A maior parte dos teólogos da
Libertação, desenvolvidos no meio católico, do conforto de seus escritórios com ar condicionado, e sem contato com o povo que luta para sobreviver, a sua maior interface de contato com a realidade são apenas livros marxistas, de tiram seus subsídios para impor (e não propor), a libertação social dos oprimidos de seus
opressores, na luta revolucionária e armada, por mais igualdade, justiça distributiva e a liberdade total,
inclusive do jugo da igreja e dos padrões morais. Em contrapartida, a Teologia da
Prosperidade, uma doutrina sociológica e também, de caráter libertário, surgida no meio protestante, defende
a bênção e libertação financeira, do estado de bem estar social para todos, mediante a fé e a ação!
(conforme Marcos 11,22-24). A Teologia da prosperidade interpreta a Bíblia como
um compromisso recíproco entre Deus e os humanos: “se os humanos tiverem fé em
Deus, seguirem a suas leis e preceitos, Deus irá cumprir suas promessas de
segurança e prosperidade”. Buscam impor
seus valores atraindo pessoas de todas as classes sociais, inclusive até ateus. A Teologia da Prosperidade enfatiza a importância do
empoderamento pessoal, propondo a vontade de Deus para todos em ter uma vida em
abundãnia (conforme João 10,10). A pergunta a ser respondida é: Socialmente,
quem liberta mais? A Teologia da libertação ou da prosperidade?
Documento
de Aparecida sobre : A dignidade humana
387. A cultura atual
tende a propor estilos de ser e de viver contrários à natureza e a dignidade do
ser humano. O impacto dominante dos ídolos do poder, da riqueza e do prazer
efêmero tem se transformado, acima do valor da pessoa, na norma máxima de funcionamento
e no critério decisivo na organização social.Diante desta
realidade,anunciamos, uma vez mais, o valor supremo de cada homem e de cada
mulher. Na verdade, o Criador, ao colocar tudo o que foi criado a serviço do
ser humano, manifesta a dignidade da pessoa humana e convida a respeitá-la
(cf.Gn 1,26-30).
388. Proclamamos que
todo ser humano existe pura e simplesmente pelo amor de Deus que o criou e pelo
amor de Deus que o conserva em cada instante. A criação do homem e da mulher a
sua imagem e semelhança é um acontecimento divino de vida, e sua fonte é o amor
fiel do Senhor. Por conseguinte, só o Senhor é
o autor e o dono da vida, e o ser humano, sua imagem vivente, é sempre
consagrado, desde sua concepção, em todas as etapas da existência, até sua morte
natural e depois da morte. O olhar cristão sobre o ser humano permite perceber
seu valor que transcende todo o universo: “Deus nos mostrou de modo insuperável
como ama cada homem, e com isso confere a ele uma dignidade infinita”.
389. Nossa missão, para
que nossos povos tenham vida n'Ele, manifesta nossa convicção de que o sentido,
a fecundidade e a dignidade da vida humana se encontra no Deus vivo revelado em
Jesus.É urgente a tarefa de entregar
a nossos povos a vida plena e feliz que Jesus nos traz, para que cada pessoa
humana viva de acordo com a dignidade que Deus lhe deu. Fazemos isso com a
consciência de que essa dignidade alcançará sua plenitude quando Deus for tudo
em todos.Ele é o Senhor da
vida e da história, vencedor do mistério do mal e acontecimento salvífico que
nos faz capazes de emitir um juízo verdadeiro sobre a realidade, que
salvaguarde a dignidade das pessoas e dos povos.
390. Nossa fidelidade ao
Evangelho, exige que proclamemos a verdade sobre o ser humano e sobre a
dignidade de toda pessoa humana em todos os espaços públicos e privados do
mundo de hoje e a partir de todas as instâncias da vida e da missão da Igreja.
