Muitos santos erraram pessoalmente e moralmente, como doutrinariamente. Só quem goza da infalibilidade doutrinal (não impecância) é o papa. Mas somente quando ele se pronuncia Ex-Cátedra, fora disso pode errar. No Livro das Confissões, Agostinho descreve as erratas de sua vida, e no Livro das Retratações, as erratas de sua doutrina. Em ambas vemos o verdadeiro rosto de Santo Agostinho. O pecado e a ignorância, duas misérias de que foi isento apenas Cristo, não suas criaturas, por mais santas e fieis que tenham sido. Nos perguntamos estarrecidos: se o Evangelho manda Agostinho resplandecer com sua ciência e doutrina, como põe em público erros doutrinários? Nudez e simplicidade, exame de consciência e senso de responsabilidade diante de Deus e do próximo. Essas são expressões referidas às Retractationes e seu autor que nos dão uma ideia de seu significado e que permitem entender por que é classificada como obra autobiográfica, como que uma continuidade natural das Confessões. As Retractationes são as confissões dos erros em seu progresso intelectual. As Retractationes revelam, de fato, o percurso intelectual e espiritual de Agostinho de Hipona – para quem conhecimento intelectual e espiritualidade são inseparáveis –, seu progresso na sua seriedade na busca da Verdade, reconhece que não lhe basta perscrutar-se a si mesmo, mas ter a lucidez e coragem de admitir que, mesmo com toda sinceridade e boa intenção, podemos estar sinceramente enganados com algumas de nossas convicções. Somente os hereges de ontem e de hoje, se consideram infalíveis, e se recusam a ver erros em suas "teologias". Não é frequente ouvir um líder político ou eclesiástico admitir que errou. Por vezes pretendem mesmo passar a imagem que nunca se enganam - e raramente têm dúvidas.
O papa Francisco escancarou para a Igreja e para o mundo, algo óbvio: "os santos erram e inclusive, ele também":
"Nem
tudo o que um santo diz é plenamente fiel ao Evangelho, nem tudo o que faz é
autêntico ou perfeito", escreveu Francisco na "Gaudete et
exsultate", a sua última Exortação Apostólica. Nela refere que na vida dos
santos podemos encontrar muitos "erros e quedas", mesmo após
convertidos(as).
O Papa Francisco, sem nenhum escrúpulo, assumiu que também ele pode errar. Numa carta dirigida aos bispos do Chile, admite o seu equívoco e pede perdão às pessoas que se sentiram ofendidas com as suas palavras durante a viagem que fez àquele país. Na verdade, a infalibilidade papal - promulgada no Concílio Vaticano I, em 1870 - não se refere a tudo o que o Papa diz e faz, mas só a determinados atos (ex cátedra) que exigem adesão de toda a Igreja. Desde que foi definida, só foi invocada por Pio XII, na proclamação do dogma da Assunção de Maria ao Céu, em 1950. Antes dessa promulgação, só foi reconhecida a infalibilidade papal em cerca de meia dúzia de documentos papais até aquela data, e geralmente oriunda dos concílios universais.
Na visita ao Chile, no início deste ano, o Papa
disse que:
“Não
havia provas de que D. Juan Barros, o bispo que ele nomeou para Osorno em 2015,
tivesse encoberto os abusos sexuais sobre menores do padre Fernando Karadima”.
Este sacerdote foi considerado culpado pelos tribunais da Santa Sé e suspenso em 2011.Graças às diretrizes de Bento XVI, a Igreja Católica mudou de atitude em relação a estes crimes e passou a censurar também quem no seu interior os procurava encobrir. Por isso, os católicos chilenos não viram com bons olhos a nomeação de Barros para a diocese de Osorno e as vítimas de abusos sexuais ficaram ofendidas pelas palavras do Papa que punham em causa o seu testemunho.Na viagem de regresso do Chile o Papa admitiu que: A expressão "prova" não terá sido a mais correta e comprometeu-se a mudar de opinião se lhe fossem apresentadas evidências das suspeitas. Enviou ao Chile e a Nova Iorque o arcebispo de Malta, Charles Scicluna, para ouvir as vítimas dos abusos. Este, no seu regresso, entregou ao Papa um relatório de 2300 páginas! Depois de o ler, o Papa sentiu-se obrigado a escrever aos bispos chilenos para convocá-los para um encontro no Vaticano.
Nessa carta, com muita humildade, o papa Francisco diz:
"No
que diz respeito a mim, reconheço e quero que vocês
transmitam com fidelidade que cometi graves equívocos de avaliação e percepção
da situação, especialmente devido a uma falta de informação verdadeira e
equilibrada. Por isso, peço perdão a todas as pessoas que ofendi e
espero poder fazê-lo pessoalmente, nas próximas semanas, nas reuniões que terei
com representantes das pessoas entrevistadas".
