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Por que e para que estamos neste mundo? Qual o Sentido da Vida?

Written By Beraká - o blog da família on segunda-feira, 12 de outubro de 2020 | 12:38

 


 

João 17, 1- 26: “1Tendo dito essas palavras aos seus discípulos, Jesus levantou seus olhos para o céu e orou: “Pai, é chegada a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique, 2assim como lhe outorgaste autoridade sobre toda a carne, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. 3E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o Único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. 4Eu te glorifiquei na terra, finalizando a obra que me entregaste para realizar. 5E agora, Pai, glorifica-me junto a Ti, com a glória que Eu tinha contigo antes que o mundo existisse. Jesus ora ao Pai pelos discípulos6Eu revelei o teu Nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; Tu os confiaste a mim, e eles têm obedecido à tua Palavra. 7Agora, eles entendem que tudo o que me deste vem de Ti. 8Pois Eu compartilhei com eles as palavras que me deste, e eles as aceitaram. Eles reconheceram, de fato, que vim de Ti e creram que me enviaste. 9Eu rogo por eles. Não estou orando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus. 10Tudo o que tenho é teu, e tudo o que tens é meu; e neles Eu Sou glorificado. 11Agora, não ficarei muito mais no mundo, mas estes ainda estão no mundo, e Eu vou para Ti. Pai santo, protege-os em Teu Nome, o Nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um. 12Enquanto Eu estava com eles, protegi-os e os defendi em teu Nome. E nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.13Mas, agora, vou para Ti. Digo dessa forma, enquanto ainda estou no mundo, para que eles recebam a minha plena felicidade em seus corações. 14Eu lhes tenho transmitido a tua Palavra, e o mundo os odiou, porque eles não pertencem ao mundo, como Eu não sou do mundo. 15Não oro para que os tires do mundo, mas sim, para que os protejas do príncipe deste mundo. 16Eles não são do mundo, como também Eu não sou. 17Santifica-os pela tua verdade; a tua Palavra é a verdade. 18Da mesma maneira como me enviaste ao mundo, Eu os enviei ao mundo. 19Em benefício deles Eu me consagro, para que igualmente eles sejam consagrados pela verdade. 20Não oro somente por estes discípulos, mas igualmente por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da mensagem deles, 21para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste.22Eu lhes tenho transferido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos: 23Eu neles e Tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. 24Pai, Eu desejo que os que me deste estejam comigo onde Eu estou e contemplem a minha glória, a glória que me outorgaste porque me amaste antes da criação do mundo.25Pai justo, o mundo não te tem conhecido; Eu, porém, te conheci, assim como estes entenderam que Tu me enviaste. 26Eu lhes dei a conhecer o teu Nome e ainda continuarei a revelá-lo, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e Eu neles esteja.”

 

 

 

“Quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa”.

 

 

Outro dia lendo algumas coisas sobre sentido de vida, deparei-me com essa frase que me deixou perplexo, não pela frase em si, mas por quem a proferiu: nada mais nada menos que Nietzsche. Isso mesmo, um niilista ateu. Realmente, quem sabe pelo que viver, pode suportar qualquer coisa. Talvez seja por isso que podemos testemunhar uma verdadeira revolução na vida de uma pessoa que teve uma experiência autêntica de Deus. Uma pessoa que não via sentido em nada, não sabia por que viver, de repente, vê descortinar diante de si um horizonte vivo, novo, onde tudo passa a fazer sentido quando Deus entra em sua vida. O homem em sua totalidade (corpo, alma e espírito) foi criado por Deus e para Deus. Nesse sentido, Deus mais do que ninguém conhece as necessidades humanas.

 

 

O sentido da vida

 

Dom Fernando Arêas Rifan*

 

 

O mês dos falecidos, Novembro, nos leva a refletir sobre o sentido da vida. O pensamento da vida futura ilumina a presente vida e lhe dá o verdadeiro valor, como nos ensinam os santos. Pois, como todos sabem, o que se leva da vida é a vida que se leva! Os bens materiais vão todos ficar aqui. Daí se compreende a palavra de Jesus:

 

 

“Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não descobrem nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também esta teu coração” (Mt 6, 19-21).

