A PROBLEMÁTICA DA MASTURBAÇÃO
*Padre Reinaldo Cazumbá
Danos psicológicos
Não podemos fechar os
olhos para a masturbação, pois ela, muitas vezes, pode causar danos psicológicos,
patológicos ou compulsão sexual, levando quem a pratica a fechar-se em si mesmo
como fuga, podendo assim usar esse meio como válvula de escape para fugir dos
problemas e das tensões. Muitas vezes, os relacionamentos afetivos mal
resolvidos podem levar à prática da masturbação pela falta de amor de pai e mãe,
de abusos sexuais, fobias etc. Isso quer dizer que, em muitos casos, é
necessária a ajuda psicológica para que se consiga abandonar o vício.
Sintoma de um desajuste mais profundo!
Os próprios psicólogos
não deixam de apontar os perigos inerentes à masturbação, os quais se
manifestam com relativa facilidade quando essa se converte em um hábito
adquirido. O risco de permanecer em um estágio narcisista, com a excessiva
genitalização do sexo, com sua utilização como uma droga para escapar a outros
compromissos ou convertê-lo em analgésico para encobrir outros problemas, são
as consequências apontadas com maior frequência por esses profissionais, mesmo
quando ela não se apresenta como sintoma de um desajuste mais profundo (fonte:
www.cleofas.com.br).Rapazes, moças e pessoas de outras faixas etárias também iniciam uma
prática masturbatória como tentativa de explorar o próprio corpo e suas
reações, para reagir a uma certa tensão ou como fechamento autossuficiente
dentro de si, diante do esforço de algumas relações; há também a busca
de gratificação, a tentativa de reagir a um insucesso ou como expressão do seu
poder sobre o próprio corpo. Como vemos, podem ser, e são realmente, muitas as
motivações do gesto masturbatório, nem sempre tão ligadas à busca do prazer
genital-sexual. Aliás, o ato é, muitas vezes, seguido de uma sensação
desagradável e sofrida (ressaca moral), e certamente não resolve nenhum
problema.
Várias formas de masturbação
“Não obstante, tal gesto pode se
tornar hábito e resistir muito à tentativa da pessoa de se libertar dele. Ao contrário, instaura-se nela uma
tendência a se fechar em si mesma e a não buscar soluções mais adultas para os
problemas dos quais nasce o impulso. Finalmente, não existe masturbação apenas
física, mas também a intelectual e moral, ou até mesmo religiosa, como
expressão de uma atitude egocêntrica ou narcisista, substancialmente, com
um eu que gira perdidamente em torno de si mesmo, sem nunca se encontrar,
porque a identidade nasce da relação e a positividade do eu vem do amor
recebido”(Amadeo Cencini - Quando a
carne é
fraca).
A masturbação repercute no crescimento integral da pessoa!
É finalidade de uma
autêntica educação sexual favorecer um progresso contínuo no domínio dos
impulsos; para se abrir, no tempo oportuno, a um amor verdadeiro e oblativo. Um
problema particularmente complexo e delicado que se pode apresentar é o da
masturbação e das suas repercussões no crescimento integral da pessoa. A
masturbação, conforme a Doutrina Católica, constitui uma grave desordem moral,
principalmente porque é uso da faculdade sexual numa maneira que contradiz
essencialmente a sua finalidade, não estando ao serviço do amor e da vida
conforme o plano de Deus.A
masturbação é um assunto polêmico devido à proliferação da promiscuidade, que
vem pelos meios de comunicação e incentiva os jovens e o povo em geral. Hoje,
tudo passa a ser “normal”, sem culpa nenhuma. Perdeu-se a noção de pecado. Por
outro lado, médicos e psicólogos sem conhecimento de causa, dizem que é
“normal” a prática da masturbação, sem sequer pensarem nos danos morais e
psicológicos causados na vida das pessoas que enveredam nestas experiências.
Sintomas de complexos pessoais e sociais muito mais profundos!
Um educador e
conselheiro perspicaz deve esforçar-se por individualizar as
causas do desvio, para ajudar o adolescente a superar a imaturidade que está
por baixo desse hábito. Do ponto de vista educativo, é preciso lembrar
que a masturbação e outras formas de autoerotismo são
sintomas de problemas muito mais profundos, os quais provocam uma tensão
sexual, a qual o sujeito procura
superar recorrendo a tal comportamento.
Como ajudar a sair do vício?
“Esse fato exige também a
necessidade de que a ação pedagógica seja orientada mais para as causas do que
para a repressão direta do fenômeno. Mesmo tendo em consideração a gravidade
objetiva da masturbação, use-se da cautela necessária na apreciação da responsabilidade
subjetiva. Para ajudar o adolescente a
sentir-se acolhido numa comunhão de caridade e arrancado da cela do próprio eu,
o educador deverá tirar todo o drama do fato da masturbação e não diminuir a
sua estima e benevolência para com o sujeito; deverá ajudá-lo a integrar-se
socialmente, abrir-se e interessar-se pelos outros, para poder libertar-se
desta forma de autoerotismo, encaminhando-se para o amor oblativo, próprio
de uma afetividade madura; ao mesmo tempo o estimulará a recorrer aos meios indicados
pela ascese cristã, como sendo a oração e os sacramentos e a empenhar-se nas
obras de justiça e de caridade”.(Sagrada
Congregação
para a Educação
Católica, Orientações
educativas sobre o amor humano –
linhas gerais para uma educação
sexual, 98-100).
Veja este "vídeo formativo" da Canção Nova: Minha Família é
Assim - "Os prejuízos da masturbação"
*Padre Reinaldo Cazumbá - Sacerdote membro da
Canção Nova, é Psicólogo, atua no Instituto Teológico Bento XVI e
também exerce a função de diretor espiritual dos futuros sacerdotes da
comunidade. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.
FONTES DE CONSULTAS:
http://www.istoe.com.br/assuntos/semana/detalhe/paginar/133958_JUSTICA+AUTORIZA+MULHER+COM+DOENCA+RARA+A+SE+MASTURBAR+NO+TRABALHO/3
http://catecismo-az.tripod.com/conteudo/a-z/m/m.html#masturbacao
https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/dependencia-sexual/por-que-a-masturbacao-e-pecado/
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