A parábola das alianças de aço e de ouro

Não se luta em batalhas com espadas de ouro, que são belas, reluzentes e mais valiosas que o aço, mas são frágeis para o combate. Nas batalhas se usam espadas de aço, que não são tão belas e reluzente como o ouro, mas são fortes e resistentes! Da mesma forma, um casamento não se sustenta apenas com a beleza da paixão ornada de ouro,  mas sua sustentabilidade vai se forjando e tornando-se resistente como o aço, com a rotina e os desafios da vida matrimonial.

  

Mateus 19,5-6: "Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão agora dois numa só carne! Assim não são mais dois, mas uma só carne!"

Como uma espada é forjada? 

Uma barra de metal que parece única, mas não é, pois é composta de ferro e carbono, na proporção adequada, aquecida a mais de 700 graus, depois é prensada, dobrada, martelada, e mergulhada na água para ser moldada. 

Uma pequena parábola para melhor entendimento!

Dois grandes amigos de infância, na idade adulta seguiram caminhos diferentes, um tornou-se muito rico e próspero, ou outro nem tanto, mas era um bom Cristão. O mais rico não sentia necessidade de Deus em sua vida, casou-se apenas no civil, e fazia questão de exibir suas ricas alianças de ouro em suas mãos de casados. O mais pobre casou-se na igreja, e como não estava em condições de comprar alianças de ouro, comprou um par de alianças de aço, bonitas, mas simples. Passados alguns anos, o rico já com família constituída, acabou separando-se de sua primeira esposa e casando-se sucessivamente com outras, e sempre exibindo-se com belíssimas alianças de ouro. O mais pobre permaneceu sempre com sua primeira e legítima esposa, até teve condições de comprar alianças de ouro, mas depois de uma longa conversa com sua amada esposa, e vendo o exemplo do velho amigo, preferiram honrar aquela aliança de aço, símbolo da firmeza daquela união selada em Cristo, e pelas mais várias lutas que já haviam travado juntos e vencido.

A permanência do laço matrimonial é constantemente provada pelo tentador, pelos nossos pecados, pelo egoísmo e escravidão cultural na qual estamos inseridos, e que infelizmente,  tornam quase impossível sentir a maravilha do propósito de Deus para o casamento entre um homem e uma mulher. Na verdade, nunca houve uma geração cuja visão do casamento fosse plena. O abismo entre a visão bíblica do casamento e a visão humana, sempre foi, gigantesco. Algumas culturas na história respeitam a importância e a permanência do casamento mais do que outras. Algumas, como a nossa [Cristã ocidental], têm pessoas com atitudes tão baixas, casuais, tanto para aderir quanto para abandonar o casamento, que acabam ridicularizando a visão bíblica-divina que Deus planejou.

A visão de Jesus sobre o matrimônio

No tempo de Jesus já havia disparidades entre a visão divina e a visão humana sobre o casamento, e estas diferanças aumentaram ainda mais nos tempos modernos. As diferentes visões sobre o matrimônio nos dias de Jesus e o nosso  são muito mais deturpadas. Quando Jesus deu um vislumbre da visão magnífica do casamento que Deus quis para seu povo, os discípulos lhe disseram: 

"Se tal é o caso de um homem com sua esposa, é melhor não casar!"  (Mateus 19,10) 

Em outras palavras, a visão de Cristo sobre o significado do casamento era tão diferente da dos discípulos, que eles não podiam sequer imaginar que o matrimônio fosse uma coisa boa! A distância entre os pontos de vista humano e divino sobre o casamento aumentam ainda mais por causa do pecado, egoísmo e pressões culturais. O fato de vivermos em uma sociedade que pode até mesmo aceitar que dois homens ou duas mulheres entrem em um relacionamento e o chame de ‘casamento’, mostra que o colapso de nossa cultura e que o deboche, o barbarismo e a anarquia, infelizmente, não são fatores tão distantes de nossa realidade.

Permanecer casados = apaixonados?

Como Cristãos, precisamos desmistificar as visões distorcidas sobre o casamento!  Um casamento sólido exige muito mais que paixão e até mesmo amor, é preciso compromisso de aliança entre os esposos e Deus! Ficar casados, portanto, não se baseia apenas em um homem e uma mulher permanecerem apaixonados e usarem um par de alianças de ouro nos dedos. Trata-se de manter aquela promessa da aliança indissolúvel (Mateus 19,6), feita diante de Deus através de seu ministro (o padre, ou diácono), publicamente, e com testemunhas no altar: "Até que a morte nos separe" - Esta é a promessa sagrada da aliança, ou seja, semelhante (pois a de Jesus é superior por ser eterna), a que Jesus fez com sua esposa, a igreja, quando Ele por ela se entregou e morreu (confr. Efésios 5,25). Portanto, o que torna a carta de divórcio incoerente com o projeto divino primordial (confr. Mateus 19, 8) sobre a união conjugal aos olhos de Deus,  não é meramente o que envolve a ruptura de uma aliança com o cônjuge, mas o que envolve deturpar a aliança de Cristo com sua igreja que somos nós, porque Ele nunca deixará sua esposa! Jamais! Pode haver momentos de distância dolorosa e retrocesso trágico da nossa parte. Mas Cristo guarda a sua aliança para sempre! O casamento verdadeiramente Cristão, se não é, deveria ser  uma demonstração disso! 

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