 

 

O grande psiquiatra e psicólogo austríaco Viktor Frankl, contemporâneo de Freud, mas de uma corrente dissidente da psicanálise, criou um método de tratamento psicológico que denominou logoterapia, a cura pela descoberta do sentido da vida, ou, de um sentido para a vida. Dr. Viktor Frankl passou por quatro campos de concentração entre 1942 e 1945, inclusive os piores, Auschwitz e Dachau. Durante esse tempo de prisão, o que o sustentou foi seu grande interesse pelo comportamento humano, concluindo depois que esse interesse o havia salvado e que aqueles companheiros de prisão que tinham uma esperança e davam um significado a suas vidas predominavam entre os sobreviventes da tortura e da fome a que haviam sido submetidos. O seu método de tratamento psicológico, a logoterapia, consiste em ajudar o paciente a encontrar o significado da sua vida.

 

 

Contestando um pouco o pai da psicanálise, Frankl sustenta que nem toda neurose é redutível às experiências traumáticas da primeira infância e aos conflitos entre o id, o ego e o superego, assim como também não é a remoção dos sintomas a causa daquelas curas que são obtidas, não pela psicanálise, mas sim pelas rápidas modificações do comportamento, se não por remissão espontânea.

 

 

E ele conclui que permanece, contudo, uma sensação de amargura. Falta algo a se considerar na terapia: a tensão da busca de um significado para a vida.Albert Camus afirmou uma vez:

 

 

“Há um só problema verdadeiramente sério que é estabelecer se vale ou não a pena viver...”

 

 

O grande problema, o grande causador das neuroses e depressões, é o vazio existencial

 

 

Segundo Fernando Pessoa, tudo vale a pena se a alma não é pequena. E podemos parafraseá-lo dizendo que nada vale a pena se a alma se apequena, se não compreende o significado da vida. Cai-se no vazio existencial. Em pesquisas feitas em universidades americanas, 78% dos alunos declarou que o seu objetivo principal era encontrar um objetivo e um sentido para a própria vida. E a resposta dada pelos alcoólatras e usuários de drogas quase sempre é que perderam o sentido de viver. A mesma resposta dão os que tentam o suicídio: para que viver mais? Bento XVI nos lembra que:

 

 

Jesus, Deus feito homem, morto e ressuscitado, trouxe a vitória da vida sobre o vazio da morte. A verdadeira religião, nos dando o verdadeiro significado da vida, dom de Deus para o nosso bem e nossa felicidade eterna, preenche o nosso vazio existencial, tornando-se assim a melhor terapia para qualquer neurose.

 

 

*Dom Fernando Arêas Rifan - Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

 

 

Deus e o sentido da vida

 

*D. Estevão Bettencourt, OSB

 

(Por: Rafael Cifuentes)

 

D. Rafael Cifuentes é Bispo Auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro, encarregado da Pastoral da Família e da Juventude. Publicou mais um de seus livros, versando este sobre o sentido da vida, questão que se impõe a todo ser humano. Importante é notar que o autor responde a tal interrogação não só com os artigos da fé católica, mas com a Filosofia e o testemunho de ateus. A obra é de grande valor e merece ser atentamente analisada. Em síntese: O autor trata das questões fundamentais:

 

-Quem sou eu?

 

-De onde venho? Para onde vou?

 

-Que haverá depois da morte?

 

Na base de raciocínios e de testemunhos de ateus, mostra que a vida na terra não tem sentido se não há um Além que dê ao homem as respostas exigidas por seus anseios naturais. A seguir, põe em relevo a figura de Jesus Cristo que, na qualidade de Deus feito homem, veio revelar o plano do Pai a respeito dos homens:

 

Cada qual tem uma vocação ou um chamado a realizar na terra para usufruir da felicidade de Deus no Além. Quem aceita esta proposição pela fé (que não deve ser fé cega, mas sim baseada em autênticas credenciais), goza desde o presente de alegria e coragem, de modo que, mesmo com o passar dos anos, conserva sua perene juventude.

