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Os santos erram! Os santos não gozam da "infalibilidade papal" (conforme Mateus 18,18)

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 25 de outubro de 2022 | 16:13



 

 

“...do Livro das Confissões de Agostinho passemos ao de suas "Retratações", nada menos, antes mais admirável, quanto excede em nobreza o entendimento a vontade. Assim como é natural a toda o homem encobrir o seu pecado, assim é natural a todo o sábio sustentar e não se desdizer do seu erro, e tanto mais quanto for mais sábio. O mais sábio espírito que Deus criou foi Lúcifer, e é caso verdadeiramente estupendo que uma criatura dotada de tão sublime entendimento, e alumiada de tão alta sabedoria, caísse em um erro tão crasso, tão manifesto e tão néscio, como cuidar que podia ser semelhante a Deus, e dizer que o havia de ser: Similis ero Altissimo (Serei semelhante ao Altíssimo (Is. 14, 14). Mas ainda esta não é a maior admiração. O que mais admira e faz pasmar é que nem no céu, onde errou, se quis descer de tão errado pensamento, nem no inferno, onde o está pagando, se quer desdizer ou arrepender dele. No céu, entre o pecado e condenação de Lúcifer, é sentença muito conforme à piedade divina, que lhe deu Deus bastante espaço para se converter; e no inferno, é também teologia certa, que ainda tem liberdade para o fazer, se quiser. Pois, como é possível que coubesse e caiba em um entendimento tão sábio querer antes cair do céu e arder no inferno, que desdizer-se do que uma vez disse, e persistir no mesmo erro por toda a eternidade? Se Lúcifer soubera menos, ele reconhecera o seu erro; mas a grande ciência que tanto o inchou para errar, essa mesma o obstinou para se não desdizer. 












