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Corpus Christi: Origem, Significado Teológico e Presença Real de Cristo na Eucaristia

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 22 de junho de 2011 | 22:54

 


"ISTO É O MEU CORPO" - Lucas 22,19



Origem e significado da "Solenidade de Corpus Christi" - Conhece?


A Solenidade de Corpus Christi, expressão latina que significa “Corpo de Cristo”, é uma das festas mais solenes e belas da liturgia católica. Ela nasce do desejo profundo da Igreja de proclamar publicamente a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, centro e ápice da vida cristã. Mais do que uma comemoração simbólica, esta celebração é uma profissão de fé, uma confissão pública de que Deus não está distante, mas permanece realmente presente sob as espécies consagradas do pão e do vinho. A Eucaristia é o coração pulsante da Igreja. Foi instituída na Santa Ceia, quando Cristo, na véspera de sua Paixão, tomou o pão em suas mãos santas e, erguendo-o aos céus, pronunciou palavras que ecoam até hoje:


“Tomai e comei, isto É o meu Corpo. [...] Este cálice É o meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança” (cf. Mc 14,22-24).


Nessas palavras, o verbo “É” não admite metáfora. Cristo não diz “representa”, mas afirma “É” — declarando uma presença verdadeira, substancial e contínua. Assim, cada Missa é a atualização sacramental do mesmo sacrifício do Calvário, não uma repetição, mas o mesmo mistério salvífico tornado presente para cada geração de fiéis. A celebração da Eucaristia é, portanto, memorial vivo — não no sentido de simples lembrança histórica, mas como memorial eficaz, que torna presente o próprio Cristo. Ele mesmo ordenou: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19), expressão que, na tradição hebraica, significa tornar presente o acontecimento salvífico.



Um pouco de história: como nasceu a festa de Corpus Christi


A instituição da Solenidade de Corpus Christi remonta ao século XIII. Nesse período, a Igreja buscava reforçar a fé eucarística em meio a algumas heresias que negavam a presença real de Cristo no Sacramento do Altar. Foi nesse contexto que surgiu a figura de Santa Juliana de Cornillon (ou de Liège), religiosa belga que, entre 1208 e 1228, teve visões místicas nas quais o próprio Cristo pedia uma festa especial dedicada à Eucaristia.







Em 1246, com a aprovação do bispo de Liège, celebrou-se pela primeira vez a festa localmente. Poucos anos depois, um fato extraordinário contribuiu para a difusão da devoção: o Milagre Eucarístico de Bolsena-Orvieto (Itália, 1263). Um sacerdote, tomado por dúvidas sobre a presença real de Cristo, ao celebrar a Missa, viu o pão consagrado sangrar sobre o corporal. O Papa Urbano IV, impressionado pelo milagre, instituiu oficialmente a festa de Corpus Christi para toda a Igreja em 1264, através da bula Transiturus de hoc mundo. O Papa encarregou Santo Tomás de Aquino de compor os hinos litúrgicos para a solenidade, dos quais nasceram verdadeiras pérolas da teologia e poesia cristã, como o Pange Lingua, o Tantum Ergo e o Lauda Sion. Estes textos expressam com profundidade e beleza a fé católica na presença real, substancial e permanente de Cristo na Eucaristia.



Fundamentação Bíblica: o próprio Cristo como Pão da Vida



A crença na presença real não é invenção tardia, mas encontra-se solidamente fundamentada nas Sagradas Escrituras. Além da narrativa da instituição da Eucaristia (Mc 14,22-24; Mt 26,26-28; Lc 22,19-20), Jesus revela o sentido profundo deste mistério no Discurso do Pão da Vida, no capítulo 6 do Evangelho de João:


“Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá para sempre; e o pão que eu darei é a minha carne, para a vida do mundo” (Jo 6,51).






As palavras de Cristo escandalizaram muitos dos seus discípulos, que se retiraram dizendo: “Duro é este discurso!” (Jo 6,60). Se Jesus falasse apenas em sentido figurado, certamente teria explicado, para evitar mal-entendidos. No entanto, Ele reforça sua afirmação, declarando:


“A minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue é verdadeiramente bebida” (Jo 6,55).


São Paulo também atesta a mesma fé nas suas cartas. Em 1Cor 11,23-29, o Apóstolo adverte que quem come do pão e bebe do cálice indignamente, “peca contra o Corpo e o Sangue do Senhor”, reconhecendo que ali há uma presença real e não simbólica.




Aprofundamento Teológico: o Mistério da Transubstanciação



A Igreja, iluminada pelo Espírito Santo, procurou compreender e expressar racionalmente o mistério eucarístico. Assim, a tradição teológica cunhou o termo “Transubstanciação”, confirmado pelo Concílio de Trento (séc. XVI) e pelo Catecismo da Igreja Católica (CIC 1374). Esse termo significa que, após a consagração, a substância do pão e do vinho é convertida na substância do Corpo e Sangue de Cristo, permanecendo apenas as aparências (ou “acidentes”) sensíveis do pão e do vinho. Não há uma transformação material visível — como nas bodas de Caná —, mas uma conversão ontológica, uma mudança na realidade mais profunda do ser. Essa distinção é essencial: se houvesse transformação física, estaríamos diante de um ato canibalístico; mas o que ocorre é um milagre espiritual e sacramental — Cristo se faz realmente presente, mas sob a forma sacramental, de modo misterioso e não carnal. É o próprio Cristo, ressuscitado e glorioso, que se entrega como alimento espiritual.






Conclusão Teológica: Adora-se a Presença divina, não simplesmente a Matéria



A fé católica ensina que a adoração pertence somente a Deus, jamais à matéria criada. Essa distinção é essencial para compreender corretamente o culto eucarístico e afastar qualquer mal-entendido de idolatria. 






