O que diz o CATECISMO
DA IGREJA CATÓLICA sobre amuletos e orações supersticiosas?
CIC §2111: A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele
impõe. Pode afetar também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por
exemplo, quando atribuímos uma
importância de alguma maneira mágica a certas práticas, em si mesmas legítimas
ou necessárias. Atribuir eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou
dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que elas
exigem, é cair na superstição.
CIC §2138: A superstição é um desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus. Ela
se mostra particularmente na idolatria, assim como nas diferentes formas de
adivinhação e de magia.
Muitas(os) benzedeiras(os) são
pessoas que tentam curar doenças e males através de orações muitas vezes
de espíritas, e religiões de matizes africanas, que cultuam entidades não católicas, e pregam a superstição. (Deut. 18, 10-14). Essas pessoas
rezadeiras, muitas são de boa fé e sinceras (embora sinceramente enganadas),
pertencem, muitas vezes, ao Espiritismo, Candomblé e a Macumba, e podem evocar
entidades estranhas ao Catolicismo, mesmo utilizando nomes de Santos Católicos.
Portanto, antes de procura-los(las) para este tipo de oração, é sempre bom
fazer aquilo que chamamos de anaminese, ou seja, olhar o ambiente, imagens,
livros, o tipo de conversa. Em último caso, pergunte com educação se a pessoa é
Católico(a) praticante, conhecedora da fé, se é batizada e Crismada, ou Cristã(ão) convicto, se acredita ou não, em reencarnação, mesas brancas,
evocação de espíritos, se pertence ou tem simpatia por alguma corrente espírita
Kardecista, ou Umbandista.Tudo isto é para se evitar as “contaminações
espirituais”, conforme está expresso em Levítico 19,31:
“Não consulteis os
adivinhadores e necromantes; não os busqueis, pois vos contaminaríeis com eles.
Eu sou o Senhor vosso Deus.”
É grande
o número de pessoas que vão procurar benzedores(as) e curandeiros para se
tratar ou livrar de males físicos e psíquicos. Não se pode negar que essa
“medicina livre” tenha seus efeitos. Todavia note-se que a sua ação é
psicoterapêutica. O curandeiro (ou médium ou ministro “messiânico”) desencadeia
no seu cliente uma atitude de otimismo, paz e confiança, que concorrem
fortemente para inverter o processo psicológico donde muitas vezes se deriva o mal
do paciente.
As moléstias que os curandeiros atingem, são geralmente moléstias
funcionais, cujo fundo é um conflito ou bloqueio psíquico. O poder da
sugestão (consciente ou inconsciente) é enorme, como comprovam numerosas
experiências feitas sobre enfermos. O doente que recorre a um curandeiro, é
particularmente sugestionável, pois muitas vezes olha para a bênção ou o passe
como para a sua última tábua de salvação; esta lhe é apresentada em termos de
“mística” impressionante, depois que o paciente procurou em vão a
saúde entre os recursos da ciência médica.
(mesa branca de evocação de espíritos)
Embora os
centros espíritas e outros ambientes de cura religiosa possam contribuir para o
alívio dos seus pacientes, não se pode recomendar nem aprovar a
consulta de Católicos a tais centros, pois na verdade a cura por sugestão obtida em tais
lugares contribui para alienar poderosamente o paciente; este, doravante, se
julgará dependente da entidade do Além em nome da qual tiver sido dada a
bênção. Os fiéis católicos têm a força redentora de Cristo presente nos
sacramentos e na oração; quem necessita de tratamento psicológico, procure-o
entre os profissionais da medicina, que podem curar sem alienar o paciente.
