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O IMPERADOR E O EREMITA ( De TOSLTOY)

Written By Beraká - o blog da família on domingo, 11 de março de 2012 | 14:07



Um imperador querendo satisfação no seu reinado, buscou a resposta para as seguintes perguntas:


1ª)-Qual o tempo mais oportuno para se fazer cada coisa?

2ª)-Quais as pessoas mais importantes com quem trabalhar?

3ª)- Qual a coisa mais importante a ser feita?


O imperador publicou uma declaração, dizendo dar um alto prêmio àquele que fosse capaz de responder as perguntas.

Inúmeras pessoas se dirigiam ao palácio oferecendo diferentes respostas.


Em resposta à primeira pergunta, alguém aconselhou o imperador a fazer um planejamento completo, dedicando todas as horas, dias, meses e ano a certas tarefas constantes da programação elaborada e observá-lo ao pé da letra. Só assim teria possibilidade de fazer cada coisa no tempo certo.


Uma segunda pessoa respondeu que seria planejar com antecedência, que deveria deixar todo e qualquer divertimento vão de lado e permanecer atento a tudo, a fim de saber o que fazer na hora certa.


Uma terceira pessoa disse que o imperador jamais poderia, por si próprio, ter a previsão e competência necessárias para decidir quando fazer cada coisa, e que o que ele realmente precisava era constituir um conselho de sábios e agir de acordo com que fosse determinado por estes.


Uma quarta, enfim, disse que certos assuntos requeriam providências imediatas, não podendo assim esperar por decisão de conselho, mas se o imperador quisesse saber dos acontecimentos com antecedência deveria consultar mágicos e adivinhos.


As respostas à segunda pergunta também não foram satisfatórias. Uma pessoa disse que o imperador devia depositar toda sua confiança nos administradores, outra, nos padres e monges, outra nos médicos, e, outras ainda, nos guerreiros.



A terceira pergunta trouxe uma variedade similar de respostas.

Alguns disseram que a coisa mais importante a fazer era a ciência. Outros falaram em religião. Outros ainda achavam que a coisa era a arte, outros o potencial bélico.

Como nenhuma das respostas satisfez ao imperador, nenhum prêmio foi concedido.


Após refletir por várias noites, o imperador decidiu sair à procura de um eremita que vivia na montanha, e que diziam ser um homem iluminado.

Sabia-se que ele jamais deixara a montanha e não recebia ricos nem poderosos, apenas os pobres.

Ainda assim, o imperador decidiu ir ao seu encontro para fazer-lhe as três perguntas,disfarçado de camponês.

O imperador ordenou aos seus criados que o esperassem ao pé da montanha enquanto ele subiria sozinho.


Ao chegar ao lugar em que vivia o eremita, o imperador viu-o lavrando a terra da horta em frente a sua pequena cabana. Ao avistar o forasteiro, o eremita acenou-lhe com a cabeça, continuando a capinar.

O trabalho era bastante duro para um homem daquela idade, toda vez que enterrava a enxada na terra, para revolvê-la, um profundo suspiro acompanhava seu movimento.

Acercando-se dele o imperador falou: "Vim até aqui para pedir sua ajuda. Quero que responda três perguntas:

1)- Qual o tempo mais oportuno para se fazer cada coisa?

2)- Qual as pessoas mais importantes com quem trabalhar?

3)- Qual a coisa mais importante a ser feita?"

O eremita ouviu-o atentamente mas não respondeu. Deu uma palmadinha amistosa no ombro do forasteiro e continuou seu trabalho. O imperador então disse:
" Você deve estar cansado, deixe-me dar uma mão no seu trabalho".

Agradecendo, o eremita passou-lhe a enxada e sentou-se no chão para descansar.


Depois de ter cavado dois canteiros, o imperador parou e, voltando-se para o eremita, repetiu suas três perguntas. Ao invés de responder, o eremita levantou-se e apontando para a enxada disse:

"Por que não descansa agora? Eu posso retomar o meu trabalho de novo".


Mas o imperador não lhe passou a enxada e continuou a cavar. Assim se passaram as horas, até que o sol começou a se esconder atrás da montanha.


O imperador colocou a enxada de lado e falou ao eremita: 'Eu vim até aqui para ver se você seria capaz de responder minhas perguntas. Mas se você não puder respondê-las, por favor, me diga, para assim eu voltar para casa".