O cristão não adora pão e vinho, mas o próprio Cristo realmente presente sob as espécies sacramentais.  A Sagrada Escritura oferece imagens que iluminam essa verdade. 



Em Josué 7,6, lemos que Josué, diante da derrota de Israel em Ai, “rasgou suas vestes e prostrou-se com o rosto em terra diante da arca do Senhor até à tarde, ele e os anciãos de Israel”. Josué não adorava a arca como objeto material, mas a Presença divina que nela habitava — a Shekinah, manifestação visível da glória de Deus. A arca era sinal e instrumento dessa presença, mas não o próprio Deus.  De modo análogo, na Eucaristia, as espécies do pão e do vinho são sinais sacramentais que, pela consagração, tornam-se portadoras reais da presença de Cristo. A hóstia consagrada, por si mesma, nada seria além de pão; mas, após a consagração, ela é o Corpo de Cristo, porque a substância foi transubstanciada, embora os acidentes permaneçam inalterados.  



Assim como Josué se prostrou diante da arca reconhecendo que ali Deus se fazia presente, também o fiel, ao se ajoelhar diante do Santíssimo Sacramento, reconhece com fé que Deus está verdadeiramente ali, vivo e presente, embora velado sob as aparências do pão. Não se trata de idolatria, mas da mais pura forma de adoração: a latria, o culto devido unicamente ao próprio Deus.  



Essa adoração não é dirigida à matéria, mas Àquele que se revela através dela. É o mesmo mistério que Moisés experimentou diante da sarça ardente (Ex 3,2-6): “Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.” Moisés não adorava a sarça, mas o Deus que nela se manifestava.  A presença eucarística é, portanto, teofania sacramental — uma manifestação de Deus sob sinais humildes e acessíveis, adaptados à condição humana. O pão e o vinho tornam-se como que o “sacrário do Infinito”, onde o Eterno se faz próximo, o Invisível se deixa ver, e o Todo-poderoso se oferece como alimento.  Ao adorar a Eucaristia, o cristão faz eco às palavras de Jesus: “Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). 

 


Essa promessa cumpre-se de modo admirável no mistério eucarístico, onde Cristo permanece real, verdadeiro e substancialmente presente, com sua humanidade glorificada e sua divindade plena.  Portanto, adora-se a Presença divina, não simplesmente a matéria; venera-se o Deus escondido sob as aparências sensíveis, assim como Josué e Moisés se prostraram não diante de objetos, mas diante do Deus vivo que se revelava através deles. A Eucaristia é o novo “Tabernáculo da Aliança”, onde o mesmo Deus do Antigo Testamento continua a habitar entre o seu povo, agora de modo mais íntimo e misterioso: não apenas no meio de nós, mas em nós.  Adorar a Eucaristia é, pois, ato supremo de fé e de amor. É reconhecer que o Verbo que se fez carne continua a se fazer pão — para que, alimentados por Ele, nos tornemos aquilo que recebemos: Corpo de Cristo vivo no mundo. Cada hóstia consagrada é uma resposta silenciosa à solidão humana, um eco do amor divino que sussurra:



“Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20).



Assim, celebrar Corpus Christi é reafirmar a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja e do cristão. É proclamar que o verdadeiro milagre não é o pão que se transforma, mas o homem que se converte ao receber o Pão da Vida.






As palavras Corpus Christi estão em latim e significam “Corpo de Cristo”. Elas designam uma festa litúrgica que celebra a presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Eucaristia — ou seja, Cristo está presente com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade nas espécies consagradas do pão e do vinho.





Fundamentação Bíblica - Jesus declarou claramente o mistério da Eucaristia:


“Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo.Os judeus discutiam entre si: “Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?Jesus respondeu: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue verdadeiramente bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. [...] Este é o pão que desce do céu; não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente.” (Jo 6,51-58)


Além disso, os evangelhos sinópticos também confirmam a presença real:


-Mateus 26,26-28


-Marcos 14,22-24


-Lucas 22,19-20


O apóstolo São Paulo reforça esta doutrina às comunidades cristãs primitivas:


“Aquele que come o pão ou bebe do cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o Corpo e o Sangue do Senhor” (1 Cor 11,27-29).



História da Festa de Corpus Christi



A Solenidade de Corpus Christi foi instituída oficialmente na Idade Média, no século XIII, como resposta à necessidade de proclamar publicamente a fé na Presença Real de Cristo na Eucaristia. Um dos eventos decisivos foi o chamado Milagre de Bolsena, na Itália:


Um sacerdote católico, abalado por dúvidas sobre a presença real de Cristo no pão e no vinho consagrados, realizou várias penitências e peregrinações até Roma, mas não encontrava paz interior. Durante a celebração da Missa em Bolsena, ao consagrar o vinho, ele testemunhou algo extraordinário: o Sangue de Cristo começou a borbulhar no cálice e manchou a toalha do altar.Essa toalha, conhecida como o corporal ensanguentado, permanece preservada até hoje na Catedral de Orvieto, Itália. O Papa da época, ao constatar o milagre, ordenou a instituição da festa litúrgica de Corpus Christi. Ele ainda confiou a São Tomás de Aquino a composição das orações e hinos que celebrassem este mistério, resultando em obras-primas como:


-Pange Lingua


-Adoro Te Devote


Esses hinos continuam sendo cantados em todo o mundo, exaltando a presença real de Cristo na Eucaristia com beleza e profundidade teológica incomparáveis.


 




Eu vos adoro devotamente




Eu vos adoro devotamente, ó Divindade escondida,

Que verdadeiramente oculta-se sob estas aparências,

A Vós, meu coração submete-se todo por inteiro,

Porque, vos contemplando, tudo desfalece.



