Sou reacionário sim! E daí?

Conforme o dicionário, o verbete reacionário significa: “Aquele que se opõe aos avanços e transformações sociais ou às tendências revolucionárias” - Simplória a definição, simplória também a maneira como pensa a intelligentsia sinistromana, composta por adidos defensores do vigente status quo intelectual esquerdista brasileiro, que acreditam veementemente que quem discorda deles, por exemplo, é um traidor extremista e recalcado, mas vamos adiante. Sempre quando sou taxado de reacionário devido as minhas posições políticas e religiosas, rio, e muito! No que diz respeito às tendências revolucionárias para a melhor, também não sou contrário e sim um entusiasta! Todavia, não ocorreu nada de revolucionário nos últimos anos quando a esquerda assumiu de fato e de direito o poder no Brasil, e portanto, não adianta tentarem impetrar em mim o título, pois etimologicamente e, apenas etimologicamente, não sou este tipo de reacionário. A meu ver, que sou liberal na economia e conservador nos costumes, revolucionário seria um governo que: “Gerasse e estimulasse o trabalho em detrimento da promoção do assistencialismo como forma de encabrestar àqueles que têm mais necessidades e que precisam, sim, de ajuda, porém de uma maneira escalonada para que possam ser protagonistas de suas próprias vidas e senhores de suas razões”.

Não me canso de dizer a um colega de trabalho, que ainda carrega (mesmo que disfarçadamente) cravado no peito o “sonho socialista”, que não existe mais, a besteira de esquerda e direita no Brasil, pois não há ainda representatividade partidária real das duas vertentes de interpretação! Aqui tudo acontece de acordo com a conveniência.

Mas o que me intriga mesmo, são as pessoas que defendem um certo esquerdismo de forma religiosa e fanática, e que já taxam de reacionários os que, na verdade, se comportam como os verdadeiros revolucionários, pois são livres pensadores. Esse pessoal ou é muito inocente (e, acredito, há muitos) ou omite a verdade descaradamente. De repente, não mais que de repente, todo mundo que não concorda com seus GURUS e"notícias" estampadas nos noticiários e tabloides de esquerda, se tornou reacionário, contra o “projeto de Brasil”. também conhecido como “projeto de poder”, como muito bem definiu este trocadilho o guru da esquerda Frei Beto, entre outros argumentos comuns aos que não se fundamentam em fatos, mas reproduzem o discurso fabricado pelo “ministério” da militância. Entretanto, o que gostaria de promover neste artigo é o magnífico livro de Nelson Rodrigues: "O Reacionário – Memórias e Confissões", que reúne crônicas publicadas nos jornais Correio da Manhã e O Globo, entre os anos de 1969 a 1974. 

A leitura é uma ótima pedida àqueles que querem saber um pouco mais sobre o país e também sobre a figura emblemática daquele que foi considerado imoral, moralista, pornográfico e, r-e-a-c-i-o-n-á-r-i-o, mas que, a propósito, foi um gênio da literatura! Enfim, para terminar, uma definição da palavra que vai além do léxico, e com o qual me identifico, do jornalista francês Georges Bernanos:

“Ser reacionário é ser vivo, porque somente um cadáver não reage aos vermes que o corroem”

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