Salmo Responsorial – 29 (30): “Eu
vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!”
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do Evangelho: João 21,1-19
— Glória a vós, Senhor!
Aleluia, aleluia, aleluia!
"Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?..."
Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à
beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2estavam juntos Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e
outros dois discípulos de Jesus. 3Simão Pedro disse a
eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram
na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e
Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus.
5Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam:
“Não”. 6Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da
barca e achareis”. Lançaram, pois, a rede e não conseguiam puxá-la para fora,
por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse
a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor,
vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos
vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam
longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra,
viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei
alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então Simão Pedro subiu ao barco e
arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes
peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes:
“Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois
sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por
eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus,
ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. 15Depois
de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas
mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”.
Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. 16E disse de novo a Pedro: “Simão,
filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”.
Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou
a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus
perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu
sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. 18Em
verdade, em verdade te digo, quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde
querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará
para onde não queres ir”. 19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro
iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.
— Palavra da Salvação!
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO
EVANGELHO
Neste terceiro Domingo da Páscoa,
contemplamos ainda as aparições do Cristo Ressuscitado que passou pela Cruz e trás as marcas gloriosas da sua Paixão! Este
ano, segundo o evangelista João, aqui no impressionante versículo 21, todo
ele impregnado de referências sacramentais, muito vivas para a comunidade
cristã da primeira geração, a mesma que recolheu o testemunho evangélico dos
próprios Apóstolos. Eles, depois dos acontecimentos da Páscoa, nos parece
que retornam às suas ocupações habituais, como se tivessem esquecido que o
Mestre os tinha convertido em “pescadores de homens”! Um erro que o evangelista
reconhece, constatando que — apesar de se terem esforçado — «não pescaram nada»
(Jo 21,3). Era a noite dos discípulos. Apesar disso, ao amanhecer, a presença do Senhor Jesus muda toda a cena! Simão Pedro, que antes tinha tomado a
iniciativa na pesca infrutuosa, agora recolhe a rede cheia: cento e cinquenta e três peixes foi o resultado, número que
representa a soma dos valores numéricos de Simão (76) e de ikhthys (=peixe,
77). Significativo? Assim, quando sob o olhar do Senhor glorificado e com a obediência
a sua autoridade, os apóstolos agora com a primazia de Pedro — manifestada na tripla
profissão de amor ao Senhor — exercem a sua missão evangelizadora, então, produz-se o
milagre: “pescam homens”! Homens que morrem para o mundo e vivem agora para Deus! Vemos aqui um paradoxo: os peixes, uma vez pescados, morrem quando são
retirados do mar. Os homens quando são pescados do mar do mundo, para o
mar da vida em Cristo, já não morrem, mas tem a verdadeira vida! É Jesus mesmo
que os alimenta no mar da sua abundante vida gloriosa, figura esplêndida da
vida sacramental da Igreja e, primordialmente, da Eucaristia. Nela o
Senhor dá pessoalmente o pão e, com ele, dá-se a si próprio, como indica a
presença do peixe, que para a primeira comunidade cristã era o símbolo de
Cristo!
Um abençoado Tempo Pascal para todos!
“Louvado
Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”
MOTIVAÇÕES PARA A
LITURGIA DIÁRIA E DOMINICAL:
A Liturgia Diária é uma ótima ocasião para que se opere a “conversão diária!” -
A leitura da Liturgia Diária forjou e moldou muitos Santos:
1)-Santo Agostinho foi um deles. “Tolle et lege” (Toma e lê) foi a frase que o conduziu a ler um trecho
do Evangelho que mudou sua vida.
2)-O grande Santo Antão, que deu origem à
vida monástica, foi tocado pela graça ao ler a parábola do moço rico no
Evangelho.
3)- São Francesco (Francisco) cujo nome é adotado depois de
uma viagem à França, onde o menino teria ficado
cativado pela vida francesa, sua música, sua poesia e seu povo, seu pai teria
começado a chamá-lo de "francesco", que significa "francês"
em italiano. Também, como Santo Antão,a passagem do
jovem rico é tão significativa que inspirou também São Francisco de Assis a
elaborar sua Regra de Vida baseada no desapego aos bens e o amor aos pobres:
“Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um
tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. (Mt 19, 21).