A opção preferencial (ou exclusiva?) pelos pobres e excluídos:
391. Dentro desta
ampla preocupação pela dignidade humana, situa-se nossa angústia pelos milhões
de latino-americanos e latino-americanas que não podem levar uma vida que
responda a essa dignidade. A opção preferencial pelos pobres é uma das
peculiaridades que marca a fisionomia da Igreja latino-americana e caribenha.
De fato, João Paulo II, dirigindo-se a nosso continente, sustentou que
“converter-se ao Evangelho para o povo cristão que vive na América, significa
revisar todos os ambientes e dimensões de sua vida, especialmente tudo o que
pertence a ordem social e á obtenção do bem comum”217.
392. Nossa fé
proclama que “Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do
homem”218. Por isso, “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé
cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós, para nos enriquecer com sua
pobreza”219. Esta opção nasce de nossa fé em Jesus Cristo, o Deus feito homem,
que se fez nosso irmão (cf. Hb 2,11-12).
Essa opção,
no entanto, não deve ser exclusiva, nem excludente!
393. Se esta opção
está implícita na fé cristológica, os cristãos, como discípulos e missionários,
são chamados a contemplar nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de
Cristo que nos chama a servi-lo neles: “Os rostos sofredores dos pobres são
rostos sofredores de Cristo”. Eles desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da
pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo o que tenha relação com Cristo, tem
relação com os pobres e tudo o que está relacionado com os pobres reivindica a
Jesus Cristo: “Quando fizeram a um deste meus irmãos menores, fizeram a mim”
(Mt 25,40). João Paulo II destacou que este texto bíblico “ilumina o mistério
de Cristo”. Porque em Cristo, o maior se fez menor, o forte se fez fraco, o
rico se fez pobre.
394. De nossa fé em
Cristo nasce também a solidariedade como atitude permanente de encontro, irmandade
e serviço. Ela há de se manifestar em opções e gestos visíveis, principalmente
na defesa da vida e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos, e no
permanente acompanhamento em seus esforços por serem sujeitos de mudança e de
transformação de sua situação. O serviço de caridade da Igreja entre os pobres
“é um campo de atividade que caracteriza de maneira decisiva a vida cristã, o
estilo eclesial e a programação pastoral”.
395. O Santo Padre
nos recorda que a Igreja está convocada a ser “advogada da justiça e defensora
dos pobres” diante das “intoleráveis desigualdades sociais e econômicas”, que
“clamam ao céu”. Temos muito que oferecer, visto que “não há dúvida de que a
Doutrina Social da Igreja é capaz de despertar esperança em meio às situações
mais difíceis, porque se não há esperança para os pobres, não haverá para
ninguém, nem sequer para os chamados ricos”. A opção preferencial pelos
pobres exige que prestemos especial atenção àqueles profissionais católicos que
são responsáveis pelas finanças das nações, naqueles que fomentam o emprego,
nos políticos que devem criar as condições para o desenvolvimento econômico dos
países, a fim de lhes dar orientações éticas coerentes com sua fé.
396. Comprometemo-nos
a trabalhar para que a nossa Igreja Latino-americana e Caribenha continue
sendo, com maior afinco, companheira de caminho de nossos irmãos mais pobres,
inclusive até o martírio. Hoje queremos ratificar e potencializar a opção
preferencial pelos pobres feita nas Conferências anteriores. Que sendo
preferencial implique que deva atravessar todas nossas estruturas e prioridades
pastorais. A Igreja Latino-americana é chamada a ser sacramento de amor, de
solidariedade e de justiça entre nossos povos.
397. Nesta época
costuma acontecer de defendermos de forma demasiada nossos espaços de
privacidade e lazer, e nos deixemos contagiar facilmente pelo consumismo
individualista. Por isso, nossa opção pelos pobres corre o
risco de ficar em um plano teórico ou meramente emotivo, sem verdadeira
incidência em nossos comportamentos e em nossas decisões.É necessária uma
atitude permanente que se manifeste em opções e gestos concretos, e evite toda
atitude paternalista. É solicitado que dediquemos tempo aos
pobres, prestar a eles uma amável atenção,escutá-los com interesse,
acompanhá-los nos momentos difíceis, escolhê-los para compartilhar horas,
semanas ou anos de nossas vidas e, procurando, a partir deles, a transformação
de sua situação.Não podemos esquecer
que o próprio Jesus propôs isso com seu modo de agir e com suas palavras:
“Quando deres um banquete, convida os pobres, os inválidos, os coxos e os
cegos” (Lc 14,13).
