Em julho de 1182 veio ao mundo aquele que se tornaria um dos santos mais populares do catolicismo, na cidade italiana de Assis. Em italiano, seu nome era Giovanni, que, se fosse traduzido para o português, seria João. O nome foi escolhido pela mãe, que era devota de São João Batista. Porém, o sucesso do pai, o nobre mercante de tecidos, Pietro Bernardone, se devia em grande parte ao fato de ter feito fortuna nos comércios da França e, por isso, acabou rebatizando o filho como Francesco (forma de se referir a "francês", em italiano). O que as fontes autenticamente Franciscanas nos revelam é que São Francisco era um homem pacífico mas não um pacifista, não fazia política nem era um teólogo porque, como ele disse, já está tudo escrito no Evangelho. Ele representa um grande exemplo de filho fiel à Igreja Católica e muito obediente ao Papa.
ATENÇÃO! Ao contrário do que
muita gente pensa, oração
da paz atribuída a São Francisco não foi escrita por ele! O autor é anônimo e acredita-se ter sido de um
capuchinho!
“Tudo começou por volta de 1912,
quando um católico imprimiu em um papel a oração de um lado e a imagem de São Francisco no outro. Desde então, a oração ficou associada à imagem do Santo de Assis e vem
sendo atribuída a ele sua autoria. A oração foi divulgada no começo do século XX
por uma paróquia parisiense e ganhou o mundo. Era um momento conturbado, com
guerras mundiais, civis, e a bomba atômica. Por isso, ela ficou conhecida como
a oração pela paz. Ela é tida como um poema e foi muito usada pelos pacifistas norte-americanos, muitos deles
protestantes, inclusive dizendo que era de são Francisco. Até eles
compraram o texto como foi vendido”, analisa o estudioso do assunto Gabriel
Perissé.
A oração, segundo Gabriel Perissé, foi usada pelos
alcoólatras anônimos, que a incluíram em seus manuais e tornou-se patrimônio
universal!
“Ela tem uma graça especial, as antíteses, que ajudam a decorar o texto.
Virou um cântico à paz, junto com os Cânticos das Criaturas, que louva o irmão
Sol e a irmã Lua esse, sim, de autoria de Francisco, enfatiza Gabriel. Outro
diferencial da oração é que ela é ecumênica, não tem nenhuma citação a santos
ou a Deus. Justamente por isso é uma oração que fala a católicos, umbandistas,
espíritas, a toda pessoa de boa vontade. O próprio Zeffirelli, diretor de Irmão
Sol, Irmão Lua, colocou a oração na boca do santo, e ai pronto! O mito ficou ainda
mais verossímil”.
São Francisco com
sua vida nos ensina que a Paz, não significa abdicar da própria fé, nem aceitar
passivamente o mal que nos é feito a nós
e aos outros!
João 18,22-23: “Assim que Jesus disse isso, um dos guardas que ali estavam bateu-lhe
fortemente no rosto, com a palma da mão, dizendo: Isso é maneira de responder
ao sumo sacerdote?” E Jesus respondeu ao
guarda: Se Eu disse algo de mal, revela o mal. Mas se disse a verdade por que
me agrediste?...”
A mensagem de São
Francisco é a mesma que a de Jesus Cristo:
Portanto, não se pode dizer que São Francisco errou em imitar a Jesus Cristo com suas palavras e seu testemunho de fidelidade a verdade (João 18,37). Evangelizar e batizar para salvar todos os filhos de Deus. Portanto, evangelizar e defender a própria fé, como nos mostra São Francisco, para o cristão também é um dever! Temos biografias e ficções televisivas que querem mesmo um Francisco amigo dos muçulmanos. Segundo esta tese, não precisaríamos de Jesus Cristo para a nossa salvação, seria então suficiente ser contra a guerra e amar toda a gente. Mas os relatos biográficos nos mostram que o Santo de Assis estava totalmente em desacordo com esta tese “pacifista” sem nervos e temente de anunciar a verdade, coisa que não combinava em nada com o Santo de Assis.
Nas memórias
escritas do frade Iluminado, companheiro de São Francisco nas terras
muçulmanas, se lê que quando o sultão disse:
«No Evangelho Jesus ensina que não se deve responder ao mal com o mal,
nem recusar um manto a quem também te queira roubar a túnica. Os cristãos,
portanto, não deveriam invadir as nossas terras».