A vista, o tato, o gosto falham com relação a Vós

Mas, somente em vos ouvir em tudo creio.

Creio em tudo aquilo que disse o Filho de Deus,

Nada mais verdadeiro que esta Palavra de Verdade.



Na cruz, estava oculta somente a vossa Divindade,

Mas aqui, oculta-se também a vossa Humanidade.

Eu, contudo, crendo e professando ambas,

Peço aquilo que pediu o ladrão arrependido.



Não vejo, como Tomé, as vossas chagas

Entretanto, vos confesso meu Senhor e meu Deus

Faça que eu sempre creia mais em Vós,

Em vós esperar e vos amar.



Ó memorial da morte do Senhor,

Pão vivo que dá vida aos homens,

Faça que minha alma viva de Vós,

E que à ela seja sempre doce este saber.




Senhor Jesus, bondoso pelicano,

Lava-me, eu que sou imundo, em teu sangue

Pois que uma única gota faz salvar

Todo o mundo e apagar todo pecado.








Ó Jesus, que velado agora vejo

Peço que se realize aquilo que tanto desejo

Que eu veja claramente vossa face revelada

Que eu seja feliz contemplando a vossa glória!

Meu divino amigo!

 

Amém!





Canta, Ó Lingua

Pange Lingua (latim)


Canta, língua, o mistério glorioso

(Pange, lingua, gloriosi)


Do corpo tão sublime

(Corporis mysterium)


E do sangue tão precioso

(Sanguinisque pretiosi)


Que por nós se deu em redenção

(Quem in mundi pretium)


O fruto do ventre generoso

(Fructus ventris generosi)


Do Rei que veio às nações

(Rex effudit gentium)



Foi-nos dado, para nós nasceu

(Nobis datus, nobis natus)


De uma Virgem imaculada

(Ex intacta Virgine)


E vivendo entre nós neste mundo

(Et in mundo conversatus)


Difundiu a semente da palavra

(Sparso verbi semine)


Encerrou o tempo de seu desterro

(Sui moras incolatus)


Com uma ordem admirável

(Miro clausit ordine)



Na noite da Última Ceia

(In supremae nocte coenae)


Estando à mesa com os irmãos

(Recumbens cum fratribus)


Observada a lei plenamente

(Observata lege plene)


Com alimentos conforme a lei

(Cibis in legalibus)


Alimentou aos doze

(Cibum turbae duodenae)


Com suas próprias mãos

(Se dat suis manibus)



Verbo encarnado, Pão verdadeiro

(Verbum caro, panem verum)


Feito Carne pela palavra

(Verbo carnem efficit)


E Sangue do próprio Cristo

(Fitque sanguis christi merum)


E se os sentidos fraquejam

(Et si sensus deficit)


Para o coração sincero

(Ad firmandum cor sincerum)


Somente a fé é suficiente

(Sola fides sufficit)



Portanto, a este sacramento

(Tantum ergo sacramentum)


Veneremos curvados

(Veneremur cernui)








E o antigo contrato

(Et antiquum documentum)


Ceda lugar ao novo rito

(Novo cedat ritui)


A fé se preste a suplementar

(Praestet fides supplementum)


Os defeitos dos sentidos

(Sensuum defectui)



Ao Pai, ao Filho

(Genitori, genitoque)


O louvor e o júbilo

(Laus et jubilatio)


A salvação, a honra e a virtude também

(Salus, honor, virtus quoque)


Sejam oferecidas com gratidão

(Sit et benedictio)


Que procedendo Daquele

(Procedenti ab utroque)


Merece o mesmo louvor

(Compar sit laudatio)



Amém!

(Amen)




O Milagre eucarístico de Bolsena e as Comprovações Científicas



O milagre de Bolsena, ocorrido no século XIII, tornou-se objeto de muitas pesquisas ao longo dos séculos. No entanto, o estudo mais sério e rigoroso foi realizado em 1970-1971, revelando resultados impressionantes que fortaleceram a fé na presença real de Cristo na Eucaristia. Aos reconhecimentos eclesiásticos, juntou-se o exame da ciência moderna, conduzido de forma minuciosa e rigorosa. Em novembro de 1970, os frades menores conventuais, responsáveis pela guarda da igreja de São Francisco em Bolsena, decidiram confiar a análise das relíquias a dois médicos de renome:


-Dr. Odoardo Linoli – chefe de serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e livre docente de Anatomia, Histologia Patológica, Química e Microscopia Clínica.


-Prof. Ruggero Bertelli – professor emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena.



Após meses de trabalho, em 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram seu relatório, com resultados extraordinários:


-A carne é carne verdadeira; o sangue é sangue verdadeiro.


-Pertencem à espécie humana.


-A carne corresponde ao tecido muscular do coração – miocárdio, endocárdio e nervo vago.


-A carne e o sangue têm o mesmo tipo sanguíneo: AB, coincidindo com o tipo do Santo Sudário de Turim, raro e comum entre o povo judeu.


-Trata-se de carne e sangue de uma pessoa viva, como se tivessem sido retirados no mesmo dia de um ser humano vivo.


-No sangue foram encontrados minerais essenciais: cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio, além das proteínas normais.


-A preservação durou mais de 12 séculos, resistindo a fatores físicos, atmosféricos e biológicos — um fenômeno absolutamente extraordinário.






Detalhe surpreendente: cada pedrinha de sangue coagulado, embora de tamanhos diferentes, pesa exatamente como se fosse a soma de todas as pedrinhas — um mistério que desafia as leis naturais.

 


Antes mesmo da publicação do relatório final, os pesquisadores enviaram um telegrama aos frades, contendo apenas a frase:

 


“Et Verbum caro factum est” – “E o Verbo se fez carne!”




