Crises no matrimônio e fidelidade conjugal
Por Frei Raniero Cantalamessa
Este ideal de fidelidade conjugal nunca foi fácil (adultério é uma palavra que ressoa sinistramente até na Bíblia); mas hoje a cultura permissiva e hedonista na qual vivemos o tornou imensamente mais difícil.A alarmante crise que a instituição do matrimônio atravessa em nossa sociedade está à vista de todos. Legislações civis, como a do governo espanhol, que permitem (e indiretamente, de tal forma, estimulam!) iniciar os trâmites de divórcio apenas poucos meses depois de vida em comum.Palavras como: «estou farto desta vida», «se é assim, cada um por si!», «vou embora», já se pronunciam entre cônjuges diante da primeira dificuldade (dito seja de passagem: creio que um cônjuge cristão deveria acusar-se em confissão do simples fato de ter pronunciado uma destas palavras, porque o simples fato de dizer é uma ofensa à unidade e constitui um perigoso precedente psicológico).O matrimônio sofre nisso a mentalidade comum do «usar e jogar fora». Se um aparelho ou uma ferramenta sofre algum dano ou uma pequena avaria, não se pensa em repará-lo (desapareceram já aqueles que tinham estes ofícios), pensa-se só em substituir. Aplicada ao matrimônio, esta mentalidade resulta mortífera.
O que se pode fazer para conter esta tendência, causa de tanto mal para a sociedade e de tanta tristeza para os filhos? Tenho uma sugestão: redescobrir a arte do remendo! Substituir a mentalidade do «usar e jogar fora» pela do «usar e remendar».Quase ninguém faz remendos mais. Mas se não se fazem já na roupa, deve-se praticar esta arte do remendo no matrimônio. Remendar os desgarrões. E remendá-los rapidamente.
São Paulo apesar de CELIBATÁRIO, dava ótimos conselhos ao respeito:
«Se vos irais, não pequeis; não se ponha o sol enquanto estejais irados, nem deis ocasião ao Diabo», «suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente se algum tem queixa contra outro», «ajudai-vos mutuamente a levar vossas cargas» (Ef 4, 26-27; Col 3, 13; Ga 6, 2).
O importante que se deve entender é que neste processo de desgarrões e recosidos, de crises e superações, o matrimônio não se gasta, mas se afina e melhora. Percebo uma analogia entre o processo que leva a um matrimônio exitoso e o que leva à santidade.Em seu caminho rumo à perfeição, nenhum impulso, tem aridez estão vazios, fazem tudo à força de vontade e com fadiga. Depois desta, chega a «noite escura do espírito», na qual não entra em crise só o sentimento, mas também a inteligência e a vontade. Chega-se a duvidar de que se esteja no caminho adequado, se é que acaso não foi tudo um erro, escuridão completa, tentações sem fim. Segue-se adiante só por fé. Então tudo se acaba? Não! Ao contrário! Tudo isto não era senão purificação!
Depois de passar por estas crises, os santos percebem quão mais profundo e mais desinteressado é agora seu amor a Deus, com relação ao do começo.A muitos casais não será custoso reconhecer nisso sua própria experiência. Também terão atravessado freqüentemente, em seu matrimônio, a noite dos sentidos, na qual falta todo êxtase daqueles, e se alguma vez houve, é só uma lembrança do passado.Alguns conhecem também a noite do espírito, o estado em que entra em crise até a opção de fundo e parece que não se tem já nada em comum.Se com boa vontade e a ajuda de alguém se conseguem superar estas crises, percebe-se até que ponto o impulso e o entusiasmo dos primeiros dias era pouca coisa, com relação ao amor estável e a comunhão amadurecidos nos anos.Se primeiro o esposo e a esposa se amavam pela satisfação que isso lhes procurava, hoje talvez se amam um pouco mais com um amor de ternura, livre de egoísmo e capaz de compaixão; amam-se pelas coisas que passaram e sofreram juntos.
Fonte: Zênit
Casamento, do fracasso à vitória!
Por Radameques Ceccaci dos Santos
Hoje costuma-se dizer que a familia fracassou, que a instituição familiar como se conhece “tradicionalmente” esta falida.E com base nessa afirmação vão se criando opções e conceitos “novos” de familias, assim também o divorcio passa a ser cada vez mais uma característica dessa “novidade” de conceitos e até mesmo um sinal de modernidade.E a conseqüência disso é clara, pois quando passamos a acreditar no divorcio passamos a desacreditar do casamento, da familia.
O Padre Cormac Burke no livro Amor e Casamento diz o seguinte:
“O casamento é, obviamente, uma das tendências mais naturais da natureza humana. Ora, se é assim, parece difícil imaginar que, em circunstâncias normais, seja natural que o casamento fracasse. Se tantos casamentos fracassam hoje em dia, talvez seja porque as circunstâncias que cercam o matrimônio já não são normais. Ao invés de o casamento estar fracassando para o homem, não será o homem que vem fracassando em relação ao casamento? Não será que o erro, ao invés de residir no casamento, reside no homem moderno, e mais especialmente no modo como ele encara o casamento?”
São muito perspicazes essas palavras, pois elas remetem a responsabilidade do “fracasso” do casamento ao homem e não a instituição matrimonial.Não é o casamento ou a familia que tem fracassado para o homem de hoje, mas é o homem com sua “nova” maneira de ver, com suas diversas linhas de pensamentos, ideologias, modas, que tem fracassado para o matrimônio!
A não falência, o não fracasso do casamento é algo até óbvio, pois nossa fé Católica nos ensina que o matrimônio é uma Instituição Divina, é um sacramento, é um sinal visível da graça invisível de Deus, ou seja, antes de ser algo natural, porque faz parte da natureza humana, o matrimônio é Vontade de Deus, a familia é uma Instituição Divina, e o que é Vontade de Deus não pode fracassar, não pode falhar! O matrimônio sendo um sacramento deve ser sinal do que ele representa: o amor de um homem por uma mulher assim como a geração de filhos, são sinais visíveis, palpáveis do Amor de Deus pelo homem, a aliança que homem e mulher fazem diante do altar é um sinal da Aliança de Amor que o Senhor fez com o homem no altar da Cruz. Ora, sabendo que “nada pode nos separar do amor do Senhor”(Rm 8, 35), sabendo que o Amor de Deus pelo homem não fracassou, é claro que o matrimônio não é uma Instituição falida ou fracassada, mesmo que pesquisas digam o contrario.
Se o teu casamento esta, aparentemente, fracassado, falido, se você esta querendo desistir da tua familia, existe uma solução: Deus! Ele é a origem, ele é o Doador desse Dom, volte-se para Ele. Se você tem visto que a tua familia esta um caos, clame o Espírito Santo, pois como nos diz a Palavra do Senhor:“A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” (Gn 1, 2) Clame ao Espírito Santo pedindo a Ele que venha ordenar o que esta desordenado no seio de tua família.
Pois o Espírito Santo tem o poder de renovar o teu matrimônio e essa renovação da tua família começa com a renovação em você!
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