Ademais a consulta a um curandeiro ou ministro “messiânico” é, ao menos
indiretamente, a prática de falso culto religioso, o que é intolerável da parte
de quem tem consciência da fé que professa.Nota-se
que vão tomando vulto crescente as seitas e os grupos religiosos que em nome da
Divindade e do além anunciam curas de doenças. Além dos diversos centros de
espiritismo e terreiros de macumba, pode-se mencionar a chamada “Igreja
Messiânica” (Sheiko-No-Iê), cujos ministros oram, de modo a obter a cura dos
enfermos em termos que muita gente julga milagrosos. Diante
destes fatos, não poucas pessoas, mesmo católicas, vão procurar alívio para
seus males nesses grupos religiosos. Há fiéis católicos que perguntam se não
podem ir à Igreja Messiânica ou ao centro espírita só para pedir curas, sem ter
a intenção de aderir às crenças professadas pelo ministro ou médium
respectivo.Eis o problema que vamos abordar a seguir: De
antemão desejamos acentuar que não tencionamos negar a Deus o poder de fazer
milagres ou curas maravilhosas; o Criador e Senhor da natureza pode ultrapassar
as leis das criaturas e realizar portentos segundo o seu beneplácito; as
Sagradas Escrituras, em particular, o Evangelho, atestam tais milagres
efetuados pelo nome do Senhor Jesus. Todavia deve-se acentuar que os milagres
de Deus têm sempre um sentido de Palavra ou Mensagem para os homens; constituem
uma resposta sábia de Deus a um contexto religioso digno; nunca são meros
“shows” ou ostentação de poder da parte do Senhor Deus. O que impressiona o
cristão nos milagres de Deus, não é só o caráter portentoso dos mesmos, mas
também, e necessariamente, o valor de mensagem de que se revestem estes feitos
maravilhosos.Ora, nos muitos relatos de “curas milagrosas” hoje esparsos,
nota-se que se dá atenção principalmente ao caráter portentoso do fenômeno;
desde que essa índole maravilhosa se verifique, costumam os “devotos” atribuir
o fato a alguma intervenção do Além (podendo esse Além ser concebido em termos
de espiritismo, de umbanda, de “Ciência Cristã”, de Pentecostalismo, de
Sheiko-No-Iê…). Entre os “devotos”, pouco se levam em conta as
conclusões da psicologia e da parapsicologia de nossos dias, que explicam
grande número de curas maravilhosas como consequências de processos
psicológicos desencadeados tanto no enfermo como no respectivo médium ou
curandeiro.Em vista do ecleticismo religioso que assim se origina, proporemos
algumas noções que poderão projetar luzes de discernimento sobre a
problemática:
1. Doenças
psicossomáticas
Quem
examina os casos de doenças curadas pelos médiuns e curandeiros, verifica que
são, em grande maioria, moléstias funcionais ou então “doenças sem causa” (dores,
paralisias, fraqueza geral, etc). Tais moléstias estão estreitamente associadas
a estados psíquicos; são psicogênicas ou, ao menos, fortemente psicossomáticas.De
modo geral, deve-se dizer que o ser humano é um só todo em que o físico e o
psíquico se interpenetram mutuamente. Em consequência, perguntam muitos
médicos se a origem de graves infecções é tão somente a bacilo ou o vírus
respectivo; não se deveria, antes, afirmar que tais moléstias não são senão
sinais e consequências de um estado de desequilíbrio total (psíquico e físico)
do paciente? Neste caso, não se deveria falar de doenças abstratamente, mas,
sim, de pessoas doentes, levando-se em conta o quadro geral do paciente
(temperamento, vida passada, ocupações, interesses do momento, etc). Diz o Dr.
René Biot: “Não há doenças; estas não são coisas existentes em si… As bactérias
talvez não sejam mais do que as testemunhas de um processo patogênico
infinitamente mais sutil...” (“Vers l’unité de la Médicine”, p. 336).Os
estudos psicanalíticos confirmam tal conclusão: os conflitos psíquicos abrem,
muitas vezes, a porta às doenças. O fato de que, dentre milhares de pessoas que
vivem em ambientes contaminados por bacilos, somente algumas contraiam a doença
respectiva (nem sempre ao menos resistentes do ponto de vista físico) leva a
pensar seriamente sobre a influência do estado psíquico do sujeito sobre a sua
resistência física.