Contexto Histórico e Instituição da Festa de Corpus Christi



Mesmo diante deste milagre, entre os séculos IX e XIII surgiram debates sobre a presença real de Cristo na Eucaristia. Alguns defendiam que a Ceia era apenas um memorial simbólico. Somente após as visões de Santa Juliana de Cornillon, que pediu a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento, e vários apelos à Igreja, a solenidade foi oficialmente instituída:


-Junho de 1246: Primeira celebração local da festa de Corpus Christi.


-Outubro de 1264: Papa Urbano IV estende a festa a toda a Igreja por meio da bula Transiturus de hoc mundo.


Nessa solenidade, o maior dos sacramentos da Igreja revela sua realidade e eficácia: a Redenção. A Eucaristia é o memorial sempre novo e vivo dos sofrimentos de Jesus por nós, onde, mesmo separando seu Corpo e seu Sangue, Cristo permanece inteiro em cada uma das espécies.






Significado Espiritual e Litúrgico




O Pão e o Vinho consagrados tornam-se sinal de alimentação espiritual, fortalecendo a alma e unindo-nos a Jesus, e por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida divina aqui na terra nos prepara para o banquete eterno no Céu, onde contemplaremos a glória de Deus sem véus. O centro da Missa será sempre a Eucaristia. Por meio dela, o cristão participa do divino ofício, tornando-se cada vez mais próximo de Cristo. Quanto maior nossa devoção ao Corpo e Sangue de Jesus, conforme Ele mesmo estabeleceu — memorial e presença real (Mc 14,22-24) — mais facilmente colhemos os frutos da Redenção: vida, graça e união com Deus.



ORIGEM DA Solenidade OFICIAL de Corpus Christi 



Por Rafael Vitola Brodbeck







Aparecendo a Santa Juliana de Mont-Cornillon, abadessa de um mosteiro agostiniano, Nosso Senhor Jesus Cristo a inspira para que ajude na instituição de uma festa em honra de Sua real presença no Santíssimo Sacramento da Eucaristia.
Apesar dos protestos dos hereges, principalmente albigenses – que, por seu dualismo gnóstico, negavam qualquer relação entre os planos espiritual e material, que é justamente o princípio para entendermos a Eucaristia –, Dom Roberto de Thourotte, Bispo de Lieja, estabelece em sua circunscrição, no ano de 1246, por influência das visões de Santa Juliana, a festa que mais tarde seria conhecida como Corpus Christi.Estendida pelo Cardeal Hugo de Saint-Cher para toda a Alemanha, a comemoração é logo assumida como oficial em toda a Igreja Ocidental pelo Papa Urbano IV, que, em 1264, mediante a Bula Transiturus, ordena sua celebração.Os carmelitas e os dominicanos, nos primeiros anos de sua oficialização, constituem-se em autênticos apóstolos da festa de Corpus Christi. É, aliás, um dominicano, a glória da Ordem fundada por São Domingos, que irá, a pedido de Urbano IV, compor o próprio da Missa e os ofícios da Liturgia das Horas do Corpus: São Tomás de Aquino revela-se não apenas um excelente teólogo e filósofo, mas também um inspiradíssimo compositor sacro.Todas as orações constantes no Ofício Divino e no Missal para esse dia são de sua autoria.A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, longa denominação para esse festa medieval que tanto foi necessária para reafirmar o dogma católico frente aos ataques heréticos, se faz urgente nestes tempos em que vivemos.O ódio atual à doutrina da presença real de Cristo na Eucaristia talvez só seja superado pelo dos tempos de Berengário de Tours, ou pelo dos primeiros protestantes que negaram tão vital dogma de nossa santíssima religião.Vários padres e famosos teólogos, ao invés de defenderem a doutrina, transformam-se, embebidos de modernismo e relativismo religioso, nos principais adversários do maior presente que nos foi deixado por Nosso Redentor: Sua presença nos sacrários de toda a terra.De fato, é grave a situação em que nos encontramos. Urge que a Santíssima Eucaristia seja defendida, tal como nos foi revelada por Deus em Cristo, conforme nos expressa o cristalino texto evangélico pelo Lecionário disposto para a Missa Solene de hoje. A Carne de Jesus é verdadeira comida, e Seu Sangue verdadeira bebida. Não aparente, não simbólica.“Por isso, não olhem o pão e o vinho como simplesmente isso, pois eles são, de acordo com as declarações dos mestres, o Corpo e o Sangue de Cristo.” (São Cirilo de Jerusalém; Catequeses Mistagógicas, 4, 6)Há, pelas palavras do sacerdote – que age in persona Christi, e por isso, em virtude do sacramento da Ordem por ele recebido, faz as vezes do Senhor, não só na renovação do sacrifício da Cruz, senão também na conversão das espécies eucarísticas no sacramento que se quer celebrar –, uma autêntica mudança.É o que diz São Gregório de Nissa: “Corretamente, então, cremos que o pão consagrado pela palavra de Deus se torna o Corpo de Deus.” (Grande Catecismo, 37) E também Santo Ambrósio, Bispo de Milão: “Vós podeis talvez dizer: ‘meu pão é pão comum.’ Mas esse pão é pão somente antes das palavras sacramentais; quando é consagrado, então, é a Carne de Cristo.” (Os Sacramentos, 4, 4, 14) O pão se muda para Carne de Cristo; o Sangue se muda para Sangue de Cristo. Não é uma mudança de forma, pois os acidentes continuam os mesmos; aparência, gosto, cheiro de pão e de vinho.Refuta-se a transformação,tampouco uma mudança de significado ou de finalidade. Não é que o pão se mude “para nós” em Cristo, ou que os católicos tenhamos entendido nesse significado, num calvinismo eucarístico explícito. Condena-se, pois, o termo “transignificação” ou “transfinalização”.

