A co fundadora da Comunidade Católica Shalom, Emmir Nogueira, diz
que, "uma das melhores terapias que podemos fazer é ficar diante do espelho rindo
e debochando de nós mesmos quando estamos envelhecendo, passando por uma crise,
sendo caluniado, desprezado, etc e coisa e tal." Fiz a experiência sozinho em casa
para não pensarem que eu estava ficando esquisito e mais doido do que já sou, e
lhes confesso que foi simplesmente fantástico e recomendo. (Claro que para
pessoas que tem uma baixa autoestima, não é aconselhável). Fiz debochando do
novo rótulo (entre tantos que já tenho) que agora estão me dando de "metido a intelectual” (antes eram hipócrita e moralista). Fiquei ali no espelho me olhando e rindo de mim
mesmo, fazendo umas caras com poses de intelectual, e falando pra mim naquele
nosso jeito- Cearense-de-ser, eu disse: “E ai macho véi, tu vem lá das brenhas do
Ceará, lá do Giqui, lá onde São Pedro perdeu as botas e nunca mais achou, que
nem no mapa tem, fi de seu Zé e dona Rosa, só passava se arrastando na escola,
um jumento com pós graduação para cavalo, que terminou o segundo grau numa
escola pública, e só passou porque tinha que passar mesmo, fez uma faculdade de
Teologia a força, só porque a Comunidade pediu, e só tirou a nota pra receber o
canudo, entrou na Petrobras porque as provas na época eram a nível de primeiro
grau, e ainda tirou só a média, leu uns dois livrinhos e agora só quer ser as
pregas, querendo posar de intelectual!? Eita! O homi né mole não viu, pense ai
na capacidade! sei...E apontando pra mim mesmo eu disse: homi vai procurar o
que fazer, vai catar coquinho que é mais útil bicho besta!...” Olhe, ri tanto sozinho que me engasguei e quase morro sem fôlego no
banheiro, mas lhes confesso que sai curado desta tentação! Vamos falar
sério agora. Não há níveis de “intelectualidade” que permitam sua mensuração ou
classificação, isso a ponto de se dizer: Fulano é mais intelectual do que
Beltrano (ou tão quanto este ou, ainda, menos que este, etc).Ao contrário do
que ocorre com a inteligência (capacidade de tirocínio, poder de abstração e
compreensão da realidade), não há como se medir o grau de cultura ou erudição
de qualquer pessoa, pois qualquer valoração que tenda a isso deverá sempre
considerar o quão culto/erudito (ou como se diz usualmente “intelectual”) o
sujeito é em relação a um terceiro, considerando, também, outros fatores variáveis,
tais como: o ambiente social, histórico e cultural, suas crenças e
convicções pessoais. O pedantismo e a soberba são características repugnantes
em pseudointelectuais. Por outro lado, quando uma pessoa domina variados
assuntos e é humilde, seus dotes são naturalmente descobertos e ela se torna
ainda mais admirável. A humildade enobrece o homem, e como já dizia Santa
Tereza de Ávila: “A humildade é a verdade”.
Para facilitar o entendimento sobre a "pseudointelectualidade",
achei muito útil este texto abaixo de Lincoln Ferdinand, que irá explicar
minuciosamente:
Gosto
de fazer minha produção intelectual dentro daquilo que acredito. E confesso que
manter este negócio, atualizado com algo sempre bom, é praticamente impossível
porque todos querem abrir a minha página a cada dia e ver algo novo para ler,
assistir e refletir. Produzir material de qualidade requer um tempinho
exclusivo para tal, coisa que não posso me dar este luxo. E eu sei que nem tudo
que sai daqui de minha página é de uma utilidade suprema, mas eu acho que é uma
inutilidade boa, de qualidade (risos). Se eu conseguir no mínimo arrancar um
sorriso de canto de boca seu, já está de bom tamanho. Afinal, quem é que vive
sem o velho e agradável besteirol?Mas
vamos ao que interessa. Uma coisa que andei observando nos últimos dias foi o
comportamento de determinadas pessoas que vivem se fazendo passar por aquilo
que gostariam de ser, mas não são. Essas pessoas de quem irei tratar são os
pseudointelectuais raiz. Convivemos com muitos deles e às vezes é bem
desagradável suportar algumas de suas atitudes, só eles podem postar o
besteirol deles, os demais não podem. Antes de começar e já começando, acho
válido trazer uma simples definição de intelectual para entendermos bem o
assunto. Claramente a palavra é relativa ao intelecto, que, segundo o Aurélio,
é sinônimo de inteligência. Então, em linhas gerais, podemos dizer que uma
pessoa intelectual é uma pessoa inteligente (não é o meu caso).Mas vamos
extrair um pouco mais. Um intelectual é aquele que está sempre buscando o conhecimento
e a elevação do seu nível cultural, tem suas próprias ideias e opiniões
formadas e geralmente consegue exprimir um juízo de valor sobre qualquer
assunto.Não
encare a figura do intelectual como um ser aristotélico, ele está em nosso meio
e até mesmo você que me ler agora, pode ser um. Se não está satisfeito com o
pouco conhecimento que tem e sempre busca humildemente aprender mais, você está
no caminho certo. É importante frisar que ninguém que se encaixe nos requisitos
traçados para definir um verdadeiro intelectual vai chegar e dizer: “Oi, eu sou
intelectual”. Portanto, o uso da palavra nesse texto é meramente elucidativo
para expressar um estilo de vida.