De modo
especial, são doenças psicossomáticas:
a) as úlceras do estômago: Em 1950 fez-se um inquérito em
Clínica sueca a respeito de 108 doentes de úlcera estomacal. Donde resultou que
54 dentre eles sofriam de conflitos mentais agudos, 29 sofriam de conflitos
mentais crônicos, 22 apresentavam sintomas de desequilíbrio psicológico sem
conflito, 3 apenas não manifestavam sintomas psicopatológicas.Sabe-se, de
resto, que grande número de perturbações digestivas têm por sede pessoas que
sofrem por não ser amadas.
b) As moléstias cutâneas (urticária, verrugas, eczemas…): são
geralmente o motivo de fama de todo curandeiro principiante.
c) Além destas, há as doenças “sem causa”:
enxaquecas, nevralgias, palpitações, insuficiência hepática, paralisias
parciais, etc.O exame fisiológico do paciente nada descobre de anormal no
mesmo; parece inútil querer então tratar do fígado, do estômago, do coração,
pois estes órgãos estão sadios. O que o terapeuta deve atingir em tais
circunstâncias, é o mesencéfalo ou o sistema nervoso do paciente; e para tanto,
ninguém está mais habilitado do que o próprio paciente.
Vem a
propósito, a seguinte notícia de nossa imprensa:
“O Dr.
Maurício Knobel, psicanalista argentino, presidente do Colégio Internacional de
Medicina Psicossomática, conta o caso de um pediatra, ex-aluno seu, que sempre
desconfiou muito e resistiu à compreensão da visão psicossomática. Esse médico
foi chamado numa noite à casa de uma família para atender ao filho, que estava
com forte dor de garganta. Era a sétima vez que isso acontecia naquele inverno.
O médico tinha que se levantar tarde da noite e ir ver o cliente. Ao chegar,
perguntou brincando:
– Como é?
Por que você tem tanta dor de garganta?
À
inocente pergunta, ouviu surpreso a seguinte resposta:
– Quando fico
doente, papai e mamãe "não brigam".
Na
verdade, seus pais vivem brigando e não se davam bem. A partir daquele episódio
com o menino, o pediatra confessou ao Dr. Knobel que começou a dar maior
importância “a essas coisas de que o Sr. falava”. Encaminhou o casal à
orientação psicológica, o que resultou, depois de algum tempo, na melhoria do
relacionamento familiar. O menino não teria mais dor de garganta” (“O
Globo”, Suplemento de domingo 19/X/1975, p. 2).Prossigamos agora a
nossa exposição.
2. Cura
psicossomática
1. Como
dito, o paciente em numerosos casos (principalmente nos mais fortemente
psicossomáticos) é causa da sua própria doença, ainda que não o saiba ou mesmo
recuse a hipótese de ser tal. O mesmo, por conseguinte, pode ser também
a causa de sua própria recuperação. Para tanto, basta que o processo
psicológico seja invertido; e, a fim de que isto aconteça, o paciente precisa muitas vezes
de auxílio ou mesmo de um choque.É neste contexto que se situa
oportunamente a função do curandeiro. Este, não tendo estudado a medicina
científica, não se pode interessar muito pelo diagnóstico científico das
moléstias. Ele tem que visar muito mais ao enfermo do que à enfermidade como
tal. A essência da sua arte consiste em estabelecer um contato de pessoa a pessoa
com o seu consulente, consulente que, por via de regra, está cheio de
expectativas. Não estando ligado às normas da medicina científica, o
curandeiro pode com habilidade adaptar-se à personalidade do seu paciente,
procurando “simpatizar” com ele (“simpatizar” no sentido etimológico de
“padecer com,identificar-se com quem sofre”, empatia); será autoritário para
com uns, paterno e bondoso para com outros, tornando-se, em suma, para todos “o
homem do momento”. Justamente por não possuir formação científica, o curandeiro
facilmente crê possuir um dom extraordinário, o das curas, assim como a missão
divina de utilizar essa graça em favor do próximo.
2. Ora é
precisamente dessa figura de amigo simpático, “místico”, famoso por “prodígios”
já operados, que o paciente muitas vezes necessita. Este não vai procurar o médium em
consequência de conclusões científicas ou raciocínio rigoroso, mas, sim, movido
por fatores emocionais; o que o impressiona, é a pessoa do curandeiro, tida
como extraordinária, dotada de poderes taumatúrgicos e de intuições místicas.
