CNBB responde: “pode existir socialismo cristão?”
“PODE EXISTIR SOCIALISMO CRISTÃO?”
por IMPRENSA
CNBB - ARTIGO
Recebo
uma revista católica, que leio religiosamente. Destina-se aos Jovens. É escrita
por uma equipe de pessoas de bom nível intelectual e didático. Mas lá no fundo,
a linha de pensamento me deixa preocupado. Entre outras coisas, mensalmente sai
um artigo que louva certas revoluções, de viés claramente esquerdizantes. É um
estímulo aos jovens, para canalizar suas energias, de modo bem suave, para o
socialismo. A mesma impressão me causa o Stedile, com seus sequazes nem sempre
de origem rural. Novas terras para cultivar, é o que menos interessa. O que se
busca é uma nova ordem social, evidentemente socialista. (Ou seria anarquista?)
Em todas as latitudes, em qualquer ramo, sempre que se apresenta um corifeu do
socialismo, ele se auto-reveste das características simpáticas de moderno,
avançado, restaurador da justiça, criador da abundância para todos, enfim, da
prosperidade agora ao alcance da mão.
Felizmente,
já temos no mundo uma vasta experiência socialista, de duzentos anos, que se
instalou em vários países, e deixou rastos de sangue e de atraso. Assim
conhecemos sua face!
Vejamos as características de tal linha econômico-política
Ela é invencivelmente de alma atéia. E como não consegue convencer a população, via raciocínio, então lança mão do cerceamento da liberdade. Esvazia tudo o que é de ordem particular, para destinar todos os bens para a administração da sociedade. Como, no seu entender, a livre iniciativa só visa o lucro pessoal e o egoísmo, então o Estado é que deve planejar a produção e a distribuição dos bens. Cabe-lhe ditar regras para a imprensa, selecionar a linha ideológica da escola, e impor a revolução violenta, para implantar o regime dos miseráveis.
Para o
triunfo do socialismo, a via democrática se mostrou um caminho inviável. Só a
coação, para eles, é que resolve. É claro que existem vários tipos de
socialismo, mas suas semelhanças são enormes. Com essa descrição também não
posso aprovar o capitalismo grosseiro. Mas este admite reformulações, deixa
espaço para os partidos de tônica social, e aceita (às vezes constrangido), em
aperfeiçoar-se pela Doutrina Social da Igreja. Gente, vamos encurtar caminhos:
a via socialista, definitivamente, não é solução. Quem é socialista propõe uma
via, comprovadamente retrógrada.
Fonte - https://www.cnbb.org.br/pode-existir-socialismo-cristao/
PRINCIPIOS MEIOS E FINS DO COMUNISMO são Incompatíveis com a
fé católica
por *Francisco José Barros de Araújo
A relação
entre a fé católica e a adesão a ideologias políticas sempre gerou intensos
debates ao longo da história. Entre essas ideologias, o comunismo ocupa um
lugar particular, pois suas bases filosóficas, de caráter materialista e
ateísta, entram em choque direto com os fundamentos da doutrina cristã. A Igreja
Católica, em diversos documentos magisteriais — como a encíclica Divini
Redemptoris de Pio XI (1937) e instruções posteriores da Congregação para a
Doutrina da Fé — reafirmou a incompatibilidade essencial entre o comunismo e a
fé cristã. Surge, então, uma questão prática e ao mesmo tempo inquietante:
votar ou apoiar partidos comunistas pode implicar em excomunhão automática para
um fiel católico? A resposta a essa pergunta exige não apenas a análise do
direito canônico e da moral católica, mas também uma reflexão mais ampla sobre
a consciência, a responsabilidade pessoal e a gravidade de colaborar com
sistemas que se opõem frontalmente à lei de Deus.A Igreja Católica, ao longo de
sua história, tem se posicionado de forma clara contra o comunismo, não apenas
por divergências políticas ou econômicas, mas por sua incompatibilidade radical
com a fé cristã em princípios, meios e fins. O Compêndio da Doutrina
Social da Igreja afirma que qualquer sistema que negue a dignidade
transcendente da pessoa humana, relativize a liberdade e destrua a família —