E ponderação não menos que do profeta Ezequiel. Fala deste caso de Lúcifer o profeta, considera-o no céu antes de cair, e no inferno depois de caído, e em um e outro lugar lhe chama querubim: Et tu Cherub, posui te in monte sancto Dei; perdidi te, o Cherub, projeci te in terram (Eu te pus sobre o monte santo de Deus; e te exterminei, ó querubim, e te lancei por terra (Ez. 28, 14. 16s). Lúcifer é certo que não era querubim, senão serafim, porque entre os anjos da primeira e suprema jerarquia, e entre os do primeiro e supremo coro, ele era o primeiro e o maior. Pois, se era serafim, por que lhe chama o profeta, assim no céu, como no inferno, não serafim, senão querubim? Porque querubim quer dizer sábio, e entre todos os espíritos angélicos, os mais eminentes na sabedoria são os querubins. E como a sabedoria foi a que inchou a Lúcifer para que rebentasse em um erro tão ignorante, e a mesma sabedoria a que o cegou e obstinou, para que se não retratasse dele, por isso lhe chama querubim e sábio, e não serafim. No céu querubim, porque, sendo tão sábio, errou no céu; e no inferno querubim, porque, por ser tão sábio, se não quer desdizer de seu erro nem no inferno. Quando Lúcifer disse: Similis ero Altíssimo (Serei semelhante a Deus) - também disse: In caelum conscendam (Is. 14,13): Subirei ao céu. Donde argúi excelentemente São Jerônimo: Vel antequam de caelo corruerit ista dicebat, vel postquam corruit: Se isto disse Lúcifer no céu, como diz: subirei ao céu: In caelum conscendam? E se diz subirei ao céu, sinal é que já estava caído e fora dele? Tudo foi. No céu disse: Similis ero Altíssimo, e por isso caiu; depois de caído, também disse: Similis ero Altissimo, e o mesmo está dizendo e o dirá por toda a eternidade, porque esta é a pertinácia e soberba de sua ciência, dizer no céu e fora do céu, dizer no céu e no inferno, o mesmo que uma vez disse, e não se desdizer nem se retratar jamais. De sorte que é tal a contumácia do muito saber, uma vez que se chega a usar mal dele, que antes quererá um sábio presumido cair do céu, que descer-se da sua opinião, e antes arder no inferno, que desdizer-se do que já tem dito. Se fora verdadeira aquela imaginação de Orígenes, o qual teve para si que as nossas almas eram anjos que andavam penando dentro nos nossos corpos, e pagando algumas culpas que tinham cometido, de muitos homens sábios que erraram e nunca se quiseram retratar, dissera eu que eram os anjos sequazes de Lúcifer.Tal foi o mesmo Orígenes, tal Tertuliano, tal Apolinar, e outros famosíssimos doutores em todo gênero de erudição divina e humana, os quais, tendo sido insignes mestres da Igreja, e ainda hoje alegados, por se não quererem retratar de alguns erros, em que como homens caíram, com perpétua dor da mesma Igreja foram anatematizados e apartados dela, podendo-se dizer com verdade de cada um, o que Félix imputava a São Paulo: Multae te litterae ad inaniam convertunt (As muitas letras te tiram de teu sentimento (Aí. 26, 24 Vulgata traz Festo não Félix). Era Orígenes tão zelador da religião e doutrina cristã, que, para a poder ensinar com maior liberdade a um e outro sexo, tomando materialmente aquela sentença de Cristo: Sunt eunuchi qui se ipsos castraverunt propter regnum caelorum (Há outros castrados que a si mesmos se castraram por amor do reino dos céus (Mt. 19, 12)., se martirizou a si mesmo, e se desfez de homem. Era Tertuliano tão austero na vida e nos costumes, e tão propugnador das heróicas virtudes, como mostram seus mesmos erros, porque negou serem lícitas aos cristãos as segundas bodas, nem o fugir no tempo da perseguição, senão oferecer-se ao martírio constantemente, nem serem outra vez admitidos à Igreja os pecadores conhecidos, posto que penitentes. Era Apolinar não só tão eminente na sabedoria, que foi mestre nas Escrituras Sagradas do Doutor Máximo na exposição delas, São Jerônimo, mas de tão honestos e louváveis procedimentos, que mereceu ser venerado, amado e ainda defendido dos dois grandes lumes da Igreja, Nazianzeno e Basílio, enquanto não foram manifestos seus erros, Mas sendo estes e outros insignes varões tão fortes domadores de outras paixões humanas, chegados ao ponto de se haver de retratar do que tinham ensinado, aqui fraqueou todo seu valor, aqui perdeu o passo toda a sua sabedoria, e aqui se cegaram e escureceram de tal sorte aqueles grandes entendimentos, que antes quiseram perder a união da Igreja, e com ela o único fundamento da própria salvação, que desdizer-se do que tinham dito. E como é tão natural aos homens doutos e sábios a pertinácia de persistir em seus erros, e o orgulho de os sustentar e defender a todo o risco, para alumiar esta segunda e maior cegueira, que não só perde a seus autores, senão a muitos com eles, saiu Agostinho à luz com o Livro de suas Retratações, em que confessou seus erros e emendou suas ignorâncias, dando confiança a todos os sábios e doutos - como mais sábio e douto que todos - a que nenhum se envergonhasse de ter errado, nem de confessar que errou, pois Agostinho o fazia tão declaradamente. Ou em seus sermões, que eram contínuos, ou em várias disputas públicas - em alguma das quais concorreram em Cartago duzentos e oitenta e seis bispos hereges - convenceu Agostinho com força e evidência de seus argumentos, muitos donatistas, muitos maniqueus, muitos pelagianos, que publicamente reconheceram e abjuraram seus erros; mas o argumento mais irrefragável e sem resposta, que confundiu a presunção de todos, ainda dos mesmos que teimaram a se não desdizer, foi o Livro de suas Retratações, escrito e divulgado. Bem pudera Agostinho retratar verbalmente, desde a mesma cadeira em que ensinava e pregava, e não com pequena edificação de todos os doutores e mestres, mas qui-lo fazer e publicar por escrito, porque a retratação do que se escreveu e saiu a público, em homens de opinião é muito mais difícil.Presentado Cristo ante Pilatos, ouviu ele as acusações, examinou as testemunhas, reconheceu o ódio e inveja de inimigos, e pronunciou ao Senhor por inocente. Instando porém os acusadores: Si hunc dimittis, non es amicus Caesaris: omnis enfim qui se regem facit, contradicit Caesari (Tu, se livras a este, não és amigo do César, porque todo o que se faz rei contradiz ao César (Jo.19,12)., que se absolvia aquele réu, incorria em crime de lesa-majestade contra o César, pois era contra a soberania do império consentir dentro nele um homem que se chamava rei. Pôde tanto com Pilatos o temor deste requerimento, e o respeito do nome e amizade do César, que condenou em Cristo a inocência, e crucificou com Cristo a justiça. Crucificado, enfim, o Senhor, mandou fixar na cruz, como era costume, a causa por que padecia, escrita com aquelas palavras: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus, das quais novamente escandalizados os acusadores, tornaram a replicar que as mandasse emendar, e que, em lugar de rei dos judeus, dissesse: por se fazer rei dos judeus. Porém Pilatos respondeu: Quod scripsi, scripsi (Jo. 19, 22): O que escrevi, escrevi - e de nenhum modo o puderam persuadir a que mudasse o que tinha escrito. O grande reparo que tem esta resposta, todos o estão vendo. Muito mais ofendia a Pilatos ao César em dar a Cristo o título de rei, que em lhe não dar a morte, e muito mais se condenava em lhe dar a morte, que se o livrasse dela. Pois, se Pilatos não repara em se condenar a si e a Cristo por respeito de César, por que não lhe tira o título de rei por respeito do mesmo César? Porque assim o tinha escrito e publicado: Quod scripsi, scripsi. O que um homem de ciência ou presunção uma vez escreveu e publicou, não o toma a retratar por nenhum respeito. Condenar a mesma inocência, fá-lo-á, senão por reto, por um respeito humano; mas riscar o que uma vez escreveu e está público em seu nome, não o fará um sábio presumido por nenhum respeito deste mundo, nem ainda do outro.Ela é intolerável cegueira do entendimento, intolerável abuso da razão e intolerável injúria da justiça e da verdade, que aquilo que se não devia escrever se haja de sustentar só porque se escreveu, e que o ser escrito uma vez seja conseqüência de estar escrito sempre: Quod scripsi, scripsi. Mas esta sentença, como se fora de melhor autor, é a comumente de todos os que escrevem e publicam seus escritos. Querem que os seus livros sejam como o Livro da Predestinação, em que o que está escrito não pode ser riscado; querem que os seus caracteres sejam como os dos sacramentos, que, uma vez impressos, não se podem apagar; querem, enfim, que o seu escrever seja prescrever: Quod scripsi, scripsi. Cento e dezoito livros temos de Santo Agostinho, exceto os que não chegaram a nós, e quando ele pudera assentar a pena e consagrá-la ao tempo da sabedoria como troféu de todas as ciências, entre os aplausos do mundo e celebridade da fama maior que a de todos os que escreveram, toma a tomar e aparar de novo a pena. Para quê? Para emendar em um livro todos os seus livros, para se retratar e desdizer de muitas coisas que neles tinha dito, e para desenganar com o seu exemplo a todos os que tanto se enganam com os seus escritos. (Sermões de Padre Antônio Vieira, Erechim: Edelbra, 1998.PREGADO NA SUA IGREJA E CONVENTO DE S. VICENTE DE FORA,EM LISBOA, ANO DE 1648)




