Nossa
Senhora é invocada, na Comunidade Shalom, como: Esposa do Espírito, Rainha da
Paz e Porta do Céu
No
entanto, acima de toda invocação, o sentimento que temos para com ela é o
sentimento de filhos de uma Mãe única, incomparável, que o Senhor desejou nos
deixar como precioso dom, ela que é a Perfeita Discípula e Primeira Igreja.
1)-Esposa do Espírito
Certo é que muitos relacionam o título de Esposa do Espírito ao momento da Anunciação. Embora sem desconsiderar em nada esta leitura, para nós o título sempre foi mais ligado ao derramamento do Espírito Santo em Pentecostes e em João 20. Ela é a Cheia do Espírito, a Plena do Espírito Santo porque é a Plena de Graça, a Kekaritomene, não somente na Anunciação, mas durante toda a sua vida.É belo acompanhar o itinerário de Maria – como diz Raniero Cantalamessa, a direção espiritual de Jesus para com Sua Mãe – e perceber como ela teve tal intimidade com o Espírito e foi de tal forma por Ele favorecida e assistida que cada reação, conduta, postura e palavra foram absolutamente regidas por Ele.É esta Mulher cheia do Espírito e, ao mesmo tempo, instrumento do Espírito Santo na vida da Igreja, seja como Mãe, genitora, intercessora, seja como fidelíssima discípula de Jesus Cristo o modelo que somos chamados a seguir como almas esposas de Jesus sempre disponíveis ao Espírito Santo e por Ele conduzidas, vivenciando Seus frutos e carismas para implantar no mundo o Shalom do Pai.
2)- Rainha da Paz
Para nós, Maria, além de Esposa do Espírito, é a Rainha da Paz. Este título de Maria evoca as aparições de Medjugorje. Tais aparições tenham sido de grande importância no início de nossa caminhada, como afirma nosso fundador:“Junto a eles está a Rainha da Paz, como Maria se intitula nas aparições de Medjugorje, na Iugoslávia. Antes mesmo de conhecer o conteúdo de sua mensagem nestas aparições, Deus já colocava em meu coração que a Rainha da Paz tinha muito a nos falar. Foi grata a surpresa de ver enunciado em sua mensagem o muito que Deus já colocara em nossa vocação. Apeguemo-nos profunda e verdadeiramente Àquela que é a Esposa do Espírito Santo e imploremos sua intercessão para que Ele gere em nossos corações o Amor Esponsal a seu Filho Jesus.” (Escrito Obra Nova, 9)Por outro lado, o título de Rainha da Paz na tradição da Igreja ultrapassa em muito as aparições da Iugoslávia. Para nós, tornou-se o símbolo da Mãe que exorta à oração:“Não haverá novo se não houver uma profunda vida de oração em cada um de nós! A cada dia isto se torna mais real para mim. A Rainha da Paz (Medjugorje) que fale por nós!” (Escrito Obra Nova, 5).Além do inequívoco apelo à vida de intensa oração, a Rainha da Paz foi, nos inícios de nossa caminhada, indicação de que poderíamos servir a Deus em qualquer estado de vida e que nosso chamado ao Amor Esponsal independia deste estado, como o fundador expressa no Escrito Estados de Vida :“Abertos a outros caminhos, à vocação (= estado de vida) que o Senhor tem para nós, querendo buscar a verdade para a qual Ele nos criou e não aquilo que já colocamos em nossa cabeça e não temos a coragem de entregar em Suas mãos, estaremos no rumo certo da felicidade. Consola-me ouvir a este respeito as declarações da Rainha da Paz, em Medjugorje.” Como sabemos, ao ser interpelada pelos videntes acerca de seus estados de vida, a Rainha da Paz aconselhou-os a fazerem eles mesmos o discernimento, não exigindo que eles abraçassem esta ou aquela forma de vida. Os títulos de Rainha da Paz e Esposa do Espírito se unem quando a Mãe é apresentada pelo fundador como aquela que, inteiramente guiada pelo Espírito, é para nós exemplo de que a Paz é um fruto da vida no Espírito, da experiência com Jesus Ressuscitado e não fruto de nossos esforços meramente humanos:“A paz é fruto do Espírito Santo e somente por uma união profunda no Espírito de Deus podemos ser embebidos dela. Não