Francisco, que era
santo mas não ingénuo, objetou:
“Parece que você não leu o
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Aqui está o que se lê mais adiante: Se
o teu olho é ocasião de escândalo para ti, arranca-o! Com estas palavras, Ele
queria fazer-nos compreender que alguém, também perto do nosso coração ou da
nossa família, e sendo tão querido como a menina dos nossos olhos, deve ser
rejeitado, erradicado ou expulso se tentar distrair-nos da nossa fé e do amor
de Deus. Eis pois ser justo que os
cristãos invadam as terras que você habita; pois você blasfema contra o nome de
Jesus Cristo e afasta para longe da sua adoração todos aqueles que você pode
afastar; mas se você estivesse disposto a confessar-se, a reconhecer e adorar o
Criador e o Redentor, os cristãos gostariam mais de tal facto do que a si
mesmos”.
Ao ler estas poucas
linhas, podemos perceber como a mentalidade de muitos católicos de hoje é
diametralmente oposta ao do Santo de Assis!
Muito cristãos tentam representar o grande Santo como um pacifistazinho, mansinho, de mãos postas e cabeça pendida para o lado e com um olhar angelical. Mas isso corresponde a verdade? Para ter uma ideia um pouco mais aprofundada do pensamento de São Francisco, entre os seus escritos lemos duas cartas. Na Primeira Regra da terceira Ordem Secular, o Santo Assis, estabelece: «Não levem os irmãos com eles armas ofensivas, exceto para a defesa da Igreja Romana, da fé cristã, ou mesmo da sua terra, ou com a permissão dos seus ministros».
Entre as Admoestações aos seus confrades, São Francisco
escreve:
«Todos aqueles que viram o Senhor Jesus Cristo na sua humanidade, mas não acreditaram que Ele era o verdadeiro Filho de Deus, estão condenados! Da mesma forma, todos aqueles que hoje, mesmo vendo o Sacramento do Corpo de Cristo consagrado sobre o altar, não vêem nem acreditam que é realmente o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, estão condenados».- Difícil encontrar respostas mais convincentes. Definitivamente, São Francisco de Assis não era esse pacifista que nos apresenta essa teologia progressista e permissiva que anda por ai. Pobre São Francisco, foi e continua sendo muito mal compreendido. Querem fazer dele um santo romântico e ecológico. Pior ainda um santo adepto do "falso irenismo". Costuma-se dizer que os santos sofrem durante a vida, e que, mesmo no céu, tem que suportar a deturpação de seus atos, nas páginas de seus biógrafos, quando muitos deturpam seus passos e intenções.
ATENÇÃO!!! São
Francisco jamais pregou contra as cruzadas!
Nem poderia fazê-lo, pois que senão, ele não seria santo! Durante a Quinta Cruzada, quando os cristãos cercaram Damietta, no delta do Nilo, no Egito, São Francisco foi para lá. O cerco durou 17 meses.Certa vez, São Francisco teve uma visão de Deus, que lhe disse que os cristãos seriam derrotados num combate que preparavam.São Francisco os preveniu, mas não foi ouvido, e, nesse combate, os cristãos perderam 6.000 homens.Mas o cerco de Damietta prosseguiu. São Francisco, então, resolveu ir até os maometanos, para tentar convertê-los ou morrer mártir. Foi até as tropas maometanas que aprisionaram o santo e o frade que o acompanhava, batendo muito em ambos. Levado diante do sultão do Egito, Malek Kamel, São Francisco pregou valentemente o cristianismo, a Santíssima Trindade, e atacou Maomé de modo nada ecumênico. Queriam matá-lo por isso, mas o Sultão não deixou. São Francisco desafiou, então, os ulemás maometanos a entrarem com ele numa grande fogueira. Quem saísse vivo da fogueira teria provado que seu Deus era o verdadeiro.Resultado: nenhum ulemá aceitou entrar na fogueira.São Francisco propôs, então, a Malek Kamel, que: Ele entraria sozinho no fogo. Caso ele morresse, seria como punição de seus pecados. Caso ele saísse vivo, seria a prova de que o Cristianismo era a religião verdadeira. E, nesse caso, o sultão deveria se fazer batizar com todo o seu povo.Desta vez, foi o sultão que ficou com medo.O Sultão Malek Kamel, de medo de ser deposto pelos seus homens, não aceitou também, essa proposta. Ofereceu então muitos presentes ao santo da pobreza, que os rejeitou todos.A pregação de São Francisco, que foi ouvida até pelos lobos, não foi aceita pelos muçulmanos, que provaram assim serem mais duros que lobos.Malek Kamel deixou partir São Francisco que voltou ao campo cruzado. A guerra prosseguiu, e depois de 17 meses de cerco, Damietta foi tomada.