398. Só a proximidade que nos
faz amigos nos permite apreciar profundamente os valores dos pobres de hoje,
seus legítimos desejos e seu modo próprio de viver a fé. A opção pelos pobres
deve nos conduzir à amizade com os pobres.
Dia a dia os pobres se fazem sujeitos da evangelização e da
promoção humana integral!
Educam seus filhos na
fé, vivem uma constante solidariedade entre parentes e vizinhos, procuram
constantemente a Deus e dão vida ao peregrinar da Igreja. À luz do Evangelho
reconhecemos sua imensa dignidade e seu valor sagrado aos olhos de Cristo,pobre
como eles e excluído como eles. Desta experiência cristã compartilharemos com
eles a defesa de seus direitos.
Uma
renovada pastoral social para a promoção humana integral!
399. Assumindo com
nova força esta opção pelos pobres, manifestamos que todo processo evangelizador
envolve a promoção humana e a autêntica libertação “sem a qual não é possível
uma ordem justa na sociedade”.Entendemos, além disso, que a
verdadeira promoção humana não pode se reduzir a aspectos particulares: “Deve
ser integral, isto é, promover a todos os homens e a todo homem”, a partir da
vida nova em Cristo que transforma a pessoa de tal maneira que “a faz sujeito
de seu próprio desenvolvimento”.Para a Igreja, o
serviço da caridade,assim como o anúncio da Palavra e a celebração dos
sacramentos, “é expressão irrenunciável da própria essência”.
400. Portanto, a
partir de nossa condição de discípulos e missionários, queremos estimular o
Evangelho da vida e da solidariedade em nossos planos pastorais, à luz da
Doutrina Social da Igreja. Além disso, promover caminhos eclesiais mais
efetivos, com a preparação e compromisso dos leigos para intervir nos assuntos
sociais. As palavras de João Paulo II nos enchem de esperança: “Ainda que
imperfeito e provisório, nada do que se possa realizar mediante o esforço
solidário de todos e a graça divina em um momento dado da história, para fazer
mais humana a vida dos homens, terá sido perdido ou terá sido em vão”.
401. As Conferências
Episcopais e as igrejas locais tem a missão de promover renovados esforços para
fortalecer uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral que, com a
assistência e a promoção humana, faça-se presente nas novas realidades de exclusão
e de marginalização em que vivem os grupos mais vulneráveis, onde a vida está
mais ameaçada. No centro dessa ação está cada pessoa, que é acolhida e servida
com cordialidade cristã.Nesta atividade a favor da vida de nossos povos, a
Igreja católica apóia a colaboração mútua com outras comunidades cristãs.
402.
A globalização faz emergir em nossos povos, novos rostos pobres!
Com especial atenção
e em continuidade com as Conferências Gerais anteriores, fixamos nosso olhar
nos rostos dos novos excluídos: Os migrantes, as
vítimas da violência, os deslocados e refugiados, as vítimas do tráfico de
pessoas e seqüestros, os desaparecidos, os enfermos de HIV e de enfermidades
endêmicas, os toxico-dependentes, idosos, meninos e meninas que são vítimas da
prostituição, pornografia e violência ou do trabalho infantil, mulheres
maltratadas, vítimas da violência, da exclusão e do tráfico para a exploração
sexual, pessoas com capacidades diferentes, grandes grupos de desempregados
(as), os excluídos pelo analfabetismo tecnológico, as pessoas que vivem na rua
das grandes cidades,os indígenas e afro-americanos, agricultores sem terra e os
mineiros. A Igreja, com sua Pastoral Social, deve dar acolhida e acompanhar
esta pessoas excluídas nas esferas a que correspondam.