 




Os santos da Igreja Católica “sabiam que, se chegassem a perder a luz divina, poderiam cometer culpas horrendas”.

 

 

Por Equipe Christo Nihil Praeponere

 

 


 

 

 “Vai-te embora, eu sou um diabo, e não um santo!” [1]

 

 

 

Era com palavras fortes assim que o grande São Filipe Néri, fundador dos Oratorianos — um homem que levitava, literalmente, enquanto rezava e cuja santidade ninguém ousaria pôr em dúvida —, reagia quando o honravam; era assim que ele se humilhava quando o exaltavam. Muito antes dele, foi da mesma forma que agiu São Pedro, príncipe dos Apóstolos, primeiro Papa, o homem a quem Cristo confiou o governo de sua Igreja e as chaves do Reino dos céus, quando Cornélio saiu-lhe ao encontro, “caiu a seus pés e se prostrou diante dele”: “Levanta-te”, ordenou Pedro. “Eu também sou apenas um homem” (At 10, 26).Então quer dizer que os santos não queriam que nós lhes prestássemos culto? Os protestantes estão certos, afinal de contas? Devagar com o andor porque — literalmente, neste caso — o santo é de barro! Para entender essas atitudes de São Filipe Néri e São Pedro, é necessário lembrar que o tesouro da graça, nesta vida, nós todos o trazemos “em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós” (2Cor 4, 7).





Os santos “sabiam que, se chegassem a perder a luz divina, poderiam cometer culpas horrendas”.