Hoje muitos ideólogos
e teólogos progressistas procuram deturpar São Francisco, como se ele tivesse
combatido e negado as Cruzadas! Ledo engano!
Os pacifistas modernos — contrários às guerras e às polêmicas — e sempre dispostos a dialogar com os inimigos de Deus e da Santa Igreja, dizem inspirar-se no exemplo de São Francisco. Se fossem sinceros, eles deveriam ir até os inimigos de Deus, e, como São Francisco, pregar a eles a religião verdadeira com destemor, e desmascarando as falsas religiões, assim como São Francisco atacou Maomé, diante dos maometanos. O que prova esse caso da vida de São Francisco é que certos hereges e infiéis, se nem com o exemplo de um santo como São Francisco se convertem. Nem com a promessa de um milagre. Ora, se nem a santidade de um São Francisco conseguiu converter certos pecadores, não será o diálogo ecumênico — um bla-bla-blá pseudo teológico, sentimentalóide, sem nervos e sem verdade, que vai conseguir isso! Frente ao sultão Malek Kamel, São Francisco não pediu, de modo algum, perdão pela ofensiva do exército cristão. Do testemunho de Frei Illuminato, que o acompanhou nessa missão, sabemos que o santo disse, e repetimos aqui: “Os cristãos agem conforme a justiça quando invadem as vossas terras e vos combatem, porque vós blasfemais o nome de Cristo e vos esforçais para afastar de sua religião quanto mais homens puderdes afastar. Se, pelo contrário, vós quisésseis reconhecer, confessar e adorar o Criador e Redentor do mundo, eles vos amariam como a si mesmos”. - Além disso, quanto ao falso diálogo inter-religioso, contaminado pelo falso irenismo condenado pelo Vaticano II, sabemos por São Boaventura, que São Francisco falando com o Sultão foi logo ao ponto mais delicado, sabendo que corria o risco do martírio: “Pregou ao Sultão o Deus uno e trino e o Salvador de todos, Jesus Cristo sem meios termos”. E quando viu que ninguém lhe dava razão o que fez o santo? - Vendo que não fazia progressos na conversão daquela gente e que não podia realizar a evangelização, prevenido então por uma revelação divina, ele retornou aos países cristãos, assim está ordenado que não devemos atirar pérolas a porcos!
Mateus
7,6: "Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos
porcos; caso contrário, estes as pisarão..."
Contra as modernas “mutilações” de São Francisco é
útil relembrar o que disse Bento XVI em Assis:
“São Francisco é um verdadeiro mestre para os cristãos de hoje”
E como disse Santa Joana d´Arc, uma santa
destemida, de couraça e de espada na não, que defendia a guerra justa e a
legítima defesa, negada por alguns pacifistas:
"Só
se conseguirá a paz na ponta da lança!”
BIBLIOGRAFIA PARA
CONSULTA:
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-Celano, Tomás de. capuchinhos.org.br Primeira vida de São Francisco, 1228, XV:
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-Robson, Michael. St.
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-Burr, David. The
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-Dubois, Leo L. Saint
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-Regra não bulada
- Centro Franciscano de Espiritualidade.
-Zerbi, Piero. San Francesco d'Assisi e la Chiesa romana.
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-Pedroso, José Carlos Corrêa. Fontes Franciscanas Arquivado em 8 de janeiro de 2010, no Wayback
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-Gregório IX, Papa. Bula
Mira circa nos. Peruggia, 19 de julho de 1228. Portal dos Capuchinhos de
São Paulo, Brasil
-Cantalamessa, Raniero. Come, Creator Spirit: meditations on the Veni Creator. Liturgical
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-Cantico del Sol
di San Francesco d'Assisi. Hyperion Classics
-Pearce, Joseph. Chesterton
and Saint Francis. Ignatius Press
-Escritos
originais, fontes biográficas primitivas e outros documentos antigos.
Província dos Capuchinhos de São Paulo.
-Robinson, Paschal. St.
Francis of Assisi. The Catholic Encyclopedia. Vol. 6. New York: Robert
Appleton Company, 1909.
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