403. Nesta tarefa e
com criatividade pastoral, devem-se elaborar ações concretas que tenham
incidência nos Estados para a aprovação de políticas sociais e econômicas que
atendam as várias necessidades da população e que conduzam para um
desenvolvimento sustentável.Com a ajuda de diferentes
instâncias e organizações, a Igreja pode fazer uma permanente leitura cristã e
uma aproximação pastoral à realidade de nosso continente, aproveitando o rico
patrimônio da Doutrina Social da Igreja. Desta maneira, terá elementos
concretos para exigir daqueles que têm a responsabilidade de elaborar e aprovar
as políticas que afetam nossos povos, que o façam a partir de uma perspectiva
ética, solidária e autenticamente humanista. Nesse aspecto os leigos e as
leigas possuem um papel fundamental, assumindo tarefas pertinentes na
sociedade.
404. Estimulamos os
empresários que dirigem as grandes e médias empresas e aos microempresários, os
agentes econômicos da gestão produtiva e comercial, tanto da ordem privada
quanto comunitária, por serem criadores de riqueza em nossas nações, quando se
esforçam em gerar emprego digno, em facilitar a democracia e em promover a
aspiração a uma sociedade mais justa e a uma convivência cidadã com bem-estar e
em paz. Igualmente estimulamos os que não investem seu capital em ação
especulativas mas em criar fontes de trabalho, preocupando-se com os
trabalhadores, considerando-os 'a eles e a suas famílias' a maior riqueza da
empresa, que, como cristãos,vivem modestamente por terem feito da austeridade
um valor inestimável, que colaboram com os governos na preocupação e conquista
do bem comum e se forem pródigos em obras de solidariedade e de misericórdia.
405. Por fim, não podemos nos
esquecer que a maior pobreza é a de não reconhecer a presença do mistério de
Deu se de seu amor na vida do homem e seu amor, que é o único que
verdadeiramente salva e liberta.
Na verdade, “quem exclui a Deus de seu horizonte falsifica o
conceito de realidade e, consequentemente,só pode terminar em caminhos equivocados
e com receitas destrutivas. A verdade desta afirmação parece evidente diante do
fracasso de todos os sistemas que colocam Deus entre parêntesis.
Globalização
da solidariedade e justiça internacional
406. A Igreja na
América Latina e no Caribe sente que tem uma responsabilidade em formar
cristãos e sensibilizá-los a respeito
das grandes questões da justiça internacional. Por isso, tanto os pastores como
os construtores da sociedade têm que estar atentos aos debates e normas
internacionais sobre a matéria. Isto é especialmente importante para os leigos
que assumem responsabilidades públicas, solidários com a vida dos povos.Rostos
sofredores que doem em nós - Pessoas que vivem na rua nas grandes cidades:
407. Nas grandes
cidades é cada vez maior o número das pessoas que vivem na rua. Requerem
cuidado especial,atenção e trabalho de promoção humana por parte da Igreja, de
tal modo que enquanto se-lhes proporciona ajuda no necessário para a vida, que
também sejam incluídos em projetos de participação e promoção nos quais eles
próprios sejam sujeitos de sua re-inserção social.
408. Queremos chamar
a atenção dos governos locais e nacionais para que elaborem políticas que
favoreçam aatenção a estes seres humanos, assim como atendam as causas que
produzem este flagelo que afeta milhões depessoas em toda nossa América Latina
e no Caribe.
409. A opção preferencial pelos pobres nos impulsiona, como
discípulos e missionários de Jesus, a procurar caminhos novos e criativos a fim
de responder a outros efeitos da pobreza. A situação precária e a violência familiar com freqüência obrigam
muitos meninos e meninas a procurarem recursos econômicos na rua para sua
sobrevivência pessoal e familiar, expondo-se
também a graves riscos morais e humanos.