 

 

O Problema: vale ou não vale a pena viver?

 

 

Em todos os tempos o homem vem perguntando a si mesmo:

 

-Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? Que haverá depois da morte?

 

 

Duas respostas podem ser dadas a tais perguntas:

 

 

1ª)-A Cética dos ateus: “Venho do acaso e caminho para o vácuo ou o Nada”.

 

 

2ª)-Dos Crentes, independente da religião: “Sou criatura de um Ser Superior, que me fez sequioso de vida e me promete o gozo de sua felicidade após a morte”.

 

 

O autor se detém longamente sobre a primeira das duas respostas, enfatizando que, se não há algo após a morte, a vida presente deixa o ser humano frustrado ou é “uma brincadeira de mau gosto”; o homem se torna um absurdo, pois a natureza lhe deu aspirações à Vida, à Verdade, ao Amor, às quais ela não satisfaz; tudo o que se encontra neste mundo é pequeno demais para preencher os anseios da pessoa humana. É o que confessam os próprios ateus, citado por D. Rafael à p. 30:

 

 

Jean-Paul Sartre compara a vida humana a um jogo de rugby, ao qual os homens assistem sem lhe compreender as regras: “Vi alguns adultos se golpearem uns aos outros e derrubando-se para fazer passar uma bola de couro entre dois paus. Recapitulando o que vi, não lhe alcancei o sentido, parecendo-me tudo uma piada” (Sartre, Prólogo El Extranjero de Camus A., Rio de Janeiro 1959, p. 32).

 

 

Albert Camus:

 

“Em certas horas de lucidez, compreendo que esta vida, esta palhaçada sem sentido torna estúpido tudo o que rodeia o homem” (citado por Sartre, loc. cit., p. 28).

 

 

Ainda Albert Camus:

 

“Compreendei que, para nós, tanto na vida como na morte não há pátria nem paz. Porque não se pode chamar de pátria a esta terra espessa, privada de luz, onde iremos servir de alimento a animais cegos” (Le Mal Entendu, Paris Gallimard N.R.F. 1961, p.93).

 

 

 

Jean Cau, discípulo de Sartre:

 

 

“Se Deus não existe, não te vejo somente perdido, meu amigo, meu irmão, meu semelhante e meu próximo. Se Deus não existe, tu és para mim como excremento. Não passas, oh homem, de um montão de excremento falante” (La pitié de Dieu,  Mayenne, Gallimard (NRI) 1961, p. 121).

 

 

O autor compara a vida do ateu a um navio fantasma:

 

 

“Quando penso nesse tipo de pessoas, me vem à mente a imagem de um barco que navega sem rumo. Imaginemos um transatlântico moderno sulcando o mar a grande velocidade e com absoluta precisão. Mas, sem destino. Dentro do pequeno mundo da embarcação tudo é lógico e inteligente; as engrenagens, êmbolos e bielas transmitem às hélices do barco o potente movimento dos motores que se submetem docilmente às ordens do comandante, assim como os marinheiros e empregados de bordo se entregam com dedicação às tarefas que lhes são atribuídas. O sistema alimentar, o conforto proporcionado pelos mais modernos recursos, as relações sociais, o amor, o jogo, os desportos e divertimentos distraem admiravelmente os passageiros. Parece um pequeno paraíso. Do casco para dentro, o regime de vida é ideal; no entanto, objetivamente, vistas as coisas do lado de fora, tudo é absolutamente irracional. Porque nenhum dos navegantes sabe para que está ali e qual é o porto de chegada. Quanto mais inteligente e divertido for o seu gênero de vida, tanto mais irracional será. Precisamente porque essa existência prazerosa – essa lógica alienante – é o que lhe faz olvidar sua conduta ilógica, assim como o paranóico se autoconvence e se acalma com “argumentos inteligentes”, mascarando e ocultando a sua loucura. Uma verdadeira loucura: um dia qualquer, sem se saber qual, os motores hão de parar por falta de combustível e todos serão engolidos pelas ondas do oceano. Este o seu destino derradeiro. O único que cabe dentro de sua inteligente irracionalidade...” (pp. 68s).