É a pessoa do médium, e não o remédio, que age sobre o paciente; verifica-se
até que o mesmo remédio aplicado ao paciente por outra pessoa que não o
curandeiro “tal”, não produz efeito algum.Mais precisamente: note-se que o
estado de ânimo de quem vai consultar um médium é bem diferente do estado de
quem se dirige a um médico propriamente dito. Quem vai ao curandeiro, muitas
vezes se acha desiludido dos remédios da medicina; está psiquicamente abatido.Ouviu
repentinamente falar de tal ou tal “milagreiro”, a quem numerosas curas são
atribuídas. Aceita então com avidez a hipótese de vir a ser também beneficiado
por esse “emissário do Alto”; predispõe-se assim a ser influenciado por este;
perde o seu senso crítico e toma a atitude de uma criança, que não sabendo como
salvar-se, confia cegamente nos poderes maravilhosos de quem é maior.
3. Na
verdade, os recursos que o curandeiro aplica ao seu paciente, são, do ponto de
vista médico, pouco ou nada eficazes; tratam-se de águas lustrais, chás, ramos
de plantas, banhos, gestos rituais,etc. Tais recursos são, de resto, aplicados (com
poucas diferenças) a todos os tipos de pacientes. São, por si, inadequados para
resolver a situação. Todavia são suficientes para mover as forças
poderosíssimas do subconsciente dos enfermos, forças essas que influem
decisivamente sobre a saúde ou a doença. Assim é que a visita a um
curandeiro pode obter o efeito desejado, não pelo valor dos recursos aplicados,
mas porque estes exercem a função de catalisar, isto, é de acelerar um processo
psíquico já iniciado no paciente. Este processo psíquico é que
provocará finalmente a cura (real ou aparente, duradoura ou transitória; isto depende
das circunstâncias de cada caso) da moléstia que acabrunha o consulente.Assim
se explica que em não poucos casos o encontro do enfermo com o curandeiro
provoque realmente a restauração (ao menos aparente) da saúde. O
tratamento então é psíquico, e não somático. Em muitos casos o paciente se
sente aliviado, mas não está curado; a raiz de seus males não foi
atingida pelo contato com o benzedor.
4. Merece
ainda atenção o seguinte: muitas das pessoas que dizem ter sido beneficiadas
por curandeiros ou médiuns, são pessoas cujas doenças eram um tanto
indefinidas; achavam-se fracas, mal podiam ficar em pé, sofriam de dores de
cabeça, e no corpo todo;estavam na perspectiva de ser operadas e foram poupadas
disto, não podiam mover sequer o braço. É muitas vezes é isto que se lê nos
noticiários populares de curas maravilhosas. Que tais fórmulas não são
científicas, dado o seu teor vago; perguntar-se-ia: achavam-se fracas por quê?
Sofriam de dores de cabeça precisamente onde, quando? Iam ser operadas de que,
segundo qual médico?Não podiam realmente em hipótese alguma mover o braço, e desde
quando ? Não raro acontece que tais pacientes de doenças mal definidas ou “sem
causa” vão procurar um médico para receber um tratamento adequado; o
clínico, depois de atento exame, declara ao paciente que este não está sofrendo
de moléstia alguma; alguns médicos acrescentam mesmo oportunas explicações
sobre “imaginação, neurose, psicose, males funcionais”, etc., no intuito de
ajudar o paciente a se libertar do seu sofrimento. Embora tais doenças
não tenham causa orgânica, não são doenças imaginárias, mas, sim, moléstias
reais, que fazem sofrer duramente os respectivos pacientes. Tais pacientes
esperam do médico não só a explicação, mas principalmente o alívio de suas
enfermidades. Diante da explicação científica que o médico lhes dá, assegurando-lhes
que nada têm de orgânico, muitos pacientes se indignam como se estivessem sendo
tratados como loucos; vão então consultar mais dois ou três médicos, dos quais
ouvem a mesma explicação científica. O paciente nessas circunstâncias
exaspera-se, mormente se ninguém se lembra de lhe sugerir que vá procurar um
tratamento psicológico. Sentindo-se mal e não encontrando solução por parte dos
médicos, o enfermo começa a apelar para fatores transcendentais: ou se julga
possesso do demônio ou perseguido por um “espírito encostado”. Muitas vezes, a
