Nos últimos meses, o
Grupo ACI recebeu centenas de denúncias de usuários sobre a permanente
tolerância do Facebook a conteúdos obscenos dirigidos a atacar a fé católica,
uma situação que levou a muitos usuários a questionar as políticas desta
empresa e inclusive perguntar-se se deveriam continuar ou não usando a
conhecida rede social.
Carlos Wadsworth, da
Costa Rica, em resposta a uma pergunta aberta realizada pelo diretor do Grupo
ACI, Alejandro Bermúdez, assegurou que denuncia páginas anticatólicas com
frequência.
“É tão grotesco que reporto um
comentário onde textualmente insultam a mãe do Bispo e/ou a de todos os
católicos e a única resposta que recebeu por parte da rede é que estas
publicações ofensivas não violam as políticas do Facebook.”
Por
sua parte, Mario Gallardo, escreve desde León (México) que “infelizmente no
Facebook há uma política altamente tolerante ao anticatolicismo”.
Gallardo
assinalou que Facebook bloqueou a sua conta pessoal várias vezes.
“A
princípio pensei que fosse por queixa dos irmãos protestantes pelo que
publicava na minha linha do tempo”, porém, “penso, hoje em dia, que no Facebook
se tolera e se incentiva o anticatolicismo”.
Outro usuário,
Rodrigo Perez, da Colômbia, assegura que no Facebook “promovem-se todo tipo de
perversões morais, pornografia, aborto, satanismo toda a loucura do mundo. Um
anticatolicismo aberto, sem controle, sem medida”.
“Estou
quase fechando a minha conta, perturba-me ver tanto ódio e veneno contra a
Igreja Católica. Não há nenhum tipo de controle, e pelo contrário, se você
fizer um comentário alertando sobre as seitas satânicas o primeiro que o
Facebook faz é bloquear a sua conta temporalmente, como foi o meu caso”.
Os usuários criticam
que aqueles que difundem conteúdos anticatólicos, não enfrentam sanção alguma
por parte dos administradores do Facebook e, paradoxalmente, a rede atuou
contra páginas católicas positivas.
Uma
das páginas católicas mais populares em espanhol, “Memes Católicos”, foi
eliminada pelo Facebook pouco depois de superar os 110 mil seguidores.
Esta página, criada
pelo jovem peruano Yhonathan Luque Reyes, difundia conteúdos católicos em forma
de imagens com textos sugestivos.
Em
outubro de 2012, Facebook notificou a Luque que vários usuários tinham denunciado
sua página acusando-o de promover uma linguagem que incitava o ódio religioso.
A rede social lhe ofereceu a alternativa de colocar a página sob a categoria de
“humor polêmico” para permanecer no Facebook.
Entretanto, em
janeiro de 2013, grupos anticristãos fizeram uma campanha para que Facebook
proibisse esta página, atacando inclusive a conta pessoal de Luque que foi
fechada pelo Facebook e assim conseguiram retirar definitivamente a página de
“Memes Católicos”. Luque decidiu abrir uma nova página que em poucos meses teve
mais de 20 mil seguidores.
O caso de “Memes Católicos”
atraiu a atenção do Pontifício Conselho para as Comunicações, do Vaticano, que
soube da notícia de sua eliminação pela sua conta no Twitter.
UM
PESO E DUAS MEDIDAS ?
Enquanto
isto ocorre com sites católicos, Facebook tolera a publicação de páginas como
“Peneadicto XVI” onde em nome de promover o ateísmo se publicam insultos e
montagens obscenas contra Jesus, a Virgem Maria e os Papas. Esta página obscena
conta com mais de 44 mil seguidores.Peneadicto XVI” apresenta o Papa Francisco
e Bento XVI como pedófilos, promove o ódio contra a religião e incita atos de
agressão física contra o Papa e outros líderes religiosos.
Apesar da proibição
da pornografia no Facebook, por um tempo a imagem de capa de “Peneadicto XVI”
era uma montagem fotográfica que simulava um ato sexual entre o Papa Bento XVI
e um homem nu no altar maior da Basílica de São Pedro.
Mesmo
com as denúncias dos usuários, Facebook nunca eliminou essa imagem nem a
polêmica página.
O criador de
“Peneadicto XVI” foi identificado como Carlos Alberto Becerra Mendoza do Peru,
que está enfrentando uma denúncia judicial por um ataque cibernético contra o
site do Grupo ACI orquestrada desde sua página no Facebook.
A divisão do Facebook para a
América Latina se negou a responder as acusações específicas sobre se essa
página violou alguma política da rede social.
“As conversas que
acontecem no Facebook, assim como as opiniões que seus usuários expressam, são
um reflexo da diversidade das pessoas que fazem uso do Facebook”, disse o chefe
de comunicações do Facebook para a América Latina, Alberto Arébalos ao Grupo
ACI.
Arebalos
assegurou que :
“Com
o propósito de nivelar os interesses e as necessidades de um público mundial,o Facebook
protege a expressão de opiniões e conteúdos que cumprem com as normas descritas
em nossas políticas.Posso assegurar que não há nenhum espírito anticatólico na
nossa empresa...”
Disse o chefe de
comunicações do Facebook ao Grupo ACI, evitando responder sobre os incidentes
específicos assinalados por este meio.”
Alberto
Arebalos disse que:
“cada
denúncia da comunidade se estuda e se analisa de acordo com nossas políticas,
sem nenhum tipo de inclinação em um sentido ou outro”.
Em maio deste ano,
Facebook anunciou uma revisão de suas políticas para retirar conteúdo ofensivo
e linguagem de ódio, indicando que escutou as sugestões de grupos de mulheres e
judeus, muçulmanos e grupos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros
(LGBT).
Isto parece ter
surtido alguns efeitos, incluindo a eliminação de páginas anticristãs em inglês
como “Cristãos aos que gostaria de socar” (”Christians I’d Like to Throat
Punch”, em inglês).
Entretanto,
esta política parece não incluir os ataques obscenos contra os líderes católicos.
Em 10 de junho deste ano,
Alison Schumer, membro da seção de comunicações e política pública do Facebook,
disse ao Grupo ACI que suas normas contra a perseguição “não cobrem figuras
públicas”.
Schumer citou as
normas de comunidade do Facebook, que permitem “aos usuários falar livremente
sobre assuntos e pessoas de interesse público, mas tomamos ação sobre todos os
reportes de conduta abusiva dirigida a indivíduos privados”.
As normas também
proíbem “expressões de ódio”, que significam “ataque diretos e sérios sobre
qualquer categoria protegida de pessoas”, incluindo categorias religiosas.
A
companhia diz que o “humor de mau gosto” não se qualifica como expressões de
ódio.
Ante a pergunta sobre
se Facebook está trabalhando com algum grupo católico ou cristão para obter
feedback sobre sua política, Schumer disse que a começos de junho, o escritório
do Facebook em Washington D.C. (Estados Unidos) teve uma reunião com “líderes
religiosos nacionais”, coordenada sob a guia dos líderes da Conferência dos
Bispos Católicos dos Estados Unidos.
Schumer disse que a
reunião de 19 de junho foi “privada” e “um exemplo de muitos nos que nos
reunimos com grupos externos sobre nossas políticas”.
A Conferência dos
Bispos Católicos Americanos confirmou que a reunião se realizou, mas também a
descreveu como “privada”.
Facebook esteve operando por
nove anos, chegando a dominar as redes sociais. Entretanto, mostrou sinais de
estancamento em seu crescimento, e de declínio no entusiasmo entre os usuários
mais jovens.
Fonte:
ACI
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