4)-Também para Santo Inácio de Loyola a ocasião escolhida por Deus para sua mudança de vida foi a leitura de
consagrados livros Cristãos. Gravemente ferido na batalha de
Pamplona (20 de Maio de 1521), passou meses inválido, no castelo de seu pai. Durante o longo período de recuperação, Inácio procura ler
livros para passar o tempo, e começa a ler a "Vita Christi", de
Rodolfo da Saxônia, e a Legenda Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de
Varazze, monge cisterciense que comparava o serviço de Deus com uma ordem cavalheiresca.A
partir destas leituras, tornou-se empolgado com a ideia de uma vida dedicada a
Deus, emulando os feitos heroicos de Francisco de Assis e outros líderes
religiosos. Decidiu devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra
Santa.
Os Santos recomendam
com empenho a Liturgia Diária:
1)-São Bernardo: “A leitura
espiritual nos prepara para a oração e a prática das virtudes. Leitura e Oração são as armas com as quais se vence o demônio
e se conquista o céu”.
2)-São Cipriano (bispo de Cartago -África): “Permanece na oração e na leitura: desse modo conversarás com Deus e
Deus estará contigo”.
3)-Santo Afonso de Ligório: “Quantos Santos
abandonaram o mundo e se deram a Deus por meio da leitura espiritual!”
4)-São Gregório Magno, Papa: “Eu te rogo: empenha-te em meditar cada dia as palavras do teu Criador. Assim aprenderás a conhecer o coração de Deus através
das palavras de Deus”.
A Liturgia Diária
ajuda-nos a compreender e amar a Liturgia Católica:
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a
liturgia é participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo.
Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o seu termo. Pela
liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no «grande amor com que o
Pai nos amou» (Ef 2, 4).
A Liturgia Diária
prepara nossa alma para recebermos o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo!
Na Liturgia Diária, as orações e as leituras da Palavra de Deus são
ocasião para alimentar a nossa fé. Em cada leitura Deus fala a seu povo e o
alimenta.Por esse modo a Santa Igreja prepara o coração
dos fiéis para poder receber o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, na
Sagrada Comunhão.Na Liturgia da Palavra o fiel ouve com atenção as leituras da
Bíblia que são uma carta escrita por Deus para cada um de nós.Na
Liturgia Eucarística somos preparados para receber o Pão dos Anjos, que
transformará nossa vida, e como Elias nos dar força para continuar a caminhada
alimentados por este pão (I Reis 19,4-10).
Como viver de forma
prática a Liturgia Diária?
Este é um método de “leitura orante da Palavra
de Deus”, da Liturgia Diária, praticado e ensinado pelos Padres da Igreja desde
os seus primeiros séculos. Foi batizada com esse nome por Orígenes no Séc. III,
e generalizou-se nos séculos IV e V como maneira predominante de ler a bíblia. Esta
pode ser feita diariamente, por exemplo, meditando o Evangelho proposto pela liturgia
diária da Santa Missa.
Após suplicar a luz
do Espírito Santo, o método se desenvolve em 4 passos:
1)-Leitura: o que a Palavra diz
em si?
2)-Meditação: o que a Palavra diz
para mim; o que ela me ensina, me revela, como ela me forma, como a vejo em
minha vida?
3)-Oração: Qual minha resposta a palavra de
Deus?
4)-Contemplação: O que a
palavra de Deus fez em mim? O que devo mudar concretamente em minha vida? Que
postura devo tomar? O que me proponho a viver doravante durante a minha vida?
- O fruto dessa nova dinâmica de vida ao ritmo da Palavra é uma
transformação real e concreta que nos elevará em fé, esperança e caridade, além
disso, nos proporcionará uma vida junto de Deus mais constante e digna de Seu
amor! Por último, que possamos perseverar neste caminho. Auxiliados pela
graça de Deus já provaremos aqui nesta terra das riquezas do céu, e possamos
cantar esperançosos com São Tomás de Aquino:
“...Ó Jesus, que nesta vida pela fé eu vejo
Realiza, eu te suplico, este meu desejo:
Ver-te, enfim, face a face, meu divino amigo!
Lá no céu, eternamente, ser feliz contigo!”
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