essa altura uma pessoa amiga sobrevem, dizendo conhecer um curandeiro ou
benzedor de grande eficácia, autor de numerosas curas maravilhosas.Tem-se assim
mais um cliente para os médiuns e benzedores. Estes, mediante sua influência
pessoal comunicada através de ritos próprios, vão agir não sobre o físico, mas
sobre o psíquico do paciente (pois é o psíquico que está nervoso e
impressionado), conseguindo bons resultados; farão assim as vezes de um
psicólogo ou psicoterapeuta. Completemos estas ponderações mediante algumas
notas sobre:
3. A força
da sugestão
A palavra “sugestão” vem de
sub-gerere e significa “levar, transportar alguma coisa para baixo ou sob...” Vem a
ser uma insinuação ou também uma subordinação. Em psicologia, a sugestão ocorre
quando se leva ao subconsciente de alguém, uma ideia que irá abrindo caminho no
consciente desse sujeito e poderá tornar-se uma persuasão ou convicção. A
sugestão pode permanecer sempre no subconsciente e, não obstante, exercer
enorme influência sobre o comportamento do sujeito respectivo. Este, sem o
saber, estará agindo sob a força de uma sugestão que lhe foi comunicada e que
talvez, em primeira instância, ele tenha explicitamente rejeitado. Imagine-se,
por exemplo, uma pessoa que por mera zombaria, diga a outra: “Como
você está mal!” Este, ouvindo tal juízo, protestará e afirmará o
contrário. Mas, aos poucos, poderá ir-se sentindo indisposto e crer que está
padecendo de algum mal sério, mormente se em seu íntimo estiver predisposto a
tanto. Importa notar que a ideia sugerida muitas vezes vai tomando vulto e
mesmo lugar primacial na mente de alguém apesar da resistência que essa pessoa
lhe queira opor. De modo especial, o ser humano repele a ideia de ser vítima de
alguma sugestão ou de não ser mais ele mesmo no seu modo de pensar ou agir;
ora, apesar dessa repulsa espontânea, o poder da sugestão é imenso. São
verídicas as palavras de Claude Bernard, principalmente quando se tem em vista
o subconsciente: “O homem pode muito mais do que ele julga poder”. Em
questões de saúde e doença, a força da sugestão é notória.Com
efeito. Sabe-se quão benéfico sobre um processo de recuperação da saúde é o
otimismo do paciente; uma boa notícia comunicada a este pode logo
desencadear melhoras fisiológicas.Também, são conhecidas os casos em
que “remédios milagrosos” produziram efeitos altamente positivos em pacientes
gravemente enfermos; tais remédios milagrosos, uma vez analisados, não
revelaram nenhuma propriedade particular, funcionaram, mais como efeito
placebo.O Dr.
Matthieux chegou a realizar uma experiência assaz cruel em seu sanatório de
tuberculose. Anunciou aos enfermos que acabara de ser descoberto o antídoto da
tuberculose, que os haveria de curar imediatamente. Depois de ter provocado e
preparado os ânimos dos doentes durante um período de tempo razoável, o médico
injetou-lhes, por dias seguidos, um pouco de água salgada, que ele chamava pelo
nome mágico de antifimose. Então os pacientes obtiveram consideravelmente, os
doentes começaram a sentir apetite devorador, que os fez subir de peso numa
média de três quilos em poucos dias. Infelizmente, porém, um dos enfermos
percebeu que se tratava de um logro e que o médico nada tinha de especial para
curá-los. Logo as melhoras nada tinha de especial para curá-los. Logo as
melhoras cessaram e todos os sintomas da moléstia reapareceram em condições
mais graves, porque os pacientes estavam desanimados.Pode-se fazer menção
também dos cataplasmas que outrora eram aplicados com frequência, obtendo, como
se dizia, bons resultados. A malícia dos comentadores afirma que tais efeitos
positivos se devem ao fato de que cada cataplasma exigia meia-hora de
preparação; durante essa meia-hora o doente tinha a oportunidade de ansiar pelo
tratamento e de se compenetrar da eficácia do mesmo!Narra o Dr. Maurice Colinon
em seu livro “Les Guérisseur”, que, a título de experiência, se dedicou ele
mesmo durante alguns meses à prática do magnetismo (espécie de curandeirismo
pela aplicação das ondas magnéticas do curandeiro). Aconteceu-lhe então o fato
que o próprio Colinon assim descreve:
