Um imperador querendo satisfação no seu reinado, buscou a resposta para as seguintes perguntas:
1ª)-Qual o tempo mais oportuno para se fazer cada coisa?
2ª)-Quais as pessoas mais importantes com quem trabalhar?
3ª)- Qual a coisa mais importante a ser feita?
O imperador publicou uma declaração, dizendo dar um alto prêmio àquele que fosse capaz de responder as perguntas.
Inúmeras pessoas se dirigiam ao palácio oferecendo diferentes respostas.
Em resposta à primeira pergunta, alguém aconselhou o imperador a fazer um planejamento completo, dedicando todas as horas, dias, meses e ano a certas tarefas constantes da programação elaborada e observá-lo ao pé da letra. Só assim teria possibilidade de fazer cada coisa no tempo certo.
Uma segunda pessoa respondeu que seria planejar com antecedência, que deveria deixar todo e qualquer divertimento vão de lado e permanecer atento a tudo, a fim de saber o que fazer na hora certa.
Uma terceira pessoa disse que o imperador jamais poderia, por si próprio, ter a previsão e competência necessárias para decidir quando fazer cada coisa, e que o que ele realmente precisava era constituir um conselho de sábios e agir de acordo com que fosse determinado por estes.
Uma quarta, enfim, disse que certos assuntos requeriam providências imediatas, não podendo assim esperar por decisão de conselho, mas se o imperador quisesse saber dos acontecimentos com antecedência deveria consultar mágicos e adivinhos.
As respostas à segunda pergunta também não foram satisfatórias. Uma pessoa disse que o imperador devia depositar toda sua confiança nos administradores, outra, nos padres e monges, outra nos médicos, e, outras ainda, nos guerreiros.
A terceira pergunta trouxe uma variedade similar de respostas.
Alguns disseram que a coisa mais importante a fazer era a ciência. Outros falaram em religião. Outros ainda achavam que a coisa era a arte, outros o potencial bélico.
Como nenhuma das respostas satisfez ao imperador, nenhum prêmio foi concedido.
Como nenhuma das respostas satisfez ao imperador, nenhum prêmio foi concedido.
Após refletir por várias noites, o imperador decidiu sair à procura de um eremita que vivia na montanha, e que diziam ser um homem iluminado.
Sabia-se que ele jamais deixara a montanha e não recebia ricos nem poderosos, apenas os pobres.
Ainda assim, o imperador decidiu ir ao seu encontro para fazer-lhe as três perguntas,disfarçado de camponês.
O imperador ordenou aos seus criados que o esperassem ao pé da montanha enquanto ele subiria sozinho.
Ao chegar ao lugar em que vivia o eremita, o imperador viu-o lavrando a terra da horta em frente a sua pequena cabana. Ao avistar o forasteiro, o eremita acenou-lhe com a cabeça, continuando a capinar.
O trabalho era bastante duro para um homem daquela idade, toda vez que enterrava a enxada na terra, para revolvê-la, um profundo suspiro acompanhava seu movimento.
Acercando-se dele o imperador falou: "Vim até aqui para pedir sua ajuda. Quero que responda três perguntas:
1)- Qual o tempo mais oportuno para se fazer cada coisa?
2)- Qual as pessoas mais importantes com quem trabalhar?
3)- Qual a coisa mais importante a ser feita?"
O eremita ouviu-o atentamente mas não respondeu. Deu uma palmadinha amistosa no ombro do forasteiro e continuou seu trabalho. O imperador então disse:
Acercando-se dele o imperador falou: "Vim até aqui para pedir sua ajuda. Quero que responda três perguntas:
1)- Qual o tempo mais oportuno para se fazer cada coisa?
2)- Qual as pessoas mais importantes com quem trabalhar?
3)- Qual a coisa mais importante a ser feita?"
O eremita ouviu-o atentamente mas não respondeu. Deu uma palmadinha amistosa no ombro do forasteiro e continuou seu trabalho. O imperador então disse:
" Você deve estar cansado, deixe-me dar uma mão no seu trabalho".
Agradecendo, o eremita passou-lhe a enxada e sentou-se no chão para descansar.
Depois de ter cavado dois canteiros, o imperador parou e, voltando-se para o eremita, repetiu suas três perguntas. Ao invés de responder, o eremita levantou-se e apontando para a enxada disse:
"Por que não descansa agora? Eu posso retomar o meu trabalho de novo".
Mas o imperador não lhe passou a enxada e continuou a cavar. Assim se passaram as horas, até que o sol começou a se esconder atrás da montanha.
O imperador colocou a enxada de lado e falou ao eremita: 'Eu vim até aqui para ver se você seria capaz de responder minhas perguntas. Mas se você não puder respondê-las, por favor, me diga, para assim eu voltar para casa".