 

 

 

Examinemos agora a segunda resposta:


A coragem de ultrapassar a si mesmo

 

 

Quem não se conforma com “o absurdo da vida”, afirma haver uma resposta no Além. Existe o Absoluto, o Infinito, que acolherá o homem quando deixar este mundo.

 

 

Observa D. Rafael à p.39:

 

 

“Hoje (…) se reconhece amplamente, em conseqüência de uma série de sólidas investigações, que é conatural ao homem a tendência para Deus. Tem sido constatado nas experiências clínicas, a ponto de ser aceito como princípio indiscutível, que o pensamento de Deus – a fé religiosa em geral – atua como poderoso remédio em face da insegurança da vida, das frustrações existenciais ou da iniludível presença da morte. Um exemplo: Jung – o mais eminente discípulo de Freud – principalmente mentor da Escola Psicanalítica de Zürich, diz que “Deus é a necessidade mais forte e efetiva do homem, o fator mais poderoso e decisivo da alma individual; quando falta, aparece a angústia, mal du sièce.  Mais de 60% dos meus pacientes sofriam precisamente dessa angústia que procede da ausência de Deus” (cf. Freher von Gebsatel, V. La compreensión del hombre desde una perspectiva cristiana,  Madrid 1966, p. 101).

 

 

 

Não somente os psicólogos, mas também entre os cientistas há quem reconheça a presença de Deus no imenso universo. Tal é o caso de Albert Einstein:



“Todo profundo pesquisador da natureza deve conceber uma espécie de sentimento religioso, pois não pode admitir que seja ele o primeiro a perceber os extraordinariamente belos conjuntos de seres que contempla. No universo, incompreensível como é, manifesta-se uma Inteligência superior ilimitada. A opinião corrente de que eu sou ateu baseia-se num grande erro. Quem a quisesse depreender das minhas teorias científicas, não teria compreendido o meu pensamento” (citado por Cintra, J., Deus e os Cientistas, Ed. Quadrante, São Paulo 1990, pp. 46s).

 

 

Einstein é citado ainda às pp. 43, 49, 54-56 da obra de D. Rafael. Se assim é, pergunta-se: por que tantas pessoas não crêem em Deus? O autor responde apontando motivos intelectuais e motivos vitais:

 

 

1)-Motivos intelectuais: “No campo intelectual não pouco dos nossos contemporâneos absorveram em escolas e universidades um tipo de formação científica que pregava a religião como “coisa do passado”. O iluminismo racionalista do século XIX introduziu-se no século XX através do positivismo de Augusto Comte (só é acreditável – afirmava – o que se possa apreender por uma experiência sensível); do evolucionismo materialismo de Darwin (a existência atual das espécies – sustentava – é regida por leis evolutivas mecanicistas); do pansexualismo de Freud (o comportamento humano – pontificava – é fundamentalmente uma conseqüência derivada do instinto sexual); e de tantos outros que, de uma maneira ou de outra, ignoravam Deus ao tentar explicar a razão de ser do universo e do homem. Até tal ponto que permitiram a Nietzche dizer: “Deus morreu”… (p. 54).

 

 

Continua D. Rafael à p. 53:

 

 

“Hoje o panorama é bem diverso. Um estudo feito a nível científico por revista que não guarda afinidade com o Cristianismo, declara que “o século XIX, herdeiro do racionalismo iluminista, deu lugar à longa noite contemporânea de ceticismo e trouxe o eclipse das esperanças de que o materialismo e as ciências poderiam resolver tudo. A ciência e a ideologia materialista estão em franco descrédito. A autoridade atéia, que tanto trabalhou para destronar sua adversária religiosa, começa a perder terreno em seus próprios domínios. Apesar de Copérnico (e Galileu), Darwin, Freud e Marx – e do cogumelo atômico – Deus está de volta” (revista VEJA, 19/12/1979, p. 85)”.

