno humano, pensava Leibniz, seria necessário abordarmos todas as culturas, respeitando a sua identidade, num esforço de abertura às criações humanas. Este aspecto contrastava, evidentemente, com as reservas que o filósofo tinha em face do Islamismo.


10 – O filósofo desenvolveu amplo trabalho de aconselhamento a reis e príncipes europeus, na tentativa de consolidar a unidade continental. Essa idéia da Europa Unida seria retomada, no início do século XIX, por Napoleão Bonaparte e, no século XX, pelos idealizadores do Mercado Comum Europeu e, ulteriormente, da Unidade Européia.

Fonte: Edição da Imprensa Nacional – Casa da Moeda – Lisboa


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