(D. Estevão Bettencourt-OSB)
"Ao meu simples e limitado ver, afirmar dependência da RCC ao
protestantismo é jogar pérola a porcos, e reduzir a amplidão desta Iniciativa Divina. (D. Estevão Bettencourt-OSB).
Segundo artigo publicado pelo mestre beneditino D. Estevão
Bettencourt, OSB, em PR nº 523, outubro/2006, a contemporânea “redescoberta” da
ênfase na ação do Espírito Santo tem inicio em dois eventos da História da
Igreja:
1º)- A princípio, em 1897 o Papa Leão XIII publica a Encíclica DIVINUM
ILLUD MUNUS, sobre o Espírito Santo ["lamentando que o
Espírito Santo fosse pouco conhecido e apreciado, concita o povo a uma devoção
ao Espírito"], e em 01/01/1901 ele invoca publicamente a ação do
Espírito Santo em nome de toda a Igreja.
2º)- Outro evento foi a oração proferida pelo papa João XXIII na abertura
do C.V. II em 1962 em que clamava a Deus:
“Renova teus milagres nestes novos dias, como em um novo Pentecostes.
Permite que a tua Igreja, unida em pensamento e firme na oração com Maria, a
Mãe de Jesus, e guiada pelo abençoado Pedro, possa prosseguir na construção do
Reino de nosso Divino Salvador(...)”
Em resposta às aspirações de Leão XIII e João XXIII surge a RCC,
comumente atribuída a sua origem ao chamado “fim de semana de Duquense” (17 a
19/02/1967) em que um Grupo de Estudos Bíblicos da Universidade de Duquense
teve um “reavivamento espiritual” algo que é difícil explicar por palavras; algo
similar ao ocorrido em Pentecostes, guardadas é claro às devidas proporções.
Importantíssimas
ponderações nos lega o grande mestre beneditino D. Estevão Bettencourt, OSB:
1)- “A RCC é uma expressão, na Igreja Católica, de um movimento
desencadeado pelo Papa Leão XIII, que, certamente sob o impulso do
próprio Deus, preconizou atenta estima da ação do Espírito Santo entre os
cristãos.”(BETTENCOURT, Estêvão. A RCC depende do protestantismo? In: PR nº
352/2006, p.477)
2)- “A RCC merece apreço dos católicos quando bem orientada. Tem renovado a
fé e a piedade de muitas pessoas afastadas ou tíbias. Pelos frutos bons se
conhece a árvore boa. Não há dúvida, tem havido falhas,
exageros, subjetivismos em várias expressões da RCC. O entusiasmo de pessoas
despreparadas, destituídas de formação doutrinária tem provocado desastres
pequenos e grandes. Mas isso não extingue o valor da RCC concebida como tal.
(...) O bem da Igreja pede que não se combata a RCC, mas se interessem os
responsáveis por oferecer aos seus membros o estudo aprofundado da doutrina de
fé católica assim como a orientação de dirigentes seguros na fé e na moral.”
(BETTENCOURT, Estêvão. A RCC depende do protestantismo? In: PR nº 352/2006,
p.478)
3)- “De modo especial é necessário enfatizar, nos grupos de oração, que os
dons extraordináriosnão devem ser preferidos pelos ordinários ou que o
espalhafatoso não deve ser almejado como sinal de santidade. “O justo vive da
fé”, diz S. Paulo (Rm 1,17), não de milagres. Seja também recordado que o
sentir (sentir-se bem, eufórico) não é constitutivo necessário da vida de fé.
Esta pode ser autêntica mesmo na aridez e no claro – escuro da luta em prol da
fidelidade a Cristo. É preciso também não confundir fenômenos puramente
psicológicos com dons do Espírito Santo.”(BETTENCOURT, Estêvão. A RCC depende
do protestantismo? In: PR nº 352/2006, p.478)
CONCLUSÃO
Em suma ratifico minha estima pela RCC como um movimento da Igreja,
válido, reconhecido pelo Magistério e frutífero. É de se notar que até as boas árvores dão frutos estragados de quando em
vez, ora, na “sociedade perfeita” da Igreja Medieval poderia a Igreja ter
gerado um fruto mais podre que o “heresiarca – mor” Lutero? Enfim, como sempre pensei, e agora apoiado por D. Estevão Bettencourt - OSB, afirmo:
“A RCC merece apreço dos católicos quando bem orientada. Tem renovado a
fé e a piedade de muitas pessoas afastadas ou tíbias”.
In caritate Christi,
Leandro Martins de Jesus - 18/11/2006.
Referencias:
-BETTENCOURT, Estêvão. A RCC depende do protestantismo? In: Pergunte e
Responderemos, Rio deJaneiro: Lumen Christi, nº 352/2006, p.475-478.
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