410. É dever social
do Estado criar uma política inclusiva das pessoas da rua. Nunca se aceitará
como solução a esta grave problemática social a violência e inclusive o
assassinato dos meninos e jovens da rua, como tem sucedido lamentavelmente em
alguns países de nosso continente.
Criar em nosso país uma cultura de direitos e deveres, sem vitimismos, e sair do nosso eterno "complexo de vira lata!"
A vida em sociedade possui o bônus e também o ônus. Pontes diz que as pessoas que cumprem as leis tendem a ser mais beneficiadas do que prejudicadas e que, para o bom funcionamento da sociedade, é mais vantajoso respeitar seus deveres para ter acesso aos seus direitos.
“A pessoa que furta fios de energia prejudicando, por exemplo, o atendimento de uma unidade de saúde está cometendo um crime e sendo egoísta. Se cada um resolver fazer o que bem entende, voltaremos para uma situação de selva em que todos saem perdendo.”
Pare com o Vitimismo de sentir pena de si mesmo e estar sempre culpando os outros pelo seu fracasso!
Por Rodrigo Constantino
O vitimismo é a postura de pensar ser vítima com frequência, um
desvio psicológico que tira a responsabilidade de si e a transfere para outro -
mesmo quando a culpa não é alheia. Quem assume essa postura
pensa com frequência que é injustiçado e só não está em uma situação melhor por causa dos outros. É como um navio solto na
tempestade, sendo empurrado pelas ondas e pelo vento, totalmente desgovernado e
que nada pode fazer a respeito.
Para o vitimista, ele não é o agente das
próprias ações nem da própria vida, mas apenas vítima passiva de um universo,
de um governo, de uma sociedade, de um grupo ou de qualquer coisa que sempre
contra ele sempe conspira!
Do ponto de vista
psicológico, o vitimista procura sempre terceirizar a culpa de tudo, isenta-se
de qualquer responsabilidade diante de tudo que lhe ocorre. Sua vida é sempre
narrada a partir do ponto de vista do que os outros fizeram ou que a
circunstância permitiu. O vitimismo é um vício que segue a lógica da máxima:
“Fuja da dor, busque o prazer”.
Saiba
como combater o vitimismo no dia a dia!
Um exemplo
disso é a pessoa que, ao ser reprovada na prova, alega que “o professor que
quis me reprovar”. Não foi ele que estudou pouco ou não se dedicou, é um agente
externo que lhe quer prejudicar e deixar para baixo que sempre atua. Outro caso
é a pessoa que não conseguiu a vaga de emprego e, ao invés de reconhecer a
superioridade de outro candidato, culpa o entrevistador que o não deixou
confortável, seu curso que não lhe preparou adequadamente, a melhor condição
financeira do adversário que era uma vantagem clara. Tudo é culpa alheia, e as
consequências dessa postura são várias.
Quais as consequências do vitimismo?
O vitimista foge da responsabilidade de ser autor de sua própria
história. O constante padecimento e o prazer que ele nisso adquire, impedem-no
de desenvolver uma personalidade forte e madura. A história do vitimista é
sempre contada desde o ponto de vista de alguém que sofre constantemente. Os
padecimentos são constantes. A pessoa se torna um pobre coitado, um
injustiçado, que carrega remorso e rancor pelos sofrimentos constantes que a
vida e as pessoas lhe impõem. Completamente estagnado, é incapaz de reagir e
tirar-se desta posição.