 

 

 

Os santos, enquanto estavam neste mundo, mandavam levantar os que se prostravam diante deles não porque fossem iconoclastas — eles mesmos, sendo católicos, veneravam os santos que os precederam e pediam-lhes a intercessão —, mas porque não queriam ser glorificados antes do tempo; não queriam receber a glória dos homens antes de receber a glória definitiva de Deus, no Céu. Além disso, eles tinham consciência de que a santificação é uma obra da graça divina, não um mérito nosso. Poderíamos dizer, simplesmente, que São Filipe Néri e São Pedro eram humildes, mas, sendo mais claro e direto, os santos não queriam culto para si próprios porque tinham uma noção da realidade. “Qual o motivo que fazia os santos implorar incessantemente a luz divina”, perguntava-se Santo Afonso de Ligório, “temendo converter-se nos pecadores mais abomináveis do mundo?” E responde: “É porque sabiam que, se chegassem a perder a luz divina, poderiam cometer culpas horrendas.” [2]Sim, os santos da Igreja Católica… afastados de Deus… “poderiam cometer culpas horrendas”. E ninguém se espante com isso. Porque está tudo nos próprios Evangelhos. São Pedro, que morreu professando as verdades da fé, foi o mesmíssimo Apóstolo que, querendo seguir a Cristo de longe, querendo ser cristão “do seu jeito”, negou três vezes a Jesus: mentiu e disse que não O conhecia (cf. Mt 26, 69-75; Mc 14, 66-72; Lc 22, 54-62; Jo 18, 25-27). Ao repreender o Senhor quando Ele predisse sua Paixão, esse mesmo apóstolo que hoje nós veneramos como santo foi chamado por Cristo de diabo: “Vai para longe de mim, Satanás!” (Mt 16, 23).







Por isso, São Filipe Néri chamando a si mesmo “diabo” não é exagero retórico nem humildade empostada. É simplesmente a condição do homem, quando afastado da graça de Deus. Santa Teresa d’Ávila revela ter visto, em sua autobiografia, “o lugar que os demônios tinham preparado” para ela, e por isso ela dizia: “Que Sua Majestade nunca tire a sua mão para que eu não volte a cair, pois já vi onde iria parar” [3]. Às suas monjas ela escrevia, noutro lugar, o seguinte:Um homem espiritual disse-me certa vez que não se espantava com o que faz aquele que está em pecado mortal, mas com o que não faz. Que Deus, em sua misericórdia, nos livre de tão grande mal, pois só há uma coisa, enquanto vivemos, que de fato merece esse nome, já que acarreta males eternos e sem fim: o pecado. Isso, filhas, é o que deve nos atemorizar e o que havemos de pedir a Deus em nossas orações. Se Ele não guardar a cidade, trabalharemos em vão, pois somos a própria vaidade. [4]. Prestemos atenção às palavra deste santo Doutor da Igreja: “só há uma coisa, enquanto vivemos”, que merece o nome de “mal”, por acarretar “males eternos e sem fim”, e esta coisa é o pecado. Ensinamento semelhante é o que encontramos no livro “Apologia pro vita sua”, do bem-aventurado John Henry Newman, católico convertido do protestantismo, oratoriano e cardeal da Igreja Católica — uma das mais belas linhas já escritas a esse respeito:A Igreja Católica assegura que é preferível ver o sol e a lua caírem do céu, a terra desaparecer, os milhões de seres humanos que a povoam morrerem de fome na pior das agonias, até onde possa chegar a aflição temporal, a admitir que uma só alma, não digo, se perca, mas cometa um único pecado venial, diga voluntariamente uma pequena mentira ou roube sem escusa alguns miseráveis centavos. [5] A pergunta que nos precisamos fazer, antes mesmo de qualquer exame de consciência, é se nós ainda cremos nisso — se é que alguma vez já acreditamos. Temos consciência da gravidade do pecado, ou para nós tanto faz? Acreditamos que o pecado acarreta, de fato, “males eternos e sem fim”, ou estamos anestesiados pelo espírito do mundo? A nossa fé é a fé da Igreja ou estamos rendidos às ilusões e mentiras que os homens contam? Cremos no que Cristo revelou e ensinou a seus Apóstolos ou, ao contrário, nós temos um evangelho moldado à nossa própria medida, um céu rebaixado à nossa própria mesquinharia, um “inferno vazio” em que possamos nos fiar para viver do modo como quisermos?