 

 

 



Além do cientificismo, o orgulho se opõe á fé, como se depreende dos testemunhos seguintes:

 

 

“A capacidade que tem o orgulho para distorcer a verdade científica raia, às vezes, as fronteiras do inacreditável. Alguns exemplos poderiam indicar-nos, como amostras significativas, esta realidade. Berthelot, que se destacou em química, um dos mais notórios militantes do ateísmo no século XIX, escreve: “Para que a ciência não se  fragmente em especialidades é mister que haja pelo menos um cérebro capaz de alcançá-la no seu conjunto. Este cérebro creio ter sido eu; receio ser o último”.

 

 

Evidentemente um homem com tamanho orgulho não podia aceitar que alguém lhe mostrasse uma verdade que não partisse do seu cérebro. Outro dos mais famosos detratores do cristianismo, Renan, dizia de si próprio ser “o Júpiter olímpico que julga tudo e não é julgado por ninguém”. Ainda um outro incrédulo famoso, contemporâneo de Renan, Taine, escrevia:

 

“Tive da minha razão uma estima muito alta para crer em outra autoridade diferente da minha; só de mim quis receber a regra de meus costumes e a direção do meu pensamento; o orgulho e o amor da liberdade haviam-me emancipado” (ver Cifuentes p. 58).

 

 

 

2) Motivos vitais:  O ateu não é ateu porque tenha a evidência de que Deus não existe, já que a não existência de Deus é demonstrável pela razão:

 

 

“O ateu é ateu geralmente por motivos pessoais da mais variada espécie…: porque lhe parece que a fé não satisfaz às demandas da sua consciência; ou julga que ela delimita e restringe a sua liberdade intelectual, ou fere a sua auto-suficiência racional; ou porque está negativamente impressionado pela falta de autenticidade e de ética de alguns cristãos “oficiais”; ou porque ficou influenciado por uma falsa ótica histórica que apresenta a Igreja como cruel (a inquisição), ou anticientífica (Galileu). Ou porque lhe custa aceitar os preceitos morais sobre o amor, o sexo, o matrimônio e a família; ou porque ficou hipersensibilizado por um acontecimento doloroso – separação, injustiça, doença, morte (…)  – que segundo a sua opinião era incompatível com a infinita bondade de Deus e assim por diante (…)” (p. 63).

 

 

Escreve D. Rafael:

 

 

“Lembro-me da conversa que tive certa vez com um estudante de Medicina. É tão significativo que poderia parecer forjado se não fosse rigorosamente verdadeiro. Dizia-me que tinha sérias dúvidas sobre a Divindade de Jesus Cristo. – “Mas por quê?” “Por uma razão histórica: li num livro de religiões comparadas que Cristo se inspirou na doutrina de Maomé”. – “Mas você não sabe que Maomé viveu no século VII depois de Cristo…?”. Olhou-me por um longo tempo e depois, cheio de vergonha, disse-me que na realidade estava tentando justificar-se (…). Talvez tivesse confundido Maomé com Buda (…). Que ultimamente estava numa situação muito difícil (…). Não conseguia “safar-se” de uma desquitada, que não se separava dele nem de dia nem de noite (…). Naquele momento começou a soluçar (…). Evidentemente não era também este um problema intelectual, mas emocional. A apelação histórica ou científica era só um biombo para ocultar uma razão mais visceral” (p. 63).