 


Todo rito da MISSA É MEMORIAL, MAS A PRESENÇA EUCARÍSTICA É REAL!



 






Na Eucaristia existe uma símbologia de muitas coisas, é verdade. Mas, esse simbolismo não esgota o sentido real do sacramento! Quanto à presença de Jesus Cristo, não há que se falar em sinal ou símbolo, eis que está essencial e realmente presente, não por transformação, ou substituição, mas por TRANSUBSTANCIAÇÃO, ou seja, por conversão, ou antonomásia (ocupação).




“No Calvário se escondia tua divindade
Mas aqui também se esconde tua humanidade!
Creio em ambas e peço, como o bom ladrão:
No teu reino, eternamente, tua salvação!


 


Palavras do Papa são Paulo VI a esse respeito:

 


Não é lícito, só para aduzirmos um exemplo, exaltar a Missa chamada ‘comunitária’, a ponto de se tirar a sua importância à Missa privada; nem insistir tanto sobre o conceito de sinal sacramental, como se o simbolismo que todos, é claro, admitimos na Sagrada Eucaristia, exprimisse, única e simplesmente, o modo da presença de Cristo neste sacramento; ou ainda discutir sobre o mistério da transubstanciação sem mencionar a admirável conversão de toda a substância do pão no corpo e de toda a substância do vinho no sangue de Cristo, conversão de que fala o Concílio Tridentino; limitam-se apenas à transignificação e transfinalização, conforme se exprimem. Nem é lícito, por fim, propor e generalizar a opinião que afirma não estar presente Nosso Senhor Jesus Cristo nas hóstias consagradas que sobram, depois da celebração do Sacrifício da Missa.” (Carta Encíclica Mysterium Fidei, 11)

 




Os inimigos da presença real de Cristo precisam ser vencidos novamente,dentro e fora da Igreja!





Atacando o preciso dogma da transubstanciação, i.e., da mudança de substância do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Nosso Senhor, acabam por desferir suas mortais rajadas no próprio Jesus, que instituiu tão formidável sinal de Sua graça e tão real manifestação de Sua presença.Crêem os hereges, claro, que a Eucaristia é um sinal, apenas um símbolo da presença de Jesus Cristo. Quando Ele falou que aquele pão partido e aquele vinho no cálice eram Seu Corpo e Seu Sangue (cf. Lucas 22,19-20), teria querido dizer que se tratava apenas de um símbolo de Sua presença santíssima, ou de uma presença espiritual.Sobre esse tema, já se adiantava profeticamente São Boaventura, teólogo maior da Ordem Franciscana: “Estar Cristo no Sacramento como num sinal, nenhuma dificuldade tem; estar no Sacramento verdadeiramente, como no céu, tem a maior das dificuldades: é pois sumamente meritório acreditá-lo.” (In IV Sent., X, P. I, a. un., q. I; Opera Omnia, N, 217).






Precisamos nesses tempos de tantas dúvidas e heresias, insistir sobremaneira, oportuna e inoportunamente (conforme II Timóteo 4,1-5), em nossas pregações e formações, sobre o caráter sacrificial da Eucaristia, enquanto renovação, e atualização do Calvário, coisa que também é atacada pelos modernistas, pelo menos na prática, face à balbúrdia litúrgica que presenciamos atualmente, e a diminuição do sagrado na Santa Missa, assemelhando-a a um simples culto piedoso de oração, ou a uma reunião protestante. Nessa salutar e humilde defesa, confessarmos claramente sem subterfúgios e dubiedade, que nela não só se torna presente o sacrifício de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, como também, por ela ocorre a conversão das substâncias contidas na espécies eucarísticas, convertendo-se o pão e o vinho em verdadeiros Corpo e Sangue de Jesus Cristo!

 



este É o ensino "definitivo, imutável, e infalível" concílio Tridentino"

 


“Em primeiro lugar, ensina o Santo Concílio, claramente, e sinceramente confessa que depois da consagração do pão e do vinho, fica contido no saudável sacramento da Santa Eucaristia, verdadeira, real e substancialmente nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e Homem, sob as espécies daqueles materiais sensíveis, pois não existe com efeito, incompatibilidade que o mesmo Cristo nosso Salvador esteja sempre sentado, no Céu, à direita do Pai, segundo o modo natural de existir e que ao mesmo tempo nos assista sacramentalmente com Sua presença, e em sua própria substância em outros lugares, com existência que ainda que apenas o possamos expressar com palavras, poderemos, não obstante, alcançar com nosso pensamento ilustrado pela fé, que é possível a Deus, e devemos firmemente acreditar.Assim pois, professaram clarissimamente todos os nossos antepassados que viveram a verdadeira Igreja de Cristo, e trataram deste santíssimo e admirável Sacramento, a saber: que nosso Redentor o instituiu na última ceia, quando depois de ter benzido o pão e o vinho, atestou a seus Apóstolos, com claras e enérgicas palavras que lhes dava Seu próprio Corpo e Seu próprio Sangue. E sendo fato consumado que as ditas palavras mencionadas pelos mesmos Santos Evangelistas e repetidas depois pelo Apóstolo São Paulo, incluem em si mesmas aquele próprio e patentíssimo significado, segundo as entenderam os santos Padres, é sem dúvida execrável a maldade com que certos homens pretensiosos e corruptos as distorcem, violentam e tentam explicar em sentido figurado, fictício ou imaginário, negando a realidade da Carne e Sangue de Jesus Cristo contra a inteligência unânime da Igreja, que sendo coluna e apoio da Verdade (cfr.1 Timóteo 3,15), sempre detestou "por serem diabólicas estas ficções" expressas por homens ímpios e sempre conservou indelével a memória e gratidão deste tão sobressalente benefício que nos fez Jesus Cristo.” (Concílio Ecumênico de Trento; Decreto sobre o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, Cap. I)

