(Por Leonardo
Gonçalves)
Durante dois anos dediquei parte do meu tempo para
discutir com relativistas ateus acerca da existência de uma verdade universal e
absoluta. Sabe o que eu descobri?
1)- Que algumas pessoas têm uma vontade enorme de
discordar, mesmo em face das maiores evidências.
2)- A segunda grande lição que tirei foi que o
relativista é um debatedor desleal; como debater a verdade com alguém que crê
que todas as proposições são igualmente verdadeiras? (não havendo,
conseqüentemente, nenhuma verdade?).
Mas se há (e eu tenho absoluta certeza que
há!) uma verdade acerca da verdade, é que ela independe da nossa opinião sobre
ela. Antigamente a humanidade achava que a terra era plana, mas a crença
daquele homem primitivo e medieval não pode mudar a verdade de que a terra é
redonda. Eles estavam bem intencionados, mas fracassaram. A verdade sempre
existirá, independente do modo como nos relacionamos com ela.
Neste mundo pós-moderno com sua porteira
aberta para o absurdo, não faltam cidadãos politicamente corretos para tratar
de convencer-nos que :
-A moralidade, por exemplo, nada mais é do que uma convenção social.
-Não existe um comportamento certo ou errado;
-Não há regras exteriores a nós
para se cumprir, tudo começa e termina em nós mesmos ( o homem é a medida de todas as coisas).
Contudo, mesmo o maior
dos relativistas abominará a idéia de ter uma esposa “relativamente fiel”.
Neste caso, ele está absolutamente seguro que a fidelidade é um padrão moral
legítimo, verdadeiro. Para muitos, todo comportamento é correto, até o dia que
um tarado pervertido estupre a sua filhinha indefesa. Isso acontece porque a
verdade nem sempre é evidente em nossas ações, mas pode ser percebida em nossas
reações.
A exegese e a hermenêutica teológica
também tem sofrido influencia do relativismo:
Há uma multidão de Cristãos relativizados, tratando
de convencer-nos que o balão é azul, roxo e verde ao mesmo tempo. Para estes
pseudo-pensadores, as palavras de Jesus tem um milhão de interpretações
possíveis (e igualmente válidas).É claro que a Bíblia às vezes usa metáforas,
analogias e parábolas, mas nestes casos o sentido do texto é claro. Do mesmo
modo, há inúmeras passagens que são literais, e o sentido destas palavras é
igualmente claro.
Às vezes penso que esta idéia burrificada de que
cada um deve interpretar a Bíblia a sua maneira, e que verdades contradizentes
podem ser igualmente verdadeiras é produto do péssimo sistema educativo
brasileiro. A grande maioria dos alunos do ensino médio é incapaz de
interpretar textos simples. Entende a gravidade do problema? Os nossos queridos
relativistas morais e religiosos são, em grande parte, vítimas deste processo.
Por tudo isso que eu afirmo sem
medo de errar:
“não é o excesso de intelectualidade que está
sufocando a igreja brasileira, mas a ausência dela”.
E nestes dias confusos, quando os homens
“chamam o mal de bem e o bem de mal”, nada pode ser mais normal do que uma
multidão de ignorantes sendo aclamados como pensadores e filósofos, enquanto os
verdadeiros pensadores são relegados ao anonimato.
A burrice virou sinônimo de
intelectualidade, e aqueles que usam o cérebro e contrariam as convenções
pós-modernistas são chamados de intolerantes e irracionais.
Lamentável, desconcertante, triste, mas
infelizmente, não menos verdadeiro.
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Belíssimas palavras!
Concordo plenamente. Parabens pelo artigo !!!
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