O vitimista vive em plena letargia e inação. Essa
postura defensiva e introvertida é sinal claro de fraqueza, pois empobrece os
sentidos e enfraquece a alma. Saiba como não se abalar com as intempéries da
vida, conheça a doutrina filosófica do Estoicismo. Quando se assume o papel de
vítima, perde-se a capacidade de reação. Na maioria das vezes, a percepção leva
o sujeito a acreditar que a vida foi injusta — como se ela lhe devesse algo —,
as suas forças vão sendo minadas e acaba desistindo. Ao isentar-se da
responsabilidade, o vitimista vive como se a vida lhe não pertencesse,
terceirizando culpas e abdicando da capacidade de tomar nas mãos a matéria
daquilo que lhe acontece e, com ela, forjar sua história concreta. Deixa,
assim, de construir sua própria personalidade, a única coisa que lhe pode dar
força no mundo, e por isso sente-se cada vez mais fraco e incapaz. A responsabilidade,
para quem padece do vitimismo, nunca é dele. Por fim, o vitimista é uma pessoa
extremamente egocêntrica, vive falando de seus infortúnios, das injustiças de
que é acometido e busca com isso chamar a atenção. Em geral, vivem falando de
si, lamentando e reclamando, o que leva ao afastamento das pessoas.
Para amadurecer, é preciso parar com o vitimismo, parar de
colocar-se passivamente nas circunstâncias. O problema é que, hoje em dia, a
sociedade estimula essa postura!
Como a cultura vitimista está presente na sociedade hoje?
A sociedade
e o mundo hoje impõem um discurso vitimista, como se nada fosse culpa da
pessoa, como se as coisas simplesmente acontecessem com ela, e tudo isso é um
grande infortúnio.
Essa cultura é estimulada porque a transferência da
responsabilidade gera um breve conforto psicológico. Transfere-se a culpa para
o outro, para a sociedade, para a mãe, para o pai, para o professor, porque é
muito mais confortável colocar a culpa no outro. Não encarar os próprios
defeitos e falhas gera uma aceitação das coisas como estão, impedindo o desejo
de mudança e evitando o desconforto que isto pode causar.
Para virar a chave é preciso passar a assumir a responsabilidade
de tudo que acontece na vida. Não terceirizar as culpas e nem continuar
alimentando pensamentos de que “só comigo coisas ruins acontecem” ou que “o
universo contra mim conspira”. Agindo assim, o máximo que poderá atrair é pena,
quando não raiva ou antipatia.
Quais sinais demonstram que alguém é vitimista?
•a
dependência excessiva dos outros;
•a
visão de que sempre é injustiçado;
•a
ignorância quanto a seu verdadeiro potencial, suas qualidades e dons;
•a
incapacidade de fazer autocrítica e, tampouco, de dar ouvidos às críticas de
terceiros;
•a
preguiça física, mental e emocional;
•o
hábito de atribuir a má sorte a todos menos a si mesmo;
•o
desinteresse por novos conhecimentos;
•a
ausência de amor-próprio;
•a
opção por viver se queixando de tudo e de todos;
•a
propensão a ter sempre uma justificativa na ponta da língua para a inércia e
para o comodismo;
•o
repúdio inconsciente ao sucesso e aos bem-sucedidos;
•a
negação das próprias competências;
•a
autossabotagem quanto à excelência intelectual e emocional;
•a
resistência à mudança;
•o
ato de desqualificar as dificuldades do outro para justificar os próprios
insucessos;
•o
pessimismo;
•e
a exposição desnecessária da própria miséria.
Oito dicas práticas para abandonar de vez o vitimismo:
1.assuma
responsabilidades e aja diferente! Fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é infantilidade!
2.entenda
que todos têm problemas, passam por sofrimentos — muitas vezes sem nada terem
feito para isso —, pelo simples fato de estarem vivos!
3.nunca
se faça de vítima para fazer chantagem;isso quando é descoberto gera rejeição e desconfianças.
4.tenha
paciência para aguardar o tempo de colher os frutos de seus esforços;
5.não
guarde rancor;aprenda com seus erros e não os repita.
6. seja
assertivo: fale a verdade, se permita falhar e dizer que não sabe algo, mas que deseja aprender.
7.comece
ainda hoje a cultivar atitudes mais otimistas em relação à vida. Controle melhor
seus pensamentos destrutivos e lamuriosos.
8.crie
o saudável hábito de perdoar, inclusive a você mesmo(a)!
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