 



“Mas pelo que disse Jesus Cristo nosso Redentor, que era verdadeiramente Seu Corpo que O oferecia sob a espécie do pão, a Igreja de Deus acreditou perpetuamente e o mesmo declara novamente o Santo Concílio que pela consagração do pão e do vinho, são convertidas: a substância total do pão no Corpo de nosso Senhor, e a substância total do vinho no Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, e essa transformação é oportuna e propriamente chamada de Transubstanciação pela Igreja Católica.” (Concílio Ecumênico de Trento; Decreto sobre o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, Cap. IV)




Outrossim, contra os erros de Lutero – que ensinava que a substância do pão e do vinho permanecem conjuntamente com a presença real de Cristo, no que chamou “consubstanciação”, e isso só enquanto durasse a Missa; e que não era necessário confessar-se sacramentalmente antes de receber a Eucaristia na existência de pecados mortais (contrariando as escrituras em 1 Cor 11,18-29), bastando a fé e a conversão; e, além disso, que o principal fruto da Missa era o perdão dos pecados, substituindo-a à Penitência – e de outros hereges – Calvino, por exemplo, pregava a presença espiritual, ou a mudança de significado do pão para Carne e do vinho para Sangue, negando a transubstanciação; Zwinglio cria numa presença meramente simbólica, num sinal da presença de Jesus –, formulou o Sacrossanto Concílio, alguns cânones a respeito da Eucaristia, que citamos a seguir, por considerar de extrema valia para o leitor:

 

 

“Cân. I - Se alguém negar que no santíssimo sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e o sangue juntamente com a alma e divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e por conseqüência o Cristo inteiro; mas pelo contrário, disser que apenas existe na Eucaristia um sinal, ou figura virtual, seja excomungado.

 

 

Cân. II - Se alguém disser que no sacrossanto sacramento da Eucaristia permanece substância de pão e vinho juntamente com o Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, e negar aquela admirável e singular conversão de toda a substância do pão em Corpo e de toda substância do vinho em Sangue, permanecendo somente as espécies de pão e vinho, conversão que a Igreja Católica propiciamente chama de Transubsctanciação, seja excomungado.

 

Cân III - Se alguém negar que o venerável sacramento da Eucaristia contém o Cristo Total em cada uma das espécies, e em cada uma das partículas em que forem divididas as espécies, seja excomungado.

 

Cân. IV - Se alguém disser que, feita a consagração, não existe no admirável sacramento da eucaristia, nada além de mentiras, e que recebe, mas nem antes e nem depois permanece o verdadeiro Corpo do Senhor nas hóstias ou partículas consagradas, que se guardam depois das comunhões, seja excomungado.

 

 

Cân. V - Se alguém disser que o principal fruto da Sacrossanta Eucaristia, é o perdão dos pecados, ou que não provém dela outros efeitos, seja excomungado.

 

 

Cân. VI - Se alguém disser que no santo sacramento da eucaristia não se deve adorar a Cristo, Filho unigênito de Deus, com o culto de ‘latria’ nem também com o externo, e que portanto não se deve venerar com peculiar e festiva celebração, nem ser conduzido solenemente em procissões, segundo o louvável e universal rito e costume da Santa Igreja, ou que não se deve expor publicamente ao povo para que receba adoração, e que tal adoração constitui idolatria, seja excomungado.

 

Cân. VII - Se alguém disser que não é lícito reservar a Sagrada Eucaristia no sacrário, pois imediatamente depois da consagração é necessário que se faça a distribuição total das hóstias, ou disser que não é lícito levá-la piedosamente aos enfermos, seja excomungado.

 

Cân. VIII - Se alguém disser que Cristo, dado na eucaristia, somente é recebido espiritualmente e não também sacramental e realmente, seja excomungado.

 

 

Cân. IX - Se alguém negar que todos e cada um dos fiéis Cristãos de ambos os sexos, quando tenham chegado ao completo uso da razão, estão obrigados a comungar todos os anos ao menos na Páscoa da Ressurreição, segundo o preceito de nossa Santa Madre Igreja, seja excomungado.

 

 

Cân. X - Se alguém disser que não é lícito ao sacerdote que celebra a missa, comungar-se a si mesmo, seja excomungado.

 

 

Cân. XI - Se alguém disser que apenas a fé é preparação suficiente para receber o Sacramento da Santíssima Eucaristia, seja excomungado.” (Concílio Ecumênico de Trento; Cânones sobre o Santíssimo Sacramento da Eucaristia)

 


CONCLUSão





A Eucaristia não é um símbolo, mas o próprio Cristo realmente presente sob as espécies do pão e do vinho. Pela transubstanciação, não permanecem mais o pão e o vinho em sua substância, mas o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor, que se oferece a nós como alimento de vida eterna. São Cirilo de Alexandria já afirmava:



“Ele não disse que são figura, mas que são realmente o seu Corpo e o seu Sangue”, confirmando a fé da Igreja desde os primeiros séculos.