núcleo natural da sociedade — está em contradição direta com o Evangelho e a
ordem moral. O comunismo fundamenta-se no materialismo histórico e dialético,
negando a dimensão espiritual do homem e reduzindo toda a realidade a fatores
econômicos e sociais. Tal visão é incompatível com a antropologia cristã, que
reconhece no ser humano a imagem e semelhança de Deus e sua vocação à vida
eterna. Historicamente, a prática comunista recorreu à revolução violenta e à
supressão da liberdade religiosa, métodos que violam a lei natural e os
princípios da justiça. A Doutrina Social da Igreja
ensina que a verdadeira transformação da sociedade deve ocorrer pela promoção
da justiça, da caridade e do bem comum, nunca pela violência ou opressão. Além
disso, o fim último do comunismo é a construção de uma sociedade sem classes,
mas à custa da supressão da liberdade individual, da propriedade privada
legítima e da transcendência religiosa. Trata-se de uma tentativa de substituir
a salvação espiritual por uma utopia terrena, negando a esperança escatológica
cristã e instaurando uma forma de idolatria. À luz da Doutrina Social da
Igreja, fica evidente que o comunismo é intrinsecamente incompatível com a fé
católica, pois corrompe a verdade sobre o homem, a sociedade e Deus. O cristão
é chamado a buscar a justiça social pelos caminhos da caridade, da
solidariedade e do respeito à lei moral, e não por meios revolucionários ou
ateus. Assim, reafirma-se que a ideologia comunista é completamente
incompatível com a fé católica nos princípios, nos meios e nos fins, negando
aquilo que constitui a dignidade e a vocação do ser humano.
A ideologia comunista é estruturada sobre
princípios, meios e fins que a tornam radicalmente incompatível com a fé
católica!
-Seus
princípios fundamentam-se no materialismo histórico e dialético, negando a
dimensão espiritual do ser humano e reduzindo toda a realidade à luta de
classes e à propriedade coletiva dos meios de produção. Isso
contrasta diretamente com a mensagem de Jesus Cristo, que proclama a dignidade
de cada pessoa como imagem e semelhança de Deus, e com o Magistério da Igreja,
que defende a liberdade religiosa, a dignidade da pessoa e o direito à
propriedade privada como elementos essenciais à vida em sociedade (Compêndio da
Doutrina Social da Igreja, nn. 178-180).
-Os
meios promovidos pelo comunismo incluem a revolução, a violência e a
supressão da liberdade individual, especialmente a liberdade religiosa, para
impor o sistema. A Igreja, pelo contrário, ensina que a
transformação social deve ocorrer por caminhos justos, pacíficos e éticos,
respeitando a lei natural, promovendo a caridade e a solidariedade, e nunca
violando a ordem moral ou os direitos fundamentais da pessoa (Pio
XI, Divini Redemptoris, 1937).
-Os
fins do comunismo consistem em criar uma sociedade igualitária e sem
classes, mas à custa da destruição da liberdade, da família e da
transcendência. Em oposição, a mensagem de Jesus revela
que o verdadeiro fim do homem é a comunhão com Deus e a vida eterna, não uma
utopia material. O Magistério enfatiza que a justiça social autêntica só pode
ser alcançada quando se respeita a ordem moral, a dignidade humana e a vocação
transcendente de cada pessoa.
Portanto,
ao analisar princípios, meios e fins, fica evidente que a ideologia comunista
é intrinsecamente incompatível com a fé católica. O cristão é
chamado a promover a justiça, a paz e a solidariedade, mas sempre pelos
caminhos da moral, da caridade e da verdade divina. Negar
essa ordem ou apoiar sistemas que a contradizem significa afastar-se do chamado
de Cristo e do Magistério da Igreja.
*Francisco José
Barros de Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme
diploma Nº 31.636 do Processo Nº 003/17 - Perfil curricular no
sistema Lattes do CNPq Nº 1912382878452130.
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A Paz em
Cristo e o Amor de Maria, a mãe do meu Senhor (Lucas 1,43)
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