O que é mais importante nas festas Santas: Natal, Páscoa e Padroeiros? Arrecadação financeira ou a Conversão?

 

Essa reflexão começou a partir deste post abaixo que vi no Instagram, o qual partilhei com um velho e sábio irmão e amigo de longos anos, que com suas palavras me fez ir além. 

Um dos grandes frutos do Concílio Vaticano foi o "retorno às fontes e à contemplação daquilo que é essencial". Umas das conseqüências mais funestas do processo de mundanização pelo qual passaram e estão passando o mundo e a nossa Santa Mãe Igreja, é a degradação das principais festas do ano litúrgico: Natal, Páscoa, e as festas de Padroeiro (a). Aqueles (as) como eu, meu velho irmão e amigo, e outros(as), com raríssimas exceções, que ainda conservam, por graça de Deus, a capacidade de indignação, assistem hoje atônitos, em tantos lugares, a derrota do sentido sagrado das "Festas Santas" - Festas "Sagradas" (separadas), portanto, diferenciadas, que deveriam elevar espiritualmente e moralmente toda a comunidade, tornando-a mais Cristã, livre do materialismo, consumismo e do prazer meramente mundano com bebidas e músicas que ao invés de nos aproximar de Deus nos afastam, vão nos fazendo  perder o sentido e os verdadeiros valores que deveriam estarem sendo cultivados nessas excelentes oportunidades de evangelização. De fato, infelizmente, onde e quando, Deus deixa de ser o centro, perde-se o sentido do que se busca e do que se celebra e por que se celebra? As principais Solenidades Santas (Natal e Páscoa), bem como as de padroeiro deveriam levar as nossas comunidades paroquiais a meditarem de maneira mais profunda, no sentido da instituição original das principais festas e  as virtudes praticadas pelo santo (a) festejado (a), a fim de receberem um impulso para viverem melhor sua fé, imitando seus padroeiros(as) no seguimento de Cristo. Em muitas delas se falam de tudo, menos da vida e virtudes heroicas dos padroeiros(as). 

Estas festas deveriam glorificar a Deus promovendo a conversão e santificação da comunidade que a celebra, deixando os participantes menos apegados à terra, com os olhos fixos naquilo que é eterno, que não passa, que os ladrões não podem roubar, e nem o caruncho corromper (conforme Mateus 6,19-21).Ao mesmo tempo no campo da confraternização, deveria ser um modelo de festa mais cristã e com valores autenticamente Cristãos para as famílias que participam, não pensando somente na arrecadação e geração de fraternidade, que também são necessários, mas não é o essencial. O grande problema é que em muitas comunidades paroquiais as festas deixaram de ser um momento forte de conversão e santificação para se tornarem simplesmente um meio para arrecadar dinheiro. Daí a razão pela qual muitos justificam a venda de bebidas alcoólicas, uso de músicas mundanas e lasciva, bem como muitos outros comportamentos deploráveis que obscurecem e degradam o sentido da comemoração e em muitos casos tornam-se um "contra-testemunho" para as famílias e para a sociedade em geral, que já não consegue diferenciar uma festa Cristã de uma mundana.Há alguns anos atrás a CNBB através dos Bispos brasileiros lançaram uma Campanha da Fraternidade com um raro tema existencial, fora daqueles de caráter exclusivamente social. O tema era “Vida sim, drogas não”, na qual se refletiu longamente sobre o perigo das drogas, especialmente do álcool, para a vida de nossos jovens e de nossas famílias, entretanto, para uma grande parte, essas meditações não surtiram muito efeito. Infelizmente são muitos os jovens que aprenderam e ainda hoje aprendem a tomar seu primeiro porre nas “festas de Igreja”. Foi também aí que muitos jovens e seus pais perderam a consciência do perigo e da malignidade dos bailes mundanos, discotecas e carnavais, pois muitas vezes os ambientes de nossas “festas de Igreja” se assemelham aos destes eventos. 

Vivemos uma situação dramática e contraditória dentro da Igreja: uns lutam para tentar recuperar os dependentes do álcool e das drogas enquanto outros ajudam a “fabricá-los” através de suas festas mundanas e de uma pregação permissiva e omissa. 

Até quando teremos que suportar esta incoerência? É absurdo ter que pensar que a Igreja que foi feita para salvar as pessoas, se torne para muitos causa de queda. Que nosso bom, amoroso, justo, e todo poderoso Deus, dê aos nossos Pastores e Sacerdotes um maior amor a alma de cada um dos fiéis confiados aos seus cuidados para que possam ajudá-los a abraçar o que é bom e rejeitar o que é nocivo a sua vida e à sua salvação, pois assim está escrito para nossa edificação:

Romanos 12,2: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

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