 






Celebrar a Solenidade de Corpus Christi é renovar essa fé e professar publicamente que Jesus está vivo entre nós. Cada Santa Missa é o mesmo e único sacrifício do Calvário tornado presente sobre o altar, onde Cristo se entrega novamente por amor. Ao comungar, não recebemos um sinal, mas o próprio Senhor, inteiro em cada partícula consagrada. É Ele quem nos une ao Pai no Espírito, tornando-nos um só corpo e uma só alma com Ele e com a Igreja. Por isso, adoramos na Eucaristia não a matéria, mas a Presença divina, como Josué diante da Arca (cf. Js 7,6): o gesto de prostração não se dirige ao objeto, mas Àquele que habita nele. Assim também diante do Santíssimo Sacramento, não veneramos o pão, mas o Deus encarnado que nele se oculta por amor. Na Eucaristia, Jesus é o verdadeiro alimento que fortalece, purifica e santifica. Para os que O recebem em estado de graça, é fonte de vida, perdão e união com Deus; mas, para os que O recebem indignamente, torna-se juízo e condenação (cf. 1Cor 11,27-29). Por isso, é necessário comungar com fé, arrependimento e amor, conscientes de que tocamos o próprio mistério da Redenção.

 






A Eucaristia é o pão dos anjos, o vínculo da unidade da Igreja e a penhor da glória eterna. Nela, o mesmo Cristo que se imolou no Calvário nos alimenta e nos prepara para o banquete do Céu. Adorar o Santíssimo é, pois, responder ao convite do Senhor: “O Mestre está aqui e te chama” (Jo 11,28). Quanto mais tempo passamos diante do Sacrário, mais o coração se inflama de amor e a alma se transforma. A experiência das Irmãs Missionárias da Caridade, de Santa Teresa de Calcutá, mostra que a adoração eucarística diária é fonte de amor fraterno, de zelo apostólico e de renovação espiritual.

 





Assim, aproximemo-nos com fé do altar, adoremos com reverência o mistério e proclamemos com Santo Tomás de Aquino:

 

“Praestet fides supplementum sensuum defectui” 

 (“Que a fé venha suprir o que falta aos sentidos”)

 


Na Eucaristia, Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre — o Deus que se fez pão para estar conosco até o fim dos tempos.

 





Oração Final de Adoração à Eucaristia

 


Senhor Jesus Cristo, Pão da Vida, Diante de Vossa Presença real no Santíssimo Sacramento, curvo-me em adoração e gratidão. Reconheço que sois o mesmo Deus encarnado, oferecido por nós no altar, alimento da alma e luz para o coração.

 





Dai-me a graça de adorar-Vos com fé viva, de receber-Vos com amor sincero e de guardar em meu coração os frutos do Vosso sacrifício. Transformai minha vida, fortalecendo-me na virtude, aumentando minha caridade e afastando de mim toda tentação e pecado.

 





Que, nutrido pelo Vosso Corpo e Sangue, eu caminhe unido a Vós e à Igreja, participando da vida divina aqui na terra e antecipando o banquete eterno do Céu, onde Vos verei sem véus e Vos louvarei por toda a eternidade. Ó Pão vivo, presente em cada hóstia consagrada, sede minha força, minha luz e meu refúgio, agora e para sempre.

 

Amém!


Adaptado de: Veritatis e Montfort




Amado(a) irmão(ã) em Jesus Cristo, antes de mais nada, não se sinta ofendido(a)! Nosso objetivo aqui não é atacar pessoas, mas esclarecer enganos e inverdades que, infelizmente, ainda circulam no meio protestante — muitas vezes repetidos sem estudo ou verificação. Somos constantemente caluniados em cultos, acusados de “adorar imagens”, “inventar doutrinas” e “seguir tradições humanas”, quando, na verdade, tudo o que ensinamos tem base bíblica, histórica e teológica sólida.  Agora, convenhamos: querer que nós, católicos, adaptemos nossa fé bimilenar às novas doutrinas de alguns grupos recentes é o mesmo que querer atender às reinvindicações mais absurdas de certos movimentos ideológicos — como aquele grupo que, depois de conquistar o direito à união civil, agora quer abolir o Dia dos Pais e das Mães porque o simples fato de existir essas datas “os incomoda”. Ora, a verdade não muda porque alguém se sente desconfortável com ela! A fé católica não é uma loja de conveniência espiritual onde cada um escolhe o que quer crer conforme o humor do dia.  A Igreja Católica não precisa se reinventar para agradar sensibilidades modernas ou modismos teológicos — afinal, não fomos nós que nos separamos dela; foram os outros que decidiram criar suas próprias versões da verdade. A autêntica doutrina cristã não é resultado de votação nem de “releitura cultural”, mas é revelação divina transmitida fielmente desde os apóstolos.  Nosso compromisso é com a verdade que liberta, não com a opinião que agrada. Por isso, convidamos você a conhecer a Igreja Católica por dentro, e não pelas caricaturas que pintam dela. Leia, estude, investigue as fontes originais, veja o que os Padres da Igreja realmente ensinaram. Só assim você perceberá que nossa luta não é contra pessoas, mas contra os erros que deturpam a fé e confundem as almas.  Como ensinava Santo Cipriano de Cartago:  “Estar em comunhão com o Papa é estar em comunhão com a Igreja Católica.” (Epist. 55, n.1, Hartel, 614).  E como sabiamente observou Dom Fulton J. Sheen:  “Há realmente poucas pessoas que odeiem a Igreja Católica, mas há milhões que odeiam o que erroneamente pensam ser a Igreja Católica.”


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6 de julho de 2011 às 22:54

Meu amigo, Jesus te ama, e estou orando para você sair desse engano, para que Deus tire essa cegueira espiritual em que você vive.
errais por não conhecer as escrituras sagradas.

abraços

7 de julho de 2011 às 08:15

A paz de Cristo e o amor de Maria a mãe do meu Senhor – Luc.1,43

Prezado adorador de Mamon, se vc tiver pensando que serei protestante algum dia e abandonar a única Igreja de Cristo, está redondamente enganado.

POR QUE JAMAIS SEREI PROTESTANTE ?

Mateus 16,18: E te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a MINHA Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela...”