As três principais
vítimas de Karadima, que acusam Barros de encobrimento, irão passar alguns dias
com o Papa Francisco no final deste mês. Terão então a oportunidade de lhe
expressarem, não só o que sofreram quando foram abusados, mas também como
alguns clérigos os tentaram calar, difamar e desacreditar. Desta forma,
o Papa está a ensinar, com o seu exemplo, não só a reconhecer erros e a pedir
perdão, mas também a tentar reparar alguns danos.
VAMOS
AGORA AOS ERROS E CONTRADIÇÕES DE UM OUTRO BISPO CATÓLICO E SEGUIDORES DESTA
MESMA LINHA TEOLÓGICA "INERRANTE": Dom Pedro Casaldáliga
Falecido em Agosto de 2020, vemos que seus erros e contradições já começam em seu lema episcopal: “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar, e sobretudo, NADA MATAR” - Porém, em 1994 apoiou a revolta de Chiapas, no México, afirmando que:
"Quando o povo pega em armas deve ser “RESPEITADO” e compreendido"
Em 1999 publicou a "Declaração de Amor à Revolução TOTAL de Cuba", que inclui MATAR POR FUZILAMENTO no Paredon, quem pensa diferente (uma postura nada Cristã e totalmente contrária a seu lema de SOBRETUDO NADA MATAR).
Como todo adepto da TL acham que só a Teologia da Libertação está
certa, e todo magistério da Igreja está errado. Acha que se deve falar da Igreja que está em
São Félix do Araguaia,
assim como se fala da Igreja que está em Roma, no mesmo nível.
O Papa Bento XVI
revisou o tradicional ensinamento teológico católico equivocado sobre o chamado
"limbo"
Ao dizer que “existe razão para esperar que bebês que morrem sem batismo podem ir diretamente para o céu”, Bento XVI aprovou a conclusão da Comissão Internacional Teológica, que publicou ontem seu muito esperado estudo sobre o limbo, informou a Conferência Americana de Bispos. "Nós podemos dizer que temos muitas razões para esperar que existe a salvação para esses bebês," disse o reverendo Luis Ladaria, um jesuíta que é o secretário-geral da Comissão. Embora muitos teólogos católicos e até santos tenham acreditado por muito tempo que crianças que morrem sem batismo têm o pecado original e por isso são excluídas do céu, a Igreja Católica não tinha uma doutrina definida sobre o assunto, apenas proposições teológicas em aberto. Teólogos ensinaram por muito tempo no entanto, que essas crianças aproveitam um estado terno de perfeita e natural felicidade, situação que é de maneira comum chamada de limbo, embora não tenham comunhão com Deus. Os Papas João Paulo II e Bento XVI encorajaram mais estudos sobre o limbo, em parte por causa das "necessidades pastorais urgentes" provocadas pelo crescimento do aborto e do maior número de crianças que morrem sem receber antes o batismo. No documento, a Comissão afirma que existem "sérias pesquisas teológicas e litúrgicas de esperança, de que crianças não batizadas que morrem serão salvas e levadas à felicidade eterna." O documento esclarece, de qualquer maneira, que "essas são razões de esperança, mais que áreas de conhecimento certo." O Cardeal Ladaria disse que:
"Ninguém
pode saber ao certo o que acontece com bebês não batizados, já que as
Escrituras são quase sempre silenciosas sobre o assunto".
CONCLUSÃO
E os teólogos e lideranças
inerrantes e infalíveis de hoje? Será que teriam a lucidez e coragem agostiniana de fazer um
auto-exame, e reconhecer que mesmo com toda sinceridade, podem estar
sinceramente equivocados em algumas de suas convicções? E para evitar que este que vos escreve caia no mesmo erro dos inerrantes hereges, encerramos fazendo nossas as palavras de São Tomás de Aquino, padroeiro deste despretensioso apostolado:
"Se, por ignorância, expressei algo errado e contrário a sagrada tradição dos apóstolos e ao sagrado magistério Petrino, revogo tudo e submeto sem exceções o que escrevi ao julgamento da Santa Igreja Romana, coluna e sustentáculo da verdade"
BIBLIOGRAFIA:
-https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/bento-xvi-poe-fim-ao-conceito-de-limbo-ag8woqj2no7iyqu27x1dkdo3y/#:~:text=Cidade%20do%20Vaticano%20%E2%80%93%20O%20Papa,ir%20diretamente%20para%20o%20c%C3%A9u.
-https://www.jn.pt/opiniao/fernando-calado-rodrigues/os-santos-erram-tal-como-o-papa-9261776.html
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