existe paz senão como fruto do Espírito Santo, e nunca poderemos usufruir deste fruto se não o cultivarmos através da oração e da renúncia de si mesmo (mortificação de que a Rainha da Paz nos falou). É este caminho seguro que o Evangelho nos dá. É por ele que queremos seguir. A ele desejamos abraçar, vivenciar e proclamar” (Escrito Shalom, 9).Também se confundem a Rainha da Paz e a Esposa do Espírito quando se fala da proclamação da Paz como fruto da vida no Espírito, como algo que Ele nos dá pessoalmente quando nos deixamos, como a Esposa do Espírito, possuir por Jesus Cristo, Senhor.“Para proclamarmos a paz, temos, acima de tudo, que vivê-la, tê-la em nosso coração. Temos que ser portadores desta paz, pois não podemos dar o que não possuímos, e a única maneira de possuir esta paz é deixar-se possuir por Jesus Cristo, Senhor nosso. Como a Rainha da Paz disse, é no caminho da oração, do mergulho no coração de Deus, no deixar-se encharcar do Seu Santo Espírito que nós poderemos viver a Paz” (Escrito Shalom, 8).A Rainha da Paz nos vem lembrar, enfim, que a Paz é fruto da conversão, da oração e da mortificação, exatamente o caminho que nosso fundador nos apresenta em Obra Nova e Amor Esponsal, escritos basilares de nossa vocação: Quando N.Sra. em Medjugorje, onde se intitula Rainha da Paz, fala de paz, “não se refere apenas à paz no sentido político, na ausência de conflitos entre as nações, e sim à paz que é dom do Espírito Santo” (Escrito Shalom, 5)
3)- Porta do Céu
É evidente, por esses textos, que a Rainha da Paz e a Esposa do Espírito se entrelaçam em nossa missão de anúncio da Paz. A mesma coisa ocorre com a Porta do Céu. Introduzida em nossa vocação através do ícone da Portaïtissa no final de 1994, pelas mãos do Pe. Daniel Ange, os acontecimentos viriam a nos ensinar que para ser discípulo e ministro da paz, o Senhor pede de nós não somente a oração profunda e a vida no Espírito, não somente a entrega total a Ele na intimidade profunda de almas esposas, não somente a consciência de que a Paz é antes de tudo dom e fruto do Espírito a ser levado ao mundo através da conversão, da oração e da mortificação, mas também, quando necessário, através do martírio.O ícone da Porta do Céu e o óleo colhido do ícone original em Toulouse foram confiados ao nosso irmão Ronaldo Pereira pelo Pe. Daniel Ange.Ronaldo passou a administrar o ícone que ficou na casa comunitária onde morava, a Casa Mãe.Este irmão passou a dedicar devoção extraordinariamente intensa ao ícone e à Imaculada através da consagração aos moldes de São Luis Grignon de Montfort.Esta devoção misteriosa passou a ser positivamente notada pelos que moravam em sua casa comunitária e a influenciar a todos com relação à devoção mariana. Tendo recebido o ícone por volta de novembro de 94, Ronaldo veio a falecer em acidente de carro em 17 de fevereiro de 1995.Através da páscoa do Ronaldo Pereira, ocorrida no retorno de uma viagem missionária, a Porta do Céu nos introduziu no mistério profundo da missionariedade e do martírio do Filho e, Nele de todos os santos mártires, que deram sua vida para que o Shalom do Pai fosse implantado nos corações.
Maria,
nossa Mãe, é o modelo que queremos seguir, não por imitação presunçosa, mas por
imitação de amor. Ao imitá-la como Esposa do Espírito, Rainha da Paz e Porta do
Céu, estamos dando a Ela e ao seu Filho bela prova de amor.Tornamo-nos
discípulos Dela e de Cristo, uma vez que Ela é sua Perfeita Discípula. Imitar
Maria em seu amor e serviço ao Filho e à Igreja é a melhor forma de provar-lhe
que a amamos e veneramos tanto que queremos ser como ela em relação a Jesus e a
todos os homens.Que nossa
vida seja sempre “sim” a Jesus e aos homens, como foi sempre “sim” a vida desta
que nós amamos como Mãe.
FONTE:Revista
Shalom Maná - Maria Emmir Oquendo
Nogueira
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