“Em certa época, fiz-me curandeiro a título benévolo. Então
muitas vezes ouvi meus pacientes descrever as sensações diversas que eles
atribuíam ao meu “fluido” pessoal. Uns
experimentavam brusco calor; outros, ao contrário, um “vento frio”. Outros
ainda sentiam “como que pequenas pontadas” (…). Se de fato existe fluido
humano, é preciso reconhecer que as manifestações do meu fluido eram
estranhamente dissemelhantes segundo os indivíduos que se beneficiavam dos seus
efeitos! Mas será que o fluido existe mesmo? Muitas vezes realizei uma
experiência assaz significativa neste setor. Todas as vezes que um paciente
declarava “sentir nitidamente o meu fluido”, eu afastava lentamente as minhas
mãos do seu corpo e chegava a cruzá-las sobre as costas; não obstante, a pseudo-sensação
não diminuía. A ideia de realizar esta prova veio-me depois que servi de
assistente a um hipnotizador que fazia essa demonstração sobre o palco, sem ser
jamais desmentido. Ele intencionava assim demonstrar que os seus clientes
obedeciam a uma simples sugestão de palavras” (obra citada, p. 93).
São estes
alguns exemplos de como é influente a sugestão. Quem tem consciência disto,
compreende melhor certos fenômenos (mesmo curas) portentosas sem ter
necessidade de recorrer ao Além para explicá-los.
É frequente a pergunta: Será que um fiel católico não pode ir a um centro espírita ou a alguma assembleia de culto não católico só para tentar obter a cura de uma doença, sem tencionar aderir às crenças espíritas ou outras que inspiram tal culto?
Por D. Estevão Bettencourt, OSB
(foto reprodução meramente ilustrativa)
Em
resposta, observemos: “Deus não se torna mais presente aos homens pelo
espiritismo ou por algum culto não cristão do que pelos sete sacramentos
instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo! Nem
os anjos e santos se tornam mais presente num centro espírita ou no culto
Sheiko-No-Iê. Os cultos não católicos oferecem a ocasião de orar pelos
enfermos. Ora a prece não é específica
nem exclusiva de assembleias espíritas ou “messiânicas”; ao contrário, é
praticada também em assembleias católicas.
É de notar que os grupos
carismáticos ou grupos de oração no Espírito Santo constituídos por fiéis
católicos, se interessam especialmente pela prece em favor dos enfermos, até
mesmo com o gesto de imposição das mãos (no catolicismo, este gesto nada tem de
mágico ou de eficaz por si mesmo, mas é um símbolo de oração e de transmissão
da graça).O que os cultos não católicos
oferecem em elevado grau, é uma ação psicoterapêutica, que os clientes costumam
aproveitar em benefício da sua saúde. Sim; a ambientação, o ritual, as palavras
de qualquer forma de curandeirismo religioso penetram fundo no consciente e no
subconsciente dos respectivos pacientes. Tal psicoterapia pode ser mais eficaz
do que a de um profissional legitimamente estabelecido, pois o poder dos
motivos religiosos é imenso. Todavia essa psicoterapia não atinge o fundo do
problema do seu paciente; apenas o transfere. O cliente de um centro espírita, ainda que diga guardar
a sua fé católica, torna-se dependente de um mundo imaginário e das forças
(pessoais ou neutras) em nome das quais foi obtida a presumida cura. O paciente
sente-se, de então por diante, devedor a esta ou aquela entidade superior que,
como lhe disseram, o livrou do mal e quer ser homenageada para continuar a
livrá-lo de males.Por isto, em hipótese
alguma se pode conceber que um fiel católico procure uma assembleia religiosa
não católica para pedir curas. Volte-se para Deus com amor e confiança, ciente
de que Ele é Pai; recorra aos meios de salvação do corpo e da alma existentes
na Igreja de Cristo. E não negligencie a psicoterapia, pois a fé não exclui
os recursos da razão e do saber humano, mas, ao contrário, os recomenda e
favorece. Além do mais, o recurso ao espiritismo, à Igreja Messiânica, e até
mesmo algumas rezas, vem a ser, ao menos indiretamente, a prática de um culto
que não se coaduna em absoluto com as concepções da fé católica; isto é intolerável aos olhos de um
autêntico discípulo de Cristo.