Já
o pseudointelectual é aquele camarada que quer dar de sabidão na frente da
galera usando um vocabulário que não está ao alcance de todos e citando frases
que decorou da Wikipedia ( Ex.:Não
o interpelo pelos bicos de bípedes palmípedes, nem pelo valor intrínseco dos
retrocitados galináceos, mas por ousares transpor os umbrais de minha
residência. Se foi por mera ignorância, perdôo-te, mas se foi para abusar da
minha alma prosopopéia, juro pelos tacões metabólicos dos meus calçados que
dar-te-ei tamanha bordoada no alto da tua sinagoga que transformarei sua massa
encefálica em cinzas cadavéricas...) É o cara que quer ou pensa ser
o detentor de todo o conhecimento e acredita nunca estar errado. E o pior é que
na maioria das vezes ele consegue se passar pela pessoa mais inteligente da
galáxia se você não o conhece realmente. Por isso resolvi listar algumas
características inerentes à maioria dos pseudointelectuais. Em nome de Jesus, obviamente
você não vai chegar pra um cara no primeiro contato e dizer que ele é um pseudointelectual.
Isso é resultado de observações e vivência. Então vamos lá:
Necessidade de autoafirmação e
aprovação:
Isso
é facilmente percebido quando você escuta dele uma resposta para uma pergunta
que não lhe foi destinada ou sequer formulada. O cara sente essa necessidade de
estar provando a todo o momento que sabe de alguma coisa (provavelmente leu no
dia anterior em algum blog sem credibilidade) sobre determinado assunto e está
doido pra soltar o conhecimento (raso por sinal) que adquiriu. Se por acaso a
conversa não toma o rumo pretendido por ele, o sabichão faz seu comentário
impertinente de qualquer forma. Algo mais ou menos assim: Tente
questionar algo mais sobre o tema, faça uma síntese do que você disse com a
realidade (como se ele sempre fizesse isto).Ele mesmo provavelmente não saberá,
e se por ventura o interlocutor foi esperto o suficiente e se preparou pra
isso, cairá na terceira ou quarta pergunta, pois ele (a) é a referência de si
mesmo(a)!
Essa
necessidade de afirmar-se decorre de outra necessidade que o pseudointelectual
tem. A de se sentir aprovado pela "turminha." Então certamente ele solta essas e
outras querendo agradar e pensando que todos estão achando o máximo a sua
exacerbada sabedoria e conhecimento profundo. Logicamente, um verdadeiro
intelectual não sairia por aí dando uma de gostosão. Muitos até nem sabem que
ele se diverte aprendendo e que tem um altíssimo grau cultural. É mais quieto e
na dele, não busca elogios e aplausos.