 

 

*D. Estevão Bettencourt, osb - Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS” - Nº 477 – Ano 2002 – p. 50

 

 

 


CONCLUSÃO

 

 

Muitos de nós, mesmo Crentes em Deus, chegamos a um tempo em nossa vida onde começamos a nos perguntar, qual é o propósito da minha vida? Alguns colocam o sentido da vida em ter a profissão dos sonhos. Outros, em ter uma casa, um carro, no casamento, etc. Não sei você, mas eu acho muito frágil transformar uma casa, um carro ou mesmo um casamento no sentido da sua vida. Essas coisas todas só terão a consistência e a capacidade de proporcionar alguma realização se Deus estiver onde Ele tem que estar: em primeiro lugar. Até porque, sem Deus, começo a enxergar todas essas coisas (casamento, profissão, etc.) de modo errado, humano, limitado. Permitamos que Deus nos ajude a encontrar um sentido de santidade na nossa profissão, no nosso estado de vida, se somos casados, no nosso casamento, como solteiros, ou celibatários, etc. Se você tem filhos, ensine-os desde cedo a encontrar um sentido positivo para os sacrifícios que precisam fazer, como acordar cedo para ir ao colégio ou dividir um biscoito com o coleguinha, por exemplo. Por experiência pessoal e pelo que, como membro de uma Comunidade missionária, vejo na vida dos outros, por maior que seja o sofrimento, ele diminui muito seu peso quando vivido com sentido de vida, ou seja, quando o fim último (o alvo) é o nosso Criador. Que o Senhor nos ajude a encontrar nEle todo o sentido que precisamos para nossos desafios diários, para que um dia possamos louvá-Lo no céu por toda a eternidade. Se o propósito do corpo com todos os seus “membros” é funcionar em harmonia para cumprir o propósito de fornecer alimento ao cérebro, para que o cérebro possa, por sua vez, funcionar e dirigir o corpo, podemos perguntar com sinceridade: qual o propósito da minha existência? Para que estou usando o meu corpo e tempo? Ou, de fato, para que estou usando meu cérebro? Estão todos consagrados a Deus e a seu serviço? Se é assim que o corpo físico funciona, então ser membro do corpo de Cristo, um corpo espiritual, funciona da mesma maneira: Reconheço que tenho certos talentos e habilidades e posso contribuir para a função geral do corpo usando-os propositadamente. Se eu completar minha tarefa única com isso em mente, viver de tal maneira que a Cabeça é exaltada, então eu sou um membro que funciona, fazendo a minha parte. Então eu não busco a minha própria glória, mas darei toda a honra à Cabeça. Quando eu posso ver como tudo se encaixa perfeitamente juntos no corpo, então eu estou extremamente feliz pelo lugar que me foi dado. Isso me traz descanso e propósito. Eu vejo o meu “chamado”. Ele me prepara para a minha eterna tarefa e para o meu papel no corpo, se estou fielmente fazendo o meu trabalho, tendo cuidado de mim mesmo e da doutrina (“currículo”) e perseverando nisso. (1 Timóteo 4,16).E como a minha vida está à altura do propósito de glorificar a Deus? A palavra de Deus diz que a Sua vontade para a minha vida é a minha santificação. (1 Tessalonicenses 4, 3) Ele tem um plano eterno para mim, um currículo personalizado para me preparar para a minha tarefa única no tempo vindouro. A santificação não acontece por alguma magia durante a noite, mas é um processo tangível e prático: em minhas circunstâncias diárias, posso encontrar meu egoísmo e lidar com ele, como Jesus fez durante Sua vida aqui. Na verdade, isso me dá a chance de ser como Ele, para obter cada vez mais qualidades eternas nesta vida. Então, qual é a conclusão? O Criador e Mestre Construtor do meu corpo tem um plano perfeito para a minha vida. Eu fui criado para um propósito único e eterno e minha vida é preciosa aos Seus olhos. Por que mais eu estaria aqui? Tenho acesso as escrituras sagradas para descobrir e dar significado a minha vida. É assim que eu posso cumprir minha vocação. Mas o significado da minha vida é muito dependente de minhas escolhas se estão dentro, ou fora da vontade de Deus.

 

 

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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