Levantando a cabeça, o eremita perguntou:

"Está ouvindo os passos de alguém correndo ali adiante?"

O imperador voltou a cabeça e, de repente, a frente de ambos, surgiu de dentro do mato um homem com longa barba branca. Ofegante, o homem tentava cobrir com as mãos o sangue que escorria do ferimento no estômago, avançando em direção ao imperador, antes de tombar ao chão, inconsciente. Abrindo a camisa do homem o imperador e o eremita viram que ele havia recebido um corte profundo.


O imperador limpou a ferida, usando sua própria camisa para atá-la, mas o sangue empapou-a inteira depois de poucos minutos. O imperador então enxaguou a camisa, enfaixando a ferida pela segunda vez, assim continuando, até parar de sangrar.

Ao recobrar os sentidos, o homem pediu água. O imperador foi até o rio e trouxe-lhe uma cumbuca de água fresca. Nesse meio tempo a noite já havia descido e o frio se fazia sentir. O eremita ajudou o imperador a carregar o homem até a cabana onde o deitaram sobre a cama. O homem fechou os olhos e adormeceu.


Esgotado por ter passado o dia escalando a montanha e capinado a terra, o imperador encostou-se contra a porta de entrada e adormeceu. Quando despertou, o dia já estava claro. Por um momento, não se lembrava onde estava e para que tinha ido até ali. Esfregou os olhos e viu o homem ferido que, deitado, também olhava confuso ao redor.



Ao ver o imperador, o homem fixou-o, murmurando com voz fraca:


"Perdoe-me, por favor".


"O que fez você para que eu o perdoasse?" respondeu o imperador.

"Vossa Majestade não me conhece, mas eu o conheço. Eu era seu inimigo declarado e tinha jurado me vingar por meu irmão ter sido morto na guerra e por minhas propriedades terem sido confiscadas. Quando soube que Vossa Magestade vinha sozinho até aqui, resolvi surpreendê-lo no seu caminho de volta, e matá-lo.Como não consegui vê-lo após ter esperado por horas a fio, escondido na mata, decidi sair a sua procura. Mas ao invés de encontrar V.M. dei com seus criados que me reconheceram e me feriram. Felizmente consegui escapar e correr até aqui. Se eu não o tivesse encontrado, estaria certamente morto agora. Eu tencionava matá-lo e V.M. salvou a minha vida. Não tenho palavras para expressar o quanto estou envergonhado e agradecido. Se eu conseguir me recuperar, juro ser seu servo pelo resto de minha vida e o mesmo ordenarei aos meus filhos e netos. Por favor, dê-me o seu perdão".


O imperador sentiu uma extraordinária satisfação por ver que havia se reconciliado com um ex-inimigo, tão facilmente. Não só lhe perdoou como também prometeu devolver-lhe todas as propriedades e mandar seu próprio médico e criados tratarem-no até que se recuperasse totalmente.


Depois de ordenar aos criados que acompanhassem o homem até o seu lar, o imperador voltou a ver o eremita. Queria, antes de retornar ao palácio, repetir as perguntas, uma última vez.

Encontrou o eremita agachado, semeando a terra que haviam preparado na véspera.Este, após ouvir novamente as perguntas do imperador, disse calmamente:

"Mas suas perguntas já foram respondidas".


"Como assim?" indagou o imperador intrigado.


"Ontem, se V.M. não se tivesse compadecido de mim e me ajudado a cavar a terra, teria sido assassinado por aquele homem ao voltar para casa.Portanto, o tempo mais oportuno foi o tempo em que esteve cavando os canteiros, a pessoa mais importante fui eu, e a coisa mais importante a fazer foi me ajudar.

Mais tarde, quando o homem ferido apareceu, o tempo mais oportuno foi o tempo em que esteve tratando de seu ferimento, pois sem seu socorro ele teria morrido e V.M. teria perdido a chance de reconciliar-se com ele.

Da mesma forma, ele foi a pessoa mais importante, e a coisa mais importante foi cuidar do seu ferimento.

Lembre-se de que só existe um tempo importante e esse tempo é o agora. O presente é o único tempo sobre o qual temos domínio.

A pessoa mais importante é o próximo, aquele que está a sua frente.E a coisa mais importante é fazer essa pessoa feliz". 

Autor: TOSLTOY

Dísse-nos Jesus: 'A cada dia basta o seu cuidado' (Mt 6,34)

“LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”
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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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