Artificialidade:
Por
ser uma pessoa que sempre busca elogios por aparentar ser algo que não é, uma
de suas características mais marcantes é a artificialidade. Se o cara vive por
atrás de uma maquiagem tentando ser o rei da cocada preta uma coisa é certa,
natural é que ele não é.Esse é um ponto chave que dá pra desmascarar alguns
pseudointelectuais. Outros são mais bem preparados, mas vamos ver se dá pra
derrubá-los com os próximos tópicos. Certamente alguém que o conhece bem e de
longa data essa pessoa, saberá facilmente se ela está sendo artificial, mas para
quem não tem tanta convivência é difícil perceber isso de imediato. É coisa pra
um bom tempo de relacionamento. O recanto familiar vai ser o ambiente em que
essa pessoa vai poder ser ela mesma, a não ser que ela própria pense que seja
um tipo de Sócrates pós-moderno. Aí o cara vai estar enganando a si mesmo e
vivendo em um escafandro.O dono de inteligência simples e pura irá ser sempre o
mesmo onde quer que seja sabendo reconhecer seus erros e não se sentindo
acanhado em perguntar algo que não sabe.Nesse tópico não estou me referindo a
todo sujeito que utilize palavras de difícil entendimento para a maioria das
pessoas. Que isso fique bem claro. Existem pessoas que conseguem fazer o uso
dessas palavras soar natural aos nossos ouvidos, por simplesmente ser um
atributo intrínseco a elas. São pessoas que realmente sabem o que estão falando
e utilizam seu vocabulário equilibradamente pra cada situação e ambiente.Em
contrapartida, o pseudointelectual aprende palavras aleatoriamente em alguma
aula de filosofia e, achando ter entendido seu significado, pensa que pode
utilizá-las a seu bel-prazer. E qual o intuito disso? Afirmar-se superior para
conseguir aprovação. Estão vendo que suas características se relacionam entre
si? É como se uma dependesse da outra. Creio que seja possível, porém muito
difícil, um falso intelectual não reunir todas essas características que estou
citando neste texto. Elas estão interligadas.Há uma frase em que Nietzsche
define bem essa questão e separa os que são e os que parecem ser profundos em
inteligência:“Quem
sabe que é profundo, busca a clareza; quem deseja parecer profundo para a
multidão, procura ser obscuro. Pois a multidão toma por profundo aquilo cujo
fundo não vê: ela é medrosa, hesita em entrar na água.” É
preciso dizer que também há aquele cara verdadeiramente inteligente possuindo
algumas dessas características e que é prepotente e difícil de lidar, todavia,
é inegável seu altíssimo conhecimento de deixar qualquer um admirado. Talvez
por ele ser convicto de sua intelectualidade, chegue a pensar que é melhor que os
outros. Os desses tipos de autêntico intelectual, infelizmente, não são pessoas
bacanas de se relacionar. Já a pessoa de quem estamos tratando nesse texto, é
conhecida por sua superficialidade, ou seja, não é nada profundo naquilo que
diz ser conhecedor (tudo).É
como se o Mr. Sabedoria se focasse em decorar conceitos e não se aprofundasse
no assunto por considerar desnecessário para a formação da sua imagem
magnífica. Pra ele basta pesquisar umas coisinhas aqui e ali e está feita a sua
exibição do final de semana. Aí quando ele se depara com pessoas que realmente
dominam o assunto, a vergonha é feia.
Calma! Relaxe! Não tem problema nenhum se você não sabe de alguma coisa, afinal quem
sabe de tudo? O problema é tentar aparentar conhecer aquilo que nunca morou na
sua cabeça. Isso é o que se torna irritante em uma pessoa desse naipe! É tão
bom discutir com amigos assuntos variados e aprender coisas que você não sabia
como também transmitir informação. Essa troca de conteúdo é de extrema
importância nas relações pessoais. Só que quando chega um bonitinho tentando
roubar a cena, onde nada lhe foi perguntado, citando algum pensador famoso
(depois te ter lido dois capítulos de uma obra do dito cujo), a conversa começa
a ficar chata. Por isso, se você gosta de ler, gosta de estudar e aprender
coisas novas, evite ao máximo parecer um chato desses. Ninguém acha legal
alguém que gosta de aparecer, muito menos que tenta mostrar algo que não é. Mas enfim, é isso aí: Leia bons livros, assista filmes, respeite o
contraditório, não se julgue o supra sumo da sabedoria. Nunca deixe de estudar e
se aprofundar naquilo que te atrai. E lembre sempre que você pode aprender com
qualquer pessoa, da criança ao idoso, de um mendigo, ou pária da sociedade a um
Olavo de Carvalho.
Conteúdo de: Lincoln Ferdinand - Mundodebobby
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