Levantando a cabeça, o eremita perguntou:
"Está ouvindo os passos de alguém correndo ali adiante?"
O imperador voltou a cabeça e, de repente, a frente de ambos, surgiu de dentro do mato um homem com longa barba branca. Ofegante, o homem tentava cobrir com as mãos o sangue que escorria do ferimento no estômago, avançando em direção ao imperador, antes de tombar ao chão, inconsciente. Abrindo a camisa do homem o imperador e o eremita viram que ele havia recebido um corte profundo.
O imperador voltou a cabeça e, de repente, a frente de ambos, surgiu de dentro do mato um homem com longa barba branca. Ofegante, o homem tentava cobrir com as mãos o sangue que escorria do ferimento no estômago, avançando em direção ao imperador, antes de tombar ao chão, inconsciente. Abrindo a camisa do homem o imperador e o eremita viram que ele havia recebido um corte profundo.
O imperador limpou a ferida, usando sua própria camisa para atá-la, mas o sangue empapou-a inteira depois de poucos minutos. O imperador então enxaguou a camisa, enfaixando a ferida pela segunda vez, assim continuando, até parar de sangrar.
Ao recobrar os sentidos, o homem pediu água. O imperador foi até o rio e trouxe-lhe uma cumbuca de água fresca. Nesse meio tempo a noite já havia descido e o frio se fazia sentir. O eremita ajudou o imperador a carregar o homem até a cabana onde o deitaram sobre a cama. O homem fechou os olhos e adormeceu.
Esgotado por ter passado o dia escalando a montanha e capinado a terra, o imperador encostou-se contra a porta de entrada e adormeceu. Quando despertou, o dia já estava claro. Por um momento, não se lembrava onde estava e para que tinha ido até ali. Esfregou os olhos e viu o homem ferido que, deitado, também olhava confuso ao redor.
Ao ver o imperador, o homem fixou-o, murmurando com voz fraca:
"Perdoe-me, por favor".
"O que fez você para que eu o perdoasse?" respondeu o imperador.
"Vossa Majestade não me conhece, mas eu o conheço. Eu era seu inimigo declarado e tinha jurado me vingar por meu irmão ter sido morto na guerra e por minhas propriedades terem sido confiscadas. Quando soube que Vossa Magestade vinha sozinho até aqui, resolvi surpreendê-lo no seu caminho de volta, e matá-lo.Como não consegui vê-lo após ter esperado por horas a fio, escondido na mata, decidi sair a sua procura. Mas ao invés de encontrar V.M. dei com seus criados que me reconheceram e me feriram. Felizmente consegui escapar e correr até aqui. Se eu não o tivesse encontrado, estaria certamente morto agora. Eu tencionava matá-lo e V.M. salvou a minha vida. Não tenho palavras para expressar o quanto estou envergonhado e agradecido. Se eu conseguir me recuperar, juro ser seu servo pelo resto de minha vida e o mesmo ordenarei aos meus filhos e netos. Por favor, dê-me o seu perdão".
O imperador sentiu uma extraordinária satisfação por ver que havia se reconciliado com um ex-inimigo, tão facilmente. Não só lhe perdoou como também prometeu devolver-lhe todas as propriedades e mandar seu próprio médico e criados tratarem-no até que se recuperasse totalmente.
Depois de ordenar aos criados que acompanhassem o homem até o seu lar, o imperador voltou a ver o eremita. Queria, antes de retornar ao palácio, repetir as perguntas, uma última vez.
Encontrou o eremita agachado, semeando a terra que haviam preparado na véspera.Este, após ouvir novamente as perguntas do imperador, disse calmamente:
"Mas suas perguntas já foram respondidas".
"Como assim?" indagou o imperador intrigado.
"Ontem, se V.M. não se tivesse compadecido de mim e me ajudado a cavar a terra, teria sido assassinado por aquele homem ao voltar para casa.Portanto, o tempo mais oportuno foi o tempo em que esteve cavando os canteiros, a pessoa mais importante fui eu, e a coisa mais importante a fazer foi me ajudar.
Mais tarde, quando o homem ferido apareceu, o tempo mais oportuno foi o tempo em que esteve tratando de seu ferimento, pois sem seu socorro ele teria morrido e V.M. teria perdido a chance de reconciliar-se com ele.
Da mesma forma, ele foi a pessoa mais importante, e a coisa mais importante foi cuidar do seu ferimento.
Lembre-se de que só existe um tempo importante e esse tempo é o agora. O presente é o único tempo sobre o qual temos domínio.
A pessoa mais importante é o próximo, aquele que está a sua frente.E a coisa mais importante é fazer essa pessoa feliz".
Autor: TOSLTOY
Dísse-nos Jesus: 'A cada dia basta o seu cuidado' (Mt 6,34)
“LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.