Para ilustrar melhor aonde queremos chegar, deixemos falar, de novo, o Cardeal Newman:




Eu sei que os homens fazem declarações solenes, gabando-se de serem cristãos e falando do cristianismo como uma religião do coração. Mas, quando pomos de lado palavras e declarações, e tentamos descobrir qual é a sua religião, acabamos por descobrir, eu receio, que a grande massa dos homens, de fato, se livra de toda religião que seja interior; que eles não dão importância alguma nem a atos de fé, esperança e caridade, nem à pureza de intenção, nem à mortificação dos próprios pensamentos; que eles desconhecem palavras como contrição, penitência e perdão; e acham e argumentam que, no final das contas, se um homem cumprir seu dever neste mundo, de acordo com sua vocação, é impossível que ele não vá para o Céu, não obstante o quão pouco ele faça além disso ou, até pior, não obstante o quanto ele faça, em outras matérias, de inegavelmente ilícito. [6]




Trocando em miúdos:



-Cardeal Newman está falando… de nós!, de pessoas que se dizem cristãs, mas que acreditam no que lhes dá na telha: o     Jesus ensina que é preciso termos fé para nos salvarmos (cf. Jo 3, 18); nós achamos que basta “ser bom” (seja lá o que isso quer dizer) e ninguém se perderá.




-A Igreja nos manda “confessarmo-nos ao menos uma vez ao ano” (e qualquer pessoa com o mínimo de fé sabe que… é o mínimo!), mas nós achamos que não precisa, porque “o que importa é o coração”, “o padre é tão pecador quanto eu” e “Deus já sabe os meus pecados” (se é que alguma vez acreditamos na existência do pecado).




-O Evangelho nos fala, bem claramente, para fazermos “todo esforço possível para entrar pela porta estreita”, porque “muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13, 24); nós, porém — eis a que ponto chega a petulância humana —, discordamos de Deus! Se alguém cumpre seus deveres mundanos nesta vida, dizemos e pensamos, “é impossível que não vá para o Céu”, não importa o quão pouco se esforce, não importa o quanto apronte (“não roubando e não matando…”, é claro, porque aí já seria demais).








Em resumo, nós deixamos de crer como católicos. Temos fé em nós mesmos, nos gurus que nós mesmos criamos ou até em algumas coisas que a Bíblia diz… mas não “em tudo o que crê e ensina a Santa Igreja Católica”. — É difícil acreditar em tudo — alguém dirá. É difícil, sim, de fato. Mas “dez mil dificuldades não fazem uma dúvida” [7]. A doutrina da Igreja nos foi deixada por Deus para ser crida, não para ser conveniente ou para afagar nossas próprias misérias. A palavra da Igreja para nós deve ser uma palavra de desafio, e não de consolação meramente humana.Por mais difícil que seja viver de acordo com essa doutrina, por mais doloroso que seja abandonar nossa mentalidade mundana, nossos hábitos destrutivos, nossos “pecados de estimação”… Ou nós temos na fé na palavra de Cristo, antes de qualquer coisa, ou sequer seremos capazes de nos arrepender dos nossos pecados. Ou nós cremos que o pecado nos leva ao inferno e que só a graça de Deus pode nos salvar… ou seremos diabos, até o fim.A nossa fé é a fé da Igreja ou estamos rendidos às ilusões e mentiras que os homens contam? Curioso que tenha sido justamente este o pecado dos anjos: querer ser igual a Deus sem a graça; querer ser igual a Deus prescindindo dEle. Não seja este, também, o nosso destino. Queiramos Deus — e queiramo-lo enquanto Ele quer ser achado por nós. Não aconteça de, voltando o Filho do Homem, não encontrar fé sobre a terra (cf. Lc 18, 8); não nos aconteça de, voltando para nós o Filho do Homem, não encontrar fé sobre a terra… do nosso coração.








Referências




i.     Card. John Henry Newman, The Religion of the Pharisee, the Religion of Mankind. In: Sermons preached in various occasions (c. 2), London: Longmans, Green and Co., 1908, p. 17.



ii.   Santo Afonso de Ligório, Preparação para a morte (c. XXII).



iii.  Santa Teresa de Jesus, Livro da Vida, c. 32, n. 7.



iv.   Santa Teresa de Jesus, Primeiras Moradas, c. 2, n. 5.



v.    Card. John Henry Newman, Apologia pro vita sua (c. 7). London: Oxford University Press, 1913, p. 339.



vi.   Card. John Henry Newman, The Religion of the Pharisee, the Religion of Mankind. In: Sermons preached in various occasions (c. 2), London: Longmans, Green and Co., 1908, p. 24.



vii. Card. John Henry Newman, Apologia pro vita sua (c. 7). London: Oxford University Press, 1913, p. 332.

 




 

Fonte: https://padrepauloricardo.org/blog/sou-um-diabo-nao-um-santo






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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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