Revista: “PERGUNTE E
RESPONDEREMOS” - Nº 193, – Ano 1976, p. 3
Autor: Estevão Bettencourt, OSB
CONCLUSÃO:
Tiago 5,16: "Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz!"
Benzer,
na Igreja Católica, se caracteriza ação de invocar a graça divina, de fato,
fazendo sinal da cruz, sobre algo ou uma pessoa e pronunciando palavras de
benção. Deste modo, abençoar se mostra ação divina que oferece vida e o bem da
fonte, que é o Pai, e não de si mesmo(a), ou objetos.
Bênção vai exprimir
movimento de fundo de oração, trata-se do encontro do homem e Deus. Nessa,
acolhida do homem e dom de Deus se unem, se chamam. Oração de bênção se
caracteriza resposta do homem para dons de Deus. Portanto, quando Deus abençoa,
o coração humano pode bendizer o que é fonte da bênção toda, segundo Catecismo
da Igreja Católica. Na liturgia da Igreja Católica, está reservada a bênção
para o clero, ou seja, bispos, diáconos, presbíteros. Estes, por ministério
ordenado, podem na realidade abençoar os indivíduos e coisas (as sacramentais).
No entanto, se pode dizer que cada cristão, devido a ser abençoado pelo Deus,
pode abençoar de forma perfeita e também santificar o universo e indivíduos
através do testemunho da sua vida, por vivência da própria fé. Padrinhos, tios,
pais, abençoam também, mas é essencial salientar que todos, leigos e clero,
sempre abençoam em nome de Deus. Em âmbito de cristianismo é bastante geral um
rezar pelo outro. É importante lembrar-se que Espírito Santo concederá diversos
dons e frequentemente dom da cura é oferecido para indivíduos bastante simples,
que de fato exercem o próprio dom com tamanha humildade a transmitir cura
corporal e para alma ainda. Porém, é essencial verificar se o indivíduo atua em
nome de Jesus Cristo, verificar se, se trata de pessoa de oração e se a pessoa
está na comunhão com catolicismo, a participar de sacramentos. Fundamental
ainda é verificar se tal dom é exercido com gratuidade e com generosidade. O
teólogo e supervisor de Orientação Espiritual da "Associação Evangelizar É
Preciso", Paulo Pacheco, comenta que a Igreja Católica não autoriza a procura
por algumas “benzedeiras/rezadeiras”, já que elas prometem curas sobre todos os males
do corpo e da alma, além de normalmente evocarem “espíritos” oriundos de outras
crenças, o que são contrários e estranhos à fé católica e apostólica. Outro agravante é que a prática das
benzedeiras acaba por interferir de forma negativa e confundindo a missão da Igreja Católica, já que nas
comunidades cristãs existem padres, diáconos e pessoas autorizadas que podem
ser procuradas para rezar por nós, pelos nossos filhos, por nossos parentes e
amigos, como enfatiza o Padre Fernando Sampaio:
“Levemos os nossos filhos para
os nossos padres, para que eles os abençoem. Não procure fora da Igreja
Católica aquilo que ela faz muito bem e faz parte da sua missão. A Igreja
Católica não promove e nem incentiva a superstição. Você pode levar seu filho
para benzer, sim, mas na Igreja Católica”, comenta o religioso.
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Confesso que essa era também a minha dúvida a qual graças a Deus e a vcs, esclareci aqui:
"Será que um fiel católico não pode ir a um centro espírita ou a alguma assembleia de culto não católico só para tentar obter a cura de uma doença, sem tencionar aderir às crenças espíritas ou outras que inspiram tal culto?"
Edvaldo - Natal RN
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