A partir deste versículo retirado de Mateus, é com muita confiança que podemos ter a certeza, de que Jesusentregou a sua única Igreja para continuar sua missão no mundo. Portanto a Igreja Católica não esta evangelizandoe salvando almas pro Senhor a 500, 200, ou alguns anos atrás, mas sim a mais de 2000 mil anos:

1. Não sou protestante, porque: o protestantismo não existe desde o princípio do Cristianismo. Surgiu 1500 anos depois da era Apostólica. Suas igrejas são locais, regionais ou nacionais, não existindo uma Igreja Universal.

2. Não sou protestante, porque: atribuem a si próprios o direito de “interpretar a Bíblia”. Acreditam ter uma iluminação pessoal vinda do “Espírito Santo” sem intermediários, ou seja, sem a Igreja. O mais interessante, é a diferença que o “Espírito Santo” manifesta em cada uma das centenas (talvez milhares) de ramificações do protestantismo de forma CONTRADITÓRIA.



3. Não sou protestante, porque: eles negam a Tradição oral. Sendo que na própria Bíblia, Paulo recomenda os ensinamentos de viva voz (Tradição) que nos foram transmitidos por Jesus e passam de geração em geração no seio da Igreja, sem estarem escritos na Bíblia. Confira em (2 Tim 1,12-14).


4. Não sou protestante, porque: os “supostos intérpretes da Bíblia” não aceitam a real presença de Cristo no pão e no vinho consagrado, sendo que em (João 6,51) Jesus afirma: “O pão que eu darei, é a minha carne para a vida do mundo”. Aos judeus que zombavam, o Senhor tornou a afirmar: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Pois a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida”.

5. Não sou protestante, porque eles não aceitam o sacramento do perdão e da reconciliação. Sendo que Jesus entregou aos Apóstolos e seus sucessores, a faculdade de perdoar ou não os pecados, e agir em nome dele. “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem não perdoardes, não serão perdoados" (Jo 20,23).

6. Não sou protestante porque, quem lê um folheto protestante dirigido a Igreja Católica, lamenta o baixo nível das argumentações, sendo imprecisas, vagas, ou mesmo tendenciosas; afirmam gratuitamente sem provar as suas acusações; baseiam-se em premissas falsas, datas fictícias, anacronismos etc.

7. Concluindo! Não sou protestante, porque, Maria Santíssima disse: “Desde agora, todas as gerações me chamarão de Bem-Aventurada” (Lucas 1,48), e nos cultos protestantes, seu nome, sequer é mencionado. Caiu no esquecimento. Quem cumpre (Lucas 1,48) é somente a Igreja Católica Apostólica Romana.

COM RELAÇÃO AOS COVARDES QUE ABANDONAM A ÚNICA IGREJA FUNDADA POR CRISTO: 1Jo 2,19 - "Eles Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos; pois, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas, [saíram] para que se mostrasse que nem todos são dos nossos, nem do número dos eleitos.

“TORNEI-ME VOSSO INIMIGO, AO DIZER-VOS A VERDADE?” (Gal 4, 16).

7 de julho de 2011 às 10:42

Parabéns por defender a Fé católica cristã, a única Fé verdadeira!

Que Deus te mantenha sempre fiel à Igreja e ao Amor!

Também estou começando um blog sobre os assuntos de Fé, se puder dê uma passada por lá

Anônimo
29 de maio de 2024 às 13:53

Sugiro ao protestante adorador de falsas doutrinas ler e se aprofundar:


-1 Cor 11,18-29: "Em primeiro lugar, ouço que, quando vocês se reúnem como igreja, há divisões entre vocês, e até certo ponto eu o creio. 19 Pois é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam conhecidos quais dentre vocês são aprovados. 20 Quando vocês se reúnem, não é para comer a ceia do Senhor, 21 porque cada um come sua própria ceia sem esperar pelos outros. Assim, enquanto um fica com fome, outro se embriaga. 22 Será que vocês não têm casa onde comer e beber? Ou desprezam a igreja de Deus e humilham os que nada têm? Que lhes direi? Eu os elogiarei por isso? Certamente que não! 23 Pois recebi do Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão 24 e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim". 25 Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim". 26 Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha. 27 Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. 28 Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. 29 Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação..."

Sebastião

Anônimo
30 de maio de 2024 às 12:40

Eu não tenho nenhuma dúvida, que se um protestante, ou pastor protestante, estudasse essas três passagens bíblicas: Marcos 14,22-24; João 6,30-69; 1 Cor 11,18-29 - ou pregassem elas em suas igrejas, iriam urgentemente, buscar a Santa Eucaristia na Igreja Católica!

Sergio Rodrigues - BA

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Blog educativo e formativo inspirado em 1Pd 3,15, dedicado à defesa da fé e à evangelização. Nele somos apenas o jumentinho que leva Cristo e sua verdade aos povos, proclamando que Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14,6) e que sua Igreja é a coluna e sustentáculo da verdade (1Tm 3,15). Nossa Missão: promover a educação integral da pessoa, unindo fé, razão e cultura; fortalecer famílias e comunidades por meio da formação espiritual e intelectual; proclamar a verdade revelada por Cristo e confiada à Igreja. Nossa Visão: ser um espaço de evangelização que ilumina também os campos social, político e econômico, mostrando que fé e razão caminham juntas, em defesa da verdade contra ideologias que afastam de Deus. Áreas de Estudo: Teologia: mãe de todas as ciências. Filosofia: base da razão e da reflexão. Política: análise crítica de governos e ideologias à luz da fé. Economia: princípios éticos e cristãos aplicados à vida financeira. Rejeitamos uma imagem distorcida e meramente sentimentalista de Deus, proclamando o verdadeiro Deus revelado em Jesus Cristo. Nosso lema é o do salmista: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória” (Sl 115,1).

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